Percebo que
aos poucos a tal “Sra. Libertação” que se agarrou à Teologia em um certo tempo
na América Latina, portando nas mãos bandeiras socialista, comunista e
desintegradora está se levantando como “a morta viva” por aqui. Não sou contra
a esta linha de pensamento que se agarrou a Teologia da Igreja, mas a
maquinação política, insensível ao sagrado e sem fé que danificou profundamente
a verdadeira vida cristã, aquela genuína e católica. Se querem falar de
dignidade de vida e promoção humana, leiam antes a Doutrina Social da Igreja e
depois venha falar de libertação. A Igreja não tem um teologia denominada, como
qualquer seita que se diz “cristã” e “evangélica”.
É certo que no
mundo da teologia existem críticos no campo teológico que afirmam que não há
teologias na Igreja, mas não uma Teologia. Creio que há visões
diferentes do mesmo assunto, mas teologias diferentes na Igreja não! porque se
assim o for, não teremos uma Igreja Una em sua Doutrina, mas algo fragmentado
que não merece total credibilidade por parte do fiel. Quer dizer, nada do que
está determinado como Dogma merece total aceitação e acolhida na fé, mas posso
criticar, rejeitar e continuar sendo católico do mesmo jeito. A Teologia da
Igreja não é direitista, esquerdista, libertação, neutra, ortodoxa ou etc. A
Teologia da Igreja é o nome que damos a todo o Depósito da Fé, a Genuína
Doutrina da Igreja. O que entendemos por Depósito da fé: O patrimônio sagrado
da fé, contido na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, foi confiado pelos
apóstolos à totalidade da Igreja.
O Beato João Paulo II emitiu um documento oficial chamado
"Fidei Depositum" (Depósito da fé), que explica sobre a missão da
guarda da verdadeira doutrina, confiada à Igreja Católica pelo próprio Cristo e
que a Igreja vêm cumprindo em todos os tempos. É tanta responsabilidade que
podemos comparar à seguinte situação:
Um médico nos pede para segurar em nossas mãos um
punhado de algum componente químico. O médico diz: "você deve segurar este
componente durante todo este dia. Ele entrará em contato com seu sangue e, só
assim, você poderá doá-lo e salvar seu filho e sua filha que estão internados e
precisam de uma transfusão para sobreviver." Com muita esperança o
paciente sai do consultório e, por nada, abre a mão, pois disso depende a
salvação dos seus.
Quando está no aperto do ônibus, sendo empurrado,
jogado de um lado para o outro, ele se segura com uma das mãos e, se necessário
for, empurra uma ou outra pessoa, pois não pode perder aquela substância que
amanhã dará nova vida a pessoas que ama.
É isso que a Igreja têm feito durante dois mil anos. Tem
trazido em suas mãos a verdade do Evangelho, para que seus filhos se salvem. Às
vezes até mesmo, no desespero, empurrou e machucou algumas pessoas, mas foi
pela responsabilidade colocada em suas mãos que isto ocorreu.
Aceito uma Teologia que fale de libertação, mas que inclua em seu discurso a maior libertação realizada por Nosso Senhor Jesus Cristo, a Libertação de nossas almas do poder do pecado e da Morte (Rm 8, 2)! No empreendimento que somos, por dever cristão, obrigados a fazer para ver uma sociedade livre da escravidão dos poderosos, de uma política de Estado em que a corrupção é punida, a violência extinguida, a fome e a sede aniquila, a liberdade de expressão mantida, a liberdade de culto protegida, a saúde e bem estar de qualidade para todos priorizada, o trabalho com salário digno;somos convidados a fixamos os olhos em Jesus Cristo como Senhor da nossa vida e Senhor da nossa história. Aquele nos nos convida a ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13), deve ser imitado, escutado e seguido em todos as nossas ações. Esta é a verdadeira libertação! Cristo pelo Batismo nos chamou a verdadeira vida, para que sigamos seus passos, no amor, na oração e no trabalho.
Não podemos nos calar frente as injustiças no mundo, mas, agir, lutar, anunciar e denunciar à luz da fé! Não transformar nenhuma ação no mundo em uma batalha de guerra meramente política, como de fato aconteceu aqui no Brasil, onde as lutas de classes já não tinham mais um caráter de fé, mas uma filosofia marxista ateia e aniquiladora da fé e da tradição católica. O culto católico, o maior Tesouro da Igreja tornou-se no auge da "moda libertadora" um lugar de apresentações teatrais, atos políticos, lugar difamatórios e o pior de tudo, cético! Houve uma separação da Igreja na América entre àqueles que estavam em favor do povo sofrido e aqueles que defendiam os poderosos em função de angariar algum bem ou privilégio. Enfim, vos convido a não voltar atrás! A não ficar com o saudosismo libertador de "antigamente". Estamos em tempos novos, com problemas sociais tão antigos e tão vivos ainda hoje que merecem um olhar teológico mais católico, mais crítico e com uma ação libertadora do Evangelho de Cristo no mundo. A tal "libertação marxista" que fora condenada pela Igreja já não tem lugar aqui. Já que anseiam ardentemente em ver a tal "Libertação" viva de novo, onde querem incluir-la? Na política? Como? Pois quem já governa são os filhos da "Libertação"! Aonde vão implantar-la? Na Teologia da Igreja? Já não cabe, pois já temos em seu lugar a Doutrina Social da Igreja! O único lugar que essa tal Sra. "Libertadora" vai querer sugar a vida para viver, será no campo mais Rico e mais frágil da Igreja que ela quis perverter: na Liturgia, assim como já aconteceu.
Hoje, querer defender a genuína Doutrina da Igreja e querer viver-la em alguns lugares está tão difícil, como em dias anteriores. Não se defende a Igreja dos caprichos pessoais de algum grupo, sem ser tachado de algum nome depreciativo. A fé em Jesus Cristo e o amor pela Igreja devem ser maiores.
Enfim, como filho da Igreja e teólogo com a Igreja, para a Igreja e na Igreja, eu digo não a tudo aquilo que fere profundamente a unidade da Igreja e a sua sacralidade. Amor a Eucaristia e a Igreja, devoção a Maria e obediência ao Papa caracteriza caracteriza o meu ministério na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
José Wilson Fabrício da Silva, crl
A final, qual é o Papel da Congregação Para a Doutrina da Fé?
A Congregação
para a Doutrina da Fé, como todos os outros Dicastérios da Cúria Romana, é um
instrumento nas mãos do Papa: esta se põe a serviço da Igreja universal para a
salvaguarda e a promoção de fé em vista do bem das almas. A atual organização e
os vários encargos exercidos pela Congregação são especificados na Constituição
Apostólica Pastor
bonus de João Paulo II
(nn. 48-55). Eis os artigos principais: «Função própria da Congregação para a
Doutrina da Fé é promover e tutelar a doutrina sobre a fé e os costumes em todo
o mundo católico: é portanto da sua competência tudo o que de qualquer modo se
refira a essa matéria» (Art.
48). «No cumprimento da sua função de promover a doutrina, ela favorece os
estudos destinados a fazer aumentar o entendimento da fé e para que, aos novos
problemas derivados do progresso das ciências ou da civilização, se possa dar
resposta à luz da fé» (Art.
49). «Ela serve de ajuda aos Bispos, quer individualmente quer reunidos nos
seus organismos, no exercício da missão pela qual são constituídos como
autênticos mestres e doutores da fé, e pela qual devem guardar e promover a
integridade da mesma fé» (Art.
50).
Em particular, as funções consideram os seguintes aspectos:
a) Todas as questões a respeito da doutrina
da fé e da vida moral.
b) Exame das novas teorias em matéria dogmática e moral.
c) Reprovação e eventual condenação de doutrinas que resultam
contrárias aos princípios da fé.
d) Juízo prévio de documentos de outros Dicastérios para aquilo
que concerne à própria competência.
e) Exame dos delitos contra a fé, a moral e a celebração dos
sacramentos. Cabe a esta igualmente julgar quanto concerne ao privilegium
fidei.
f) Promoção e organização de estudos e congressos.
A Congregação é
constituída de um Colégio de Cardeais e Bispos, tendo como Prefeito (S.Ex.ª
Mons. Gerhard Ludwig Müller). O Prefeito é co-auxiliado pelo Secretário (S.E.
Mons. Luis F. Ladaria, S.I., Arcebispo Tit. de Thibica) e, subordinadamente,
pelo Subsecretário (Mons. Damiano Marzotto), o Secretário Adjunto S.E. Mons.
Joseph Augustine Di Noia (EUA), e pelo Promotor de Justiça (Mons. Charles
Scicluna). O orgânico é composto de alguns Oficiais que, sobre a coordenação do
Chefe de Ofício, cuidam de questões relativas à própria competência e às várias
exigências da Congregação.
A Congregação abrange três
Ofícios: Doutrinário, Disciplinar e Matrimonial.
O Ofício Doutrinário se ocupa das matérias que possuem ligação com
a promoção da doutrina da fé e da moral. A tal propósito:
– cuida do preparo de documentos para a
promoção da doutrina;
– intervém nos confrontos de posições disformes dos ensinamentos
do Magistério;
– examina os escritos e as opiniões que aparecem contrárias à reta
fé;
– cuida, sobre o aspecto doutrinário, dos exames dos documentos
dos outros Dicastérios;
– considera os pedidos de nihil
obstat para as várias
nomeações e honrarias.
O Ofício
Disciplinar trata dos delitos contra a fé, dos delitos mais graves cometidos
contra a moral e das celebrações dos sacramentos. Cuida além disso do exame de
outros problemas conexos com a disciplina da fé:
– examina os casos de pseudo-misticismo, de
asseveradas aparições, de visões e mensagens atribuídas a origens
sobrenaturais, de espiritismo, magia e simonia;
– se ocupa das admissões ao sacerdócio de ex-ministros não
católicos; das dispensas das irregularidades e dos impedimentos para o
recebimento das Ordens Sagradas; das reabilitações ao exercício das Ordens
Sagradas; das absolvições das excomunhões reservadas à Santa Sé;
– examina os pedidos de nihil
obstat para a introdução das
Causas de Canonização, para a ereção ou promoção dos Institutos de vida
consagrada e das Sociedades de vida apostólica e, sobre o perfil disciplinar,
para as várias nomeações e honrarias.
O Ofício Matrimonial se ocupa de quanto concerne ao privilegium fidei. Se interessa
às causas de dissolução de matrimônio in
favorem fidei e de outros
aspectos do vínculo matrimonial ligado à validade do Sacramento.
Para os seus estudos e juízos a Congregação é assistida por um
grupo de Consultores e peritos escolhidos entre as personalidades de todo o
mundo católico. As reuniões são feitas geralmente uma vez por semana; depois de
examinarem os documentos e estudos a eles submetidos, estes dão o seu voto
«consultivo». As questões tratadas e o parecer dos Consultores são portanto
discutidos pelo Colégio dos Cardeais da Congregação com voto deliberativo.
Finalmente toda decisão é submetida à aprovação definitiva do Sumo Pontífice,
em respectiva Audiência.
Nos locais da Congregação é aberto o Arquivo Histórico, governado
por específico Regulamento, ao qual pedem ter acesso todos os estudiosos
qualificados. Junto da Congregação são constituídas também a Pontifícia
Comissão Bíblica e a Comissão Teológica Internacional as quais, sobre a
presidência do Cardeal Prefeito, operam segundo normas próprias.
Bibliografia:
Catecismo da Igreja Católica, São Paulo, Loyola, 1993.