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quarta-feira

Santo Sacrifício da Missa, remédio para todas as enfermidades espirituais e temporais







Em cada Missa experimentamos o Ressuscitado que se imola novamente e ressuscita a Si mesmo para o perdão de nossos pecados e dos pecados daqueles que os colocamos como intenção, no santo Sacrifício da Missa. Nisto podemos entender que quando participamos da renovação do Calvário, somos cada vez mais, aprofundados na vida do Ressurrecto, sem deixar de ver-Lo com as marcas da Paixão. Fazer-se presente ao ato redentor da Missa é ser inserido em nas três vias que são indispensáveis para solidificar-nos no seguimento de Cristo: Cruz (dificuldades diárias), Martírio (sofrimentos contínuos) e Eucaristia (ação de graças, mesmo sem ver dias melhores, mas sempre está na expectativa de viver-los).
Deve ser entendido isto como meio que a Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo nos coloca como via realizada por Cristo, sendo por obrigação amorosa, repetida por nós como configuração com o Nosso Senhor. Pois, só é cristão de verdade quem faz as vezes do Cristo na sociedade em que se vive. Santo Agostinho nos ensina que nós devemos nos transformarmos nAquele que comungamos, sem nunca deixarmos de sermos discípulos da Escola da Oração, porque quem reza sempre vence, quem não reza é vencido!
São João da Cruz diz que o demônio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus. Sendo assim, participemos com mais frequência da Santa Missa, pois nela está contida oração de agradecimento, pedido de perdão, Palavra de Deus, Alimento dos Anjos para nossas almas, culto espiritual, louvores, exorcismo e derramamento de graças. Então, nenhuma oração, nem rito é tão completo e agradável a Deus como a Missa, que é Ele mesmo o Sacerdote, Vítima e Altar.


 Autor: José Wilson Fabrício da Silva

sexta-feira

Lares autênticos não se improvisam


A sociedade nos últimos dias avança a passos largos, em consequência da inovação acelerada e descartável que o consumismo vai proporcionando em meio a uma economia opressora e ateia. O resultado desse progresso chega as nossas casas de uma forma tão imediata que somos impossibilitados em quase todos os casos, de fixar limites para impedir que ele não nos atinja. Graças a este fator, concluímos que se a família vem se degenerando é porque foi assumindo certos estilos de relacionamentos com as pessoas e os objetos, chegando a divinizar-los, esquecendo-se de Deus. Isto tornou-se de uma forma explícita em uma “egolatria” ou “idolatria”, onde eu sou meu deus, por mim mesmo me basto, não preciso de ninguém para dizer o que eu posso fazer ou não, com quem eu devo andar, que roupa eu devo vestir e aonde eu não devo ir, porque eu trabalho e tenho dinheiro para ser independente. Fazendo assim, se manifesta livremente um culto de mim mesmo, onde todos devem estar a minha disposição.
Quando uma pessoa pensa, age e exige que os outros a vejam assim, esta pessoa terá uma grande dificuldade de dividir a mesma casa com os outros, nunca viverá satisfeita com o que tem e levará aos demais a um martírio da convivência. Afirmo que tal sujeito passa por um complexo de “taraxia” espiritual.  Muitas pessoas que sofrem desse complexo estão sendo cultivadas em nossas casas, pois a educação que os pais estão dando para seus filhos é aquela do “tudo quero”, “tudo peço”, “tudo tenho”, “todos vivem por mim”. Há pais que estão cuidando de suas próprias cobras, daqueles que quando atingirem a uma certa idade, vão os abandonar em uma casa de repouso. Por quê? Porque não foi cultivado nos corações dos filhos a fé em Deus, a prática da religião, o amor sacrificado, o limite e a responsabilidade. Claro, se eu não tenho a quem temer, ninguém me impede! Quando falo em temer, não é no aspecto do medo, mas do respeito no amor.
O Beato João Paulo II afirma na encíclica Evangelium vitae, afirmou no número 92 que:

No seio do povo da vida e pela vida, resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela — uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio — e da sua missão que é guardar, revelar e comunicar o amor. Em causa está o próprio amor de Deus, do qual os pais são constituídos colaboradores e como que intérpretes na transmissão da vida e na educação da mesma segundo o seu projeto do Pai. É, por conseguinte, o amor que se faz generosidade, acolhimento, doação: na família, cada um é reconhecido, respeitado e honrado porque é pessoa, e se alguém está mais necessitado, maior e mais diligente é o cuidado por ele.
A família tem a ver com os seus membros durante toda a existência de cada um, desde o nascimento até à morte. Ela é verdadeiramente « o santuário da vida (...), o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico ». Por isso, o papel da família é determinante e insubstituível na construção da cultura da vida.
Como igreja doméstica, a família é chamada a anunciar, celebrar e servirEvangelho da vidaEsta tríplice função compete primariamente aos cônjuges, chamados a serem transmissores da vida, apoiados numa consciência sempre renovada do sentido da geração, enquanto acontecimento onde, de modo privilegiado, se manifesta que a vida humana é um dom recebido a fim de, por sua vez, ser dado. Na geração de uma nova vida, eles tomam consciência de que o filho « se é fruto da recíproca doação de amor dos pais, é, por sua vez, um dom para ambos: um dom que promana do dom ».
A família cumpre a sua missão de anunciar o Evangelho da vida, principalmente através da educação dos filhosPela palavra e pelo exemplo, no relacionamento mútuo e nas opções quotidianas, e mediante gestos e sinais concretos, os pais iniciam os seus filhos na liberdade autêntica, que se realiza no dom sincero de si, e cultivam neles o respeito do outro, o sentido da justiça, o acolhimento cordial, o diálogo, o serviço generoso, a solidariedade e os demais valores que ajudam a viver a existência como um dom. A obra educadora dos pais cristãos deve constituir um serviço à fé dos filhos e prestar uma ajuda para eles cumprirem a vocação recebida de Deus. Entra na missão educadora dos pais ensinar e testemunhar aos filhos o verdadeiro sentido do sofrimento e da morte: podê-lo-ão fazer se souberem estar atentos a todo o sofrimento existente ao seu redor e, antes ainda, se souberem desenvolver atitudes de solidariedade, assistência e partilha com doentes e idosos no âmbito familiar.

Não é fácil ser família autêntica em Cristo Jesus hoje, mas também não é impossível. Todo matrimônio deve ser vivido a três pessoas, o Homem, Jesus e a Mulher. Se não for assim, será inviável ver a durabilidade da união em meio aos ataques do consumismo, da infidelidade, do descartável, do individualismo e do des-compromisso para com a casa em que habitamos.   O Beato João Paulo II ainda afirma no mesmo documento que, é na família que se deve celebrar o Evangelho da vida com a oração diária, individual e familiar: nela, todos devem agradece e louvar ao Senhor pelo dom da vida e invocar sua luz e sua força para enfrentar os momentos de dificuldade e sofrimento, sem nunca perder a esperança. Agora eu pergunto: Será em nossas casas colocamos esse ensinamento em prática? A resposta fica para cada um responder pessoalmente.
No dia que percebermos que o futuro da sociedade passa pela família, ela será dignificada. Mas, pelo que experimentamos isto parece que a cada dia que passa está mais difícil de acontecer. Por isto que a Igreja vem promovendo incansavelmente uma pastoral familiar capaz de ajudar cada família a redescobrir, com alegria e coragem, a sua missão no que diz respeito ao Evangelho da vida. Mas aqui caímos em outro abismo! este compromisso fica a critério de cada bispo com seu clero em sua diocese. Como sempre estão atarefados com outras atividades que o dever lhe chamam, a família em muitos lugares passa para um segundo plano no campo da preocupação. Ficando a critério de cada pastoral caminhar sozinha. Será que os frutos dessa caminhada independente a Igreja logra?  Não adianta ter diretrizes, documentos e subsídios se não há um acompanhamento capaz de responder, aconselhar e compartilhar as dificuldades e experiências à luz da Palavra de Deus e da Igreja, para uma seguridade espiritual da família. 
Vendo a família com os olhos da fé, na Palavra de Deus, filhos são uma benção que vem do Senhor, “o fruto do ventre o seu galardão.” (Sl 126,3). Não são só os filhos que são uma benção, mas também os filhos dos filhos são “a coroa dos velhos” (Prov 17,6). Assim sabemos pela história do povo de Deus que quando o Senhor queria abençoar um casal lhe dava filhos (Abraão e Sara - Gn 17, 20; Ana – ISm 1, 3-27; Isabel - Lc 1). Se vamos ter a mesma atitude que Deus tem deste assunto, devemos já nos dobrar à idéia de que filhos, em qualquer época, não são menos que uma bênção. Por isto chamo a atenção dos pais para que assumam a responsabilidade e procurem a graça de Deus para por a casa em ordem seguindo os princípios da Palavra de Deus. Os filhos não são seus, são propriedades do Senhor, mas vocês são os colaboradores do dEle por excelência.
O Catecismo da Igreja Católica (artigo 1656) diz que:


Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostia a fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concilio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Ecclesia doméstica”. É no seio da família que os pais são “para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada”.


Se entendermos bem este artigo, nos daremos contas de que a família foi, é e sempre será o coração da sociedade. Se ela está bem, a sociedade também estará, se nela Deus for o Absoluto, na sociedade Ele governará os acontecimentos do povo. 

quarta-feira

A Santa Missa


                                                                      
                Na Missa ou o Sacrifício do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja aplica-se, de modo eminente, a promessa de Cristo: "Onde dois ou três estão reunidos no meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20). Pois, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente tanto na assembléia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas. A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Santo Agostinho já dizia que “em cada Missa devemos comungar dos três Pães: o Pão da Palavra, da Eucaristia e o pão da caridade.” Então é muito Forte e infinito o mistério que participamos e  comungamos na Missa.

        Os ritos que precedem a liturgia da palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie, Glória e oração do dia, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia. Em certas celebrações que, de acordo com as normas dos livros litúrgicos se ligam com a Missa, omitem-se os ritos iniciais ou são realizados de um modo próprio.


Entrada
Canto de Entrada: O canto de entrada tem o objetivo de nos ajudar a rezar. Ele manifesta a Deus nosso louvor e adoração. Esse canto juntamente com procissão de entrada da Missa vem nos lembrar o povo de Deus que caminhava no deserto, as caminhadas do povo escolhido o Povo de Israel. E vem com a Cruz a frente para lembrar que Cristo vem abrindo o cortejo, Ele vem na frente como Senhor de nossa história.

Saudação: A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.

 Saudação ao altar e ao povo reunido
Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda, Se o Santíssimo estiver exposto ou no sacrário central, deve-se fazer uma genuflexão lenta e breve. Em seguida, em sinal de veneração o sacerdote e o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz e o altar.
          Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, que também pode adaptar-la a modo de exortação inicial.

Ato Penitencial: Em uma atitude de profunda humildade, pedimos perdão de nossos pecados.

Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial, que após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembléia através de uma fórmula de confissão geral, e concluído pela absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do sacramento da penitência. Após a absolvição, vem o canto penitencial, Senhor, tende piedade( Kýrie, eleison). Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor.
 
Glória: Já perdoados, cantamos para louvar e agradecer. Glória a Deus nas alturas (Glória in excelsis Deo). O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro.
 O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembléia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes.

Coleta, A oração do dia: O Padre coloca todas as intenções, e no final da oração a oração responde com a palavra Amém (que significa "assim seja").
A seguir, o sacerdote convida o povo a rezar; todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar "coleta", pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo e por uma conclusão trinitária, isto é com uma conclusão mais longa, do seguinte modo:




Liturgia da Palavra
As leituras são feitas do Lecionário (com Evangeliário em algumas celebrações). A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras unicamente da Sagrada Escritura sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.


                                                                       O silêncio
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser evitada toda e qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram breves momentos de silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia.



Primeira Leitura: Passagem tirada do Antigo Testamento (parte bíblica que prepara a vinda do Messias).
À primeira leitura segue-se o salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra de Deus.

Salmo de Resposta: É um canto ou um salmo que nos ajuda a entender melhor a mensagem da primeira leitura. O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do Lecionário.

Segunda Leitura: Passagem tirada do Novo Testamento, de uma das cartas (epístolas) dos Apóstolos (Filipenses, Gálatas, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, etc).

Aclamação do Evangelho: Nesta hora ouvimos o padre anunciar a MENSAGEM DE JESUS. Por isso cantamos "ALELUIA" (que significa "alegria").

Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.

a) O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O Versículo é tomado do Lecionário ou do Gradual.

b) No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no Lecionário. Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual.

Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho:
a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo;
b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo e o versículo antes do Evangelho ou somente o salmo;
c) O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados.

A seqüência que, exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes, é facultativa, é
cantada antes do Aleluia


Evangelho: Jesus nos fala apresentando-nos o REINO DE DEUS. A leitura do Evangelho constitui o ponto alto da liturgia da palavra. A própria Liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao Evangeliário. Terminada a leitura do Evangelho o pronunciante dar um beijo no livro. O que significa esse beijo? O significado é muito grande, pois representa o próprio Cristo que falou, então está se beijando o Jesus que fala.

Homilia: O Padre explica as leituras e o Evangelho. A homilia é uma parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã. Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, levando em conta tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes.
A homilia, via de regra é proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo.

Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio.


Profissão de Fé (Credo): Momento em que professamos tudo aquilo que como cristãos devemos acreditar.

O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia.

Oração dos Fiéis: A comunidade reunida reza pela Igreja e por todas as pessoas do mundo.

Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro.

Normalmente serão estas as séries de intenções:
a) pelas necessidades da Igreja;
b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
c) pelos que sofrem qualquer dificuldade;
d) pela comunidade local.

No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias.
Cabe ao sacerdote celebrante, de sua cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui.
As intenções propostas sejam sóbrias, compostas por sábia liberdade e breves palavras e expressem a oração de toda a comunidade. As intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.
O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma oração em silêncio.


Liturgia Eucarística
Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia pascal, que tornam continuamente presente na Igreja o sacrifício da Cruz, quando o sacerdote, represente do Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua memória.

1) Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos. ( E não pode ser outra bebida nem suco ).

2) Na Oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo.

3) Pela fração do pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do próprio Cristo.

Preparação das Oferendas: Momento em que oferecemos a nossa vida, ou seja, tudo o que somos ao Senhor. Logo depois ocorre a oração sobre as oferendas, que por intermédio do sacerdote, Jesus consagra o Pão e o Vinho.

No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.

Primeiramente prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o sanguíneo, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na credência.

A seguir, trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual.

Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística. O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar.


Oração sobre as oferendas
Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote, e com a oração sobre as oferendas. Na Missa se diz uma só oração sobre as oferendas, que termina com a conclusão mais breve, isto é: Por Cristo, nosso Senhor; se, no fim, se fizer menção do Filho, a conclusão será: Que vive e reina para sempre. O povo, unindo-se à oração, a faz sua pela aclamação Amém.

Oração Eucarística: Momento principal da celebração. Onde recordamos a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Não é apenas uma lembrança de um fato que aconteceu, mas sim algo que acontece hoje, aqui, agora na Eucaristia.
         Inicia-se agora a Oração eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. A oração eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio.

Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a Oração eucarística:
a) Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.

b) A aclamação pela qual toda a assembléia, unindo-se aos espíritos celestes canta o Santo. Esta aclamação, parte da própria Oração eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote.

c) A epíclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e Sangue de Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em Comunhão.

d) A narrativa da instituição e consagração, quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério.

e) A anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus.

f) A oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios, e se aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos.

g) As intercessões, pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e defuntos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.

h) A doxologia por Cristo, com Cristo... final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação Amém do povo. É um erro gravíssimo de liturgia o povo rezar uma oração que é próprio do sacerdote. E só pode estender a mão para as sagradas espécies os concelebrantes em uma Missa que tem mais de um sacerdote.


Ritos da Comunhão
Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.

A Oração do Senhor
Na Oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia.

Desenvolvendo o último pedido do Pai-Nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O convite, a própria oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta.


Rito da paz
Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis se exprimem a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do Sacramento. Somente o sacerdote é autorizado em rezar pela paz. É um erro gravíssimo de liturgia, pedir que os fiéis rezem com o padre essa prece.

Quanto ao próprio sinal de transmissão da paz, seja estabelecido pelas Conferências dos Bispos, de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo. Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

Cordeiro (Fração do pão)
O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo diácono, enquanto a comunidade zanta ou reza o Cordeiro de Deus.  

Comunhão: Momento em que vamos em direção do banquete do Senhor receber o seu Corpo e o seu Sangue.

Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole "comunitária" da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis. Havendo, porém, um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão. Haja o cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade (de preferência os cantores deveriam comungar primeiro).
 
Terminada a distribuição da Comunhão, ser for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio.

Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado. Na Missa se diz uma só oração depois da Comunhão.




Ritos Finais

Avisos: O Diácono, o Padre ou algum leigo da comunidade anuncia algum evento ou informa algo de interesse à comunidade.
Aos ritos de encerramento pertencem:
a) breves comunicações, se forem necessárias;
b) saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula mais solene;
c) despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus;
d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.