Manual da Santa Missa
A liturgia da Igreja Católica foi, é e nunca deixará de ser a Lei da Oração, norma de Ação de Graças e Regra de Fé.
Deve-se, por isso, interpretar a Liturgia conforme seu sentido integral. Ela é como um grande Livro do Espírito Santo. De fato, nas orações e nos atos de culto, o Espírito Santo ilumina as almas, manifesta-lhes a sua Vontade, infunde-lhes a sua graça, auxilia a nossa fraqueza, pois nem sabemos o que havemos de pedir, como convém. Mas, o próprio “Espírito Santo reza por nós com gemidos inenarráveis e Aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito Santo, porque este intercede em favor dos santos, sempre segundo a vontade de Deus” (Rm 8, 26-27).
A Igreja quer levar o homem a Deus
É por meio da Liturgia que a Igreja quer levar o homem a Deus. A beleza disso é que Ela quer levar-lo integralmente: inteligência, vontade e coração. Por isto que a Igreja nos aponta a Nosso Senhor Jesus Cristo pela Liturgia, para que por ela experimentemos o Senhor que Se revelou como tal.
Missa para o homem tem um valor infalível e infinito
Olhemos para a Santa Missa com os olhos da economia, para vermos que ela tem um valor infalível e infinito, porque é Sacrifício e a oração do próprio Deus Filho feito Homem. Entendendo isto, teremos mais prudência na hora de vermos que no ritual da Missa não se usa de teatro, danças e procissões que não esteja já fixado, nem é digno dele.
Os frutos dessa prudência recebem o homem. Eles são, dentro da economia espiritual, falíveis e finitos. Porque dependem das disposições daqueles que o recebem. Quanto mais o homem procura pela devoção, confissão e contrição de conversão diária, seu estado de graça é elevado por tais Dons.
Quatro frutos proporcionam o Santo Sacrifício:
1° Universal, para todos os fiéis vivos e defuntos;
2° Geral, para aquele que participa (aquele que está presente) do Sacrifício;
3° Um especial, por quem é aplicada a Missa;
4° Um especialíssimo para o celebrante.
A essência da Santa Missa se divide em três partes: didática ou instrutiva, sacrifical e satisfatória.
A primeira, instrutiva, apresenta os ensinamentos de Cristo, mediante a leitura dos livros Sagrados com a exaltação dos Evangelhos. Nesta parte entra a homilia, a profissão de Fé (credo) e é concluída com as preces do povo santo reunido ou pelo povo santo, caso o sacerdote queira, em seu Sacrifício particular, colocar.
Na segunda parte é realizada a essência do Sacrifício: a Consagração. O sacerdote, em nome e na pessoa do Senhor Jesus Cristo, repete os gestos e as palavras onipotentes que Ele pronunciou na instituição da Eucaristia.
A terceira parte é o complemento necessário do Santo Sacrifício: Jesus se dar totalmente as almas para fazer-las viver de sua própria Vida divina. Pois, ao redor da Consagração, em que está o Sacrifício Eucarístico todo, e da comunhão, com a qual o fiel participa intimamente da Vítima imolada, foram-se acrescentado, no decorrer dos séculos, desde os primórdios do cristianismo, ensinamentos em forma de várias preces.
Missa o centro da vida cristã
Sendo o Missa o centro da vida cristã, merece realmente ser compreendida sempre e, sempre melhor. Em três tempos o católico é convidado a participar com corpo, mente e coração. Neles se realizam o magno drama da Redenção: principia com a Encarnação de Deus Filho, completa-se no Mistério Pascal e se aplica às almas com a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, continuado com o tempo ordinário até a solenidade de Cristo Rei e Eterno Sacerdote.
Então, sem sombra de dúvida, pode-se dizer que a Liturgia da Igreja é essencialmente um reflexo da Liturgia celeste. Se se precisa que é eminentemente escatológica e apocalíptica, há que se acrescentar imediatamente que este Apocalipse (= Revelação) não é visto como um acontecimento que virá no futuro, mas que é «fato presente» pela ação litúrgica e pelo quadro no qual ela se desenrola. O mundo celeste participa na liturgia terrestre, se bem que não há, finalmente, mais que uma Liturgia, ao mesmo tempo, terrestre e celeste, da qual a Liturgia trinitária, o Triságion – a tríplice «ação de graças» in divinis – é o protótipo eterno e imutável. É por isso que, de uma forma bem especial em nossas solenidades, onde se utilizam do incenso, o celebrante começa a incensar as ofertas, depois a Cruz do Senhor, as santas imagens, depois os concelebrantes (sendo a hierarquia eclesiástica a imagem da hierarquia celeste) e, finalmente, o povo fiel.
Os fiéis participam ativamente na Liturgia, do começo ao fim, com preces, hinos e respostas brotadas do coração da Igreja. Que a partir de hoje, tomemos consciência de catequizar o povo fiel na Liturgia de participamos, tendo em mente que ela não é invenção nossa, nem pode ser adaptada a gostos, nem por parte da comunidade, nem por parte do celebrante. Cuidado com isto! Onde, com o pretexto de inculturação liturgia, o essencial seja perdido e o supérfluo inserido.
Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, OCRL
Na Missa ou o Sacrifício do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja aplica-se, de modo eminente, a promessa de Cristo: "Onde dois ou três estão reunidos no meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20). Pois, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente tanto na assembléia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas. A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Santo Agostinho já dizia que “em cada Missa devemos comungar dos três Pães: o Pão da Palavra, da Eucaristia e o pão da caridade.” Então é muito Forte e infinito o mistério que participamos e comungamos na Missa.
Os ritos que precedem a liturgia da palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie, Glória e oração do dia, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia. Em certas celebrações que, de acordo com as normas dos livros litúrgicos se ligam com a Missa, omitem-se os ritos iniciais ou são realizados de um modo próprio. Exemplo: o ato penitencial é substituído pela récita dos salmos da Liturgia das Horas ou por uma procissão penitencial. Entrada Canto de Entrada: O canto de entrada tem o objetivo de nos ajudar a rezar. Ele manifesta a Deus nosso louvor e adoração. Esse canto juntamente com procissão de entrada da Missa vem nos lembrar o povo de Deus que caminhava no deserto, as caminhadas do povo escolhido o Povo de Israel. E vem com a Cruz a frente para lembrar que Cristo vem abrindo o cortejo, Ele vem na frente como Senhor de nossa história. Prática: em uma Missa Solene segue a ordem: Turíbulo e naveta Cruz ladeada com duas velas Coroinhas Leitores Acólitos (e seminaristas, religiosos) Evangeliário Diáconos Sacerdotes Presidente da celebração (se for o bispo, logo em seguida os dois acólitos que segurarão o báculo e a mitra). Hino: A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. Ele deve durar até o término do rito de incensar o altar e o celebrante dirigir-se a sua cátedra. Prática: Ao chegar junto ao presbitério, faz-se a inclinação o turiferário e naveteiro. O cruciferário põe a cruz em seu devido lugar, juntamente com os ceroferários e deixa as imediações do Altar para que os coroinhas, leitores e etc. façam a sua reverência para o Altar, lugar central da celebração e não para a cruz. Tão pouco o cruciferário deve ficar tapando a frente do altar, esperando a procissão. (dica: veja que o que é saudado com o beijo e incensado é o Altar primeiramente) Saudação ao altar e ao povo reunido Se o Santíssimo estiver exposto no altar que será realizado o sacrifício, deve-se guarda-lo antes da Missa. Caso o sacrário em uso for o do presbitério central, deve-se fazer uma genuflexão lenta e breve antes de subir o presbitério. Subindo ao presbitério, os sacerdotes e os diáconos saúdam o altar com uma inclinação profunda. Em seguida, em sinal de veneração o sacerdote e o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz e o altar. (todos os demais participantes da Missa acompanha o presidente da celebração, na hora do beijo ao altar com uma inclinação breve) Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial. Ato Penitencial: Em uma atitude de profunda humildade, pedimos perdão de nossos pecados. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial, que após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembléia através de uma fórmula de confissão geral, e concluído pela absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do sacramento da penitência. Após a absolvição, vem o hino de louvor que antecede o glória: Senhor, tende piedade( Kýrie, eleison). Trata-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor. Glória: Já perdoados, cantamos para louvar e agradecer. Glória a Deus nas alturas(Glória in excelsis Deo). O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembléia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes. Coleta, A oração do dia: O Padre coloca todas as intenções, e no final da oração a oração responde com a palavra Amém (que significa "assim seja"). A seguir, o sacerdote convida o povo a rezar; todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar "coleta", pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo e por uma conclusão trinitária, isto é com uma conclusão mais longa, do seguinte modo: Liturgia da Palavra As leituras devem ser feitas única e exclusivamente do Lecionário. Já o Evangelho, nos domingos e solenidades é proclamado do Evangeliário, para mostrar visivelmente pelo livro que Cristo Jesus se põe de pé para dirigir-se a nós. Todas as leituras bíblicas fora uma só parte principal da liturgia da palavra. É constituída pelas leituras, unicamente da Sagrada Escritura sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro. Prática: Ao iniciar o hino de aclamação ao Evangelho, os acólitos se põem de joelhos, junto à cátedra do presidente da celebração, para que ele deponha o incenso no turíbulo, antes dele abençoar o diácono, logo em seguida, os acólitos se levanta e espera em posição de procissão pelo diácono que virá com o Evangeliário até o ambão. O silêncio A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser evitada toda e qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram breves momentos de silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia. Primeira Leitura: Passagem tirada do Antigo Testamento (parte bíblica que prepara a vinda do Messias). À primeira leitura segue-se o salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra de Deus. Salmo de Resposta: É um canto ou um salmo que nos ajuda a entender melhor a mensagem da primeira leitura. O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do Lecionário. Segunda Leitura: Passagem tirada do Novo Testamento, de uma das cartas (epístolas) dos Apóstolos (Filipenses, Gálatas, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, etc). Prática: fica proibida qualquer leitura que não seja a da Sagrada Escritura dentro da Liturgia da Palavra. Exemplo: vida de santo, mensagem, homenagens e etc. Aclamação do Evangelho: Nesta hora ouvimos o padre anunciar a MENSAGEM DE JESUS. Por isso cantamos "ALELUIA" (que significa "alegria - louvai o Senhor"). Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor. a) O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O Versículo é tomado do Lecionário ou do Gradual. b) No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no Lecionário. Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual. Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho: a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo; b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo e o versículo antes do Evangelho ou somente o salmo; c) O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados. A sequência que, exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes, é facultativa, é cantada antes do Aleluia. Evangelho: Jesus nos fala apresentando-nos o REINO DE DEUS. A leitura do Evangelho constitui o ponto alto da Liturgia da Palavra. A própria Liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao Evangeliário. Terminada a leitura do Evangelho o pronunciante dar um beijo no livro. O que significa esse beijo? O significado é muito grande, pois representa o próprio Cristo que falou, então está se beijando o Jesus que fala. Homilia: O Padre explica as leituras e o Evangelho. A homilia é uma parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã. Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, levando em conta tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes. A homilia, via de regra é proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo. Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio. Profissão de Fé (Credo): Momento em que professamos tudo aquilo que como cristãos devemos acreditar. O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia. Oração dos Fiéis: A comunidade reunida reza pela Igreja e por todas as pessoas do mundo. Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro. Normalmente serão estas as séries de intenções: a) pelas necessidades da Igreja; b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo; c) pelos que sofrem qualquer dificuldade; d) pela comunidade local. No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias. Cabe ao sacerdote celebrante, de sua cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui. As intenções propostas sejam sóbrias, compostas por sábia liberdade e breves palavras e expressem a oração de toda a comunidade. As intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma oração em silêncio.
Ritos Finais Avisos: O Diácono, o Padre ou algum leigo da comunidade anuncia algum evento, informa algo de interesse à comunidade. Aos ritos de encerramento pertencem: a) breves comunicações, se forem necessárias; b) saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula mais solene; c) despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus; d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros. Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, OCRL Se formos fazermos uma pesquisa nos livros, internet e perguntarmos a algumas pessoas sobre o que elas entendem pelo termo Liturgia cristã, encontraremos muitas afirmações em comum, mas com algumas diferenças; dentre elas, algumas que seguindo a linha ortodoxa da Igreja responda com mais piedade, respeito e grande carinho pelos ritos. Outros vão responde com tom de alegria, louvor, páscoa, encontro, renovação, inculturação, etc., chegando até a negar ou abolir a alguns concílios para terem como sustentação suas afirmações. Aqui, vamos entender o que realmente vem a ser a liturgia católica em sua pureza, sem muitos enfeites, nem muitas sobriedades. A liturgia é o culto da Igreja. O culto é essencialmente honra – manifestação da excelência divina; reverência – protestação da submissão interior da criatura à superioridade e domínio de Deus. Ela tem como finalidade específica quatro vias: Adoração O adorador cala-se, funde-se, apaga-se, abisma-se na presença do ser que adora, confessando que o objeto do seu culto tem todas as perfeições, todos os direitos, todo o ser enfim; de tal modo que, comparado com Ele, tudo o mais é como se não existisse. Ação de graças Os agradecimentos das criaturas são os elos de ouro que vão encadeando num rosário sem fim os inúmeros dons da liberalidade divida. Impetração Inclinado, dobrado diante da Majestade divina, o homem pede. A sua súplica é a confissão da própria indigência e o reconhecimento da munificência de um Deus bem-feitor. Propiciação O homem pecou. A sua culpa exasperou a divindade. Então, o sacrifício é sua reconciliação com Deus. Mas o sacrifício não é apenas o ato principal da liturgia; mas é o ato central. Qual luz cintilante que, encerrada numa urna de alabastro, da relevo aos contornos do vaso, o Sacrifício, colocado no centro da Religião, como o altar no ponto de encontro de todas as linhas arquiteturais do templo, esclarece todos os seus elementos, desde as mais elevadas verdades do dogma até às práticas mais humildes da moral. Em volta do Sacrifício gravita a Oração oficial da Igreja, erguendo-se ao céu em suaves ondulações, em ascendentes espirais de louvor; desenrolam-se, num ciclo admirável, a Encarnação a Redenção, a Eucaristia, a Igreja, a graça, todas as verdades sobrenaturais – sublimes manifestações do Sacrifício, pois a verdade é o fulgor da sua chama. O que precisamos entender é que não existe e nem haverá outro meio pelo qual conseguiremos viver em plena comunhão com Deus, a não ser pelo meio do santo Sacrifício da Missa, momento especial onde somos nutridos de todas as formas para permanecermos em plena comunhão com Ele. No sacrifício fazemos uma oferenda de algo a Deus, uma vez oferecida, a coisa cessa de pertencer ao homem; e o instinto do homem não tarda em descobrir-lo. É a inutilização da oferta – cremação duma substância sólida, efusão dum líquido, morte de um animal. É justamente aqui que vemos a diferencia entre o Santo Sacrifício da Missa e um sacrifício pagão, onde não há mais animal que oferecido a Deus para ser sacrificado, mas, o próprio Deus Filho faz as vezes do cordeiro, onde ele se torna Sacerdote, Altar e Cordeiro. Por isso que a Santa Missa é o ato principal de toda liturgia, onde tudo converge a Deus, Princípio e Fim de todas as coisas, visíveis e invisíveis. Os sacrifícios da Lei Antiga eram renovados sem cessar, por insuficientes para aplacar a Divindade ofendida e santificar a humanidade pecadora. A Vítima imolada na Cruz em substituição condigna e superabundatemente, que realiza duma só vez o que não podiam os sacrifícios tão multiplicados da religião mosaica. O Sacrifício de Jesus é portanto um Sacrifício único (Hb 9, 28). Único, este Sacrifício domina todos os tempos; abraça todas as gerações; é eterno. Não, por certo, no sentido de que a sua oblação dura toda a eternidade, pois é um ato e, como tal, transitório, temporal; mas quanto aos seus efeitos, que são eternos: a glória de Deus e a salvação das almas. Por isso que Cristo se reveste de nossa humanidade e penetrou no Santo dos Santos do céu, em virtude do seu próprio Sangue; apareceu diante do Pai com cicatrizes das suas chagas, único vestígio de sofrimento naquela mansão da felicidade, e está no trono do céu como um Cordeiro imolado, mas vivo (Ap 5, 6-14) – exercendo as funções do seu Sacerdócio eterno (Hb 7, 24). Mas, se é verdade que o Sacrifício único e eterno do Calvário resgatou e santificou toda a humanidade, deve acrescentar-se que esta redenção e santificação foram operadas só em potência, em raiz. Para que os frutos do Sacrifício da Cruz possam aproveitar a cada um dos membros da humanidade, na série dos tempos, é preciso que lhe sejam aplicados. Esta aplicação faz-se por meio dos Sacramentos e do Santo Sacrifício da Missa. A necessidade de uma expiação Podemos até afirmar que a repetição do termo sacrifício pode ser cansativo, mas não existe outra palavra que explique melhor o que é na realidade o único Culto agradável a Deus, pois só a Santa Missa é o prolongamento e renovação da Cruz, onde se torna para todos nós batizados em nome da Trindade Santa, conveniente e até necessário. Só a Santa é por excelência um ato de Culto completo que aplica em seus participantes os merecimentos de Jesus. Quando o Concílio de Trento, anatemizou a doutrina protestante, declarou que a Missa é verdadeiro e propriamente um sacrifício. O sacrifício de Melquisedec David, anunciando o Messias chama-o de “Sacerdote para sempre segundo a Ordem de Melquisedec (Sal 109,4). Ora, se o sacerdócio é essencialmente orientado para o sacrifício (Hb 8, 3) – a ordem do sacerdócio derivará da ordem do sacrifício. Portanto, a forma e o rito da oblação de Melquisedec deve prefigurar o Sacrifício de Jesus Cristo, o qual sacrificará eternamente da mesma maneira de Melquisedec. Ora o Gênesis 14, 18 diz que o Sacrifício de Melquisedec constituiu na oblação do pão e do vinho. Por conseguinte um Sacrifício análogo será oferecido por Jesus Cristo durante todos os séculos. É o Sacrifício do Altar. Santa Missa, profecia de Malaquias Ele anunciou de maneira mais explícita o sacrifício eucarístico no seu livro no capítulo I, 10-11. Segundo o ensino unânime dos Santos Padres e a doutrina do Concílio de Trento, este texto prediz a celebração perpétua e universal do Sacrificio da Missa. Com efeito Malaquias profetiza em primeiro lugar a cessação do culto mosaico. Os sacerdotes da tribo de Levi desagradaram a Javé pela irreverente e negligente como exerciam o santo ministério, e por isso a vontade de Deus os desaprovava e não queria aceitar as oblações das suas mãos. Mas o motivo principal porque Deus rejeita as oferendas dos levitas é anunciado por Malaquias em segundo lugar: a aparição de um novo culto. Jesus Cristo, Autor do Sacrifício Eucarístico Ao instituir a Eucaristia, indicou claramente pelas palavras a realidade do Sacrifício. Não ele do seu Corpo: que será dado por vós (Lc 22, 19), e do seu Sangue: entregue por vós? (Mt 26, 28). Por ser a Santa Missa o momento em que escutamos a Deus e um sacrifício atualizado que se oferece nos altares da Igreja é unicamente a reprodução do ato de entrega de Jesus, instituído por ele mesmo, segundo as suas próprias palavras (Lc 22, 19). Associação dos fiéis ao Santo Sacrifício Todos os fiéis, em virtude do caráter batismal, se tornam participantes do sacerdócio de Cristo e aptos para receber os frutos do Sacrifício ao qual se associam pelas suas oblações e imolações. Sendo assim, o homem tem por obrigação de reconhecer que ele tem nada de si mesmo; tudo recebe de Deus para usos breves de seus dias terrenos. Onde a Santa Missa se torna necessidade do homem para se reconciliar com Deus, gerando uma disposição para os demais sacramentos e um Sacrifício satisfatório ao Senhor Uno e Trino. Os fiéis devem, por conseguinte, revestir-se dos sentimentos de Jesus (Fil 2,5) e unir as suas imolações quotidianas à imolação de Jesus na Cruz e às imolações passadas dos Santos, para completar em certo modo a obra redentora da Paixão de Jesus. É justamente isto que pede a Igreja na oração da solenidade da SS. Trindade. Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, OCRL Os sacerdotes nunca deixaram de ser os curas de almas. São eles os zeladores delas, nutrindo-as com a Palavra de Deus e o Pão dos anjos no Santo Sacrifício da Missa. São eles os primeiros dentre todos, a serem os adoradores eucarísticos, os amantes da Casa de Deus aqui na terra, os ordenadores do silêncio e da modéstia dos lugares sagrados. Cada paróquia é um aprisco que pertence ao único Sumo e Eterno Sacerdote e Bom Pastor, Jesus Cristo, que confia à administração aos seus sacerdotes. Mesmo vivendo na era digital e das facilidades de nossos dias, os ministros de Deus devem chamar o povo fiel a viverem do Céu, mesmo estando no mundo. Isto chamamos de viver no Céu por antecipação: “aonde está o teu tesouro, aí estará teu coração”. (Mt 6, 21) O sacerdote nunca deve esquecer de proclamar que, dentre tantas maravilhas de Deus contidas na Sagrada Escritura, o cristão nasceu para a luta! e quanto mais encarniçada ela se apresentar, tanto mais segura deve ser a crença na vitória de Deus, dizia Leão XIII. Por causa desse fato, cada católico tem a santa obrigação de ver com Santa Terezinha que, o seu sofrimento deve tornar-se o seu Céu aqui na terra. Não vendo nunca os outros como uma ameaça, um inferno ou a sua morte em vida. Certo dia lendo alguns escritos sobre a Eucaristia, vi as palavras de um padre que se perguntava ao Senhor: “meu Deus, por que não colocaste azeite em minhas veias, em vez de sangue? Pois, se tivesse azeite, te daria sempre, me consumiria em vossas lâmpadas que ladeiam os sacrários da terra”. Santo Afonso Maria de Ligório dizia: “Tenho inveja das flores que são postas ao lado de Jesus, pois elas ficam lá até entrarem em processo de acabamento. Assim queria eu também ficar, sempre ao lado de Jesus Hóstia Santa”. Quero dizer que é somente no culto eucarístico que chamamos de hora santa, que encontraremos respostas para as nossas perguntas, consolo para as nossas dores, luz para as nossas trevas e descanso para as nossas almas. Percebemos aqui que Sacerdote e Eucaristia estão intimamente ligados, não existe um sem o outro. Então, cada fiel católico vive dos dois. Estes são os presentes que o Senhor deu a Igreja católica na última Ceia. Rezemos por cada ministro ordenado em particular, para que a cada dia sua boca fale daquilo que seu coração esteja cheio, cheio de Deus, da Graça do Espírito Santo. Para que ao ouvirmos a ele, possamos dizer: “eu vi o Senhor”. Nos sacrifiquemos por eles para que neles, não se cumpra a Palavra de Deus neste passagem de Jeremias (48, 10) que reza: Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente. Só depende de nós! Rezai pelos os sacerdotes e os vereis mais santos. Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, OCRL |
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