A Sagrada Escritura diz que
Deus criou o casamento para ser algo bom. Ele é um presente lindo e inestimável
de Deus. O mais importante é termos a certeza de que o Senhor usa o casamento
para nos ajudar a acabar com a solidão, multiplicar nossa eficiência, edificar
uma família, criar filhos, curtir a vida e abençoar o casal com um
relacionamento íntimo.
O casamento nos mostra que é
necessário crescer no amor entre os dois, lidando com as dificuldades e o
egocentrismo que muitas das vezes estão presentes na vida. Como acontecerá
isso? Com a ajuda mútua de ambos, no que diz respeito a tudo o que envolve a
vida da família.
Somos seres “ensináveis”, nos
diz as ciências modernas. Se somos ensináveis, iremos aprender a fazer aquilo
que é mais importante no casamento – amar. Isto é maravilhoso, mas devemos ser
realistas, também é difícil amar em meio as dificuldades que vão se
apresentando no decorrer da caminhada, quando a causa da dificuldade não é um
fato alheio, mas um dos dois amados.
Uma coisa é certa, o casal
precisa ter coragem e fé para continuarem juntos. Ao aceitar o desafio de
casar-se, você precisa ter a consciência de que estando juntos, ao invés de
seguir o coração, terá que governa-lo. Pois, o mundo diz para seguir o coração,
mas se você não o governar, alguém ou alguma coisa mais atraente lhe derrubará
e fracassará seu relacionamento que muitas das vezes, passou por muitas
barreiras para chegar ao ponto central em que está fundamentado hoje. A base
para esta reflexão está em Jeremias 17, 9 quando afirma: “Enganoso é o coração,
mais do que todas as coisas”.
Direcionar o coração para
aquilo que será melhor ao longo do caminho é a chave para que um relacionamento
dure até que “a morte o separe” e seja recompensador.
O fundamental aqui para
entendermos esse “governar o coração” está no amor como uma decisão da mente
que jamais exclui o sentimento que tem como centro o coração. Ao decidir amar,
empenho todas as minhas faculdades para que isto se torne realidade prazerosa,
chegando ao seu auge quando sou correspondido da mesma forma. O verdadeiro amor
não busca seu próprio interesse, mas se possível sofre para ser transformado e
purificado.
O amor muda a nossa
motivação de vida. Os relacionamentos se tornam significativos com ele. Atenção!
Nenhum casamento será bem sucedido sem o amor.
Este amor é construído sobre
dois pilares: paciência e bondade. Ambos se fundem. Todas as outras características
do amor são extensões desses dois atributos do amor.
O amor irá lhe inspirar a
ser uma pessoa paciente. Quando você decide ser paciente, começa a responder de
maneira bondosa, dócil, amável e equilibrada às situações negativas que vão aparecendo
no caminho do amor.
Ter paciência é escolher controlar
suas emoções ao invés de permitir que elas lhe controlem.
A paciência torna-nos
sábios. Ela não se apressa em julgar, mas ouve o que a outra pessoa amada está
dizendo no momento.
A paciência aguarda na
bondade, analisa cada situação antes de julgar. Em Provérbios 14, 29 diz: “O
homem paciente dá prova de grande entendimento, mas o precipitado revela insensatez”. A falta de paciência faz de qualquer lar um
lugar de guerra.
A paciência é o lugar onde o
amor encontra sabedoria. Todo casamento precisa desta combinação para ser saudável.
Ela ajuda a dar ao seu cônjuge o direito de um ser humano responsável e reflexível
em meio as suas falhas, para dali, se reconhecer que pecou e precisa mudar de
conduta para dar continuidade ao compromisso firmado um dia na presença de Deus
e dos irmãos.
Deus abençoe a união de
todos os casais da terra. Amém!
José
Wilson Fabrício da Silva, crl
Bibliografia:
CELAM. Documento de Aparecida, 2ª ed. Brasília, CNBB, São
Paulo, Paulinas, Paulus, 2007;
SUESS, Paulo, Dicionário de
Aparecida, 3ª ed. Paulus, São Paulo, 2010;
FRANCISCO, Papa, 1936 –
Sobre o céu e a terra/ Jorge Bergoglio, Abraham Skorka; tradução Sandra Martha
Dilinsky, 1ª ed. Paralela, São Paulo, 2013;
STEPHEN E ALEX Kendrick, O
desafio de amar, 20ª ed. BV Films, Niterói, 2013;
YOUCAT, Paulus, São Paulo,
2011.
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