ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS
“A
Liturgia da Semana Santa seja realizada de modo a poder oferecer ao povo
cristão a riqueza dos ritos e orações; é importante que seja respeitada a
verdade dos sinais, se favoreça a participação dos fiéis e seja assegurada a
presença de ministros, leitores e cantores”.
É
nessa perspectiva que nasce não sei se poderia chamar de “Pequeno Manual da
Semana Santa”, e que se dirige de maneira peculiar às Equipes de Liturgia,
Ministros Extraordinários da Distribuição da Comunhão Eucarística, enfim, a
todas aquelas pessoas que estão empenhadas e colaboram com os sacerdotes nas
comunidades de Paróquia.
O
Tríduo Pascal que iremos realizar resplandece como o ápice de todo o Tempo
Litúrgico, sendo que a Páscoa é para o Ano Litúrgico o que o DOMINGO é para os
dias feriais. Ele se inicia com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, tendo
como centro a Vigília Pascal e se encerrando com as segundas Vésperas da
Solenidade da Pascoa. A Quaresma se encerra imediatamente antes das Vésperas da
Quinta-feira da Ceia do Senhor.
Para
todas as celebrações dentro do TRÍDUO SOLENE é extremamente necessário que haja
um número razoável de ministros que nelas tomem parte e conheçam o andamento da
celebração. Também os fiéis devem ser instruídos sobre elas? não apenas no
desenvolvimento dos ritos, mas também sobre o seu significado. Essas
celebrações devem primar pela calma e preparação; a falta de preparo pode gerar
constrangimentos associados à Santa Liturgia.
O
bispo, como grande liturgo de sua diocese, deve presidir todas as celebrações
do Tríduo. Igualmente, seria interessante que ele, antes de qualquer um, desse
o exemplo de uma liturgia bem celebrada, calma e realizada dentro de todo o
proposto, que eleve os corações dos fiéis para Deus. Os sacerdotes igualmente,
imitam os bispos, procurando seguir fielmente as orientações da Mãe Igreja.
Quinta-feira
santa
Com as
Primeiras Vésperas da Ceia do Senhor se encerra o “período quaresmal” e se
inicia o Tríduo Pascal. Tradicionalmente, na manhã desse dia se celebra a Santa
Missa do Crisma onde o bispo, em conjunto com seu presbitério, consagra e
abençoa os Santos Óleos utilizados nos Sacramentos do Batismo, da Confirmação e
Unção dos enfermos ao longo do ano. Na Missa da Noite, chamada in Cena Domini (na Ceia do Senhor), a
Igreja rememora a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial,
instituídos naquela última ceia em que os discípulos se reuniram junto ao Senhor
na sala superior'".
Já se
conhece essa celebração no século V em Jerusalém, onde há uma memória da ação
do Senhor na Santa Ceia e a lavagem dos pés dos Discípulos. Até recentemente,
com a reforma litúrgica do papa Pio XII em 1955, a ação do chamado “Lava-pés”
era realizada fora da missa, ainda que não de todo isolada dela. Ao longo do
tempo, outros ritos foram adicionados à Santa Missa, especialmente a
Trasladação do Santíssimo Sacramento seguida pelo desnudamento do altar. Este
último gesto deixa a igreja não apenas “vazia”- pois, afinal, o Senhor lhe foi
tirado - mas também cheia de dor, representada pelo altar nu.
Neste
dia, as Leituras Bíblicas da Santa Missa têm dois focos principais: a
Eucaristia, que é ressaltada na leitura de São Paulo que, por sinal, deve ser o
mais antigo relato da Instituição da Eucaristia; e o ato de humildade de nosso
Senhor ao lavar os pés dos discípulos, narrado no Evangelho de São João.
Durante
o Tríduo Pascal, que se inicia por essa missa, não haja missa celebrada sem povo
e, por ser o início do mais importante período do ano litúrgico, não se
multipliquem as celebrações eucarísticas de maneira desordenada. Se o sacerdote
se sentir, por alguma razão, na obrigação de celebrar a Santa Missa sem povo, o
ideal é que ele tome parte, ainda que como concelebrante, em outra celebração. Todos
aqueles sacerdotes que celebraram ou concelebraram a Santa Missa do Crisma pela
manhã podem concelebrar ou celebrar esta missa.
Em
relação à música, deve-se utilizar sobriamente o órgão, apenas para sustentar
o canto. O canto mais sublime nessa celebração é a solene entonação do
“Glória”; no restante se deve manter a sobriedade.
É
interessante que os pastores recordem aos fiéis que se abre um período onde se
pode lucrar muitas indulgências plenárias, seja para si ou para um fiel
defunto. Dentro do Tríduo Pascal, a primeira delas pode ser lucrada pelo fiel
que recitar o Tantum ergo (“Tão Sublime Sacramento”) ou tomar parte na
procissão da reposição (Trasladação do Santíssimo Sacramento).
Na credência se deve preparar o usual para
a Santa
Missa
Solene, levando em conta que deveria haver a Procissão das Oferendas,
pois hoje esta é um dos momentos altos da Liturgia da Santa Missa; se
necessário, pode haver uma ou mais sinetas para serem tocadas ao canto
do “Glória” e uma ou mais matracas para serem soadas no momento da Consagração;
se houver o rito do “Lava-pés”, na credência, ou próximo a ela, ou na
sacristia, deve-se preparar um jarro grande com bacia cheia de água, toalhas,
um gremial (avental de uso litúrgico) para o sacerdote, além de sabonete
e toalha para o sacerdote lavar as mãos após o rito. Para a Trasladação
Solene se deve usar ao menos um turíbulo, podendo-se usar dois.
No
presbitério, o altar-mor e os possíveis outros altares devem estar revestidos
com alfaias, sempre de cor branca, além do ambão e das estantes, se assim for o
costume. O lecionário deve estar marcado e aberto no ambão e o Missal deve
estar marcado (o prefácio a ser tomado é o “Santíssima Eucaristia”). No caso da
utilização da Oração Eucarística I, há mudanças rituais.
Para
esta santa Missa, é necessário que se crie um “Lugar da reposição”. Este
é um local preparado, em forma de altar, para ser utilizado como lugar da
reposição para o Santíssimo Sacramento, que não permanece no sacrário habitual
da igreja após sua trasladação solene ao final da Santa Missa. Ele deve estar
ornado belamente, com no mínimo quatro ou seis velas acesas. Como altar, uma
mesa com uma toalha branca, um corporal aberto sobre ela, luzes, flores e outras
decorações. Para depositar o Santíssimo Sacramento se deve usar um sacrário.
Não se pode construí-lo na própria capela onde se reserva habitualmente o
Santíssimo Sacramento, e por isso, ao preparar a celebração, deve-se encontrar
um local digno para ele dentro do espaço do templo.
Se
houver Reserva Eucarística que não esteja no “Lugar da Reposição” (nem no
sacrário, pois isso é proibido), deve-se criar um “outro lugar da reposição”
onde será armazenada a Santíssima Eucaristia que não será adorada. Este “outro
lugar da reposição”, que também não pode estar na capela do Santíssimo ou à
vista dos fiéis, deve ser ornado com uma toalha branca e uma lâmpada acesa
(apagada antes do início da Santa Missa) para indicar a presença do Senhor.
Na
sacristia se preparam paramentos brancos para o sacerdote celebrante,
concelebrantes e diácono; o Evangeliário marcado, se utilizado; e também
o véu umeral, sem a capa pluvial.
No
lugar de onde sai a procissão das oferendas se prepara uma mesa com o pão (a
hóstia grande na patena, juntamente com outras âmbulas com partículas para
serem consagradas), o vinho e a água (em suas respectivas galhetas).
Se se
realiza o rito do “Lava-pés”, deve haver em algum lugar assentos,
cadeiras ou bancos separados para aqueles que terão os pés lavados, preferencialmente
entre a nave da Igreja e o presbitério (não no
presbitério). Os fiéis que foram escolhidos para terem os pés lavados devem
estar cientes disso e de quando deverão aproximar-se para tomar seus
assentos. Deve-se escolher preferencialmente homens. O ideal é que eles estejam
vestidos modestamente. Não parece adequado que se fantasiem os que terão os pés
lavados, pois isso, ainda que didático, diminui sua carga simbólica (o mandamento
novo não é uma fantasia). O texto latino do Missal Romano, traduzido para o
português brasileiro, como outros documentos, indica sempre o termo viri para
designar aqueles que terão os pés lavados. Sua tradução direta é
"homens" (varões), no sentido de pessoas do sexo masculino e não no
sentido de humano. Assim, o rito do lava-pés é realizado exclusivamente com
homens ou meninos, doze ou menos deles, relembrando o que fez Nosso Senhor na
Última Ceia com Seus Apóstolos.
Pode-se
acolher, antes do início desta Santa Missa, os óleos abençoados e consagrados
na Missa da manhã. Por exemplo, com o sacerdote e os ministros que receberam os
Santos Óleos fazendo uma entrada antes do início da missa, (antes da Procissão
de Entrada). Neste caso, os óleos são recebidos no Presbitério e guardados em
seus devidos lugares na sacristia.
A
Santa Missa se inicia como de costume com a “Procissão de Entrada” e “Saudação
Inicial” seguida pelo “Ato Penitencial”. Enquanto este último é rezado, talvez
durante o canto do "Kyrie", os auxiliares se aproximam da credência e
tomam a sineta, pois no canto ou recitação do "Glória" se tocam todos
os sinos' da Igreja'". Pode-se tocar os sinos da igreja e as sinetas ou,
se a igreja não possuir um sino, apenas as sinetas. Por ser um canto geralmente
longo, é melhor que os ministros se revezem tocando-a. Se houver duas, ainda
melhor, pois neste caso os dois ministros as tocam alternadamente, sem que se
cansem. Após o cântico do "Glória" os sinos emudecem até a Vigília
Pascal.
Terminado
o canto do “Glória”, a Santa Missa prossegue como de costume com a “Oração do
Dia”, as “Leituras” intercaladas com o “Salmo responsorial”, a “Aclamação ao
Evangelho”, a “Proclamação do Evangelho” e a “homilia”, que deve abordar os
temas da Eucaristia, do sacerdócio e do amor ao irmão.
Terminada
a homilia, pode-se proceder ao rito do lava-pés, que, embora não seja
obrigatório e sim opcional, é tradicionalmente realizado sempre e muito
apreciado pelos fiéis.
Os
escolhidos para terem os pés lavados, se não estão próximos ao Presbitério, são
a ele conduzidos, preferencial mente pelo Mestre de Cerimônias. Se os assentos
não estiverem já no Presbitério, são trazidos neste momento. Ao se sentarem,
eles descalçam o pé direito. No Presbitério, se conveniente, o sacerdote
retira a casula, dobra-a com a ajuda de um auxiliar e a deixa na Cadeira.
Outros auxiliares trazem, se necessário, o gremial (um avental) que o sacerdote
ata sobre a alva. Da sacristia, ou da credência, os auxiliares trazem o
necessário para a realização do rito. Normalmente, um deles porta a jarra,
outro a bacia e um terceiro a toalha, ou várias delas, segundo a necessidade.
Por vezes, parece ser interessante manter outros dois auxiliares, um deles com
um balde cheio, onde se enche a jarra utilizada pelo sacerdote, e outro
carregando outro balde, vazio, onde se deposita a água que se for acumulando na
bacia. Para evitar um acúmulo desnecessário de pessoas junto ao sacerdote, os
auxiliares com os baldes devem permanecer afastados, cabendo ao Cerimoniário,
ou outro responsável pelo andamento da Celebração, indicar-lhes a necessidade
de fornecer mais água ou de recolhê-la.
O
sacerdote, junto com o diácono e aqueles que trazem os materiais para a lavagem
dos pés, deixa o Presbitério com uma reverência. Encaminha-se para o primeiro
homem que terá o pé lavado, faz uma inclinação (reverência) e se ajoelha à sua
frente. O auxiliar que carrega a bacia se posiciona à esquerda do sacerdote e a
coloca embaixo do pé do fiel. Se há um diácono, ele se coloca do lado direito
do sacerdote e entrega a ele a jarra com água; se não há, um segundo auxiliar o
faz. O sacerdote deita um pouco de água no pé do fiel, recebe a toalha do
terceiro ministro, enxuga o pé e devolve a toalha ao auxiliar. Em alguns
lugares, é comum que o sacerdote beije o pé que acaba de ser lavado e enxugado.
O sacerdote, o diácono e os auxiliares se levantam e passam ao próximo homem.
Terminado
o rito do lava-pés, o sacerdote, o diácono e os ministros retomam ao meio do
Presbitério, fazem inclinação ao Altar e se dirigem para ele. O sacerdote
retira o gremial e o entrega a um dos auxiliares, enquanto outros trazem uma bacia,
a jarra com água, sabonete e uma toalha enxuta para que o sacerdote lave as
mãos'". Terminado isso, eles se retiram para a sacristia levando o que foi
utilizado para a lavagem dos pés. O sacerdote se reveste, novamente, com a
casula que ficara dobrada na cadeira. A celebração da Santa Missa prossegue com
a "Oração dos Fiéis", sem a recitação do "Credo". Se não
houver o rito do Lava-pés, terminada a homilia se passa diretamente à
"Oração dos Fiéis".
A
Missa prossegue como de costume. O Missal pede que haja uma Procissão das
Oferendas e que durante ela se cante “Ubi
caritas, ibi veritas”, havendo uma versão em português no próprio missal.
Junto ao usual levado para o Presbitério, também podem ser levados os dons
destinados aos pobres e, talvez, a entrega dos frutos concretos (as doações
apresentadas nos envelopes) da Campanha da Fraternidade.
Solene
Transladação e Adoração do Santíssimo Sacramento
Apenas
se realiza a Solene Transladação do Santíssimo Sacramento nos lugares onde,
houver a missa da Ceia do Senhor e no dia seguinte, se celebra a Solene Ação
Litúrgica da Paixão. A Igreja pede que todos os que comungarem hoje, o façam
com hóstias consagradas na mesma missa. Porém, se houver necessidade, as
âmbulas com o Santíssimo Sacramento são levadas ao altar do “Outro lugar da
reposição” ao término do “Pai Nosso”. Terminada a distribuição da Comunhão aos
fiéis, os cibórios são deixados sobre o Altar. O tabernáculo está fechado desde
o início da Santa Missa e sua luz apagada”. O sacerdote (ou o diácono) faz a
purificação do cálice e, terminada esta, senta-se. Se houver a necessidade, por
exemplo quando existem vários cibórios com a Reserva Eucarística, podem-se
levar alguns deles para o “outro lugar da reposição”. Depois de breve momento
de silêncio o sacerdote, voltado para o povo, diz “Oremos”, aguarda que a
Assembleia se levante e reza ou canta a Oração depois da Comunhão.
Enquanto
isso, na sacristia, se prepara a procissão da Trasladação do Santíssimo
Sacramento. Os auxiliares acendem os carvões para o turíbulo, ou colocam mais,
se este já foi utilizado e ainda está aceso, preparam a cruz processional e as
velas. Há a possibilidade do uso de tochas nesta procissão. Se elas forem
utilizadas, já devem estar acesas pelo meio do momento da Comunhão dos fiéis.
Se
forem utilizadas tochas, enquanto se reza a “Oração depois da Comunhão” os
ministros que as carregam podem formar duas filas, próximos ao presbitério,
voltados para o Altar. O número de tochas não é fixo, podendo variar entre
duas, quatro ou seis de cada lado do sacerdote. Se não há tochas, alguns fiéis
ou auxiliares podem ajudar com velas acesas.
Não se pode nunca realizar a reposição com
o ostensório (é abuso litúrgico o uso do ostensório na
Transladação e manter o Santíssimo Sacramento exposto dessa maneira). Aqui pode-se preparar véu para todas as âmbulas. Para
tais ritos se use o cibório, pois, ainda que a adoração ao Santíssimo possa ser
feita no “Lugar da Reposição”, o momento não é de uma “Exposição do Santíssimo
Sacramento”, mas de remoção: como o Cristo vai ao jardim no meio da noite com
seus discípulos, também os fiéis são convidados a acompanharem o Senhor que não
está em seu lugar de costume, mas em um novo, e segui-lo em oração.
Terminada
a “Oração depois da Comunhão”, forma-se a procissão da Trasladação da seguinte
maneira: o cruciferário, ladeado por dois ceroferários, vai para a frente do
Presbitério e todos se voltam para o Altar. Se houver o uso de tochas, os que
as portam vão para a frente das duas filas". A Procissão da Trasladação é
conduzida pelo cruciferário e não pelo turiferário, pois este está mais próximo
do cibório.
Parece
apropriado que um genuflexório seja levado para o “Lugar da Reposição”, de onde
o sacerdote incensa o cibório. Da mesma forma, antes do início da procissão se
pode posicionar um genuflexório em frente ou atrás do Altar, de onde o
sacerdote incensa o cibório antes de tomá-lo. Especificamente hoje o
sacerdote não troca a casuIa pela capa, como
faz habitualmente nas procissões, tomando apenas sobre a casula o véu umeral. O
sacerdote nada pronuncia nos momentos de adoração; logo, as fórmulas que são
comuns ao “Rito da Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento” não se aplicam
a este caso. Terminada a oração silenciosa do sacerdote e o canto, ele se
levanta" e, sem dar a bênção final, dirige-se à sacristia em procissão com
aqueles que trouxeram o Santíssimo. Desta vez, porém, como usual, o turiferário
vai à frente, e depois o cruciferário ladeado pelos ceroferários. Aqueles que
trouxeram tochas devem permanecer um tempo em oração.
Os
fiéis sejam convidados a permanecer em adoração. Uma sugestão?" é que,
após a meia-noite, neste espírito de não-solenidade, sejam retiradas todas as
flores e velas do “Lugar da Reposição”, deixando apenas uma vela ou lâmpada
ardendo. Não se deve usar incenso. Os que deixam a Igreja devem fazê-lo silenciosamente.
Na
saída do Santíssimo do Altar, os auxiliares (ministros
extraordinários, devidamente orientados e ensaiados antes) se dirigem ao
Presbitério e desnudam o Altar-Mor silenciosamente. Se a igreja possui mais de
um altar, também esses outros devem ser desnudados silenciosamente. Retiram-se
não apenas as toalhas dos altares, mas também os candelabros e as cruzes
removíveis. As cruzes que não puderem ser retiradas sejam cobertas com véus de
cor vermelha ou roxa. Se existem imagens ou cruzes com luzes votivas (como as
das paredes das igrejas consagradas), elas não devem ser acesas. Neste dia' é
importantíssimo que, das hóstias que foram consagradas, sejam levadas algumas
para dar a Comunhão aos doentes, pelos acólitos (instituídos pela Igreja),
diáconos e Ministros Extraordinários da Eucaristia. Repetimos, após a
meia-noite, como já colocado, não há mais solenidade.
Sexta-feira
santa
Segundo
antiquíssima tradição, este dia é de jejum e abstinência, devendo os pastores
recordar aos fiéis estes preceitos! É comum a existência de outros exercícios
piedosos na Sexta-Feira da Paixão do Senhor, conforme recorda a Igreja: “Por
causa da importância pastoral, não sejam descuidados os piedosos exercícios,
como a Via Sacra, as procissões da paixão e a memória das dores da
bem-aventurada Virgem Maria. Os textos e os cantos desses piedosos exercícios e
aqueles da celebração litúrgica sejam compostos de maneira tal que o ato
litúrgico se torne bem superior por sua natureza a todos esses exercícios”. Ou
seja, ao longo do dia a igreja pode permanecer aberta para que as pessoas não
apenas a visitem, mas tenham um momento de oração pessoal ou comunitária.
No
presbitério, o altar deve estar totalmente desnudo sem toalha, capa
contra pó ou qualquer outro adereço.
Na credência,
também desnuda, deve haver uma toalha para o altar, o Missal com sua
estante ou almofada, o jarro e a bacia para a purificação das mãos, um
corporal, um sanguíneo e uma galheta com água para a purificação. Igualmente se
deve preparar o livro dos Evangelhos ou Lecionário marcado e deixado já
no ambão. A estante ou estantes (pois pode haver o canto da Paixão dividido
entre três leitores, como no Domingo de Ramos) de onde se lê a Paixão do Senhor
também está sem nenhuma toalha, e, se existem tapetes no Presbitério, eles são
retirados. Posiciona-se um genuflexório sem adornos à entrada do Presbitério,
no caso de o sacerdote se ajoelhar no início da celebração, ou um tapete
simples se ele se prostrar.
Na
sacristia se prepare os paramentos vermelhos para o sacerdote e o
diácono como para a missa, além do véu umeral e dois castiçais. Na ação central
da celebração, a cruz deve ser levada em procissão até o sacerdote, ou por ele,
até o Presbitério. Independentemente do número de fiéis, deve haver apenas uma
cruz, suficientemente ampla para ser adorada e vista pelos fiéis; esta deve ter
certo valor artístico e, obrigatoriamente, possuir a imagem de Nosso Senhor
crucificado. Ela deve estar preparada no lugar de onde sairá a procissão, com
ou sem véu.
O
sacerdote, ou o diácono, se dirige, de mãos postas, para o fundo da Igreja,
junto com dois ministros portando velas apagadas. Chegando ao fundo da Igreja,
toma a cruz com o véu. Enquanto o sacerdote toma a cruz, os ministros acendem
suas velas e se colocam ao lado do sacerdote ou do diácono. No fundo da Igreja,
voltado para o Altar, o sacerdote canta ou diz: “Eis o lenho da cruz” e o povo responde:
“Vinde, adoremos!”. Terminado o canto, o sacerdote permanece em pé, enquanto
todos se ajoelham e rezam em silêncio por alguns instantes. Segue a procissão
junto com o sacerdote, até o meio da nave da Igreja onde ele para e canta
novamente: Eis o lenho da cruz, e o povo responde: Vinde, adoremos!
Terminado
o canto, o sacerdote permanece em pé, enquanto todos se ajoelham e rezam em
silêncio por alguns instantes. Por fim, na entrada do Presbitério, o sacerdote
para pela última vez e canta: “Eis o lenho da cruz e o povo responde: “Vinde,
adoremos!”. Terminado o canto, o sacerdote permanece em pé, enquanto todos se
ajoelham e rezam em silêncio por alguns instantes. Depois, a cruz é deixada à
entrada do presbitério, Iadeada por duas velas como acima.
Os
fiéis se dirigem em fila até onde está a cruz, fazem-lhe uma reverência,
geralmente uma genuflexão simples, e a beijam. Seria interessante manter um
ministro junto à cruz com um sanguíneo para limpá-Ia após cada vez que
necessitar.
Rito da Comunhão
Terminado
o Rito de Adoração da Cruz, ou este estando para terminar, os ministros
tomam a toalha que está na credência e a estendem sobre o Altar. Um dos
ministros estende um corporal no centro do Altar, e à esquerda deste se coloca
Missal sobre sua estante ou almofada. Não se coloca apenas corporal sobre o
Altar, devendo-se colocar a toalha branca e, em cima dela, o corporal.
Ajeita-se o microfone, se este é utilizado. Se o rito é realizado após o
término da adoração da cruz, os fiéis podem permanecer sentados. A cruz é
colocada no altar com duas velas próximas a ela, em cima do altar ou não.
Desta vez, e contrariando a norma geral, a imagem de Cristo (o corpus) deve
estar voltada para os fiéis e não para o altar.
Em
seguida, um acólito apresenta o véu umeral ao sacerdote ou diácono, que o
recebe e, junto a dois coroinhas com velas acesas, dirige-se ao lugar de
Reposição pelo caminho mais curto. O povo se levanta. O sacerdote genuflete,
toma o cibório, cobre-o com o véu umeral e se dirige ao Altar pelo mesmo
caminho. Enquanto isso, se houver necessidade, outros ministros podem ir para o
outro lugar de reposição tomar outros cibórios, devendo, porém aguardar o
sacerdote antes de colocá-los no corporal.
O
sacerdote chega ao Altar, e os coroinhas deixam as velas sobre ele ou próximo a
ele, somando-se assim um total de quatro velas, duas da Cruz e mais duas agora.
O sacerdote deixa o cibório sobre o corporal no Altar, faz genuflexão e retira
o véu. Um auxiliar toma o véu e o leva de volta à credência. Então o sacerdote
recebe os outros cibórios, colocando-os sobre o corporal.
Terminada
a “Comunhão dos fiéis”, as âmbulas com o Santíssimo Sacramento são levadas
por um ministro para o outro lugar de reposição, que permanece longe das
vistas dos fiéis. Apenas em casos de extrema necessidade se voltam as hóstias
para o tabernáculo ou para o Lugar de Reposição onde esteve de Quinta para
Sexta-Feira. Se o diácono ou sacerdote levar a píxide de volta, porta o véu,
que recebe de um ministro e a ele retoma. O sacerdote purifica os vasos como de
costume, recebendo a água de um ministro e a consumindo. Em seguida, se
necessário, purifica os dedos e retoma à cadeira. Terminada a purificação, o
Altar volta a ser desnudado, deixando-se em seu centro a Cruz com os quatro
castiçais. Depois da celebração se pode levá-Ia a outro lugar para ser
venerada.
Sábado
santo
Este é
um dia de silêncio, quietude e meditação, pois a Igreja está junto ao sepulcro
do Senhor. Antigamente a Igreja pedia que o jejum deste sábado fosse mantido,
ainda que não fosse obrigatório. A Igreja recomenda que neste dia, como na
Sexta-Feira, sejam celebradas as Laudes e o Oficio das Leituras em conjunto
pela manhã, o chamado ofício das Trevas. Os paramentos para a celebração são de
cor roxa. Também pode haver algum outro pio exercício ao longo do dia.
Os que
estão envolvidos com a Liturgia da Vigília Pascal devem ter em mente que a preparação
mais remota para ela é a própria limpeza e decoração de todo o templo.
Depois, deve-se ter certeza de que tudo o que será utilizado está devidamente
preparado para a celebração. Aqueles que são obrigados a rezar ou rezam por
devoção a Liturgia das Horas devem rezar a Véspera correspondente do dia, porém
as Completas e o Ofício das Leituras são recitados apenas por aqueles que não
tomaram parte na própria Vigília.
Por
definição, a Solene Vigília Pascal não faz parte do Sábado, nem é a última ação
deste dia; ao contrário, é a primeira ação do Domingo da Ressurreição. É de
extrema importância que os fiéis possam entender essa sutil diferença e
perceber que esta é a missa pascal por excelência. Nesta noite, a Igreja toda
se une para, solenemente, rememorar a Páscoa do Senhor, a passagem da morte
para a vida verdadeira, a redenção da humanidade. Um autor diz: “Poucas
celebrações litúrgicas são tão ricas de conteúdo e de simbolismo como a Vigília
Pascal. O coração do ano litúrgico, do qual se irradiam todas as outras
celebrações, é esta Vigília, que culmina com a oferta do sacrifício pascal de
Cristo. Nesta noite santa, a Igreja celebra, de modo sacramental mais pleno, a
obra da redenção e da perfeita glorificação de Deus, como memória, presença e
expectativa”.
Nesta
Celebração há a bênção do fogo novo e o acendimento de círios, rito que já era
conhecido em grande parte do Oriente no século V e foi levado a Roma entre os
séculos IX e X. Em seguida, tem-se a Proclamação da Páscoa com o belíssimo
canto do Exsultet e a leitura das
Profecias, sendo que estas sete leituras, junto com a epístola e o Evangelho,
relembram o antigo uso da Igreja de ler vários textos bíblicos de uma só vez. O
canto do “Glória"” que tinha silenciado durante a Quaresma, irrompe
solenemente assim que a última leitura o Antigo Testamento é proclamada, como
também o grande Aleluia entoado pelo sacerdote. Igualmente, os fiéis renovam as
suas promessas batismais e os catecúmenos são recebidos como neófitos pelo
Sacramento do Batismo, o que alguns autores colocam como sendo o centro de toda
a celebração. Por exemplo: Aí [no rito do Batismo dos catecúmenos] a Igreja não
é vista como uma legisladora ou guardiã da tradição ortodoxa, mas como a mãe de
uma humanidade renasci da, em que cada membro é a herança das promessas
divinas, o recebedor dos dons do Espírito. O ponto culminante da celebração é o
oferecimento da Santa Missa.
Essa
deve ser a Vigília mãe e todas as outras. Ela deve se iniciar à noite (depois
do anoitecer). Diz o Missal: “Mesmo celebrada antes da meia-noite, a Missa da
vigília é a verdadeira Missa do domingo de Páscoa”. A Vigília deve, igualmente,
encerrar-se antes da aurora do domingo. Essa missa não deve, nunca, ser tão
antecipada, chegando ao meio da tarde,' a ponto de ser confundida com a missa
vespertina do domingo.
O
próprio templo está revestido de um enorme simbolismo nesta noite. Não há mais
nada em seu interior, quase tudo foi retirado: o canto do Aleluia e o do Glória
tinham silenciado, as santas imagens estavam cobertas, o órgão não podia soar,
os sinos tampouco, a Eucaristia não está à vista dos fiéis e, por fim, a
própria luz deixou de existir, pois a liturgia deste dia se inicia na
escuridão. Diz um autor que as trevas do tempo antigo dão lugar à luz do Cristo
que nos traz um tempo novo.
DETALHES
DA LITURGIA NAS CELEBRAÇÕES DA SEMANA SANTA
Fonte: cf. Cerimonial dos Bispos e Diretório da CNBB
DOMINGO DE RAMOS
Preparação
❖ Ramos
para o povo e para o Sacerdote;
❖ Cruz
com Ramo;
❖
Caldeira para benção dos ramos;
v Altar
móvel;
v Evangeliário;
Início fora da
Igreja
❖
Inicia como de costume † Em nome do Pai...;
❖
Benção dos Ramos;
❖
Aspersão;
❖ Usa o
incenso (somente pelo ministro ordenado);
❖ Diácono
pede a benção;
❖ Proclamação
do Evangélio;
❖ O
Padre recebe seu ramo;
❖ Padre
faz breve monição explicando o motivo de estarem fora da igreja;
❖ Procissão;
Ordem Procissão
❖
Turíbulo;
❖ Cruz
com ramos;
❖
Tochas ao lado Cruz;
❖ Acólitos/Coroinhas;
❖ Ministros
(extraordinários);
❖ Clero;
❖
Diácono com o Evangeliário;
❖
Outros Diáconos;
❖
Concelebrantes;
❖ Padre/Bispo;
❖ Fiéis;
Chegada da Procissão
❖ Bispo
entrega ramo ao diácono
❖ Depõe Mitra;
❖
Venera e incensa o altar;
❖
Oração da Coleta;
Liturgia da Palavra
❖
História da Paixão (sem Incenso e Velas);
❖
Diáconos pedem benção quando intercalarão na proclamação do evangelho;
❖ Depõe Mitra e
recebe Báculo;
❖
Homilia;
❖ Segue
a missa como de costume;
MISSA DA CEIA DO SENHOR
Preparação Prévia
❖
âmbulas com partículas para consagrar para o dia seguinte;
❖ Véu
de ombros – para ser colocado sobre a casula na transladação;
❖
Castiçais e velas para todos os ministros=coroinhas utilizarem na transladação;
Para o lava-pés
❖
Assento para os homens designados;
❖ Jarro
com água e bacia;
v Toalhas para os pés;
v Gremial de linho para o
Padre;
v Água e sabonete para lavar
as mãos;
Na Capela do SS Provisória
v
Sacrário;
v
Luzes, Flores, Velas;
Rito
v
Início como de costume;
v
Durante o Glória tocam-se os sinos;
Lava-pés (pós homilia)
v Homens nos seus lugares;
v Padre depõe a casula;
v Cinge o gremial de linho;
v Procede o lava-pés
auxiliado pelos diáconos/acólitos;
v Pós-rito, lava as mãos e
veste a casula e retorna a cátedra sem pressa;
v (Não se recita o credo);
v Segue a Oração Universal;
Ofertório
v
Ofertório pelo povo;
v
Rito normal da missa;
Pós-comunhão
v Deixar a
âmbula sobre o altar com as partículas para o dia seguinte;
v Oração
depois da comunhão;
v Mostrar
os santos óleos que a paróquia recebeu da Diocese;
v Padre de
pé impõe incenso no turíbulo, benze-o;
v De
joelhos, atrás do altar, incensa o SS;
v Recebe
véu de ombros por cima da casula;
v Genuflete
e ajudado pelo diácono recebe a âmbula;
v Os
ministros=coroinhas acendem as velas e formam a pequena procissão de translado.
Procissão do SS
v
Cruz;
v
Castiçais com velas acesas;
v
Ministros=(Acólitos/Coroinhas);
v
Clero;
v
Diáconos;
v
Concelebrantes;
v
Turíbulos fumegante;
v
Padre com SS;
v
Velas junto ao SS;
v
Diáconos assistentes;
v
Ministros prossegue com o rito de desnudar o altar;
Chegada
v Entrega a âmbula ao diácono;
v Diácono coloca no sacrário
mantendo a porta aberta até ser incensado o SS;
v Canto: Tão sublime;
v De joelhos incensa o SS;
v O diácono ou o próprio
padre Fecha a porta do sacrário;
v Após momentos de silêncio
todos genufletem e regressão a sacristia;
CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
Preparação Prévia
v O Altar deve
estar completamente desnudado, sem cruz, sem castiçais e sem toalhas;
v Para o padre a
casula vermelha;
v Tapete e almofada branca (Caso há a prostração);
v A Cruz Coberta
com um manto vermelho em um altar próximo à porta central da igreja;
v Dois Castiçais
para a Cruz;
v Preparar a cátedra fora do presbitério, em um lugar de
destaque;
Na
credência
v Lecionário(s);
v Toalha para o
Altar;
v Corporais;
v Véu de ombros;
v Dois Castiçais
para o SS;
Rito
v Todos dirigem-se
em silêncio para a frente do presbitério - segundo o
rito antigo, esta procissão deveria ser em fila única, por não ter a cruz como
guia;
v O Padre
faz devida reverência ao altar e prostra-se de rosto por terra ou ajoelha no
genuflexório por uns instantes e pensa na entrega do Senhor na cruz. Depois vai
para a cátedra, e os ministros a seus devidos lugares;
v Na
cátedra reza: Ó Deus, pela paixão...;
v Senta-se
ladeado pelos diáconos, se possível,
fora do presbitério;
Liturgia da
Palavra
v 1ª
Leitura, Salmo, 2ª Leitura;
v (Na
narração da paixão não se usa incenso ou velas);
v Todos de
pé exceto o Bispo* quando tem o uso do incenso, o
padre sempre recebe o turíbulo de pé, e coloca o incenso de pé;
v Diáconos
pedem a benção e sobrem ao presbitério para proclamarem o Evangelho;
v Bispo depõe mitra e levanta-se;
v No
anúncio da morte do Senhor todos se ajoelham;
v No final
Palavra da Salvação (não se beija o livro);
v Homilia;
Oração
Universal
v Invitatórias
podem ser proferidas pelos diáconos do ambão;
v O padre
se dirige à frente do altar, voltado para o povo;
v O padre recita
de mãos estendidas a oração universal;
v Fiéis de
Joelhos ou de Pé;
Adoração da Santa Cruz
v Diácono/padre se dirige à porta central da igreja com
os dois acólitos para trazer a Cruz, acendem as velas;
v Eleva a cruz e a desnuda aos poucos, por 3x entoando Eis o Lenho da Cruz da qual...;
v
Ao chegar de
frente ao presbitério, todos se ajoelham com ajoelhamento do Padre. No rito antigo,
os clérigos faziam 3 genuflexões, antes de chegar aos pés da cruz, tendo como
significado a saudação a Divindade trinitária;
v O Padre adora o Cristo da Cruz em seguida os diáconos,
depois o clero e os fiéis;
v Finalizado a adoração levar a Cruz ao altar
(presbitério) ladeada por castiçais;
Comunhão
v O Padre agora senta-se à
cátedra;
v Os
Diáconos/ministros extraordinário, sem pressa, estende a toalha sobre o altar,
o corporal e o missal;
v Diácono
com véu de ombros, auxiliado pelos ministros, leva o SS pelo caminho mais curto
ao altar acompanhado de 2 acólitos com castiçais;
v Todos ficam de pé em silêncio;
v Quando
o Diácono colocar o SS sobre o altar o Padre de aproxima genuflete e sobe ao
altar;
v Recita
a oração dominical e distribui a comunhão na forma indicada no missal;
v Terminada
a comunhão, o diácono com véu de ombros leva a âmbula para o lugar preparado
fora do presbitério ou capela do SS.;
v O
altar novamente é desnudado pelos ministros;
v Em
seguida o Padre, observado o silêncio sagrado, recita a oração depois da
comunhão;
Rito de Conclusão
v Padre
com de mãos estendidas sobre o povo, na frente do altar reza: Que a vossa
benção... (Não tem benção final);
v O
Padre genuflete à cruz e todos se retiram em silêncio;
v Os fiéis
se preparam para saírem com a procissão da Imagem do Senhor morto;
Celebração da Vigília Pascal
Preparação Prévia
Para a
benção do fogo
v
Fogueira fora da igreja;
v
O Círio Pascal, já perfurado previamente;
v
Bandeja com 5 grãos de incenso;
v
Estilete;
v
Lâmpada para alumiar os textos que o Padre
deve recitar;
v
Turíbulo e pegador de brasas para o Precônio
Pascal;
v
Candelabro para o Círio ao lado do ambão ou em
outro lugar de destaque sobre o presbitério;
Para a
Liturgia Batismal
v
Recipiente com água, uma talha grande que após
o batismo FIQUE ÁGUA BENTA NA IGREJA PARA A ASPERSÃO DURANTE TODO O TEMPO
PASCAL;
v
Óleo dos Catecúmenos, caso haja batizado;
v
As luzes da igreja, deve-se conservar
apagadas, desde o início da noite. Para isto, é necessário avisar
durante a semana que as luzes para este dia estarão apagadas, até um determinado
momento dentro da liturgia;
v Avisar ao povo que tragam suas velas para a renovação
do batismo de casa;
Rito
v
Primeiramente o Povo deve-se se reunir ao redor da fogueira para benção do
fogo;
v
O padre se paramenta e em cortejo, todos saem para o início da vigília ao
redor do fogo;
v
Não se leva Cruz nem Velas, mas o
Círio que sai da sacristia com dignidade, em procissão com todos os ministros
do altar;
v
O Padre inicia: Em Nome do Pai e do Filho... Ele ou um Diácono
saúda o povo: A Paz Esteja convosco;
v
Benze o fogo;
v
O acólito segura o Círio, e o Padre
o acende;
v
Turiferário põe carvão em brasa de fogo novo;
v
Após o Padre grava com um estilete uma cruz no Círio e segue...;
Procissão do Círio
v
O Diácono recebe do acólito o Círio Pascal;
v
Turíbulo;
v
Diácono com o Círio;
v
O Padre;
v
Concelebrantes;
v
O povo com velas apagadas, entra da igreja, o círio permanece do lado de
fora até que todos entrem;
v
Na porta o Diácono canta: Eis a
Luz de Cristo R/ Demos Graças a Deus;
v
O Padre acende a sua vela no Círio, no meio da igreja canta novamente e
todos acendem as velas,
v
Por último no presbitério.
Precônio Pascal
v
Caso o Diácono proclama o Precônio, o Padre senta-se, se não, o Padre
Proclama a Páscoa.
v
Depõe incenso no turíbulo, benze-o
v
Diácono pede a benção
v
O Padre Levanta-se para ouvir o Precônio segurando a vela acesa.
v
Diácono/Padre Incensa o livro e o Círio e canta o Precônio. O Precônio é próprio do Presidente ou
conferido ao Diácono, pois é ele que prepara o povo para a alegria do
Ressuscitado.
Liturgia da Palavra
v
Todos apagam as velas e sentam;
v
O Padre utiliza a monição do missal: Meus irmãos....
v
Leituras AT e Salmos e Orações pelo Padre;
v
Na última leitura do AT com sua respectiva oração acendem-se as velas do
altar e é entoado solenemente o Glória acompanhado dos sinos da Igreja;
v
Oração da Coleta;
v
Segue a Epístola;
v
Aleluia 3x tom gradual crescente
v
Evangelho como de costume, porém o ambão não recebe os acólitos
com as velas, apenas o incenso, caso o Círio esteja ao seu lado.
v
Homilia
Liturgia Batismal
v
Ladainha de Pé;
v
Padre faz monição;
v
As mãos estendidas benze a água;
v
Mergulha o Círio por 3x;
v
Volta-se a acender as velas para a Renov.;
v
Renovação das Promessas Batismais todos com velas acesas;
v
Aspersão do Povo pelo Bispo de Mitra
v
Oração Universal
Liturgia Eucarística
v
Rito Normal
Rito de Despedida
v
Benção Solene
v
Diácono: Ide em paz e que o Senhor os acompanhe. Incluir Aleluia Aleluia.
PISTAS PARA REFLEXÃO
Domingo de Ramos
Queridos irmãos!
Hoje nos reunimos para celebrar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
E para que ele entrou em Jerusalém? Para fazer cumprir toda a profecia do
Antigo Testamento sobre ele. Entra em Jerusalém para pagar com a própria vida,
a nossa libertação da condenação da morte eterna! O pecado fere profundamente o
Coração de Deus. O homem não foi feito para o pecado, mas por sua livre
vontade, escolheu desobedecer ao seu Criador, a consequência dessa
desobediência foi a condenação à morte. O homem longe de Deus chega a sua
verdadeira realidade, dar-se conta que é pó e para o pó há de voltar. Ao
iniciarmos a quaresma rezamos com a mente e o corpo pelo jejum, meditando na quarta-feira
de cinzas sobre essa realidade.
Recordemos que Deus nos fez à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26). Uma das
características dessa nossa semelhança com Javé é a imortalidade da alma
conferida ao homem para sempre. Deus não morre, Ele é Eterno! Se somos imagem
dEle, também nós não morremos, somos eternos. Isto é uma graça conferida a nós,
mas também uma grande responsabilidade. Cabe a nós um constante exercício de
examinar a nossa consciência; mudando algumas atitudes de morte (de pecado) que
trazemos dentro de nós, que colaborara para a condenação eterna.
Dentro de nós há uma guerra constante, onde podemos dizer que é a luta do
bem e do mal, ganha essa batalha, àquele de alimentarmos mais. Por isso que a
quaresma é importante em nossa vida. É um tempo que a Igreja nos apresenta para
fazer uma faxina dentro de nós, para melhorarmos em alguma coisa. Já dizia
Santo Agostinho: “Triste do homem que não repensa a sua vida e não muda”.
Então, é por isto que estamos aqui neste momento. Para procurarmos pautar a
nossa consciência na Palavra de Deus, e assim vermos em que precisamos fazer
diferente para nos configurarmos com ela.
A quaresma que fizemos, nos lembrou o retiro que Moisés realizou com o
povo de Deus, caminhando por 40 anos à terra prometida; nos lembrou o jejum de
40 dias que fez o profeta Elias; e os 40 dias de tentação e deserto que Jesus
passou antes de sua Paixão.
Estamos hoje no domingo de ramos, abrindo a semana santa. É santa porque é
a semana mais importante do ano. Ela coloca freio em nossas atividades diárias
(trabalhos) para refletirmos, revivermos, fazermos memória ao ato de libertação
nossa, feita por Jesus Cristo, no seu sofrimento e morte de Cruz.
O domingo de ramos nos faz reviver a entrada de Jesus em Jerusalém, perto
da celebração da Páscoa. Jesus entra na cidade rodeado por uma multidão em
júbilo. Podemos dizer que as expectativas de Israel sobre o Messias chegaram ao
ápice neste dia. Eram expectativas alimentadas pelas palavras dos antigos
profetas e confirmadas por Jesus de Nazaré com seus ensinamentos, e,
especialmente, com os sinais que tinha realizado.
Aos fariseus, que interpelaram Jesus no meio da multidão pedindo que
repreendesse os seus discípulos, Jesus respondeu: “Eu vos digo, se eles se
calarem, as pedras gritarão” (Lc 19, 40). Neste caso, fazia referência às
paredes do templo de Jerusalém, construído de frente para a avenida do Messias
e, reconstruído com grande esmero depois de ter sido destruído quando da
deportação para a Babilônia. A lembrança da destruição e reconstrução do templo
ainda estava viva na consciência de Israel, e Jesus fazia referência a isto quando
afirmava: “Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei” (Jo 2, 19). Da
mesma forma como o antigo templo de Jerusalém tinha sido destruído e
reconstruído, assim também, o templo novo e perfeito do corpo de Jesus deveria
morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia.
A primeira leitura nos apresenta o servo de Javé que se oferece com
generosidade aos insultos e cusparadas. É uma prefiguração do Cristo que passou
por tudo isto da Quinta à Sexta-feira Santa (primeira leitura). Na epístola aos
Filipenses, Paulo apresenta uma reflexão profunda sobre a humilhação de Cristo,
que chega até uma obediência de morte e morte de Cruz (segunda leitura). Era
necessário que o Cristo sofresse para que assim entrasse na sua glória (Lc 24,
26).
Meus irmãos, esta semana nos ajuda a compreendermos que Jesus foi
rejeitado pelo seu povo, ludibriados pelos mestres da Lei e alguns fariseus,
cheragam a se decepcionar com sua impotência “em não fazer nada” com os seus
opressores. Não se importando com o valor de sua Palavra, levando-O a morte. O
importante é termos a certeza de que ele não ficou encerrado nas cadeias da
morte, mas, Ele ressuscitou!
Hoje, acontece a mesma coisa. A sociedade está tirando Deus do seu
cotidiano! Estão tirando Deus da família, da escola, do trabalho, da política e
quem sabe, até da religião. A consequência dessa rejeição estamos vendo; tudo
está comprometido. Sem Deus nada progride, sem Deus tudo é destruído, inclusive
a família.
Cristo para muitos é um produto que eu encontro a meu gosto nas prateleiras
das seitas, grupos religiosos, templos e salões, onde quem paga mais, recebe a
melhor parte, mas não é assim. Ele está em cada batizado que pertence a sua
Esposa, que é a Igreja Católica, pela qual derramou todo o seu sangue. Cabe a
nós refazermos um ardoroso exercício pela fé para encontrá-lo e deixá-lo agir
em nossa vida.
Nesta semana, revemos o sofrimento de Cristo, causado pelo peso de nossos
pecados, necessário para abrir as portas da Salvação a todos nós.
A procissão que fizemos hoje, simboliza que nós Igreja Militante, estamos
caminhando a espera da segunda vinda gloriosa de Jesus, vinda esta que há de
marcar o fim dos tempos e o aperfeiçoamento final das criaturas na Eternidade.
Os ramos que trouxemos nas mãos é o troféu de Vitória de Cristo Rei e
Pacífico que os mártires levam nas mãos. São os ramos verdadeiros que nos
recordam que, Jesus é a Arvore e nós, somos os galhos dessa arvore.
Queridos irmãos, nesta semana está é o coração do mistério da salvação.
Quando Jesus entra em Jerusalém, já sabe que o júbilo da multidão o
introduz no coração do “mistério” da salvação, que é o mistério da morte e
ressurreição, mistério de dar a vida para resgatá-la de novo.
Jesus é consciente de ir ao encontro da morte e de que não receberá uma
coroa real, mas uma de espinhos. Não se engana quando vê multidão que o aclama.
No seu olhar e no seu coração, a glória do Pai e a salvação dos homens através
do seu sacrifício estão presentes.
Ele é o Messias, mas o modo de salvar o seu povo é diferente daqueles que
os homens estavam esperando. Repito, as leituras da celebração de hoje fazem
referência ao sofrimento do Messias até o ponto culminante da paixão. Este
mistério de dor e de amor insondável é proposto pelo profeta Isaías – considerado
como o evangelista do Antigo Testamento – e pelo salmo que acabamos de rezar:
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Sal 21, 2).
Povo de Deus, devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo para saber
morrer. Saber morrer nas pequenas batalhas de cada dia; saber morrer para a
desordem, para a busca da própria glória, para passar a procurar sempre Deus e
o seu plano de salvação; saber morrer nos sofrimentos de cada dia; saber morrer
nas limitações que a idade impõe, nas penas da vida, dos sofrimentos físicos e
morais.
A contemplação de Cristo sofredor nos convida a suplicar ao Pai, que
misteriosamente quis a humilhação para o seu Filho, que nos conceda a graça de
ter sempre em mente o ensinamento da sua paixão, para participarmos assim da sua
ressurreição (oração coleta).
Quarta-feira Santa
Domingo passado revivemos com nossa caminhada, a entrada triunfal de Jesus
em Jerusalém, para com essa entrada, entregar-se aos juízes religiosos da
época, tendo como consequência a sua morte por nós.
Mas, hoje somos convidados a refazer uma revisão daquilo que fomos
aprendendo a cada domingo que passamos nesta quaresma:
No 1° Domingo da quaresma, a liturgia nos apresentou a tentação de Jesus,
como também os remédios para resistir às nossas. Sendo estes remédios: o jejum,
a caridade e a oração.
No 2° domingo, vimos a transfiguração de Jesus e o desejo de Deus, que é
de salvar a todos nós, entregando-nos os meios necessários para que isto
aconteça. Sendo como o primeiro ponto de partida, a renúncia do mundo.
No 3° domingo, Jesus matou a sede
da samaritana no poço de Jacó com seu amor e quer com a sua Palavra nos saciar
também.
No 4° domingo, Jesus curou um cego,
significando que Sua voz ouvida, tira toda a cegueira que o pecado nos colocam.
As vezes já estamos tão acostumados com o pecado que, pensamos que o pecado que
fazemos não é pecado. Deus quer curar-nos dessa cegueira.
No 5° domingo, Jesus devolveu a vida a Lázaro. Para esta ressurreição,
Santo Agostinho ensina:
“Jesus realizou três ressurreições (ou reanimações): a 1° foi a da filha
de Jairo – ela estava em casa – significa os pecados dos maus desejos e os
demais pecados internos; a 2° foi a do filho da viúva – no caminho para o
cemitério – significa os pecados cometidos em atos, a mentira, o roubo, a
fofoca, etc.; a 3° foi a de Lázaro – já estava enterrado, podre– significa a
cura dos vícios, da morte espiritual”. Mesmo que digam que não tem mais jeito, o
Senhor cura, salva e liberta.
Hoje, a liturgia nos apresenta em Isaias, a profecia de que Jesus seria
flagelado e humilhado, mesmo sendo Deus. Já no evangelho de Mateus, vemos a
instituição da Eucaristia, que é para nós hoje, a vida da Igreja. Amanhã
trataremos com mais dignidade sobre este grande tesouro que temos, a Eucaristia.
O que a Igreja que nos ensinar hoje, é que não se pode fazer a Deus coisa
mais agradável, que apresentar-lhe os méritos da Paixão de Jesus, para que nos
perdoe os pecados e nos conceda as graças que necessitamos.
A Paixão do Senhor deve ser não somente meditada, mas também sentida
mediante sincero arrependimento dos pecados; é preciso queridos irmãos, a todo
o custo, arrancar do próprio coração o pecado, que foi o algoz de Cristo, o que
mais doeu Nele, por nossa culpa.
Para isto, vamos olhar os Tesouros que Deus nos entregou, os seus
Sacramentos. Estes são sinais eficazes e sensíveis da Graça, instituído por
Jesus Cristo para a santificação dos homens. Sem os Sacramentos é impossível
uma pessoa ser salva, diz a Palavra de Deus: “Quem Crer e for Batizado, será
salvo. Quem não crer, será condenado” (Mc 16, 16). Percebam que Fé e Batismo
fizeram parte da pregação dos Apóstolos e da Grande Ordenança de Jesus. Quer
dizer: é eu acreditar (viver minha fé na Igreja), no mundo que me levará a
receber aquilo que me é de direito pelo Batismo: a Salvação.
Porque, então, o Batismo? Assim como a Cruz, o batismo foi instituído por
Jesus para a Igreja como símbolo. Símbolo exterior de uma revolucionária
transformação interior que deve ser renovada a cada ano na Páscoa.
O católico que não vive à semelhança de Cristo, desonra o seu batismo e
seu Mestre. O batismo por si só não salva, mas o desejo de recebê-lo e a
vivência de uma ação pautada na fé sincera de um batizado convicto salva a
pessoa pela fé em Cristo.
Hoje á tarde começou o popular “tempo de trevas”, com que nestes dias a
Igreja celebra de algum modo, as exéquias do Senhor. Chama-se de trevas porque
era neste dia que apagavam todas as luzes da igreja, cobria as imagens,
deixando transparecer somente a imagem do Cristo flagelado. Vamos pedir a Deus
que nos dê os mesmos sentimentos de Nossa Senhora para acompanhar a Jesus
nestes passos que ele quer fazer em nossa vida. Ninguém neste mundo, soube como
Maria viver dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Amém.
Quinta feira Santa
Queridos irmãos, encontramo-nos aqui para iniciarmos celebração do Tríduo
Pascal. Estamos celebrando o Mistério Maior de nossa fé. A Quinta Feira Santa
antecipa e vive o Mistério dos três dias de maneira sacramental, como fez Nosso
Senhor Jesus Cristo e mandou que fizéssemos o mesmo. É o mistério da tragédia e
mistério da festa, que unidos chamamos de Mistério Pascal!
A Imolação do Cordeiro Pascal é a Vitória do Cordeiro sobre o pecado e a
morte! Mistério que dá sentido e força à nossa vida, vida de dor, de esperança
e de vitória. Vida de dor porque ela é uma realidade dura na história do novo
Povo de Deus, quando experimentamos as consequências do pecado, ou o próprio
pecado que nos leva à tentação do desânimo e desolação.
Hoje, a Igreja, mesmo pensando e se compadecendo da Morte temporária de
Jesus, para alegrar-se com Ele na sua Ressurreição no domingo próximo, celebra
a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. São estas duas instituições o
nosso Tesouro, Pérola que Jesus entregou a sua Igreja antes de sua Paixão, para
que após a sua gloriosa Ressurreição, a Igreja continuasse a fazer memória, a
tornar real e atual este Mistério. Eu vos pergunto: Que valor estamos dando a
Eucaristia e ao Sacerdócio? Estamos rezando pelos padres, para que eles sejam
santos e nos santifiquem? As vezes só queremos que o padre venha a nós, mas não
queremos e nem apoiamos que um jovem saia de nossas casas para ir ao seminário.
Ser padre é um dom de Deus, chamado divino e manifestação do amor de Deus.
Se soubéssemos o valor da Eucaristia, as nossas igrejas todos os dias
estavam repletas. Pois a ela não tem ouro nenhum aqui na terra, que pague a seu
valor. A Eucaristia é nosso Tesouro.
Hoje queremos agradecer a Deus por esses dois presentes que ele nos deu: a
Hóstia Consagrada e o ministério sacerdotal. Na Hóstia, Cristo vem a nós; no
Sacerdote, Cristo de manifesta no meio de nós! Não existe Eucaristia sem
Sacerdote, nem Sacerdote sem Eucaristia.
Quinta-feira Santa é um convite para fazermos da Eucaristia o centro da
nossa vida. É um convite para participarmos da missa dominical todas as semanas
“lembrando-nos das maravilhas que Deus fez por nós”. É um convite para irmos,
sempre que possível, fazer uma visita ao sacrário e conversar com Cristo, que
está real, verdadeira e substancialmente presente no sacramento do altar.
Na Eucaristia, cheio de graça e de verdade, Jesus Cristo ordena os
costumes, forma o caráter, alimenta as virtudes, consola os aflitos, fortalece
os fracos, convida à sua imitação todos aqueles que se aproximam dele; e enche
os sacerdotes de graças para incrementar a santificar o Corpo Místico.
Vimos na leitura do Evangelho que Cristo lava os pés dos discípulos, com
este gesto de humildade ensina-os o dom do serviço, dizendo: se quisermos ser
grandes no Reino dos Céus, temos que ser o servidor de todos. Isto é difícil
para muitos hoje, pois vivemos em uma sociedade marcada pelo poder, pela
facilidade e pelo comodismo. Descer e servir o outro é sinal de humilhação para
muitos. Jesus insiste: tem que servir aos demais, tem que socorrer os que
sofrem aqui na terra, para descansarmos eternamente em Deus.
Só imitando o gesto de Jesus é que seremos realmente amados por Senhor.
Lembremos aqui de tantos irmãos nossos, que entenderam esta mensagem: Madre
Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Padre Eustáquio, Padre Mariano de la Mata, Santa
Paulina, Santo Antônio Galvão, Lindalva, Padre Vitor Coelho, Padre Cícero e
tantos outros de nosso tempo.
Hoje, em todas as igrejas católicas do mundo, se inicia o Tríduo Pascal
com a transladação do Santíssimo Sacramento, que vamos fazer após a comunhão.
Vamos com Jesus ao monte, vamos acompanha-Lo em sua dor por nós. Contemplando
nesta tarde o mistério do amor que a última Ceia volta a nos propor, também
nós, somos convocados a permanecermos em comovida e silenciosa adoração até o
Sábado Santo.
Sexta feira Santa
Sexta-feira Santa ou sexta-feira da Paixão e Morte de Jesus.
Nesta tarde somos levamos a contemplar e vivenciar o Mistério da morte
manifestado por causa da iniquidade humana na pessoa de Jesus sim, mas,
sobretudo o Mistério do seu triunfo definitivo.
O rito da apresentação e adoração da cruz vem como consequência lógica à
proclamação da Paixão de Cristo. A Igreja ergue diante dos fiéis o sinal do
triunfo do Senhor para se cumprir o que estava escrito nas Escrituras: “Quando
vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu sou” (Jo 8, 28).
Nós não vamos adorar a cruz, como o sentido da palavra dar a entender, mas
o nosso gesto de beijar a Cruz, perpassa a cruz como objeto, chegando ao seu
fim último que é Jesus Cristo Nosso Senhor.
Por que vamos em gesto de adoração a Cristo beijar a cruz?
Porque foi a cruz o instrumento escolhido por Nosso Senhor, para ser a
lenha posta sobre o Altar do Cordeiro que é o próprio Jesus, onde a Oferenda e
o Ofertante foi Ele mesmo. Então, a Cruz é o canal que vamos usar para
manifestar a nossa adoração e gratidão a Deus pela sua entrega total por nós.
Especialmente neste dia em que estamos aqui, imprimamos nas chagas
sacrossantas de Jesus o beijo de nosso mais vivo arrependimento, do mais
ardente amor, da mais sentida gratidão e do mais firme propósito para uma vida
sempre mais cristã.
A Cruz foi-nos introduzindo, ao longo desta quaresma no Mistério profundo
que nos dá vida. Para entendermos isso, somos convidados a recordamos, então, o
que está escrito no texto de singular densidade de São Paulo que nos diz sobre
a Cruz que “Cristo é exposto por escrito diante dos nossos olhos” (Gal. 3,1).
A Cruz tornara-se assim uma “palavra” silenciosa e eloquente do amor, que
fala por si de Deus a nós; é uma espécie de filme dobrado, de uma paixão donde
vemos a Deus e nos vemos também; um “espetáculo de amor” destinado a fazer-nos
bater no peito e a converter as nossas vidas (Lc.23,48).
Nesta sua poderosa impotência, o Crucificado, Servo de Deus humilhado, é a
parábola que nos faz ver, até aonde a simples vista não alcança: faz-nos ver,
por um lado, bem dentro de nós, a crueza da nossa violência e malvadez; por
outro lado, faz-nos ver n’Ele, a beleza da força subversiva e nova do amor e do
perdão de Deus. Digo de outro modo: O Crucificado releva, por um lado, a
debilidade e a culpa do homem e, por outro, o verdadeiro poder de Deus, ou
seja, a gratuidade do seu amor incondicional e invencível por nós: precisamente
esta total gratuidade do amor, este amor sempre dado, mesmo se não amado, é toda
a sabedoria e poder de Deus.
O Crucificado é sabedoria e poder de Deus, porque manifesta
verdadeiramente quem é Deus, ou seja, o poder imenso do seu amor, que vai até à
Cruz, para dali salvar o homem.
Pois bem, “a séculos de distância, nós vemos que, na história do mundo,
venceu a Cruz e não a soberba sabedoria, que se opõe à Cruz. Deus serve-se de
modos e instrumentos que, à primeira vista, nos parecem tão débeis e frágeis
para realizar grandes obras. Podemos encontrar a sabedoria dócil e pura,
naquele amor, que nos torna frágeis, naquele amor, capaz de renunciar a si
mesmo, para nos fazer entrar assim na força de Deus, fiados na sua graça”.
(Bento XVI)
Meus queridos irmãos e irmãs: Anunciar hoje a morte de Jesus não tem
qualquer sentido fúnebre. Não é anunciar o sofrimento dorido ou a coragem do
herói, tampouco a resignação de um vencido, ou, no lado oposto, qualquer
combate sangrento pela fé contra a impiedade dos homens. Trata-se hoje, apenas
de anunciar a soberana novidade desta dádiva incessante da vida, por amor, e a
todos sem exceção.
Doravante, devemos formar a nossa vida sobre esta verdadeira sabedoria:
não viver mais para nós mesmos, mas para os outros, por amor daquele, de quem
todos nós havemos de dizer, como São Paulo: Amou-me e entregou-se por mim! (Gal
2,20) na Cruz, assim e até ao fim.
SÁBADO SANTO
Meus queridos irmãos e irmãs,
Durante todo o tempo da Quaresma, a Igreja foi nos preparando com orações,
mortificações, encontros nas casas, celebrações nas comunidades e as Vias
Sacras, fazendo com todos estes momentos paralitúrgicos o convite a mudarmos de
vida e a praticarmos as obras de caridade e jejuns, para celebrarmos com a
dignidade necessária que merece esta “Santíssima Noite”.
Tudo nos trouxe para esta noite, deste Sábado Santo. Toda a Liturgia de
hoje, nas suas orações e preces, faz menção a esta “noite”.
Santo Agostinho chama esta noite de Solenidade das Solenidades, Dia dos
dias, Festa por excelência, Dia inaugural da Salvação Eterna.
Daí a pergunta: “que tem de especial esta ‘noite’? Que tem de diferente a
noite de sábado que a liturgia chama ora ‘santa noite’, ora ‘ santíssima
noite’?
O grande hino pascal que cantamos logo à chegada ao altar com as nossas
velas acesas, o “Pregão Pascal”, o anúncio público, alegre e vitorioso, dá
resposta, diz-nos qual é a importância para nós desta “noite santíssima”.
Esta “santa noite” faz memória daquela noite em que, aos nossos primeiros
irmãos na fé, os filhos de Israel, foram libertos por Deus do cativeiro do
Egito. A pé enxuto os fez atravessar o mar vermelho.
Esta noite é santíssima porque faz memória daquela “noite em que
destruindo a prisão da morte, Cristo se levanta vitorioso do Túmulo” recriando
o homem destruído pelo pecado.
Hoje é o dia da Páscoa do Senhor, a vitória de Jesus sobre a morte: Por
que motivo procurais entre os mortos Aquele que está vivo? – perguntam o anjo
às mulheres – Não está aqui! Ressuscitou.
Não se trata de uma vitória parcial, provisória; é uma vitória total,
definitiva e gloriosa. Cristo se levanta do túmulo e com a sua ressurreição são
confirmados os desejos mais ardentes do homem de ver a morte despedaçada;
aquela morte que dissolvia ‘no nada’ todas as esperanças e sonhos do homem.
Jesus morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida, dando outro
sentido, outro rumo a nossa vida. É a partir da Ressurreição que vivemos, “não
já para nós próprios, mas para Ele que por nós morreu e ressuscitou...”.
Esta noite faz memória daquela “noite que através de Jesus o mundo inteiro
foi introduzido na liberdade de Cristo, tendo força para ser livre dos vícios
do mundo e da cegueira do pecado; para os restituir à graça e fazer
participantes da santidade”.
Cristo morreu e ressuscitou por nós, restituiu-nos à vida. Como outrora
Deus interveio para libertar o seu Povo da casa da escravidão, hoje também
Cristo passa e quer libertar-nos a nós, aqui da cidade de (falar o nome do
lugar); quer tirar-nos do abismo da morte para a vida verdadeira. Cristo passa
também por nós para nos libertar dos nossos vícios. Quer restituir-nos à graça
e fazer-nos santos como nosso Pai Celeste é Santo. Quais são estes vícios que
se opõem à vida que Cristo com a sua morte e ressurreição inaugurou? Nesta
noite da vigília pascal Cristo Ressuscitado passa também pelas nossas casas e
pelas nossas famílias e nos quer libertar daquilo que é a origem de todos os
males: a inveja, que não nos deixa amar e sermos amados. Ela é a mãe de todos
os vícios e a origem de todos os pecados.
Esta Noite Santíssima é, finalmente, a noite de graça que “os crimes
afugentam, as culpas apagam, aos pecadores restitui a inocência, aos tristes a
alegria”. É a noite batismal, deste sacramento que nos cancela a culpa original
e outros pecados atuais, que torna filhos de Deus, membros de Cristo e da
Igreja.
Esta noite nos faz lembrar o fato escrito no livro do Gênesis sobre a
criação de Eva, a primeira mulher, mãe dos viventes da terra. Pois assim como
Deus criou Eva do sono de Adão, assim a Igreja – Esposa de Cristo – foi gerada
do sono de Jesus o Cristo no sepulcro, para gerar homens novos pelo Batismo
para a verdadeira vida perdida pelos primeiros pais.
As águas do batismo nos regeneram para Deus, transformando-nos em novas
criaturas, passando da morte do pecado para a vida da graça.
Nesta noite louvamos e agradecemos a Deus que na Igreja hoje, da fonte
batismal, são gerados novos irmãos na fé. Nesta noite também nós fazemos
memória do nosso batismo e queremos mais uma vez, com o coração iluminado com a
graça do Senhor Ressuscitado, renovar as nossas promessas batismais:
renunciando a tudo quanto nos impede de ser verdadeiros cristãos e prometendo
adorar unicamente a Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Meus irmãos, eis a mensagem que eu vim trazer a esta comunidade, em nome
de Cristo, neste dia do Senhor por excelência: “se ressuscitastes com Cristo,
procurai as coisas do alto” (Col 3, 1). Procurar as coisas do alto significa,
vivendo cá no quotidiano as fadigas do dia a dia, tendo os olhos fixos voltados
para o Senhor Ressuscitado na esperança de encontrá-lo um dia em sua glória.
Procurar as coisas do alto significa imitá-lo, Ele que passou cá na terra
fazendo o bem e sanando a todos. Significa concretamente, como Ele procurar e
fazer o bem a todos, em particular “aqueles que nos odeiam”; significa ter
sentimentos bons e construtivos. E a paz que é o grande dom de Deus, a
verdadeira paz, só se alcança e nela se persevera fazendo o “bem a todos”,
estendo a mão da reconciliação e do perdão àqueles que nos ofenderam;
respeitando o outro e aquilo que lhe pertence; respeitando e aceitando as
diferenças políticas, religiosas e de proveniência dos outros.
Cristo Ressuscitado é a nossa paz; Ele, com a sua morte e ressurreição,
abriu-nos o caminho que nos conduz ao Pai; e derrubou o muro que nos separava,
tornando-nos irmãos uns dos outros e filhos do mesmo Pai. Procuremos, então no
nosso dia a dia, as “as coisas do alto, lá onde se encontra Cristo
Ressuscitado”.
Agora, vamos ficar de pé e renovar as promessas do nosso batismo,
professando a nossa fé e renunciando as obras das trevas.
DOMINGO DE PÁSCOA
Querido irmãos!
Hoje estamos celebrando a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Dia dos
dias, a verdadeira Libertação de todo o povo de Deus. É a festa das festas, a
solenidade das solenidades! A Primeira e mais augusta, o Dia do Senhor por
excelência.
Estamos todos ao redor do Círio Pascal, sinal de Cristo Ressurreto em
Nosso Meio. Esta vela rasgada por estes cravos, representa Jesus Ressuscitado
que retomando a sua mesma carne recebida de Maria no momento de sua saída do
túmulo, não quis deixar que as marcas de sua Paixão ficassem apagadas pela sua
glória.
Jesus com sua morte não ficou dormindo ou apagado aos olhos humanos.
Nestes três dias de silêncio para a humanidade que, chamamos nesta semana santa
de Tríduo Pascal, o Filho de Deus desceu aos infernos para destruir as
potências de Satanás, retirando dali todos os justos desde o primeiro homem até
o último (1Pd 4, 6). Houve um grande reboliço nos infernos, pois neste dia,
todos os demônios viram a glória de Deus! Jesus mostrou a eles com sua morte
que, nenhuma condenação, nem escravidão de morte eterna, estariam com aqueles
que estarão nEle (Rm 8, 1).
Jesus foi atormentar àqueles que decidiram abandonar a Deus desde o início
dos tempos, quando aconteceu a rebelião dos anjos que se tornaram maus com
Lúcifer. Foi quebrar as correntes que prendiam os primeiros homens, criados a
Imagem e Semelhança de Deus. Neste dia, Adão e Eva foram libertos de sua
condenação. O Senhor foi aos infernos para sentenciar a seus inimigos, foi para
riscar do livro da condenação os nomes dos justos que terminaram suas vidas em
uma perfeição incompleta.
É isto que celebramos neste dia! A Páscoa que quer dizer passagem. Por
ordem de Deus, os hebreus a celebravam com maior solenidade, em memória de sua
libertação do Egito e, dos milagres que operara o Senhor, mandando o anjo
exterminador a imolar os primogênitos dos egípcios; até que o Faraó deixasse
partir os Hebreus.
O mesmo anjo do Altíssimo guiou-os, assinalando-lhes os passos com
maravilhas, até á terra prometida a Abraão e a sua descendência, que já então
formava nação numerosa, para sempre. O povo com sua libertação, foi convidado
por Deus a ser um povo santo (Lv 11, 44; 1 Pd 1, 15). Mas, o pecado do povo de
Deus foi mais forte. Os sacrifícios já não Lhe estavam agradando, a idolatria
fazia parte da vida das pessoas, a integridade da fé estava comprometida Deus
já não era mais importante para eles.
Isto, estamos vendo justamente acontecer novamente nos dias atuais! O
consumismo com todas as suas facilidades é o ídolo dominante da sociedade em geral,
até para àqueles que dizem “ter fé”. Para muitos Deus é um produto chamado de
“necessidade da necessidade”.
Enquanto que esta realidade não começar a mudar em nossas famílias para
serem atingidas no mundo, a consequência do pecado do mundo sentiremos.
Precisamos reintroduzir Deus sobre todas as coisas em nossa vida, em nossa
família. Cristo não morreu para nada! Morreu para que, Ressuscitando,
ressuscitássemos com Ele para a Vida nova.
Então, Páscoa quer dizer libertação! Significa que ainda temos chances de
receber aquilo que nos é de direito pelo batismo que renovamos ontem. Basta
mudar de vida. Diz o Senhor em sua Palavra: “Não quero a morte do ímpio, mas
que ele mude de conduta e viva” (Ez 18, 23).
Para que isto aconteça, precisamos reconhecer a nossa dignidade de filhos
de Deus e deixar ser conduzidos por Ele mesmo que Diz: “Agora, irmãos, pela
misericórdia de Deus, eu vos exorto a vos oferecerdes como sacrifício vivo,
santo e aceitável: seja esse o vosso culto espiritual. Não vos ajusteis a este
mundo, e sim transformai-vos com uma mentalidade nova, para discernir a vontade
de Deus, o que é bom, aceitável e perfeito” (Rm 12, 1-2).
A Ressurreição de Jesus libertou a todos os homens desde sua origem até o
seu término. Não são todos os que serão salvos, mas os que querem ser salvos!
Neste dia, Jesus mostrou quem Ele verdadeiramente É. Ele não é o simples
filho de Deus, mas Ele é o próprio Deus. Sendo Deus de Deus, Luz da Luz, Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, não é menor em nada a Deus Pai e o Espírito
Santo.
Jesus é o Cordeiro de Deus, mas também é o Leão da tribo de Judá (Ap 5,
5), Ele tomou nossas cadeias e nos libertou. Ele é a rocha da nossa vitória,
nossa força em tempos de fraqueza, uma torre em tempos de guerra. Basta
reconhecer os benefícios que o Santíssimo Sangue de Jesus trouxe para os
batizados.
Enfim, a Ressurreição de Jesus é a garantia e o penhor da ressurreição
final de todos os justos, filhos da Igreja Católica, Esposa Virgem e sem mancha
de pecado. A Ressurreição de Jesus nos deu a posse de Deus no Céu.
Em cada domingo, depois de hoje, somos convidados semanalmente a
recarregar as nossas baterias, encher de combustível o depósito da nossa alma
para continuar a nossa caminhada terrena até o fim natural de nosso corpo.
Junto de Jesus ressuscitado, que ficou conosco pelos tempos fora, na Eucaristia
vamos encher-nos de energias para viver essa vida nova que nos trouxe pela Sua
morte e ressurreição. Se ressuscitastes com Cristo – lembra-nos o Apóstolo –
aspirai às coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus.
Em cada domingo afinamos o rumo da nossa vida, para corrermos mais
animosos em direção à meta que nos espera. Enchemo-nos de esperança e de
coragem. Ofereçamos os nossos trabalhos, as nossas penas e alegrias a Deus
pelas mãos de Jesus.
Toquemos em Seu corpo, como os apóstolos, contemplemos as Suas chagas,
reafirmemos a certeza de vencer com Ele o pecado e o demónio, nas tentações de
cada dia, enchendo-nos da Sua força para levarmos uma vida de santidade.
Como aqueles cristãos no início de nossa Igreja que, na perseguição de
Diocleciano, foram presos quando participavam na Eucaristia de domingo, também
nós havemos de dizer: não podemos viver sem o domingo. Sem o dia do Senhor e,
sobretudo, sem a Santa Missa, que é o centro de cada domingo, a nossa vida vai
perdendo sentido e sabor.
Em alguns países o domingo é chamado o dia do sol. Os cristãos
aproveitaram esse nome; porque Jesus é o verdadeiro sol que ilumina e aquece a
nossa vida. O domingo é para nós o dia do Sol, que é Jesus Cristo ressuscitado.
O domingo é dia do descanso “Graças ao descanso dominical – lembra o Beato
João Paulo II na carta apostólica o Dia do Senhor, que vale a pena ler ou reler
– as preocupações e afazeres quotidianos podem reencontrar a sua justa
dimensão: as coisas materiais, pelas quais nos afadigamos, dão lugar aos
valores do espírito; as pessoas com quem vivemos, recuperam no encontro e
diálogo mais tranquilo a sua verdadeira fisionomia: As próprias belezas da
natureza – frequentemente malbaratadas por uma lógica de domínio, que se volta
contra o homem – podem ser profundamente descobertas e apreciadas (O dia do
Senhor, 67).
Saibamos organizar os programas de domingo, evitando tudo o que pode nos
afastar de Deus. Não deixando, por exemplo, que a preguiça, os programinhas de
bebedeiras ocupem o primeiro lugar ou impeça de ir à missa, sobretudo aos mais
novos. Os pais têm de estar atentos àqueles que por má fé ou por irreflexão
ocupam com atividades desportivas as manhãs de domingo. E isto está a acontecer
cada vez mais, por toda a parte de nossas cidades.
Como as Santas Mulheres e os Apóstolos foram correndo ao Túmulo e o
encontraram vazio, corramos também nós à nossas igrejas para Ouvir, Ver e
Comungar o Senhor que repete o mesmo Sacrifício da Cruz em cada Santa Missa
celebrada.
Que Deus nos ajude a melhor viver a nossa fé.
Côn. José Wilson Fabrício
da Silva, crl
BIBLIOGRAFIA
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretório
da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 – espiral. Brasília:
CNBB, 2016.
CERIMONIAL DOS BISPOS. Cerimonial da Igreja. 5ª Ed.
São Paulo: Paulus, 2013.
SILVA, Michel Pagiossi. Entrarei no altar de Deus.
Vol. II. São Paulo: Cultor de livros, 2015.
MISSAL ROMANO. 7ª Ed. São Paulo: Paulus, 1992.
Blogger: Maravilhas da Liturgia e Espiritualidade
Agostiniana: http://coracaodejesusemaria.blogspot.com.br/
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