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terça-feira

O QUE PREPARAR PARA CELEBRAR OS RITOS DA SEMANA SANTA





DOMINGO DE RAMOS

Preparar:
¨      Ramos para toda comunidade (e o suficiente que sobre para fazer as cinzas da quarta-feira de cinzas do ano seguinte);
¨      Paramentar como de costume, sendo que, a cor litúrgica é vermelha;
¨      Turíbulo, fogo, naveta com incenso (turiferário);
¨      Cruz de procissão (cruciferário)
¨      Castiçais (acólitos)
¨      O sacerdote ao invés de usar casula durante a procissão deverá usar a capa de asperge;
¨      Objetos Sagrados para à Santa Missa como de costume.


Procissão:
¨    À hora devida, faz-se a concentração numa igreja menor ou noutro local apropriado fora da igreja para onde se dirige a procissão. Os fiéis tenham nas mãos os ramos.
¨    No lugar mais conveniente o celebrante reveste os paramentos de cor vermelha para a missa. Usa-se a capa de asperge, após a procissão tira-se a mesma, revestindo-se com a casula. Após ter se paramentado, o celebrante dirige-se até o local da bênção dos ramos, com o canto apropriado (Hosana)
¨    Terminado o canto, o celebrante de pé, voltado para o povo, começa: “Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo”.  Saúda o povo como de costume e profere a exortação introdutória.
¨    Após a exortação, o celebrante de mãos estendidas diz a oração da benção dos ramos e, sem nada dizer, asperge os ramos com água benta.
¨    Depois da benção dos ramos e antes da proclamação do Evangelho podem-se distribuir os ramos aos presentes, enquanto isso se executa um canto apropriado.
¨    Em seguida o celebrante deita incenso no turíbulo e se faz a proclamação do Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, segundo um dos quatro evangelistas: Ano “A”, Ano “B” ou Ano “C”.
¨    Após o Evangelho, poderá haver breve homilia.
¨    Antes de iniciar a procissão, o celebrante poderá proferir a exortação: “Meus irmãos imitando o povo…” nos mesmos termos do Missal Romano, ou noutros termos equivalentes; e inicia-se a procissão em direção à igreja onde vai ser celebrada a missa. À frente vai o turiferário com o turíbulo fumegando, a seguir, o cruciferário ladeado de dois acólitos com os castiçais com as velas devidamente acesas, após virão os demais ministros, Diáconos, o celebrante e o povo juntamente com seus ramos.
¨    Enquanto a procissão avança, podem-se executar os cantos indicados no missal ou outros adequados. No momento em que a procissão entra na igreja, canta-se o responsório: “Ouvindo o povo que Jesus…” ou outro canto alusivo ao ingresso do Senhor.
¨    Chegando ao altar, o celebrante entrega o ramo a um dos ministros, venera o altar, incensa-o. Dirige-se à sede e ali, deixa-se a capa e reveste-se a casula.
Omitidos os ritos iniciais da Missa, conclui a procissão recitando a coleta da Missa. Caso queira, o celebrante pode tirar a capa e vestir a casula à sua chegada ao altar, antes da costumada reverência.
¨    Prossegue-se a Santa Missa como de costume.

QUINTA FEIRA SANTA



M I S S A    V E S P E R T I N A
«IN COENA DOMINI»
1. RITOS INICIAIS E
LITURGIA DA PALAVRA
(Esta Missa tem «Glória»).
 I. Leitura (Ex. 12, 1-8, 11-14);
 Salmo Resp. 
(Sl. 115, 12-13, 15-16bc, 17-18);
 II. 
Leitura (I Cor. 11, 23-26);
 EVANGELHO (Jo. 13, 1-15).
2. RITO DO LAVA-PÉS

Antífonas ao «lava-pés»:
 «Domine, Tu mihi lavas pedes?»;
 
«Jesus erguendo-se na ceia, jarro...»;
 
«Eu vos dou um novo mandamento».
3. ORAÇÃO DOS FIEIS

4. LITURGIA EUCARÍSTICA

 
Ao Ofertório, canta-se o Hino «Onde há amor e a caridade, Deus aí está».
 No Canon Romano, «Communicantes» e «Hanc igitur» próprios;
também nas Preces Eucarísticas II e III se fazem as comemorações próprias
.
 Na comunhão, canta-se o Hino «Ele não disse: Isto é como se fosse» 
 «Bem vindos a mesa do Pai...» 
5. TRASLADAÇÃO DO
SSMº. SACRAMENTO

(Procissão Eucarística para o lugar da Reserva, cantando-se o Hino «Vamos todos louvar juntos»).
6. DESNUDAÇÃO
DOS ALTARES
 

(em privado).


Sentido: Com esta missa a Igreja começa o Tríduo Pascal e se esforça vivamente para renovar aquela última ceia, mediante a qual o Senhor Jesus ofereceu seu Corpo e seu Sangue a Deus Pai sob as espécies do pão e do vinho. Nesta ceia também Jesus institui o sacerdócio ministerial e dá a seus discípulos o mandamento novo do amor.

Preparar:
a)        No presbitério: todo o necessário para a missa; as âmbulas com hóstias para serem consagradas (é preciso lembrar que nesta missa se consagram as hóstias que serão distribuídas na Celebração da Paixão do Senhor – 6ª feira santa); véu umeral (ou de ombros); velas para procissão após a missa; matracas.
b)        No lugar do “lava-pés”: cadeiras para os homens designados; jarra com água e bacia; toalhas para secar os pés e o necessário para que o padre depois do “lava-pés” lave-se as mãos e o gremial para o sacerdote (espécie de avental para momentos determinados na liturgia).

Descrição do Rito:
A entrada na Igreja e a Liturgia da Palavra se desenvolvem como de costume.
Lembrando:
Ordem na procissão de entrada: o turiferário com o turíbulo fumegante; um acólito com a cruz; outros acólitos (pelo menos dois) ladeando a cruz com as velas; os outros ministros e o sacerdote.
Quando se chega ao altar, faz-se a reverência devida e depois do padre beijar o altar o turiferário oferece o turíbulo a ele para que incense o altar. Acabada a incensação todos tomam seus lugares e o ministro do livro apresenta o Missal para que o sacerdote inicie a Santa Missa.
Enquanto se canta o Glória tocam-se os sinos da Igreja (inclusive as sinetas) que se calarão até a Vigília Pascal. Segue-se normalmente a Missa até a homilia inclusive. Terminada esta, inicia-se o lavatório dos pés. O sacerdote deixa a casula, cinge-se com o gremial e se aproxima de cada homem, derrama água sobre seus pés e seca-os com a ajuda dos ministros, enquanto isso se cantam as antífonas apropriadas.
Depois do lavatório dos pés o sacerdote regressa à sede e lava as mãos e volta a colocar a casula. Em seguida faz a oração dos fiéis, já que nesta Missa não se diz o credo.
Desde a preparação dos dons até a Comunhão inclusive tudo se faz como de costume. Terminada a comunhão dos fiéis, deixa-se sobre o altar a(s) âmbula (s) com as hóstias e se diz a oração para depois da comunhão.
Dita esta oração e omitidos os ritos finais, o sacerdote de pé, diante do altar, põe incenso no turíbulo, abençoa-o e de joelhos incensa o Santíssimo Sacramento.
A seguir recebe o véu umeral, sobe ao altar, faz genuflexão, toma a âmbula com suas mãos cobertas com as extremidades do véu.
Organiza-se a procissão para levar o Santíssimo para o lugar preparado. Nessa procissão, a ordem é a seguinte: o ministro que leva a cruz vai à frente acompanhado dos acólitos que levam velas, a seguir o turiferário com o turíbulo fumegante; o sacerdote que leva o Santíssimo Sacramento ladeado de velas. Ao chegar a procissão ao lugar preparado, o sacerdote coloca a âmbula sobre o altar ou no sacrário, cuja porta permanece aberta; e enquanto se canta oTantum ergo, o sacerdote ajoelhado incensa o Santíssimo Sacramento. Fecha-se a porta do sacrário. Depois de algum tempo de adoração silenciosa todos se levantam e, feita a genuflexão, voltam para a sacristia.

No devido momento se desnuda o altar, e se for possível, retiram-se as cruzes da Igreja (ou então sejam cobertas).

SEXTA-FEIRA SANTA




1. LITURGIA DA PALAVRA
 Prostração;
 Oração Coleta;
 I. LEITURA (Is. 52, 13-53, 12);
 Salmo Resp. (Sl. 30, 2, 6, 12-13, 15-16, 17,25);
 II. LEITURA (Hb. 4, 15-16, 5, 7-9);
 PAIXÃO SEGUNDO S. JOÃO (Jo. 18, 1-19, 42).
2. ORAÇÕES SOLENES
(Introduzidas por um Diácono, caso a comunidade o tenha, ou por um ministro instituído)

I. Pela Santa Igreja;
II. Pelo Papa;
III. Por todos os ministros e fiéis;
IV. Pelos Catecúmenos;
V. Pela Unidade dos Cristãos;
VI. Pelos Judeus;
VII. Pelos que não crêem em Cristo;
VIII. Pelos que não crêem em Deus;
IX. Pelos governantes;
X. Pelos atribulados.
3. ADORAÇÃO DA CRUZ

 Apresentação da Santa Cruz, c/Invit. 
«Eis o Lenho da Cruz...»;
 Adoração da Cruz.
 Canta-se «Perdão meu Jesus»;
«Prova de amor» 
4. RITOS DA COMUNHÃO

 Trasladação do Santíssimo;
 
«Pai Nosso» e embolismo;
 
«Feliz os convidados para...» e COMUNHÃO;
 Canta-se «Vós sois meu Pastor ó Senhor» 
 Orações «postcommunio» e «super populum». Não tem benção


Sentido: Este é o dia em que “foi imolado o Cristo, nossa Páscoa” (I Cor 5,7). A Igreja, ao olhar a Cruz de seu Senhor e Esposo, comemora seu próprio nascimento e sua missão de estender a toda a Humanidade os efeitos fecundos da Paixão de Cristo, que hoje celebra, dando graças por tão inefável dom.
Esta celebração consta de três partes: Liturgia da Palavra, adoração da Cruz e Sagrada Comunhão. O altar deve estar descoberto por completo: sem cruz, sem velas e sem toalhas.
Preparar:
a)    Na sacristia: paramentos vermelhos.
b)    No lugar conveniente: Cruz (velada); dois candelabros.
c)    No presbitério: Missal, lecionário, toalha, corporal, tapete (para a prostração).
d)    No lugar onde fica o Santíssimo: véu umeral, dois candelabros.

Descrição dos Ritos:

1) Ritos Introdutórios:
O sacerdote juntamente com os ministros dirige-se para o altar em silêncio.
Chegados ao altar o sacerdote faz a reverência devida, prostra-se, ou se julgar conveniente, ajoelha-se num genuflexório e ora em silêncio por alguns momentos. O que o sacerdote reza? Pedindo perdão pelo pecado do mundo. O povo permanece de joelhos.
A seguir o sacerdote, dirigindo-se à sede, com as mãos estendidas diz a oração prevista e logo se senta.
2) Liturgia da Palavra:
Procede-se às respectivas leituras. Na leitura da Paixão do Senhor, quando se anuncia a morte de Jesus todos se ajoelham e faz-se uma pausa. Terminada a leitura, não se beija o livro.
Homilia. Terminada a homilia o sacerdote, na sede ou junto ao altar, com as mãos estendidas dirige a oração universal como se propõe no Missal, sendo introduzidas pelo diácono.
Os fiéis podem permanecer de pé ou de joelhos durante todo o tempo das orações.
3)    Adoração da Santa Cruz
A seguir, faz-se a apresentação e adoração da Santa Cruz, com uma das formas propostas no Missal.
¨Primeira forma de apresentação da Cruz: o sacerdote recebe a cruz coberta e, junto ao altar, em três momentos sucessivos a descobre e a apresenta para a adoração dos fiéis, repetindo a cada vez o convite: Eis o lenho da Cruz.. Ao que todos respondem: Vinde Adoremos. Terminado o Canto, ajoelham-se e durante breve tempo adoram em silêncio a Cruz. Depois a cruz é levada pelo presbítero à entrada do presbitério, acompanhada por dois acólitos com velas acesas, e a coloca ali ou a entrega aos ministros para que a sustentem levantada entre velas acesas colocadas à direita e à esquerda.

¨Segunda forma de apresentação da Cruz: o sacerdote, acompanhado pelos acólitos, vai à porta da igreja onde toma a cruz descoberta. Os acólitos trazem consigo velas acesas, e faz-se a procissão pela igreja até o presbitério. Perto da porta da igreja, na metade e à entrada do presbitério, o sacerdote eleva a cruz cantando o invitatório: Eis o lenho da Cruz.. Ao que todos respondem: Vinde Adoremos. Depois de cada resposta todos se ajoelham e adoram em silêncio durante breve tempo. Depois se deixa a Cruz à entrada do presbitério, como se disse anteriormente, para a adoração.

Para a adoração da cruz, o celebrante deixando a casula e, se julgar conveniente, os sapatos aproxima-se em primeiro lugar, faz a genuflexão diante da cruz, beija-a e volta à sede onde volta a calçar-se e se reveste com a casula.
Depois do sacerdote passam adorando a cruz os ministros e depois os demais fiéis.
4) Sagrada Comunhão:
Terminada a adoração, leva-se a cruz a seu lugar, perto do altar. As velas acesas são colocadas junto ao altar, ou junto à cruz. Sobre o altar se estende uma toalha e se coloca um corporal e o Missal.
Depois vai se buscar o Santíssimo Sacramento no lugar onde ficara reservado. Dois acólitos com velas acesas acompanham o Santíssimo Sacramento e as deixam (as velas) sobre o altar. Na igreja todos estão em silêncio. Uma vez estando as âmbulas sobre o altar e descobrindo-as, faz-se a genuflexão. Diz-se o Pai-nosso com seu embolismo e se distribui a Comunhão, como se indica no Missal. Terminada a comunhão reserva-se novamente o Santíssimo Sacramento ou fora da igreja, no lugar anteriormente preparado ou, se as circunstâncias exigirem, no sacrário. Depois de certo período de silêncio, o sacerdote, de pé, diz a oração para depois da comunhão.
5) Rito de Conclusão:
Terminada a oração, depois da comunhão, para a despedida, o sacerdote de pé, voltado para o povo e com as mãos estendidas sobre o altar diz a oração correspondente.
Depois se faz genuflexão para a Cruz. Todos se retiram em silêncio.
O altar se desnuda no tempo oportuno.

SÁBADO SANTO

1. LUCERNÁRIO
(Liturgia da Luz)
 Bênção do Fogo Novo;
 Bênção do Círio Pascal;
 Procissão com o Círio c/Invit. 
«Eis a Luz de Cristo»;
 PRECONIO PASCAL (pelo sacerdote)
2. LITURGIA DA PALAVRA
(Leituras, Cânticos e Orações)

I. Gen. 1  a Criação;
II. Gen. 22, 1-18  o Sacrifício de Abraão;
III. Ex. 14-15  a passagem do Mar Vermelho;
IV. Is. 54, 5-14  a «Nova Jerusalém»;
V. Is. 55, 1-11  a Salvação de Deus oferecida aos homens;
VI. Bar. 3, 9-15  a Fonte de Sabedoria;
VII. Ezq. 36, 16-28  Espírito Novo e coração novo;
 Canto do «Gloria in excelsis» (tocam os sinos, as campainhas e o Orgão);
 Epístola (Rom. 6, 3-11);
 
«Alleluia» e EVANGELHO:
 Ciclo «A»: Mt. 28, 1-10;
3. LITURGIA BATISMAL

 Ladainha de Todos-os-Santos;
 Bênção das águas;
 Rito do BATISMO 
(se houver batizandos);
 Renovação das Promessas do Batismo e aspersão
(Não se diz «Credo»).
4. ORAÇÃO DOS FIEIS

5. LITURGIA EUCARISTICA

 OFERTÓRIO  Prece Eucarística I
(Canon Romano, c/ «Communicantes» e «Hanc igitur» próprios);
 RITOS DA COMUNHÃO:
«Pai Nosso»  «Agnus Dei»  COMUNHÃO
________________________

(Ao despedir o povo, o diácono diz:
«Ide em Paz, Alleluia, alleluia»;
O povo responde: «Demos graças a Deus, Alleluia, alleluia»).

Sentido: Segundo antiquíssima tradição, esta é uma noite de vigília em honra do Senhor (cf. Ex 12,42). E, a vigília que nela se celebra para comemorar a noite santa da ressurreição do Senhor, é considerada como a “Mãe de todas as Santas Vigílias” (Santo Agostinho). Nela a Igreja, vigiando espera a Ressurreição do Senhor e a celebra com os sacramentos da iniciação cristã.

Preparar:
a) Para a bênção do fogo: fogueira fora da igreja, onde o povo possa reunir-se; círio pascal; cinco grãos de incenso e estilete; pavio para acender o círio com a chama do fogo novo; velas para os participantes da vigília; pinças para que o turiferário possa tirar as brasas do fogo novo e pô-las no turíbulo.

b) Para a proclamação da Páscoa: pedestal para o círio, perto do ambão.

c) Para a liturgia batismal: recipiente com água; quando se celebram os sacramentos da iniciação cristã: óleo dos catecúmenos; vela batismal; Ritual Romano.

As luzes da Igreja se apagam.
1) Bênção do fogo e preparação do Círio:
Sentido: celebração da luz, Cristo luz do mundo, que vai dissipando nossas trevas.

O sacerdote e os ministros aproximam-se do lugar onde o povo está reunido para a bênção do fogo. Um dos acólitos leva o círio pascal. Não se levam nem cruz processional nem velas acesas. O turiferário leva o turíbulo sem carvões. Chegados ao lugar, faz-se a acolhida e a seguir, a bênção do fogo. O turiferário, a seguir, toma brasas do fogo novo e as coloca no turíbulo. Em seguida, o celebrante vai pronunciar sobre o círio as palavras prescritas, realizando os ritos estabelecidos. Após estes ritos realizados sobre o círio, o celebrante com a ajuda do ministro acende o círio tirando a chama do fogo novo, pronunciando as palavras prescritas.
2) Procissão:
Depois de acender o círio pascal, o celebrante põe incenso no turíbulo. Depois, recebe o círio das mãos do acólito e começa a procissão para entrar na Igreja. Ordem:
- Turiferário com o turíbulo fumegante;
- Celebrante com o círio pascal;
- Demais ministros;
- Povo
Todos levam em suas mãos as velas apagadas.
Na porta da Igreja, o celebrante, de pé e elevando o círio, canta: Eis a luz de Cristo, e todos respondem: Demos graças a Deus.
A seguir no meio da Igreja fará a mesma coisa. Nesta segunda vez, todos acendem suas velas, comunicando o fogo entre si.
Quando o celebrante chega diante do altar, volta-se para o povo o por terceira vez canta: Eis a luz de Cristo, e todos respondem: Demos graças a Deus. Em seguida coloca o círio pascal sobre o candelabro preparado para isso perto do ambão. Neste momento acendem-se as luzes da Igreja.

3) Proclamação Pascal: O celebrante põe incenso no turíbulo e o abençoa. Toma o turíbulo e incensa o círio e o lecionário que está sobre o ambão e canta a Proclamação da Páscoa. O povo permanece de pé e com as velas acesas em suas mãos.

4) Liturgia da Palavra:

Sentido: apresenta uma breve história da nossa salvação que se realiza plenamente em Cristo nesta noite.

Terminada a proclamação da Páscoa, todos apagam suas velas e se sentam. Antes do início das leituras pode-se fazer o comentário. Nesta Vigília são propostas 9 leituras: 7 do Antigo Testamento e 2 do Novo testamento: a Epístola e o Evangelho. A cada leitura do AT corresponderá um Salmo e uma oração coleta. Terminada a última leitura do AT com seu responsório próprio e a oração correspondente, acendem-se as velas do altar e entoa-se solenemente o Hino Glória a Deus nas alturas. Enquanto se entoa o Glória tocam-se os sinos e sinetas da Igreja. Terminado o hino o celebrante diz a oração da coleta. Em seguida se senta para a leitura da Epístola. Terminada a Epístola, todos se levantam e o celebrante entoa solenemente o Aleluia por três vezes. O povo, depois de cada vez o repete. A seguir diz-se o salmo. Logo se lê o Evangelho. Pode se usar o turíbulo, porém não se levam velas para a leitura do Evangelho.
Depois do Evangelho, faz-se a homilia e em seguida procede-se à liturgia batismal.
5) Liturgia Batismal:

Sentido: participamos da vida nova em Cristo, pela ação santificante dos sacramentos.

A liturgia batismal se celebra na fonte batismal ou no presbitério mesmo. A seguir, chamam-se os catecúmenos, se os houver, com seus pais e padrinhos em caso de crianças. Em seguida os cantores cantam as ladainhas às quais todos respondem estando de pé, em razão do tempo pascal.
Terminadas as ladainhas, o celebrante, perto da fonte batismal, com suas mãos estendidas procederá à bênção, enquanto diz: Nós vos pedimos, ó Pai, que por vosso filho desça sobre esta água a força do Espírito Santo, pode introduzir o círio na água, uma ou três, como se diz no Missal. Depois disso, caso haja celebração dos sacramentos do batismo e da crisma, procede-se à administração desses sacramentos. Terminada a celebração, ou caso não se celebrem esses sacramentos, depois da bênção da água, o celebrante, de pé, voltado para a assembléia, recebe dos fiéis a  renovação das promessas do batismo.

6) Renovação das Promessas Batismais:

Os fiéis, de pé, levam em suas mãos velas acessas. O celebrante fará o interrogatório correspondente à Renovação das promessas batismais.
Terminada a renovação das promessas o celebrante fará a aspersão sobre o povo com a água benta, percorrendo a igreja, enquanto se canta um hino de índole batismal.
Terminada a aspersão, o celebrante retorna à sede, de onde, omitindo o credo dirigirá a oração universal.
7) Liturgia da Eucaristia:

Em seguida, tem início a Liturgia da Eucaristia, que se celebra segundo o rito de costume.
8) Despedida:

Para a despedida dos fiéis, agrega-se um duplo Aleluia.
Para a bênção final da Missa, o celebrante poderá empregar a fórmula de bênção solene para a Missa da Vigília Pascal, proposta no Missal.
Apêndice: Incensação

O rito de incensação expressa reverência e oração, como se dá a entender no Sl 140,2 e em Ap 8,3.
¨      Em que momentos se usa o incenso na Missa?
- Durante a procissão de entrada;
- No começo da Missa para incensar o altar;
- Para a procissão e proclamação do Santo Evangelho;
- Na preparação dos dons para incensar as oferendas, o altar, a cruz, o celebrante (e concelebrantes) e o povo;
- No momento de mostrar a hóstia e o cálice, depois da consagração.
O celebrante se está na sede, senta-se para por incenso no turíbulo. O ministro apresenta-lhe a naveta e após depositar o incenso no turíbulo o celebrante abençoa o incenso com o sinal da cruz, sem dizer nada. Para passar o turíbulo ao celebrante, o turiferário coloca a parte superior das correntes na mão esquerda do celebrante e a parte inferior na direita.
¨      Como incensar?
Antes e depois de incensar, faz-se inclinação profunda à pessoa ou objeto que se incensa; excetuam-se o altar e as oferendas para o sacrifício da Missa.
Aquele que incensa segura com a mão esquerda as correntes por sua parte superior, e com a direita, as mesmas, juntas, perto da parte inferior do turíbulo e o sustenta de tal maneira que possa movê-lo comodamente. Importante lembrar que a incensação deve ser feita com dignidade e decoro, sem mover o corpo ou a cabeça. Terá a mão esquerda que sustenta a parte superior das correntes – firme e estável sobre o peito; a mão e o braço direito as moverão com a parte inferior de forma cômoda e contínua.
Com três movimentos duplos se incensam: o Santíssimo Sacramento; as relíquias da Santa Cruz e as imagens do Senhor expostas solenemente, também as oferendas, a cruz do altar, o livro dos Evangelhos, o círio pascal, o celebrante, a autoridade civil que por ofício está presente na celebração, o coro e o povo, o corpo do defunto.
Com dois movimentos duplos se incensam as relíquias e imagens dos Santos expostas para a veneração pública.
O Santíssimo Sacramento se incensa de joelhos. As relíquias e imagens se incensam depois da incensação do altar, no início da Santa Missa.

MISSA NO DOMINGO
DE PÁSCOA

1. RITOS INICIAIS E
LITURGIA DA PALAVRA
(Missa própria, com «Glória» e «Credo»).
 I. Leitura (Act. 10, 34a, 37-43);
 Salmo Resp. 
(Sl. 117, 1-2, 16ab-17, 22-23);
 II. 
Leitura (Col. 3, 1-4); (ou: I Cor. 5, 6b-8);
 Seq. 
«Victimae Paschali laudes»;
 «Alleluia»;
 EVANGELHO (Jo. 20, 1-9); (ou: Luc. 24, 13-35).
2. «CREDO» E
ORAÇÃO DOS FIÉIS

3. LITURGIA
EUCARISTICA

 Pref. Pascal I;
 No Canon Romano, «Communicantes» e «Hanc igitur» próprios.
4. RITO CONCLUSIVO

(Ao despedir o povo, o diácono diz:
«Ide em Paz, Alleluia, alleluia».
O povo responde: «Demos graças a Deus, Alleluia, alleluia»).


Breve Resumo das celebrações que acontece no Tríduo

O Tríduo pascal segundo a orientação litúrgica, começa na tarde da quinta-feira santa com a missa na Ceia do Senhor e termina na tarde de Páscoa  com as vésperas solenes, tendo como oitava para celebrar com a mesma potência o que ocorreu no domingo santo.

A Sexta-feira santa, em que se celebra a morte do Senhor, e o Sábado santo em que se recorda o repouso de Cristo no sepulcro, são dias “alitúrgicos”. Nenhum sacramento deve ser ministrado, segundo as orientações litúrgicas durante todo o dia da sexta-feira e do sábado santo, exceto o viático em caso de morte.

O Domingo de Páscoa tem início com a solene vigília que se desenrola durante a noite: constitui o cume do Tríduo pascal e celebra festivamente, no mistério, a gloriosa Ressurreição do Senhor.

Na quinta-feira santa, além da missa do Crisma, em que são abençoados “os santos óleos”: dos catecúmenos, e da unção dos enfermos e consagrado o da crisma  (em geral no Brasil, rezada por motivo pastorais, na quarta-feira santa) é celebrada a missa na Ceia do Senhor que lembra a instituição da eucaristia, a primeira missa da história.

(Na solene Missa canta-se o hino do Glória, durante o qual tocam-se os sinos que, depois permaneceram em silêncio até a vigília pascal. Não se diz o creio.

Após a homilia, o celebrante procede ao “lava-pés”, para lembrar o que Jesus fez na última Ceia, num ato de amor e de serviço para com os apóstolos. A missa termina com a oração da comunhão, à qual segue imediatamente  a procissão para a “Transladação do SSmo. Sacramento à uma capela ou altar devidamente preparados).

A solene Liturgia da sexta-feira santa é celebrada à tarde, pelas três horas, a não ser que razões pastorais aconselhem horas mais tarde.

Comemoramos os dois aspectos do mistério da cruz, o sofrimento que prepara para a glória da Páscoa e a humilhação e opróbrio de Jesus dos quais promana sua glorificação.

Hoje já é a Páscoa: Cristo que morre na cruz, passa deste mundo ao Pai; do seu lado brota, para nós, a vida divina, passamos da morte do pecado à vida de Deus. Tudo isso o revivemos liturgicamente em três momentos: Liturgia da Palavra com leitura da Paixão, Adoração da cruz Comunhão eucarística.

(Na sexta feira santa “na paixão do Senhor” e, conforme a oportunidade também no Sábado santo até a Vigília pascal, celebra-se a jejum pascal).

Vigília pascal na noite santa. Por antiquíssima tradição, esta é “a noite de vigília em honra do Senhor”. A noite pascal é grande sacramento da vida do cristão. Não é vigília mas já é festa.

Desenrola-se deste modo: depois de uma breve liturgia da Luz (primeira parte), a santa Igreja  medita as “maravilhas” que o Senhor fez por seu povo desde o princípio, e confia na sua palavra e na sua promessa (liturgia da Palavra) até o momento em que, aproximando-se o dia da ressurreição, com só seus membros regenerados no batismo (terceira parte ou liturgia batismal), é convidada à mesa que o Senhor preparou  para seu povo por meio de sua morte e ressurreição (quarta parte liturgia eucarística).

A missa da noite, mesmo que celebrada antes da meia noite, é a missa pascal do domingo da Ressurreição.

No domingo de Páscoa há duas missas: a primeira “na noite santa”, e constitui o ápice da solene vigília pascal, a segunda “no dia” do domingo da Ressurreição.

(Com o canto do glória na noite de Páscoa, os sinos retomam seu som festivo; volta também o alegre canto do aleluia).

A cor das vestes litúrgicas é o branco na liturgia da quinta-feira santa, da vigília Pascal e do domingo de Páscoa; o vermelho, na liturgia da sexta-feira santa e no domingo de Ramos e da Paixão.

  Org: José Wilson Fabrício da Silva, crl
Fonte: Missal Dominical;
Cerimonial dos bispos;

Diretório de Liturgia.

O MISTÉRIO LITÚRGICO DA SEMANA SANTA

A Igreja sempre se preocupou pela bela e correta celebração da Santa Missa. Sabemos que a beleza vem de Deus e leva-nos a Deus. Se Deus é perfeito, e assim o cremos, Deus é infinitamente belo. Ter uma bela e correta celebração dos Santos Mistérios nos facilita no entendimento do que é a Igreja (Esposa de um Dono) e os seus Dons, que na verdade não é dela, mas do Espírito Santo de Deus. A Igreja não tem nada, tudo é do seu Senhor. E, assim, os ritos retamente celebrados torna a nossa participação —plena, ativa e consciente“.

A Santa Missa, memorial da Paixão-Morte-Ressurreição de Nosso Senhor, é a mais perfeita oração. Então, quando celebramos dignamente os Santos Mistérios, nós entramos na Liturgia, deixando-a frutificar em nós. Quando a Missa é celebrada segundo as normas, não por rubricismo, mas por entendimento e fé madura, deixamos o Mistério falar por si.

É com esse ímpeto e desejo, que queremos convidar a todos os fiéis dedicados ao serviço litúrgico de nossa paróquia para um breve momento de formação e capacitação com esta leitura, na perspectiva de podermos crescer ainda mais na beleza e seriedade da liturgia de nossa Igreja.


DOMINGO DE RAMOS

No domingo de Ramos, da Paixão do Senhor, a Igreja entra no mistério do seu Senhor crucificado, sepulto e ressuscitado, o qual ao entrar em Jerusalém, preanunciou Sua Majestade. Os cristãos levam ramos em sinal do régio triunfo, que sucumbindo na cruz Cristo abraçou. De acordo com a palavra do Apóstolo: “Se com ele padecemos, com ele também seremos glorificados” deve-se na celebração e catequese deste dia, salientar o duplo aspecto do mistério pascal.

O TRÍDUO PASCAL


O espírito do Tríduo pascal tem sua origem nas linhas mestras da liturgia primitiva dos séculos III e IV, na época de S. Agostinho, em que tinha lugar na Sexta-Feira e Sábado Santos e no Domingo de Páscoa.

Na Idade Média, passou-se a dar maior relevo à Paixão, considerando-se a Ressurreição aparte da Paixão e Morte de Cristo: assim, o Tríduo Pascal passou a ter lugar em Quinta, Sexta e Sábado Santos.

Atualmente, o Tríduo Pascal inicia-se à hora de «Vésperas» de Quinta-Feira Santa (à Missa Vespertina «in Cena Domini») e termina com o Ofício de «Vésperas» do Domingo de Páscoa.

Devemos saber que PAIXÃO, MORTE e RESSURREIÇÃO constituem um todo, ou seja, o Mistério da Redenção.

A quaresma acabou, foi uma lenta subida de quarenta dias para converter-se a Cristo; ela preparou-nos também para celebrar, o Mistério Pascal.

Desde os primeiros séculos da nossa era cristã, a Igreja celebra o mistério da salvação, nas suas três fases (Paixão, Morte e Ressurreição), no decorrer de três dias, que constituem o ponto culminante do ano litúrgico.

Nestes dias celebramos a Cristo que morrendo destruiu nossa morte e ressuscitando restaurou a vida. Nestes expressamos o louvor e a gratidão a Jesus nosso Salvador, que por amor, entregou sua vida a Deus Pai para libertar-nos do pecado e da morte.

A primeira linha fundamental é a exigência de ligação entre a lembrança da Paixão  e da Ressurreição. A morte de Cristo já é sua entrada numa vida nova: na vida do Ressuscitado permanece a vida em que ele entrou superando a morte. Esta unidade dos dois elementos do Mistério pascal indica ao cristão que não pode haver para ele uma vida de união com Cristo, sem morrer primeiramente a tudo o que constitui o velho mundo.

A segunda linha essencial da liturgia pascal se percebe através do exuberante simbolismo das celebrações litúrgicas, características do Tríduo sacro.

A morte e a vida do Senhor se realiza novamente no mistério litúrgico. E na nossa participação nesse mistério; participação  no mistério que implica em mais profunda morte ao pecado, renovação da nossa ressurreição para a vida da graça , nosso empenho mais firme na realização da nova criação que se vai efetuando, e emprego maior da liberdade espiritual que se torna privilégio nosso.

Uma terceira linha provém das próprias origens da festa pascal do Antigo Testamento. A Páscoa era a festa nacional do povo eleito, lembrança da sua libertação  e sua constituição.


A Páscoa permanece como a festa do povo cristão; festa da sua constituição em povo santo, em sacerdócio real. Não se pode celebrá-la sem tomar consciência das características essenciais próprias de um povo de “redimido”: toda a sua vida de  caridade e obediência a Deus constitui o culto em espírito e verdade que o Calvário  inaugurou.

Perto das Liturgias Orientais, especialmente as de origem bizantina, o nosso Rito Romano é simples e humilde. Assim, dentro de nossa humildade e simplicidade, devemos deixar o Rito falar com si mesmo, com a sua Solenidade e Ritmo, e elevarmos até o Mistério Celebrado.


O MISTÉRIO PASCAL

Durante toda a sua vida Jesus procurou realizar a vontade de salvação de seu Pai, na obediência e no amor total. Jesus não cessou de ir ao encontro do homem, para tirar-lhe do pecado e fazer-lhe livre para amar a Deus e aos outros. Isto lhe trouxe como consequência o ódio de alguns que irão até matar-lhe.
Jesus com sua morte e ressurreição, tornou-se o "Príncipe da Vida" (At. 3,15).
"Humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou grandemente e lhe deu o nome que está acima de qualquer nome" (Fl 2,8-9)

Esta passagem para Jesus da morte à vida nova, chamamos "Mistério Pascal". Este mistério é para nós a salvação, pois plenamente solidário dos homens, Jesus pode juntar-nos para sempre, nele, e fazer-nos morrer a nossos pecados na sua morte para conduzir-nos à alegria da vida nova na sua ressurreição.
A partir de agora, ficamos a saber que o Mistério Pascal, pelo qual conhecemos a purificação do pecado e a reconciliação com Deus, tem dois momentos – um de sofrimento, outro de glória. A morte é apenas um aspecto do Mistério total da Páscoa: não é o final, mas uma passagem para a vida.
Durante os três dias do Tríduo pascal a liturgia quer desenvolver mais fielmente possível os fatos que aconteceram nos últimos dias da vida pública de Cristo; convida-nos assim a unir-nos a Cristo no seu mistério pascal. Jesus encaminha-se para a morte, voluntariamente, numa total liberdade, em amorosa entrega aos homens. Somos, assim, convidados a contemplar Jesus Cristo, que, pela sua morte e pela sua ressurreição, revela e realiza o plano de amor de Deus de nos reunir todos como irmãos e de nos destinar, para além da morte, à comunhão de felicidade na sua própria vida.

Vamos ver agora as três grandes celebrações desses dias.

 l. Quinta feira Santa: Ceia do Senhor

A Quinta-feira Santa, primeiro dia do Tríduo Pascal, encontra-se no cruzamento da Quaresma com a Páscoa; último dia da Quaresma, a missa vespertina introduz no Tríduo Pascal, ela é a preparação final da Páscoa e inicia já a celebração pascal. Preparação é a palavra chave. Assim se deu com a primeira Quinta-feira Santa, quando Jesus enviou Pedro e João: "Ide e preparai tudo para comermos a Páscoa " (Lc 22,8-13).

Celebram-se duas Missas: Uma na Catedral - Missa do Crisma - e outra nas Paróquias - A Missa vespertina da Ceia do Senhor.

A Missa do Crisma

Ocorre de manhã, na Catedral. Nesta missa a Igreja consagra o Santo Crisma para as unções do Batismo e da Confirmação e benze os Óleos tradicionalmente chamados dos catecúmenos e dos enfermos. É este um rito próprio do Bispo, em volta do qual reúnem-se, para com ele celebrar a Eucaristia todos os Sacerdotes da Dioceses (diocesanos e religiosos), numa prova de unidade eclesial. A ênfase recai no tema do sacerdócio e sua instituição por Cristo. Nesta Missa, uma das características mais impressionantes é, renovação dos Sacerdotes do seu compromisso de serviço à comunidade dos crentes, reafirmam o seu desejo de fidelidade ao Espírito.

A Missa da Ceia do Senhor

Na Quinta feira Santa, véspera da paixão, Jesus juntou-se com seus discípulos para comer com eles a páscoa. Com o banquete pascal, o povo hebreu revivia, todos os anos, a libertação do Egito e a sua constituição como “povo”, em consequência dessa ação libertadora de Deus. Através desse rito pascal, que consistia na imolação de um cordeiro, agradeciam também como Deus estive sempre presente, ao longo dos séculos, ajudando ao povo, fiel a sua Aliança, e proclamavam a sua esperança na libertação definitiva.

Mas Cristo quis fazer dessa refeição, o alimento da Nova e definitiva Aliança, selada com seu sangue. Por isso instituiu, sob os sinais de pão e do vinho, mudados em seu corpo e sangue, o memorial do sacrifício que ele oferecerá ao dia seguinte sobre a cruz.

Neste encontro da quinta-feira santa, Jesus vai humilhar-se como o último dos servos lavando os pés dos discípulos. Nesse dia da primeira Eucaristia, ele nos lembra que toda sua vida foi um serviço dos homens.

Todo o ministério de Jesus foi uma permanente entrega ao povo necessitado. Os enfermos, endemoniados e marginalizados receberam de Jesus uma mão amiga. Todos os tocados por Cristo, compartilharam a sua mesa e foram considerados felizes. Até o final de sua vida terrena, Jesus entrega tudo o que é, tudo o que sabe, tudo o que tem. Agora se prepara para entregar definitivamente sua existência humana para tornar todas as demais, de antes e depois dele, em existência perdoada e divinizada.

Atenção! Jesus se impõe à dureza do inevitável. Ele conhecia perfeitamente a sorte dos profetas que o precederam. João Batista foi assassinado por leviandades da rainha da corte de Herodes. Outros muitos morreram por reivindicações menores. A morte dos profetas era uma tentativa de calar a voz de Deus. Em meio a esta situação, Jesus encontra o momento propício para demonstrar que a entrega pela causa do Reino começa e termina nos pequenos e quotidianos gestos de entrega, perdão e generosidade. 

Nosso Senhor Jesus Cristo realiza com gosto e convicção uma atividade reservada para os serventes: toma os pés de seus discípulos, os lava e seca um a um. A mão que serve, a mão que acaricia, é a mesma mão que está disposta a deixar-se traspassar pela injustiça a fim de reclamar justiça.

O Filho de Deus não começa seu testemunho estendendo os braços na cruz. Seus braços e suas mãos já anteciparam a autenticidade do seu testemunho. Sua mão já se estendeu em direção ao enfermo para resgatá-lo da prostração; sua mão já auxiliou os indigentes na busca da dignidade; sua mão resgatou homens da morte e lhes outorgou novamente a vida.

Às vezes pensamos que é fácil deixar-se ajudar pelos outros, no entanto a realidade é diferente.
Pedro, estava disposto a entregar a sua vida por Jesus e pelo evangelho, mas não compreendia as intenções de Jesus e não aceitava sua mensagem.

Para Pedro, o Mestre era o chefe e o discípulo, um simples subalterno! Jesus como sempre os surpreende com uma terrível novidade: o Mestre é o servidor de todos e o discípulo é digno das maiores atenções... a única maneira de reinar é o serviço. Lavar os pés do companheiro de jornada significa compartilhar as dificuldades, compreender suas limitações, aceitar sua oferta. Lavar os pés do amigo implica um contato imediato com a parte do corpo que está submergida no barro da existência quotidiana... Este gesto tão singular e surpreendente não é fácil de entender e aceitar.

Lavar os pés significa inclinar-se diante do outro, aceitar que o serviço é a única entrega. Os discípulos haviam-se preparado para pregar, para expulsar demônios, para ensinar... tudo isto exigia muita preparação e dedicação! No entanto, não estavam preparados para assumir uma tarefa humilde, a mesma que realizam os empregados da casa, porque esta tarefa implica prostrar-se, entrar em contacto com a terra, o barro e a sujeira! Os discípulos deverão passar por muitas dificuldades antes de compreender o que significa prestar um serviço generoso e desinteressado sem fazer alarde de humildade, e deixar-se servir pelos demais sem menosprezar o serviço alheio.

A Eucaristia é o sinal permanente e atual do amor gratuito que puxou Jesus a doar-se totalmente. Participar na Eucaristia significa entrar na lógica da caridade, do amor gratuito que vem de Deus, para tornar-se igualmente “sinais vivos” e instrumentos do amor verdadeiro de Deus para todos os homens.

Poderíamos dizer que quinta-feira santa, marca uma celebração capital dentro de todo o ano litúrgico, celebração solene e grandiosa moldurada no contexto dramático da proximidade da paixão e morte do Senhor. É o dia cume da despedida e do amor extremo feito serviço humilde e generoso. Muitas são as facetas que se entrecruzam neste dia, as principais são:

-    Dia do amor fraterno: Nesse dia ressoa na comunidade o mandamento novo, mandamento do amor, do amor “como eu vos tenho amado”. “Amei-vos até o fim”, até fazer-me servo e escravo num tipo de serviço considerado humilhante e próprio dos escravos (lavar os pés). “Eu vos dei o exemplo”. “Vós também deveis lavar os pés uns dos outros.” Trata-se de uma proclamação do mandamento do amor feita não com palavras mas com um sinal prático, o serviço. Amar é servir. Ama quem serve. Obras são amores.

-    Instituição da Eucaristia: Para o evangelista São João, a instituição da Eucaristia está ligada estreitamente ao lava-pés. A Eucaristia expressa e constitui o sacramento do amor de uma maneira visível, assim como o lava-pés. Jesus parte e reparte o pão e o vinho, e diz: “Fazei isto em minha memória”, ou seja: para recordar-me fazei isto; ou também: partir e repartir a própria existência será a forma de seguir-me que melhor testemunha e faz memória de mim. Celebrar a Eucaristia, a fração do pão, será sempre muito mais que ouvir a missa: “cada vez que comemos deste pão... anunciamos a morte do Senhor até que Ele venha.”

-    Instituição do Sacerdócio: Tradicionalmente esta instituição tem data nesta celebração. É claro que Jesus não institui sacerdotes. O que se apoia em Jesus é um ministério ordenado de serviço à comunidade cristã que reproduz e dá continuidade à sua presença no meio a comunidade.

Depois da missa, somos convidados a prolongar nossa oração, para entrar no mistério da paixão. “Não haveis podido velar uma hora comigo?” dizia Jesus aos apóstolos nessa noite. Assim, com uma vigília de oração nos associamos a Cristo que começa sua paixão.


SEXTA-FEIRA SANTA: PAIXÃO DO SENHOR




Em cada Eucaristia, a Igreja celebra sempre a Morte do Senhor, juntamente com a sua Ressurreição com a qual forma o Mistério Pascal. Na Sexta-Feira Santa, porém, consagra-lhe um especial Rito Comemorativo, que normalmente, se realiza à hora em que Jesus morreu, por volta das três horas da tarde.

Neste dia e no Sábado Santo, a Igreja, segundo uma tradição muito antiga, não celebra a Eucaristia. O altar deve estar totalmente despido: sem cruz, sem velas, sem toalhas. Os sacerdotes e ministros revestem-se de cor vermelhos; a celebração começa em silêncio. Trata-se de comungar no sacrifício voluntário de um homem que é o Filho de Deus.

A liturgia da Sexta-feira Santa apresenta a síntese da Paixão e Morte de Cristo. A celebração compreende três partes bem distintas: a Liturgia da Palavra, a Adoração da Cruz e a Comunhão Eucarística.


A Liturgia da Palavra: Começa por nos introduzir, por meio de Isaías, de S. Paulo e de S. João, no mistério do sofrimento e Morte de Jesus.

Isaías (52,13 – 53,12) apresenta-nos o “Servo sofredor”. Escolhido por Deus para libertar da opressão do pecado o Seu Povo, o “Servo” realizará na humilhação e na dor a sua missão de resgate. Rei e profeta, será também consagrado, com a unção do “Servo”, para exercer a função sacerdotal de mediador. Pelo sacrifício da sua vida, oferecido a favor dos homens e em sua substituição, reconciliará os homens com Deus. No seu aniquilamento conhecerá a glorificação: o seu sacrifício dará origem a uma humanidade nova.

Apresentando a figura misteriosa do “Servo” é Jesus Cristo que o profeta anuncia. Ele é o “Servo de Deus”. Da Sua morte nascerá um novo Povo, a Igreja.

Assim, solidário com os homens, pois assumiu a natureza humana com todas as limitações e sofrimentos, Jesus não é apenas o “Homem das dores”, apresentado por Isaías. É também o nosso Sumo Sacerdote, e o único Mediador entre Deus e os homens. Pelo seu sacrifício de obediência, que o levou à cruz Ele resgatou a humanidade e com a confiança do Pai, restituiu-lhe a misericórdia e a graça. A sua morte foi causa da nossa salvação. Vamos ver isto na segunda leitura de S. Paulo aos Hebreus 4,14-16; 5,7-9.

No evangelho S. João (18,1-19,42), que era o discípulo predileto de Jesus, viveu de perto a sua Paixão e no seu relato deixa, sobretudo, transparecer a sua admiração pela maneira como Jesus enfrenta a morte. Não é, na verdade, como um vencido pelo sofrimento que avança para ela. Consciente de que chegara Sua “Hora”, encaminha-se, livremente e como senhor dos acontecimentos, a cumprir a sua missão. Acompanhando-O no Seu sofrimento, João vê n’Ele o Verbo Encarnado, O Verdadeiro Cordeiro de Deus, cujo Sacrifício redentor se prolongará, sacramentalmente, na Igreja, presente em Maria que junto da Cruz de Jesus e ao lado do Evangelista, se associava à geração da nova humanidade.

Depois das leituras e a homilia, somos convidados a unir-nos a esse ato de expiação e intercessão. Assim, a Liturgia da Palavra encerra-se com uma solene oração, que abrange a humanidade inteira, pela qual Cristo morreu. Somos convidados a rezar pelas grandes intenções da Igreja e do mundo para que a salvação de Cristo alcance ao mundo inteiro e a cada homem e mulher em particular.

A Adoração da Cruz: A Cruz, “sinal do amor universal de Deus”, símbolo do nosso resgate, domina a segunda parte da Celebração. Levada, processionalmente até ao altar, a cruz é apresentada à veneração de toda a humanidade pecadora, representada pela assembleia cristã. Nela, nós adoramos Jesus Cristo, aquele que foi suspenso da Cruz. Aquele que foi, que é a “salvação do mundo”. É a Ele também que exprimimos o nosso reconhecimento quando beijamos a cruz. É a Ele que pedimos, neste momento, a força para levarmos a nossa Cruz.

Depois da contemplação do mistério da Cruz e da adoração de Cristo crucificado, a Liturgia vai-nos introduzir no mais íntimo do Mistério Pascal, vai-nos pôr em contacto com o próprio “Cordeiro Pascal”. 
Comunhão Eucarística: Não se celebrou a Eucaristia, no entanto, pela Comunhão do “Pão que dá a Vida”, consagrado na Quinta- Feira Santa, somos mergulhados na sua morte. Assim, unidos a Jesus enchemo-nos de força para passarmos da morte do pecado à alegria da ressurreição.

Através do Corpo do Senhor crucificado e ressuscitado ficamos também mais unidos ao Seu Corpo Místico, isto é a Cristo que sofre e morre em cada homem e mulher do nosso mundo. Como Jesus, também nos devemos dar a vida pelos nossos irmãos (1Jo 3,16).

Uma vez que se distribui a comunhão acaba a celebração com uma oração do sacerdote. Não há canto final, em silêncio todos se retiram, o altar fica desnudo sem enfeites.

A Igreja vigia junto a Cruz de Jesus!

Então por que morreu Jesus? Como é possível tornar-se inimigo daquele que cura os doentes, abraça e acaricia as crianças, ama os pobres, defende os fracos? Como o Pai pode querer a morte de seu Filho? Será que Deus precisava ver correr o sangue de um inocente? É difícil aceitar isso.

Vejamos, Jesus apareceu como a luz do mundo (Jo 9,5). “A luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam” (Jo 1,5).

Alguns raios desta luz rasgaram as trevas do mundo. São raios que penetraram no coração das pessoas simples enchendo-as de alegria e de esperança, mas encadearam, incomodaram, tornaram-se insuportáveis para os olhos turvos de outros, naquele tempo e hoje. Por que?

Porque Jesus propôs um novo rosto de Deus: já não é o Deus justiceiro, mas um Deus que acolhe e salva a cada pessoa; propôs um novo rosto da pessoa. Inverteu os valores deste mundo: grande para Ele não é quem vence e domina, mas quem serve os irmãos; propôs uma nova religião. Não a religião dos ritos, mas a que “adora ao Pai em espírito e verdade”; propôs uma nova sociedade em que o “primeiro” é o pobre, o débil, o marginalizado.

Jesus não procurou a morte na cruz, simplesmente foi fiel a sua missão, foi fiel ao Pai até morrer, até dar a sua vida por amor aos homens e fidelidade a Deus. Será que nós estamos acolher o seu Reino, aceitando o novo rosto de Deus, a nova religião, o novo rosto da pessoa e a nova sociedade por Ele proposto?   “quem não está comigo está contra mim.”



SÁBADO SANTO


O corpo de Jesus repousa no túmulo. A sua Alma desce até onde a esperam todos aqueles que acreditaram em Deus e viveram na esperança da vinda do Redentor.

No primeiro Sábado Santo, tudo parecia perdido. Os discípulos se dispersaram, desesperados, com a esperança abalada. Somente Maria manteve a fé, e esperou a ressurreição de seu filho; Por isso nos sábados durante o ano, a Igreja celebra a Virgem Maria, e existe Missa votiva e ofício em honra.

Pondo de parte toda atividade (este é o único dia, em que não há assembleia eucarística).

A Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte. É dia de espera serena, orante. Participando embora do mistério do Seu sofrimento e da Sua Morte, a Igreja vive na esperança. Sabe, que Jesus, tão fiel ao Pai até à morte, não pode ficar “abandonado à corrupção”. A Sua Morte será o penhor da nova Criação, que se aproxima. Sabe também que o “repouso” de Jesus é a imagem do “repouso” de todos aqueles que foram batizados na Sua Morte e Ressurreição. Depois que Ele morreu e foi sepultado, a morte, já não será uma realidade terrível, mas sim “um intervalo, espiritualmente vivo, para o início duma vida superior”.


Vigília Pascal

A celebração anual da Morte e Ressurreição do Senhor tem o seu ponto culminante na Vigília Pascal, coração da liturgia cristã, centro do ano litúrgico, a mais antiga, a mais sagrada, a mais rica de todas as celebrações, “a mãe de todas as vigílias” (Santo Agostinho).

Nesta “noite de vigília em honra do Senhor” (Ex 12,42), os cristãos reúnem-se para celebrarem, na esperança e na alegria, o grande acontecimento da salvação, pelo qual Jesus, depois do Seu aniquilamento voluntário, foi constituído “filho de Deus em todo o Seu poder” (Rm 1,4), “Senhor da Glória” (1 Cor 2,8), “Chefe e Salvador” (At 5,31).

O Mistério Pascal é uma “passagem”, um movimento, em que é envolvido todo o Povo de Deus. Os cristãos esta noite não só comemoram um fato histórico, objetivo e real, sua espera é a espera de Alguém. É a espera do Senhor, que volta, para nos levar a fazermos a Sua “passagem”, a Sua Páscoa com Ele.

Misteriosamente presente no meio da assembleia cristã, o Senhor Jesus renova nesta Vigília, o Seu Mistério Pascal, inserindo-nos nele, fazendo-nos assim passar com Ele das “trevas à luz admirável” (1Ped 2,9).

Esta “passagem” da morte do pecado à vida da graça realiza-se, em primeiro lugar, pelo Batismo. Ser batizado é, na verdade, morrer com Cristo, para ressuscitar com Ele. Por isso, a Igreja, desde a mais alta antiguidade, pensou que o melhor meio de celebrar o Mistério Pascal era batizar, nesta noite, os seus catecúmenos e levar os batizados a reviver a própria ressurreição e a tomar consciência do seu nascimento como Povo de Deus.

Esta nova criação, surgida das águas do Batismo, só no último dia, na Vinda do Senhor, “passará” da sua forma atual e perecível à forma definitiva e gloriosa. Por isso, nesta Vigília, os cristãos, conservando nas suas mãos as lâmpadas acesas (Lc 12,35ss), orientam também a sua espera para o momento do encontro com o Esposo, que vem (Mt 25,13).

Dentro deste espírito, a Vigília Pascal desenrola-se por este modo:

 1.Início da Vigília ou “Lucernário” (Liturgia da luz)

Diante da porta da igreja, acende-se o fogo, símbolo da vida que desponta, se expande e tudo transfigura e símbolo também da alegria fraterna, pois à volta do fogo convivem os homens.

Neste fogo se acende o Círio pascal, símbolo de Cristo crucificado e ressuscitado, principio e fim de todas as coisas, luz do mundo, Salvador dos homens de todos os tempos, "Eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim" (Ap 22,13), como o indicam, respectivamente, a primeira e a última letra do alfabeto grego nele gravadas e os números do ano, em que decorre a Vigília. O Sacerdote pode aplicar no círio cinco grãos de incenso, representando as chagas que o Salvador recebeu nos pés, nas mãos e no lado.

Guiado pelo Círio pascal, o Povo de Deus entra na igreja (cujas luzes estão apagadas), à semelhança do Povo de Israel que avançou para a Terra Prometida, conduzido pela coluna de fogo.

Á luz do Círio pascal, que está no centro dos ritos inicias da Vigília, anuncia e proclama o mistério desta noite santa.

2.Liturgia da Palavra


Para preparar os catecúmenos para o Batismo, a Igreja mandava que lhes fossem lidos aqueles textos da Bíblia, que nos apresentam os misteriosos desígnios de Deus a respeito da humanidade. Seguindo esta catequeses batismal, a todos os cristãos que, nesta noite, se preparam para reviver o Mistério Pascal e para renovar os compromissos batismais são recordados os acontecimentos essenciais da história da Salvação.

À luz do Círio pascal, é evocada a história da salvação: da criação (Gn. 1,1-2,2; Gn. 22,1-18) e da saída do Egito (Ex 14,15-15,1), a nova Jerusalém (Is 54,5-14), a salvação oferecida a todos gratuitamente (Is 55,1-11), a fonte da sabedoria (Bar 3,9-15.31-4,4), o coração novo e o espírito novo (Ez 36,16-28), justificados por Deus pela fé em Jesus (Rm 6,3-11) à Ressurreição de Jesus e à Sua exaltação celeste (Mt 28,1-10 [ano A], Mc 16,1-8 [ano B], Lc 24,1-12 [ano C]. À luz de Jesus compreendem-se acontecimentos e pessoas e descobre-se o fio condutor da história da salvação – o amor de Deus.

A descoberta deste amor de salvação do nosso Deus leva a comunidade cristã à oração e ao canto.

 3.Liturgia Batismal

Pelo Batismo morremos em Cristo, para n’Ele ressuscitar para a vida da graça (Rm 6,8). Nasce o novo Povo de Deus. Por isso o Batismo domina esta parte da Vigília. É benzida a água batismal, como que para significar que toda a sua eficácia deriva do Mistério Pascal. E os catecúmenos, cuja preparação concluía com as reuniões da Quaresma, são mergulhados na Morte de Cristo, para renascerem espiritualmente. A Vigília Pascal só é plenamente vivida quando a comunidade cristã apresenta, nesta noite, adultos ou crianças, para se incorporarem em Cristo Ressuscitado.

Por outro lado, toda a comunidade deve unir-se aos que, nesta noite, são batizados e com eles dar a sua adesão pessoal a Cristo Ressuscitado, renovando as promessas do seu Batismo.

 4.Liturgia da Eucaristia


A Vigília termina com a Eucaristia. Nela exprimimos a nossa alegria e dirigimos a nossa ação de graças pelas maravilhas realizadas nesta noite, “em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”. Nela, ao tomarmos parte no banquete da Nova Aliança, se ratifica a nossa adesão a Cristo vivo e ressuscitado, que nos resgatou. Nela, faremos verdadeiramente nossa a Páscoa do Senhor.

Pela ressurreição de Cristo, a vida substitui a morte; o amor ao egoísmo, a esperança à desesperança: a criação nova é inaugurada. Ficamos pecadores mais com Cristo ressuscitado, a salvação é possível e a vida divina é dada; o sofrimento e a morte são caminho para a vida. A Vigília Pascal que celebra esta ressurreição é verdadeiramente a solenidade de solenidades, a primeira e a maior festa do ano.

A Páscoa nos introduz numa fase dinâmica que brota da vida do Ressuscitado. Batizados na Morte e Ressurreição de Jesus, começamos a caminha em novidade de vida. Este nosso caminhar, este nosso “êxodo”, esta nossa “páscoa”, que tem a duração da nossa existência exige de nós esforço, generosidade, sacrifício. Ressuscitados com Cristo temos de levar uma vida de ressuscitados. Por maiores que sejam as dificuldades, um verdadeiro cristão nunca desanima. Cristo Ressuscitado, vive eternamente, vai conosco, para nos ajudar a sermos fieis ao Pai e aos homens, nossos irmãos.

Org: José Wilson Fabrício da Silva, crl
Fonte: Missal Dominical;
Cerimonial dos bispos;

Diretório de Liturgia.