A liturgia da Igreja Católica foi, é e nunca deixará de ser a Lei da Oração, norma de Ação de Graças e Regra de Fé.
Deve-se, por isso, interpretar a Liturgia conforme seu sentido integral. Ela é como um grande Livro do Espírito Santo. De fato, nas orações e nos atos de culto, o Espírito Santo ilumina as almas, manifesta-lhes a sua Vontade, infunde-lhes a sua graça, auxilia a nossa fraqueza, pois nem sabemos o que havemos de pedir, como convém. Mas, o próprio “Espírito Santo reza por nós com gemidos inenarráveis e Aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito Santo, porque este intercede em favor dos santos, sempre segundo a vontade de Deus” (Rm 8, 26-27).
A Igreja quer levar o homem a Deus
É por meio da Liturgia que a Igreja quer levar o homem a Deus. A beleza disso é que Ela quer levar-lo integralmente: inteligência, vontade e coração. Por isto que a Igreja nos aponta a Nosso Senhor Jesus Cristo pela Liturgia, para que por ela experimentemos o Senhor que Se revelou como tal.
Missa para o homem tem um valor infalível e infinito
Olhemos para a Santa Missa com os olhos da economia, para vermos que ela tem um valor infalível e infinito, porque é Sacríficio e a oração do próprio Deus Filho feito Homem. Entendendo isto, teremos mais prudência na hora de vermos que no ritual da Missa não se usa de teatro, danças e procissões que não esteja já fixado, nem é digno dele.
Os frutos dessa prudência recebem o homem. Eles são, dentro da economia espiritual, falíveis e finitos. Porque dependem das disposições daqueles que o recebem. Quanto mais o homem procura pela devoção, confissão e contrição de conversão diária, seu estado de graça é elevado por tais Dons.
Quatro frutos proporcionam o Santo Sacríficio:
1° Universal, para todos os fiéis vivos e defuntos;
2° Geral, para aquele que participa (aquele que está presente) do Sacríficio;
3° Um especial, por quem é aplicada a Missa;
4° Um especialíssimo para o celebrante.
A essência da Santa Missa se divide em três partes: didática ou instrutiva, sacrifical e satisfatória.
A primeira, instrutiva, apresenta os ensinamentos de Cristo, mediante a leitura dos livros Sagrados com a exaltação dos Evangelhos. Nesta parte entra a homilia, a profissão de Fé (credo) e é concluída com as preces do povo santo reunido ou pelo povo santo, caso o sacerdote queira, em seu Sacrifício particular, colocar.
Na segunda parte é realizada a essência do Sacrifício: a Consagração. O sacerdote, em nome e na pessoa do Senhor Jesus Cristo, repete os gestos e as palavras onipotentes que Ele pronunciou na instituição da Eucaristia.
A terceira parte é o complemento necessário do Santo Sacrifício: Jesus se dar totalmente as almas para fazer-las viver de sua própria Vida divina. Pois, ao redor da Consagração, em que está o Sacrifício Eucarístico todo, e da comunhão, com a qual o fiel participa intimamente da Vítima imolada, foram-se acrescentado, no decorrer dos séculos, desde os primórdios do cristianismo, ensinamentos em forma de várias preces.
Missa o centro da vida cristã
Sendo o Missa o centro da vida cristã, merece realmente ser compreendida sempre e, sempre melhor. Em três tempos o católico é convidado a participar com corpo, mente e coração. Neles se realizam o magno drama da Redenção: principia com a Encarnação de Deus Filho, completa-se no Mistério Pascal e se aplica às almas com a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, continuado com o tempo ordinário até a solenidade de Cristo Rei e Eterno Sacerdote.
Então, sem sombra de dúvida, pode-se dizer que a Liturgia da Igreja é essencialmente um reflexo da Liturgia celeste. Se se precisa que é eminentemente escatológica e apocalíptica, há que se acrescentar imediatamente que este Apocalipse (= Revelação) não é visto como um acontecimento que virá no futuro, mas que é «fato presente» pela ação litúrgica e pelo quadro no qual ela se desenrola. O mundo celeste participa na liturgia terrestre, se bem que não há, finalmente, mais que uma Liturgia, ao mesmo tempo, terrestre e celeste, da qual a Liturgia trinitária, o Triságion – a tríplice «ação de graças» in divinis – é o protótipo eterno e imutável. É por isso que, de uma forma bem especial em nossas solenidades, onde se utilizam do incenso, o celebrante começa a incensar as ofertas, depois a Cruz do Senhor, as santas imagens, depois os concelebrantes (sendo a hierarquia eclesiástica a imagem da hierarquia celeste) e, finalmente, o povo fiel.
Os fiéis participam ativamente na Liturgia, do começo ao fim, com preces, hinos e respostas brotadas do coração da Igreja. Que a partir de hoje, tomemos consciência de catequizar o povo fiel na Liturgia de participamos, tendo em mente que ela não é invenção nossa, nem pode ser adaptada a gostos, nem por parte da comunidade, nem por parte do celebrante. Cuidado com isto! Onde, com o pretexto de inculturação liturgia, o essencial seja perdido e o supérfluo inserido.
Autor: José Wilson Fabrício da Silva
Autor: José Wilson Fabrício da Silva
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