Quantas saudades senti em passar alguns dias sem falar do Coração adorável de Jesus que está presente em nossos altares, esperando-nos para conosco dividir sua riqueza espiritual. Só quem está longe do amado sabe o quanto a saudade incomoda, arde dentro de nós. É por isso que falo de Jesus em seu Coração, porque estando perto Dele, não temo a nada nesta vida, pois tenho a plena certeza que nada poderá me atingir ou me separar do meu Amado. Tudo vai passar! Familiares, amigos, lugares, objetos etc., tudo um dia terá que descer em alguma estação do trem da vida, algo tem que ficar para que seja minha fortaleza, meu alimento, meu remédio, meu consolo, minha água e meu cobertor.
Quem será tudo isso?
Jesus com seu Coração Eucarístico! Grande alegria sinto, quando entro em uma igreja e vejo nos altares o Santíssimo Sacramento ou uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, pois tenho a certeza de que aonde se venera a imagem desse Coração adamantino, Ele se faz presente ali como um vigia que vela pelo seu patrimônio, que são as almas. É o Patrão que se faz empregado das almas. Poderia ser diferente, nós é que somos convidados a vigiar o nosso Tesouro. Sejamos como os cachorrinhos que fica aos pés de seus donos esperando um bocado de alimento, ou fica a porta da casa esperando o dono aparecer para chamar-lo pelo nome. Jesus Cristo quer ficar conosco quando estivermos sem nada para fazer, quer nos ajudar a realizar os nossos trabalhos; quer nos auxiliar nos nossos projetos; nos defender em nossas causas e se alegrar conosco em nossas vitórias. No Coração de Cristo encontramos tudo o que necessitamos para a nossa sobrevivência terrenal, é uma dispensa sempre aberta com todos os suplementos em abundância a serem distribuídos à aqueles que Dele pede, “Pedi e recebereis”.
Entretanto, já agora ouvimos a sua voz que repete, como lemos no Livro do Apocalipse: "Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu estarei na minha casa e cearei com ele e ele comigo" (Ap 3, 20). A devoção ao Sagrado Coração de Jesus quer tornar perceptível, não obstante a surdez do nosso ouvido interior, este bater do Senhor. Jesus bate à porta do nosso coração e pede-nos para entrar não só pelo espaço de um dia, mas para sempre. Acolhamo-lo com alegria elevando-lhe a coral invocação da Liturgia: "Bom Pastor, verdadeiro pão, ó Jesus, piedade de nós (...) Tu que tudo sabes e podes, que nos alimentas na terra, conduz os teus irmãos à mesa do céu na alegria dos teus santos". Amém!
Cristo por amor não somente entregou sua vida por nós (1Jo 3,16) senão também nos incorpora no mistério de sua vida e nos transforma numa geração eleita e num sacerdócio real (1Pd 2,9). É preciso, por conseguinte, que Lhe respondamos com o nosso amor. Ora, a Igreja nos ensina que o amor de Cristo está principalmente representado no seu Coração, e nos convida a que reverenciemos esse amor, simbolizado pelo Coração de Jesus, como fonte de salvação e de misericórdia. Por isto o Apostolado da Oração se empenha com ardor para que seus membros se familiarizem com a prática e com a espiritualidade do culto do Coração de Jesus. Correspondendo ao amor de Nosso Senhor, a Ele se consagram pessoalmente, a Ele oferecem reparação pelos pecados próprios e do mundo, exercitem e fomentam as práticas desta devoção aprovadas pela Igreja. Oxalá imitem o exemplo do amor de Cristo aos irmãos, e com caridade, difundida em nossos corações pelo Espírito, lhe retribuam o amor com que pelo Coração humano nos amou.
O valor da Santa Missa para os devotos do Coração de Jesus
Todo amante do Coração de Jesus é convidado a ver a Santa Missa como renovação do sacrificio da Cruz, onde a Missa é o ato central do culto cristão. Perpetua, re-atualizando-o nos nosso altares, o sacrifício redentor de Jesus Cristo, é põe ao nosso alcance as infinitas riquezas do Calvário. Assim vai correndo ininterruptamente o manancial da salvação para nele haurirmos a vida e a santidade. Mas, para isso, temos de entrar nesta corrente de graça, primeiro com a nossa presença ativa e recolhida e, na medida do possível, com a comunhão sacramental. Em segundo lugar com a nossa vida cristã plenamente vivida, unidos pela caridade aos nossos irmãos, salvos, como nós, pelo mesmo sacrifício. Se queremos que em nós circule a seiva vivificante que anima a vida da Igreja, sejamos fiéis pelo menos a Santa Missa Dominical, que, no decurso do ano litúrgico, torna presente o Mistério Pascal, fundamento e penhor da nossa própria ressurreição.
Para que a Santa Missa conserve para nós todo o seu sentido, a maneira mais perfeita de nela tomar parte é aquela que a Santa Mãe Igreja nos apresenta, tendo sempre em memória que a Missa é a renovação do Sacrifício do Calvário, o sacrifício da Nova Aliança, da nossa própria redenção, tornado presente sobre o altar para nele podermos participar e a ele nos associarmos. Ora, nas páginas da Sagrada Escritura que nos falam de como foi contraída ou renovada a Aliança entre Deus e o seu povo, encontramos sempre três elementos: comunicação da Palavra de Deus ao povo reunido para escutar, rezar coletivamente e a oblação dum sacrificio que vem como que selar essa Aliança.
Mesmo vemos no rito sagrado da Missa. Convocado pela Igreja para a celebração do Santo Sacrifício, o povo cristão reúne-se em assembléia para cumprir o ato essencial de sua vida: ouvir, não uma palavra humana, mas a Palavra de Deus, a mensagem divina que, no decurso do ano litúrgico, numa catequese especial que constitui a ate-missa, a Igreja lhe vai recordando; receber em seu espírito esta mesma palavra, numa atmosfera de louvores e orações qual exige para ser bem aceita; finalmente, renovar, pelo Sacrifício Eucarístico a Eterna Aliança em que a Vítima divina é imolada à gloria do Pai, se dá em alimento ao povo redimido.
É fácil descobrimos o plano geral da Santa Missa. A celebração propriamente dita do Sacrifício é precedida duma primeira parte, a como já disse, ante-missa: constituída por leituras, cantos e orações. Recordando-nos a liturgia da sinagoga, na Antiga Lei. Na segunda parte, temos o sacrifício propriamente dito: com o ofertório, a grande prece consegratória que forma o Cânon e a comunhão. É a celebração da Eucaristia, o sacrifício novo da Nova Aliança.
Autor: José Wilson Fabrício da Silva
Autor: José Wilson Fabrício da Silva
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