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quinta-feira

Igreja e Doutrina

 

Todos os batizados em nome da Santíssima Trindade pela Igreja Católica Apostólica Romana, professam o Credo que chamamos de Símbolo Apostólico. O Credo é a base de nossas considerações, síntese de tudo aquilo que acreditamos. Dizemos que os artigos de fé contidos no Credo é um resumo consistente que contêm os elementos fundamentais que formam a Doutrina Católica.

Entendemos por Doutrina Católica tudo aquilo que está contido no Catecismo da Igreja. Mas, ela vai além das letras do livro, é a Matéria que acreditamos, meio essencial que usamos para captar a maravilhosa unidade do mistério de Deus, do seu desígnio de salvação, a centralidade em Jesus Cristo, feito homem no seio da Virgem Maria por obra do Espírito Santo.

Pela Bíblia Sagrada, a Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja, acreditamos que Jesus, morto e ressuscitado, está sempre presente em sua Igreja, particularmente nos sacramentos; ele é a nossa fonte de fé, modelo do nosso agir cristão e o Mestre de nossa oração[1]. Tudo isto são verdades de fé que foram ensinadas por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e pelos Apóstolos, para mostrar o caminho de salvação e a vida eterna, que chegou até nós por meio das Fontes de Fé, citadas neste parágrafo.

O ponto de partida para nós cristãos católicos é crer em um só Deus uno e trino. Isto é um Dogma de Fé que a Igreja Católica nos primeiros séculos da era cristã foi vivendo como meio fundamental para abraçar o cristianismo pelo Batismo. Afirma o Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI) que: “A doutrina trinitária não se originou de uma especulação sobre Deus, de alguma tentativa da reflexão filosófica para explicar como se teria processado a origem de todo o ser, mas foi consequência dos esforços para uma elaboração de experiências históricas”[2]. Significa que no decorrer do tempo, partindo do Antigo Testamento, Deus se revela, chegando a plenitude de toda a revelação em Jesus Cristo, “pelo poder do Espírito Santo” no Novo Testamento.

Jesus Cristo para a Igreja Católica é “o próprio Filho de Deus, centro e opção de toda a história humana”… o sentido que sustenta todo o ser, tornou-se carne, isto é, penetrou na história, tornando-se alguém nela; ele não é mais apenas quem envolve e carrega a história, mas um ponto dentro dela”². Encontramos Nele o Evangelho (Boa-nova) que impacta todas as gerações, povos, raças e línguas, gerando na fé, novos filhos para a Igreja[3].

A Doutrina Católica se apoia em torno de quarto “pilares”: a profissão da fé (o Símbolo), os Sacramentos da fé, a vida de fé (os Mandamentos), e a oração do crente (o “Pai-Nosso”)[4].
Sendo assim, dizemos que as principais verdades da Doutrina Cristã estão expressas e resumidas no Símbolo Apostólico (Credo). Elas partem primeiramente da Tradição Apostólica, da Sagrada Escritura e do Magistério, sendo impressas nos Livros Sagrados e nos Documentos da Igreja, que os temos por dons que Deus outorga ao homem como Autor de todo bem, Redentor e Santificador.

Os batizados têm um compromisso diário para não perder de vista o objetivo principal da caminhada humana na vivência da Doutrina Católica: assimilar as regras que partem das normas de fé, seguir o exemplo das testemunhas da fé e exercitar-se constantemente no conhecimento pleno de Deus. Ricardo de São Vítor dizia que devemos “fazer todos os esforços possíveis para compreender aquilo que cremos “(ut intelligamus quod credimus)[5].
Existe uma maravilhosa catequese feita por Santo Agostinho sobre a Igreja que merece ser posta nas paredes de nossos corações, para exaltar a riqueza espiritual e a autoridade dela sobre a Doutrina Cristã, quando diz: “A Igreja é Mãe verdadeira que engendra os cristãos em uma vida nova; que os alimenta com o leite da verdade, e que os fortalece com o pão da sabedoria: nosso primeiro nascimento foi de um homem e uma mulher; nosso segundo nascimento procede de Deus e da Igreja! Vosso Pai é Deus; vossa Mãe, a Igreja”[6].

No pensamento agostiniano, acreditamos que Jesus Cristo continua sua missão de salvar os homens pela Igreja e na Igreja, a comunidade dos santos que constituiu como verdadeira Mãe das almas. Ela, pela Doutrina nos preserva na dignidade de filhos de Deus que recebemos no dia do batismo.
Esta é a nossa fé, a fé da Igreja que nos gloriamos de professar!

Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, OCRL

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