Vamos
resumidamente passar por alguns pontos fundamentais da nossa fé que aprendemos
nos encontros de catequese. Eles merecem uma admiração especial porque fazem
parte daquilo que é essencial para nós cristãos católicos. Sabemos pela Sagrada
Escritura que Deus “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
conhecimento da verdade[1]”
(1 Tm 2, 4), isto é, de Jesus Cristo. Por esta causa, Deus se revelou.
Igreja e Doutrina
Todos
os batizados em nome da Santíssima Trindade pela Igreja Católica Apostólica
Romana, professam o Credo que chamamos de Símbolo Apostólico. O Credo é a base
de nossas considerações, síntese de tudo aquilo que acreditamos. Dizemos que os
artigos de fé contidos no Credo é um resumo consistente que contêm os elementos
fundamentais que formam a Doutrina Católica.
Entendemos
por Doutrina Católica tudo aquilo que está contido no Catecismo da Igreja. Mas,
ela vai além das letras do livro, é a Matéria que acreditamos, meio essencial
que usamos para captar a maravilhosa unidade do mistério de Deus, do seu
desígnio de salvação, a centralidade em Jesus Cristo, feito homem no seio da
Virgem Maria por obra do Espírito Santo.
Pela
Bíblia Sagrada, a Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja, acreditamos que
Jesus, morto e ressuscitado, está sempre presente em sua Igreja,
particularmente nos sacramentos; ele é a nossa fonte de fé, modelo do nosso
agir cristão e o Mestre de nossa oração[2].
Tudo isto são verdades de fé que foram ensinadas por nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo e pelos Apóstolos, para mostrar o caminho de salvação e a vida
eterna, que chegou até nós por meio das Fontes de Fé, citadas neste parágrafo.
O
ponto de partida para nós cristãos católicos é crer em um só Deus uno e trino.
Isto é um Dogma de Fé que a Igreja Católica nos primeiros séculos da era cristã
foi vivendo como meio fundamental para abraçar o cristianismo pelo Batismo. Afirma
o Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI) que: “A doutrina trinitária não se
originou de uma especulação sobre Deus, de alguma tentativa da reflexão
filosófica para explicar como se teria processado a origem de todo o ser, mas
foi consequência dos esforços para uma elaboração de experiências históricas”[3].
Significa que no decorrer do tempo, partindo do Antigo Testamento, Deus se revela,
chegando a plenitude de toda a revelação em Jesus Cristo, “pelo poder do
Espírito Santo” no Novo Testamento.
Jesus
Cristo para a Igreja Católica é “o próprio Filho de Deus, centro e opção de
toda a história humana”... o sentido que sustenta todo o ser, tornou-se carne,
isto é, penetrou na história, tornando-se alguém nela; ele não é mais apenas
quem envolve e carrega a história, mas um ponto dentro dela”². Encontramos Nele
o Evangelho (Boa-nova) que impacta todas as gerações, povos, raças e línguas, gerando
na fé, novos filhos para a Igreja[4].
A
Doutrina Católica se apoia em torno de quarto “pilares”: a profissão da fé
(o Símbolo), os Sacramentos da fé, a vida de fé (os Mandamentos),
e a oração do crente (o “Pai-Nosso”)[5].
Sendo
assim, dizemos que as principais verdades da Doutrina Cristã estão expressas e
resumidas no Símbolo Apostólico (Credo). Elas partem primeiramente da Tradição
Apostólica, da Sagrada Escritura e do Magistério, sendo impressas nos Livros
Sagrados e nos Documentos da Igreja, que os temos por dons que Deus outorga ao
homem como Autor de todo bem, Redentor e Santificador.
Os
batizados têm um compromisso diário para não perder de vista o objetivo
principal da caminhada humana na vivência da Doutrina Católica: assimilar as regras
que partem das normas de fé, seguir o exemplo das testemunhas da fé e
exercitar-se constantemente no conhecimento pleno de Deus. Ricardo de São Vítor
dizia que devemos “fazer todos os esforços possíveis para compreender aquilo
que cremos “(ut intelligamus quod credimus)[6].
Existe
uma maravilhosa catequese feita por Santo Agostinho sobre a Igreja que merece
ser posta nas paredes de nossos corações, para exaltar a riqueza espiritual e a
autoridade dela sobre a Doutrina Cristã, quando diz: “A Igreja é Mãe verdadeira
que engendra os cristãos em uma vida nova; que os alimenta com o leite da
verdade, e que os fortalece com o pão da sabedoria: nosso primeiro nascimento
foi de um homem e uma mulher; nosso segundo nascimento procede de Deus e da
Igreja! Vosso Pai é Deus; vossa Mãe, a Igreja”[7].
No
pensamento agostiniano, acreditamos que Jesus Cristo continua sua missão de
salvar os homens pela Igreja e na Igreja, a comunidade dos santos que
constituiu como verdadeira Mãe das almas. Ela, pela Doutrina nos preserva na
dignidade de filhos de Deus que recebemos no dia do batismo.
Esta
é a nossa fé, a fé da Igreja que nos gloriamos de professar!
Autor: José Wilson Fabrício da Silva, CRL
[1]
Bíblia de Jerusalém, 6ª ed.,São Paulo, Paulus, 2010;
[2]
Catecismo da Igreja Católica, São Paulo, Loyola, 1992. pág. 10;
[3] Ratzinger,
Ioseph. Introdução ao Cristianismo,
São Paulo, Herder, 1970, pág. 71;
[4]
Idem. pág. 87;
[5]
Ca.I.C. num. 13;
[6]
Boff, Clodovis, Teoria do Método
Teológico – Tomo VI, São Paulo, Vozes, 1999;
[7] Madrid, Teodoro C, La Iglesia Católica según San Agustín,
Madrid, Revista Agustiniana, 1994, pág. 12
Nenhum comentário:
Postar um comentário