Assim como em Cristologia perguntamos pelo Jesus da história e o Cristo da fé, da mesma maneira, hoje, somos convocados a perguntar: quem é Maria na história e quem é Maria na fé?
Nós católicos, vemos primeiramente em Maria o modelo da condição cristã, a realização mais perfeita que todo cristão deve procurar verificar em sua existência. A insistência nas relações de solidariedade entre Maria e a Igreja, foi uma característica do desenvolvimento mariológico, que precedeu desde os primeiros séculos da era cristã até o Vat. II nos concílios. Os valores universais aparecem mais particularmente em Maria em primeiro lugar, quando são fundamentados na cooperação com Cristo.
Maria foi à cooperadora por excelência na
obra da Salvação realizada por Cristo.
Ela indicou e vem indicando até os dias de hoje, o caminho que deve seguir a Igreja no “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). Entre as atitudes implícitas nesta cooperação, o que tem atraído especialmente a atenção da teologia contemporânea é a fé. A fé de Maria precedeu a vinda do Salvador; logo se desenvolveu em contato com a vida de Jesus e foi-se ampliando na medida em que realizava a obra do Redentor, seu triunfo glorioso e sua nova vinda sobre a Igreja.
Em Maria, a fé em Cristo cresceu segundo uma lei de lento amadurecimento, que se verifica normalmente na existência de todo cristão. Uma prova disso encontramos em várias partes do NT, quando se fala que o que Maria não entendia, guardava palavra por palavra em seu coração. Do mesmo modo se formaram nela as atitudes de esperança e de caridade que acompanham a lei e caracterizam a adesão ao Salvador, onde se formos analisar a biografia de santo por santo, vamos ver que todos, deixaram de viver sua vida para viver como Cristo em sua totalidade, aceitando o pobre, o excluído, o abandonado e etc.. Os santos aprenderam de Maria a serem tábuas vivas do evangelho de Cristo. Ela não foi simplesmente à mãe cheia de solicitude pelo filho que ama; e que atendia com seus trabalhos manuais na casa de Nazareth. Nela está unido ao extinto de mãe a fé de uma Serva de Deus. Dois amores inseparáveis na vida de Maria: quando um amor era esquecido, logo era lembrado pelo outro; em fim, a todo tempo Maria amou.
A revelação á apresenta como a Mulher chamada a colaborar na obra mais grandiosa, empresa de todos os tempos: a salvação da humanidade; percebam aqui que Maria não coopera somente com a maternidade, mas também, com suas disposições íntimas de fé. Se Abraão é pai da fé, Maria é Mãe da fé, porque ambos creram em uma promessa impossível aos olhos humanos. Um de ser pai de uma grande nação, outra de ser a Mãe de Deus. O primeiro era velho em idade e com esposa velha e estéril, a segunda era jovem em idade e pobre criatura sem esposo.
E para entendermos melhor o que vem a ser essa escolha de Maria para ser a Mãe de seu Filho, vamos acorrer ao Catecismo da Igreja que diz:
“Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão das santas mulheres. No principio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será vitoriosa sobre o Maligno e a de ser a mãe de todos os viventes. Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada. Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o que era tido como impotente e fraco para mostrar sua fidelidade a sua promessa: Ana, a mãe de Samuel, Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria "sobressai entre (essas) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia".(Par. 489). (Parágrafos relacionados: 722,410,145,64)
Caberia começar pela origem de Maria e tratar primeiro de sua predestinação e de sua Conceição Imaculada. Mas, esta origem só a conhecemos através da cooperação Dela no mistério da Encarnação redentora. Por tanto, o verdadeiro ponto de partida se encontra nesta cooperação. Por isso com toda energia temos que reaccionar contra algumas correntes atuais que, baixo pre-texto de honrar a Cristo, tratam de minimizar a Maria Santíssima, como se a glória da Mãe fora desonra do Filho; como se a grandeza do Filho não se reflexa na Mãe! Maria é esplendor de Cristo. “tirais a Jesus e tirareis de Maria o fulgor que a faz tão atraente” (Roschini). Logo em Maria, nós honramos a Jesus. Naturalmente que nossa devoção deve ser equilibrada, pois a Igreja nos ensina que a Santíssima Virgem corresponde o culto da dulía que se tributa ao santos.
A Ela, como pessoa inteiramente singular, adornada de privilégios únicos, convêm um culto inteiramente particular, e esse culto se chama respectivamente “hiperdulía” ou veneração especial. Onde cremos que nosso culto a Maria não é “absoluto”; a veneramos por suas especiais relações com Jesus, por ser sua Mãe e Companheira na obra do nosso resgate. Por isto que o nosso culto a Maria não vai contrário ao que é devido a Cristo, mas, o exalta, acrescenta e eleva a Deus, que realizou na criatura humana a obra mais espetacular e singular que já existiu, a salvação do homem e seu repouso junto á Aquele que os criou.Autor: José Wilson Fabrício da Silva
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