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quinta-feira

OFÍCIO DAS TREVAS - QUARTA-FEIRA SANTA




Instruções Gerais

I.       O chamado “Ofício das Trevas” foi, durante centenas de anos, parte da liturgia da Semana Santa, inclusive, recebendo ao longo do tempo dezenas de famosas adaptações musicais. De maneira geral, este ofício litúrgico é a junção, de forma primitiva, de duas horas litúrgicas: as Matinas (cada uma delas dividida no que seriam três louvores noturnos) e as Laudes, tendo as Vésperas também. Essa versão é composta do ofício litúrgico oficial da Igreja de Rito Romano em sua Forma Ordinária.
II.      Igualmente, esse “Ofício das Trevas” era celebrado em três dias: Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão e Sábado Santo. Porém, antes da reforma de 1955, ele era celebrado antecipadamente, ou seja, na noite anterior. Por isso, era chamado de quarta-feira de trevas.
III.    Este Ofício pode ser celebrado qualquer dia da Semana Santa, porém, ele foi feito com a liturgia da Quinta-feira Santa, ou seja, o ideal seria celebrá-lo na Quarta-feira Santa à noite.
IV.    Para essa celebração, serão usados:
a.       Um candelabro triangular para quinze velas, geralmente de cor negra, chamado tradicionalmente de tenebrário. Ele deve estar do lado direito de quem olha para o Presbitério, em frente ao Altar. As velas estarão acesas.
b.      Sobre o Altar estão outros seis (quatro ou dois) castiçais simples, cada um com sua vela acesa. O Altar estará vestido com as toalhas, se este celebrar-se após a ação litúrgica da Sexta-Feira Santa, esteja nu.
c.       Há uma estante nua no Presbitério para o uso da palavra do presidente e uma cadeira no meio da assembleia para ele.
d.      Se for rezado na quinta-feira santa, seja depois da missa da Ceia, onde o Santíssimo Sacramento é retirado do tabernáculo e levado a algum lugar longe das vistas dos fiéis.
e.       Serão designados leitores ou cantores para cada os salmos e as leituras, porém, evite-se o uso de instrumentos que não seja o Órgão da igreja.
f.       A presença de um acólito é necessária, pois ele será o responsável por apagar cada uma das velas. Como também será necessário que ele, ou outro, possa fazer o strepitus ao final, seja com uma matraca ou batendo livros entre si.
g.      O presidente desta celebração é, por ordem de precedência, o bispo, o sacerdote ou o diácono. Nenhum deles portará a estola, apenas a veste talar!
V.     A cada salmo cantado uma vela é apagada, começando pelo lado esquerdo do tenebrário e depois do lado direito. Ao canto do Magnificat, apagar-se-ão as velas que estão no Altar, começando pelo seu lado esquerdo – de quem olha da nave – e procedendo ao lado direito.

1.      O presidente da celebração (bispo, sacerdote ou diácono) adentra o Presbitério com o acólito e, se possível, o Mestre de Cerimônias. Ele saúda o Altar com a reverência ou a genuflexão como de costume e assume o primeiro lugar no Coro ou a Cadeira.
2.      O leitor ou cantor aproxima-se do ambão e, imediatamente (omitindo-se as orações iniciais, o salmo invitatório e o hino) inicia-se o primeiro salmo. Todos se sentam.

Canto de entrada
Prova de amor maior não há
que doar a vida pelo irmão. (Bis)

1. Eis que eu vos dou o meu novo mandamento:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!"

2. Vós sereis os meus amigos, se seguirdes meu preceito:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!"

3. Como o Pai sempre me ama, assim também, eu vos amei:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!"

4. Permanecei em meu amor e segui meu mandamento:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!"

5. E chegando a minha Páscoa, vos amei até o fim:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!"

6. Nisto todos saberão, que vós sois os meus discípulos:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!"

Ao chegar a procissão, as luzes da igreja vão se apagando do presbitério ao fundo, ficando apenas as velas acesas das mãos do povo.

Leitor 1: Os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido.

Salmo 2
O Messias rei e vencedor
Uniram-se contra Jesus, teu santo servo, a quem ungiste (At 4,27).

Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?

“Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:

“Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! –

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido.

Apaga-se a primeira vela no extremo de baixo do candelabro de trevas.

Leitor 2: Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica.

Salmo 21(22),2-23 [24-32]

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? *
E ficais longe de meu grito e minha prece?
Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis, *
clamo de noite e para mim não há resposta!

Vós, no entanto, sois o santo em vosso Templo, *
que habitais entre os louvores de Israel.
Foi em vós que esperaram nossos pais; *
esperaram e vós mesmo os libertastes.

Seu clamor subiu a vós e foram salvos; *
em vós confiaram e não foram enganados.
Quanto a mim, eu sou um verme e não um homem; *
sou o opróbrio e o desprezo das nações.

Riem de mim todos aqueles que me vêem, *
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte *
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”

Desde a minha concepção me conduzistes, *
e no seio maternal me agasalhastes.
Desde quando vim à luz vos fui entregue; *
desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!
Não fiqueis longe de mim, porque padeço; *
ficai perto, pois não há quem me socorra!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica.
Apaga-se outra vela

Leitor 3: Os que buscam matar, me perseguem e procuram tirar minha vida.

Salmo 37(38)

Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
corrigi-me, mas não com furor!
Vossas flechas em mim penetraram; *
vossa mão se abateu sobre mim.

Nada resta de são no meu corpo, *
pois com muito rigor me tratastes!
Não há parte sadia em meus ossos, *
pois pequei contra vós, ó Senhor!

Meus pecados me afogam e esmagam, *
como um fardo pesado me oprimem.
Cheiram mal e supuram minhas chagas *
por motivo de minhas loucuras.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Os que buscam matar, me perseguem e procuram tirar minha vida.
Apaga-se a vela

Leitor 4: Do lado do Senhor crucificado, depois de aberto pela lança do soldado, logo saiu sangue e água para remir-nos.

Cântico I – Jr 14,17-21
Lamentação em tempo de fome e de guerra
O Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho! (Mc 1,15).

Os meus olhos, noite e dia, *
chorem lágrimas sem fim;
pois sofreu um golpe horrível, †
foi ferida gravemente *
a virgem filha do meu povo!

Se eu saio para os campos, *
eis os mortos à espada;
se eu entro na cidade, *
eis as vítimas da fome!

Até o profeta e o sacerdote †
perambulam pela terra *
sem saber o que se passa.
Rejeitastes, por acaso, *
a Judá inteiramente?

Por acaso a vossa alma *
desgostou-se de Sião?
Por que feristes vosso povo *
de um mal que não tem cura?

Esperávamos a paz, *
e não chegou nada de bom;
e o tempo de reerguer-nos, *
mas só vemos o terror!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Do lado do Senhor crucificado, depois de aberto pela lança do soldado, logo saiu sangue e água para remir-nos.
Apaga-se a vela

Leitor 5: Com Maria aqui estamos, todos juntos contemplamos a vossa paixão.
Cântico II – Ez 36,24-28
Deus renovará o seu povo
Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles (Ap 21,3).

Haverei de retirar-vos do meio das nações, †
haverei de reunir-vos de todos os países, *
e de volta eu levarei todos vós à vossa terra.
Haverei de derramar sobre vós uma água pura, †
e de vossas imundícies sereis purificados; *
sim, sereis purificados de toda a idolatria.

Dar-vos-ei um novo espírito e um novo coração; †
tirarei de vosso peito este coração de pedra, *
no lugar colocarei novo coração de carne.
Haverei de derramar meu Espírito em vós †
e farei que caminheis obedecendo a meus preceitos, *
que observeis meus mandamentos e guardeis a minha Lei.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Com Maria aqui estamos, todos juntos contemplamos a vossa paixão.
Apaga-se a vela

Leitor 6: Convertei-nos a vós e voltaremos, renovai nossos dias, como outrora!

Cântico III – Lm 5,1-7.15-17.19-21
Oração na tribulação
Em toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa frágil natureza (2Cor 4,10).

Senhor, lembrai-vos do que nos sucedeu, *
olhai e vede a nossa humilhação!
Nossa herança ficou com estrangeiros, *
nossas casas passaram a mãos estranhas!

Somos órfãos, pois já não temos pai, *
nossas mães se tornaram quais viúvas!
Nossa água, compramos por dinheiro, *
nossa lenha nos custa um alto preço!

Perseguidos, com a canga no pescoço, *
sem repouso, estamos esgotados!
Ao Egito e à terra dos Assírios *
estendemos a mão para ter pão.

Pecaram os pais, já não existem; *
levamos as culpas dos seus crimes.
A alegria fugiu dos corações, *
converteu-se em luto a nossa dança!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Convertei-nos a vós e voltaremos, renovai nossos dias, como outrora!
Apaga-se a vela

Leitor 7: Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós.
Salmo 50(51)
Tende piedade, ó meu Deus!
Renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo (Ef 4,23-24).

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! *
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado, *
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade, *
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, *
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! –

Mostrais assim quanto sois justo na sentença, *
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade *
e pecador já minha mãe me concebeu.

Mas vós amais os corações que são sinceros, *
na intimidade me ensinais sabedoria.
Aspergi-me e serei puro do pecado, *
e mais branco do que a neve ficarei.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós.
Apaga-se a vela

Leitor 8: Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu sangue.

Cântico – Hab 3,2-4.13a.15-19
Deus há de vir para julgar
Erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima (Lc 21,28).

Eu ouvi vossa mensagem, ó Senhor, *
e enchi-me de temor.
Manifestai a vossa obra pelos tempos *
e tornai-a conhecida.

Ó Senhor, mesmo na cólera, lembrai-vos *
de ter misericórdia!
Deus virá lá das montanhas de Temã, *
e o Santo, de Farã.

O céu se enche com a sua majestade, *
e a terra, com sua glória.
Seu esplendor é fulgurante como o sol, *
saem raios de suas mãos.

Nelas se oculta o seu poder como num véu, *
seu poder vitorioso.
Para salvar o vosso povo vós saístes, *
para salvar o vosso Ungido.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu sangue.
Apaga-se a vela

Leitor 9: Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje veneramos.

Salmo 147(147 B)
Restauração de Jerusalém
Vem! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro! (Ap 21,9).

Glorifica o Senhor, Jerusalém! *
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!

Pois reforçou com segurança as tuas portas, *
e os teus filhos em teu seio abençoou;
a paz em teus limites garantiu *
e te dá como alimento a flor do trigo.

Ele envia suas ordens para a terra, *
e a palavra que ele diz core veloz;
ele faz cair a neve como lã *
e espalha a geada como cinza. –

Como de pão lança as migalhas do granizo, *
a seu frio as águas ficam congeladas.
Ele envia sua palavra e as derrete, *
sopra o vento e de novo as águas corem.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Glorifica Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje veneramos.
Apaga-se a vela

Leitor 10: Tranquilo eu adormeço e repouso em vossa paz.

Salmo 4

Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! †
Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,*
atendei-me por piedade e escutai minha oração!

Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?

Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, *
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!
Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira; *
meditai nos vossos leitos e calai o coração!

Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o; *
confiai sempre no Senhor, ele é a única esperança!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Tranquilo eu adormeço e repouso em vossa paz.
Apaga-se a vela

Leitor 11: Até meu corpo no repouso está tranquilo.


Salmo 15(16)

Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! †
Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: *
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”

Deus me inspirou uma admirável afeição *
pelos santos que habitam sua terra.

Multiplicam, no entanto, suas dores *
os que correm para os deuses estrangeiros;
seus sacrifícios sanguinários não partilho, *
nem seus nomes passarão pelos meus lábios.

Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, *
meu destino está seguro em vossas mãos!
Foi demarcada para mim a melhor terra, *
e eu exulto de alegria em minha herança!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Até meu corpo no repouso está tranquilo.
Apaga-se a vela

Leitor 12: Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!

Salmo 23(24)

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares, *
e sobre as águas a mantém inabalável.

“Quem subirá até o monte do Senhor, *
quem ficará em sua santa habitação?”
“Quem tem mãos puras e inocente coração, †
quem não dirige sua mente para o crime, *
nem jura falso para o dano de seu próximo.

Sobre este desce a bênção do Senhor *
e a recompensa de seu Deus e Salvador”.
“É assim a geração dos que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face”.

“Ó portas, levantai vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” †
“É o Senhor, o valoroso, o onipotente, *
o Senhor, o poderoso nas batalhas!”

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!
Apaga-se a vela
Leitor 13: O Senhor para sempre é fiel.

Salmo 116(117)
Louvor ao Deus misericordioso
Eu digo:... os pagãos glorificam a Deus, em razão da sua misericórdia (Rm 15,8.9).

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, *
povos todos, festejai-o!

Pois comprovado é seu amor para conosco, *
para sempre ele é fiel!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: O Senhor para sempre é fiel.
Apaga-se a penúltima vela
Um clérigo toma a estante de leitura e proclama a leitura, deixando a reflexão da noite para o presidente da celebração. Caso não tenha, seja o próprio presidente a fazer a leitura.

Leitura breve                                                                1Pd 2,21b-24

Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados.

Breve reflexão

Em lugar do responsório se diz:
Todos: Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente, obediente até à morte, e morte de cruz.

Presidente:  Inimigos que nós éramos de Deus, reconciliados nós ficamos com Deus Pai pela morte de seu Filho, Jesus Cristo.

Retira-se a última vela do candelabro e a coloca atrás do altar ou a um lugar separado do presbitério.

CÂNTICO EVANGÉLICO (MAGNIFICAT) Lc1,46-55

A minha alma engrandece ao Senhor *
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador;
pois ele viu a pequenez de sua serva, *
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.

O Poderoso fez por mim maravilhas *
e Santo é o seu nome!
Seu amor, de geração em geração, *
chega a todos que o respeitam;

demonstrou o poder de seu braço, *
dispersou os orgulhosos;
derrubou os poderosos de seus tronos *
e os humildes exaltou;

De bens saciou os famintos, *
e despediu, sem nada, os ricos.
Acolheu Israel, seu servidor, *
fiel ao seu amor,

como havia prometido aos nossos pais, *
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Todos: Inimigos que nós éramos de Deus, reconciliados nós ficamos com Deus Pai pela morte de seu Filho, Jesus Cristo.

Preces
Presidente: Comemorando piedosamente a morte de nosso Senhor Jesus Cristo, de onde brotou a vida do mundo, roguemos a Deus Pai:

R. Pela morte de Cristo, vosso Filho, ouvi-nos, Senhor!

Fortalecei, Senhor, a unidade da Igreja.
R.
Protegei o Santo Padre N.
R.
Santificai pelo Espírito Santo os ministros da Igreja e todo o povo cristão.
R.
Aumentai a fé e a sabedoria dos catecúmenos.
R.
Congregai todos os cristãos na unidade.
R.
Conduzi os judeus à plenitude da redenção.
R.
Iluminai com a luz da vossa glória os que não creem em Cristo.
R.
Revelai aos ateus os sinais da vossa bondade nas obras da criação.
R.
Dirigi o espírito e o coração dos governantes.
R.
Confortai os atribulados.
R.
(intenções livres)
Socorrei os que morreram.
R.
Pai nosso...

Oração
Olhai com amor, ó Pai, esta vossa família, pela qual nosso Senhor Jesus Cristo livremente se entregou às mãos dos inimigos e sofreu o suplício da cruz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Benção final
Cântico de saída


Trazemos aqui o tradicional canto da Paixão usado pela Igreja no Brasil.

CANTO DA PAIXÃO DO SENHOR

Anúncio da Paixão e Morte do Senhor /
que padeceu por nós, morreu por nosso amor! (bis)

TRAIÇÃO, PRISÃO, NEGAÇÃO E CONDENAÇÃO.

01. Na quinta-feira, Jesus com seus discípulos / foi de Betânia para Jerusalém, / comer a Páscoa, Jesus com seus amigos / e padecer a favor do nosso bem.

02. Antes da ceia, Jesus a seus discípulos / lavou os pés com grande contentamento; / durante a ceia, Jesus anunciou / com grande gosto o seu novo mandamento.

03. Foi pão e vinho que Jesus deu aos discípulos; / “Comei o Pão, é meu Corpo”, diz Jesus. “Tomai, bebei, este vinho é meu Sangue, / é minha vida, que por vós darei na cruz!”

04. Depois da ceia, Jesus subiu ao horto / e foi fazer três horas de oração, / suando sangue, de tristeza e agonia, / bebendo o cálice do Pai com decisão.

05. Chegando Judas, à frente duma tropa, / com falsidade beija seu divino mestre. / Jesus lhe diz: “Eu conheço a falsidade, / por este beijo que agora tu me deste”.

06. Então, a turma dirige-se a Jesus, / para prende-lo – a maldade é demais - / E assim conduz a Jesus, de mãos atadas, / até a casa de Anãs e Caifás.

07. Pedro discípulo, valente, corajoso, / tinha jurado a Jesus fidelidade; / Jesus dissera: “Antes que o galo cante / tu negarás ser discípulo da verdade”.

08. Pedro de longe seguia a Jesus, / quando no pátio do palácio se aquentava, / antes que o galo cantasse uma vez, / três vezes Pedro a seu Mestre já negara.

09. Jesus passava perto de onde Pedro estava, / olhou pra ele com verdade e compaixão, / reconheceu Pedro sua grande falta / e chorou pranto de imensa contrição.

10. Perante o grande conselho da nação / as testemunhas entre si não concordaram; / Caifás pergunta e, então, Jesus responde: / Por que perguntas? Sempre eu falei às claras!”.

11. Ouvindo um guarda a resposta de Jesus, / bateu-lhe a face e lhe fez reclamação; / Jesus protesta: “Se errei, por que não provas?; / se falei bem, por que me bates sem razão?”.

12. Caifás insiste em interrogar Jesus: / “Dize a verdade, és tu o Filho de Deus?” / Jesus responde: “Em verdade eu o sou / e me vereis vindo das nuvens do céu!”.

13. Então, por falta de outro crime e testemunha, / Caifás exclama: “Vós ouvistes a blasfêmia!” / “Merece a morte!”, responderam os presentes / “Merece a morte!”, sentencia a assembleia.

14. E ao saber que Jesus foi condenado, / Judas, tomado de remorso e pesar, / lança no templo o dinheiro do pecado, / desesperado, sem perdão, vai se enforcar.

15. Considerai, ó meu povo, que`inda hoje / de Jesus Cristo continua a paixão / em todo aquele que é traído e negado / e condenado pela humana corrupção.

Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais. / olhai, dizei, quem neste mundo sofreu mais?...

DIANTE DE PILATOS: COROAÇÃO, ENTREGA PARA SER CRUCIFICADO E FLAGELAÇÃO.

16. Mandam Jesus ao governador romano; / de ter querido ser rei é acusado; / Jesus responde a Pilatos: “Em verdade / não é daqui deste mundo o meu reinado!”

17. Reconhecendo Pilatos a inocência, / mandam Jesus a Herodes, na cidade, / ao curioso e cruel rei que graceja / Jesus responde com o silêncio da verdade.

18. Levam Jesus de Herodes, / que pra salvar o inocente tudo faz; / propõe à turba soltar um prisioneiro, / a turba escolhe o assassino Barrabás.

19. A soldadesca caçoa de Jesus, / do Rei da vida fazem grande mangação / e de espinhos coroam-lhe a cabeça, / cospem-lhe a face, com tamanha humilhação.

20. Fala Pilatos à turba: “Eis o homem! / O vosso rei em quem não vejo pecado!” / A turba insiste: “Nós queremos Barrabás, / quanto a Jesus, que seja crucificado!”

21. Vendo os Judeus que Pilatos o defende / e não entrega Jesus à perversão, / o ameaçam dizendo: “És contra César!” / Pilatos cede e, temeroso, lava as mãos.

22. Entregue aos brutos, Jesus é açoitado / e o seu Sangue derramou-se pelo chão / Jesus sentia em seu corpo imensa dor /  e sua mãe sentia lá no coração.

23. Jesus levou um sem número de açoites / e se ouvia um gemido tão penoso: /  “Misericórdia, meu Deus de piedade / misericórdia, ó meu Deus, Pai piedoso!”

 Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais. / olhai, dizei, quem neste mundo sofreu mais?...

A CAMINHO DO CALVÁRIO.

25. E conduziram Jesus para o Calvário/ e os Judeus entregaram sua cruz/ por ser a mesma um madeiro tão pesado,/ logo ficaram os olhos seus mortos, sem luz

26. Jesus passando, encontrou o Cirineu/ e Suplicando fitou-o: “Vem, Simão,/ levar comigo madeiro tão pesado,/ que já me faz desmaiar o coração!”

27. O Cirineu entendeu, mas hesitou,/ vendo os soldados que Jesus não mais podia,/ mandam Simão carregar duro lenho;/ o Cirinheu obedece e alivia.

28. Fazem Jesus passar pela Rua Estreita,/ meu bom Jesus, pela Rua da amargura,/ quando encontrou-se com a Virgem Maria, a sua mãe, chorava com ternura.

29. “Vós que passais, vede como minha mãe chora/ e juntamente com Maria Madalena,/ quando imagino que eles vêm em meu socorro,/ cada vez mais, vem dobrar a minha pena.”

30. Outras mulheres seguiam pela estrada, / chorando pranto de dor e compaixão; / Jesus lhe diz: “Filhas, não choreis por mim: chorai por vós e pelos dias que virão!”

31. Pelo caminho seguiam com Jesus / dois malfeitores, ao suplício destinados, / deles Jesus foi em tudo companheiro, / em vida e morte, só não em crime e pecado.

32. Vem a Verônica ao encontro de Jesus, / que, comovida, sua face enxugou, / a caridade, que Jesus agradeceu, / pois seu retrato na toalha lhe deixou.

33. Todo o seu sangue das veias se esvaía, / cor de bonina, sua face ensanguentada, / seu santo rosto ficou desfalecido, / de receber repetidas bofetadas.

34. Considerai, ó meu povo, que`inda hoje, / de Jesus Cristo continua a Paixão / em todo homem pisado e esmagado / pela injustiça, pela fome e opressão.

Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais. / olhai, dizei, quem neste mundo sofreu mais?...

CRUCIFICAÇÃO E MORTE

35. Chegou Jesus lá no alto do Calvário / e foi seu corpo estendido pelo chão, / pra ser cravado, seu corpo, em um madeiro / e transpassada sua mãe no coração.

36. De suas vestes Jesus foi despojado; / entre os soldados foi tudo repartido; / sobre o seu manto os carrascos lançam sorte, / Sagrado Manto!... não pode ser dividido!

37. E suspenderam Jesus no alto da cruz, / meu bom Jesus, suspendido em um madeiro! / E os judeus que passavam escarneciam, / desconhecendo o seu rei, Deus verdadeiro!

38. Maria Virgem ali fiel estava, / ao pé da cruz sua mãe chorava tanto, / vendo o estrago que faziam em seu filho, / a confortava o Divino Espírito Santo.

39. Jesus três horas orou na Santa Cruz / e reclamou com vigor e piedade, / ao Pai eterno entregou o seu espírito, / deu sua vida pela nossa liberdade.

40. Considerai, ó meu povo, que`inda hoje / de Jesus Cristo continua a Paixão, / em todo aquele que é do Reino da verdade / e dá a vida em favor de seus irmãos.

Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais. /olhai, dizei, quem neste mundo sofreu mais?...

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