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quarta-feira

O que é o pecado original?

 


Quase sempre tenho encontrado irmãos cristãos se perguntando sobre o que vem a ser o pecado original. Na hora de responderem, afirmam que o pecado original “é o pecado do sexo”, outros, o “pecado de Adão”, etc.
Afinal, o que a Igreja Católica como Mãe e Mestra nos ensina sobre esta matéria de fé?
O Catecismo da Igreja Católica, à luz da Sagrada Escritura, afirma que o homem é a imagem de Deus dotada de alma “espiritual e imortal”. E que a pessoa humana é a “única criatura na terra que Deus quis por si mesma”. Desde a sua concepção, é destinado à bem-aventurança eterna. (CaIC 1703) Partindo dessa base fundamental, a Igreja Católica entende por “homem imagem de Deus” devido a dignidade que ele tem:

I. O homem participa da luz e da força do Espírito de Deus;
II. Pela razão é capaz de compreender a ordem das coisas estabelecidas pelo Criador;
III. Por sua vontade consciente, é capaz de ir ao encontro de seu verdadeiro Bem;
IV. E, em virtude de sua alma e de seus poderes espirituais de inteligência e vontade, o homem é dotado de liberdade, “sinal eminente da imagem de Deus”;
V. Por sua razão, o homem conhece a voz de Deus que o insta a “fazer o bem e a evitar o mal”;
VI. Por ser “imagem de Deus”, o homem é obrigado a seguir a “lei do bem” que resoa na consciência e se cumpre no amor a Deus e ao próximo. (CaIC 1704-1707)
Mas, instigado pelo Maligno, desde o início da história o homem abusou da própria liberdade. Sucumbiu à tentação e praticou o mal. Conserva o desejo do bem, mas sua natureza traz a ferida do pecado original. (CaIC 1707)
Então, o “pecado original” é o pecado da desobediência de Adão (o primeiro homem). É a privação da santidade e da justiça original. E têm como consequência, a dor e a morte corporal, da qual estaria isento se não tivesse pecado.
O pecado de Adão não só prejudicou a ele somente, mas a toda sua descendência. Isto quer dizer que a santidade e a justiça de Deus em Adão foram perdidas também para os seus filhos.

Dimensão Bíblica
Gn 2, 17
Gn 3
Rm 5, 12-21
Rm 8, 20
Todavia, a transmissão do pecado original é um mistério que nós não podemos compreender plenamente. Mas sabemos, pela Revelação, que Adão tinha recebido a santidade e a justiça originais, não só para si, mas para toda a natureza humana; consentindo na tentação, Adão e Eva cometeram um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana que eles vão transmitir num estado decaído. É um pecado que vai ser transmitido a toda a humanidade por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da santidade e justiça originais. E é por isso que o pecado original se chama “pecado” por analogia: é um pecado “contraído” e não “cometido”; um estado, não um ato. (CaIC 404)

Que males são causados pelo pecado de Adão em nós?
O pecado original traz consigo a escravidão, sob o poder daquele que possuía o império da morte, isto é, do Diabo. A perda do céu, a inclinação para o mal, a ignorância, a privação da graça, a morte e as demais misérias.
Foi perguntado no Catecismo de Pio X se, depois do pecado de Adão, os homens condenados não poderiam salvar-se. Ele respondeu que “o homem não poderia salvar-se se Deus não tivesse usado de misericórdia para com ele”. (Cat. D. C. 62)
Deus usa de misericórdia para salvar o mundo, enviando o seu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, encarnando-se em Maria, que por privilégio de Deus e, ação do Espírito Santo em função de Jesus Cristo, foi isenta do pecado original.

Como apagar a condenação da morte e a destruição que o pecado original produz em nossas almas?
Pelo Sacramento do Batismo são apagadas em nós as consequências do pecado original, porque ele confere ao homem a primeira graça santificante e também apaga o pecado atual. O batismo imprime caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus; membros da Igreja; herdeiros do Paraíso e torna-nos capazes de receber todos os outros Sacramentos da Igreja.
Falar do “pecado original” significa que nenhum homem pode começar da estaca zero. Ninguém se encontra naquela fase inicial sem mancha, devido a queda de Adão. (CaIC 215)
Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, ocrl

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