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quinta-feira

Não sois deuses, não sois senhores do bem e do mal! (por Dom Henrique Soares)

Não sois deuses, não sois senhores do bem e do mal!

Divórcio tido como algo normal...
Adultério tido como liberdade...
Manipulação de embriões tida como progresso humano...
Aborto tido como direito das mulheres...
Eutanásia considerada coragem, liberdade e compaixão...
Relações homossexuais tidas como louváveis...
"Casamento" entre homossexuais tido como direito humano...
Droga tida como liberação e felicidade...



O que você acha?

"Se a alma levantar os olhos para sua Cabeça, que é Cristo, considere-se feliz pela viva agudeza de seu olhar, porquanto tem os olhos ali onde não existe a escurdião do mal! Quem tem os olhos na Cabeça, tem os olhos na virtude, na verdade, na justiça, na incorruptibilidade, em todo bem" (São Gregório de Nissa - séc. IV).

Quem é sua luz, caro Leitor meu?


Quem é seu critério para discernir o bem e o mal, o certo e o errado, a verdade e a mentira, a vida e a morte, o que agrada a Deus e o que O desagrada?
Para onde, para Quem se dirigem os seus olhos: para a Cabeça, que é Cristo?...

Frágeis somos; às vezes, infiéis. Eu, você...

Nenhum de nós pode se dizer perfeito diante de Cristo, nossa Cabeça.
Mas, tenhamos a coragem de nunca querer justificar o que o Senhor chama de mal...
Tenhamos a coragem que a fé nos dá de chamar "bem" ao que o Senhor chama "bem" é chamar "mal" ao que o Senhor chama "mal"...

Bibliografia:



terça-feira

A verdadeira glória do cristianismo escrito por Dom Henrique Soares da Costa

Suponhamos que a maioria da humanidade professasse a fé cristã e que a grande maioria dos brasileiros fosse católica, como há algum tempo, suponhamos que o cristianismo fosse respeitado e seus dogmas, acreditados e seus ministros, levados a sério...
Isto ainda não seria o importante nem o essencial!

Cristo nosso Deus fez-Se homem para trazer aos homens o Reino de Deus. Ora, esse Reino não acontece primeiramente em estruturas externas, em realidades sócio-político-econômicas... Esse Reino bendito começa no coração, no âmago da vida de cada um de nós!

Assim, não são as maiorias, os prestígios, os aplausos, a concordância ou elogio do mundo que revelam o triunfo do cristianismo, mas sim a vida concreta dos cristãos - na conversão contínua, na mortificação, na oração perseverante, na vitória sobre si mesmo, no amor fraterno - que indicará a vitória de Cristo, a presença bendita no mundo do Reino que Ele veio anunciar e inaugurar com a Sua bendita Encarnação, Sua santíssima Paixão e Sua gloriosa Ressurreição e Ascensão.

Este Reino não é uma coisa, uma realidade inerte, simplesmente objetiva e fria. O Reino é o Santo Espírito do Ressuscitado, que em nós estabelece já aqui a vida da Glória!

Assim, o verdadeiro cristianismo, a real vitória de Cristo aparece primeiramente na minha e na sua vida, caro Leitor. Que mistério tão grande: nós somos o lugar do Reino, a epifania do Reino, a prova da vitória de Cristo feito homem e ressuscitado, salvador e glorificador dos homens na força do Espírito Santo!


- Senhor, tem piedade de nós! Senhor, compadece-Te de nossa fraqueza! Senhor, socorre-nos com a força do Espírito recebido nos Teus santos sacramentos, para que sejamos, vasos de argila, sagrado perfume do Teu Reino que inebriará o mundo e lhe revelará a Tua salvação! Amém.


Bibliografia:





sábado

TEMPO DO ADVENTO E A LITURGIA DA IGREJA: DICAS LITÚRGICAS PARA BEM CELEBRAR A FÉ DA IGREJA NO TEMPO DO ADVENTO

COR DA TOALHA DO ALTAR

Você sabia que a toalha do altar não pode acompanhar a cor do tempo litúrgico? Não? Então agora fique sabendo! A toalha do altar em qualquer período do Tempo Litúrgico da Igreja deve ser sempre BRANCA (IGMR 304)!
O Altar representa o Cordeiro, por isto é dever dos Bispos, Sacerdotes e Diáconos beijarem o altar em sinal de adesão a Cristo e seu Mistério, tanto na aproximação dele no início do Rito da Missa, como no final. Se não está o Sacrário no centro do altar-mor do presbitério contendo o Santíssimo Corpo do Senhor, àqueles que sobem devem fazer a vênia para Altar, por ser este a representação do Cordeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo e verdadeiro; e, este ocupar o lugar mais importante da construção da igreja. Se estiver o Santíssimo Sacramento presente no Sacrário, deve-se fazer a genuflexão para ele antes de subirem o presbitério.
Sabemos que o Cordeiro apresentado pela Sagrada Escritura é sempre branco, puro, imaculado e inocente. Todas estas são imagens de Jesus Ressurrecto. Por isto, não venha o colorido da toalha do altar ofuscar este sinal visível e sagrado que temos de precioso em nossa Igreja, pois é dele que nos alimentamos.

SOBRE AS FLORES

Abaixo do número 305 da IGMR diz: “A ornamentação com flores deve ser sempre sóbria e, em vez de as pôr sobre a mesa do altar disponham-se junto dele”. Quer dizer, não precisa de mais explicações. Porém, se a Santa Missa é celebrada no Altar-mor, especialmente às do Rito Trindentino, pode-se acrescentar junto aos castiçais, as flores e as Sagradas Relíquias. Mas, como não é comum, onde na maioria de nossas igrejas paroquiais não terem o Santo Sacrifício da Missa no Rito de São Pio V, que diga-se de passagem que este rito não é um rito proibido pela Santa Igreja. Então, que se observe a Introdução Geral ao Missão Romano, pois este foi escrito para o Rito da Missa do Papa Paulo VI e não para o Rito da Missa de São Pio V.

E AS VELAS COM A CRUZ?

Em todo altar é obrigatório o uso do crucifixo e as velas sobre ele ou junto dele (IGMR 297 e 308). Isto é norma!
As velas devem está sobre o altar, no mínimo 2 (duas). Pode-se por 4 (quatro) ou 6 (seis), tanto para o Santo Sacrifício da Missa ou Adoração ao Santíssimo Sacramento quando é um presbítero que celebra. Quando o Bispo celebra*, deve-se por 7 (sete) velas sobre o altar, pois nele está a plenitude dos sacramentos. A vela do centro, na frente da cruz que deve está devidamente virada para aquele que oficializa o Rito Sagrado da Santa Missa.
Enfim, devemos está atendo a tudo isto, porque se aproximam o tempo do Advento e Quaresma, onde em muitas igrejas, com suas equipes de liturgias desenformadas, deturpam a verdadeira Liturgia por inculturação que não condiz com a Inculturação da Sagrada Liturgia que fala a Sacrosanctum Concilium do Vaticano II.  Um ambiente bem preparado, segundo pede a Igreja e uma Missa bem celebrada glorifica a Deus e santifica o homem.

Devemos vivenciar cada momento que a Igreja nos proporciona para melhor entender o Mistério de Cristo.  

A Liturgia da Igreja não tem um nenhum momento um caráter antropológico, mas é Deus o centro, a razão e o fim último de toda ação humana. Cristo é a Oferta verdadeira e o Ofertado na Trindade Beatíssima; o Princípio e o Fim de toda a ação litúrgica. É isto que vamos celebrar no Tempo do Advento: Deus que por sua Palavra e ação de seu Espírito assume a nossa humanidade para que esta humanidade se torne divina! Deus se fez Um conosco, Ele é igual a nós em tudo, exceto no pecado. Este é o mistério do Advento que a Liturgia ajudará a Igreja a se preparar para receber Jesus, o Verbo de Deus humanado na noite de Natal! 

Neste tempo novo da Igreja o homem coloca em Deus feito Homem suas alegrias e tristezas, seu passado e futuro, o hoje e o que não será amanhã. 




Por isto, entendamos o seguinte: nenhuma norma litúrgica presente nas rubricas dos livros sagrados da Igreja fora instituída para que matemos o espírito da celebração, mas para que a conservemos e obtenhamos os frutos necessários para esta vida e na Eternidade, celebrando bem e evitando os invencionísmos que acabam desfigurando a Liturgia da Igreja. A Liturgia não nos pertence, ela é da Igreja, para a Igreja e com a Igreja.  Nela Deus nos permite contemplar a sua glória. Que todos possamos vivenciar bem este tempo de graça que a Santa Mãe Igreja nos entrega a cada ano.   Divulgue esta notícia!

Profissão de fé para um católico

Não se brinca com a fé, não se brinca com a vida! 


Se Jesus não for Deus feito pessoalmente homem, estamos enganados, o cristianismo é uma ilusão, uma fábula bonita e ilusória. Não vale a pena ser cristão! 

Se Jesus não ressuscitou, somos uns tolos, esperamos num morto que, impotente, precisa ser ressuscitado todos os dias na nossa memória e no nosso afeto: nós o salvamos do esquecimento e do nada! 
Se todas as religiões forem verdadeiras e, portanto, igualmente falsas, são inúteis muitas das exigências morais cristãs: celibato é perda de vida e de alegria de viver, renúncias são bobagens, indissolubilidade do matrimônio é um peso inútil, os sacramentos não produzem a graça e não passam de um teatro vazio e ridículo! 

Se Cristo não fundou a Igreja, somos um bando de impostores e ser padre é, além de impostura, coisa de tolo e pura perda de tempo... A não ser que se tenha vida dupla – pois aí se engana o vazio de sentido da vida com umas piruetas pastorais e, depois, por baixo dos panos, hipocritamente, vive-se escondido o que nos outros se condena! 

Mas, nossa fé é simples e certa:
Há um só Deus: o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo!

Há um só caminho de salvação, um só caminho para o Deus bendito: Jesus, o Filho feito homem que Se encarnou por obra do Santo Espírito e nasceu, padeceu, morreu e ressuscitou para a nossa salvação. Ele deu Seu Espírito vivificante à Sua Igreja para que ela seja ministra da salvação por Ele trazida!
Cristo fundou uma só Igreja, que subsiste na Igreja católica.

Reconhecemos, agradecidos, os elementos de eclesialidade que haja em outras denominações cristãs: pertencem à única Igreja de Cristo (a Igreja católica) e para a sua comunhão visível impelem! Todos os batizados, ainda que não plenamente unidos na comunhão visível da única Igreja de Cristo, são realmente nossos irmãos. O ecumenismo visa a unidade visível e plena de todos os cristãos. Eixo visível dessa unidade, por vontade irrenunciável de Cristo, é o Sucessor de Pedro, Bispo de Roma.

Reconhecemos também que fora da única religião verdadeira, que é o cristianismo, há elementos de bondade e de verdade, sobretudo no judaísmo, que é religião verdadeiramente revelada e preparação direta para o Cristo Jesus. Também o islamismo, adorando um único Deus, apesar de sérias deturpações, possui elementos que se aproximam da verdade revelada por Cristo Jesus, único revelador do Pai!
Todos os elementos de bondade existentes nas religiões não cristãs são uma preparação para o Cristo!
Cristo é o único Salvador e fora Dele não pode haver salvação: todos os que se salvam, ainda que não cristãos, são salvos somente porque Ele morreu por todos e a todos abriu a glória do céu. Do mesmo modo a Igreja, Seu corpo, é ministra universal da salvação de Cristo: fora da Igreja não há salvação, pois toda salvação passa pelo ministério da Igreja, a quem Cristo está unido como a cabeça ao corpo e o esposo à esposa. Em Cristo, cabeça da Igreja que é Seu corpo, até os não cristãos podem obter a salvação.
No entanto, o plano de Deus é que todos conheçam a Cristo e a oferta de salvação que o Pai Nele faz a toda a humanidade: que todos creiam no Senhor Jesus e Nele recebam a plenitude da vida! 

Esta é a nossa fé: a das Escrituras, dos concílios, dos Santos Padres, do catecismo, dos nossos antepassados. O que passa disso, vem do Maligno!


Por Dom Henrique Soares da Costa
(Bispo Auxiliar de Aracaju - SE)



Não Deixe de conhecer o Blogger "Visão Cristã"!


Bibliografia:


sexta-feira

O Blogger "Maravilhas da Liturgia e Espiritualidade Agostiniana" recebe de braços abertos o Blogger "Visão Cristã"

É COM GRANDE ALEGRIA QUE VOS ANUNCIO UMA GRANDE NOTÍCIA!

O Blogger "Maravinhas da Liturgia e Espiritualidade Agostiniana" faz parceria com o Blogger "Visão Cristã" de Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Dom Henrique Soares, para juntos velarmos a Palavra da Igreja com qualidade. Acompanhe a partir do dia 09/11/2013 todos os nossos Passos.

Saudações em Cristo Jesus!

Blogger "Visão Cristã":http://visaocristadomhenrique.blogspot.com.br/


quinta-feira

A Teologia da Igreja Católica não é da Libertação ou de qualquer outra Linha de reflexão

Percebo que aos poucos a tal “Sra. Libertação” que se agarrou à Teologia em um certo tempo na América Latina, portando nas mãos bandeiras socialista, comunista e desintegradora está se levantando como “a morta viva” por aqui. Não sou contra a esta linha de pensamento que se agarrou a Teologia da Igreja, mas a maquinação política, insensível ao sagrado e sem fé que danificou profundamente a verdadeira vida cristã, aquela genuína e católica. Se querem falar de dignidade de vida e promoção humana, leiam antes a Doutrina Social da Igreja e depois venha falar de libertação. A Igreja não tem um teologia denominada, como qualquer seita que se diz “cristã” e “evangélica”.
 
É certo que no mundo da teologia existem críticos no campo teológico que afirmam que não há teologias na Igreja, mas não uma Teologia. Creio que há visões diferentes do mesmo assunto, mas teologias diferentes na Igreja não! porque se assim o for, não teremos uma Igreja Una em sua Doutrina, mas algo fragmentado que não merece total credibilidade por parte do fiel. Quer dizer, nada do que está determinado como Dogma merece total aceitação e acolhida na fé, mas posso criticar, rejeitar e continuar sendo católico do mesmo jeito. A Teologia da Igreja não é direitista, esquerdista, libertação, neutra, ortodoxa ou etc. A Teologia da Igreja é o nome que damos a todo o Depósito da Fé, a Genuína Doutrina da Igreja. O que entendemos por Depósito da fé: O patrimônio sagrado da fé, contido na Sagrada Escritura e na Sagrada Tradição, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja.
O Beato João Paulo II emitiu um documento oficial chamado "Fidei Depositum" (Depósito da fé), que explica sobre a missão da guarda da verdadeira doutrina, confiada à Igreja Católica pelo próprio Cristo e que a Igreja vêm cumprindo em todos os tempos. É tanta responsabilidade que podemos comparar à seguinte situação:

Um médico nos pede para segurar em nossas mãos um punhado de algum componente químico. O médico diz: "você deve segurar este componente durante todo este dia. Ele entrará em contato com seu sangue e, só assim, você poderá doá-lo e salvar seu filho e sua filha que estão internados e precisam de uma transfusão para sobreviver." Com muita esperança o paciente sai do consultório e, por nada, abre a mão, pois disso depende a salvação dos seus.

Quando está no aperto do ônibus, sendo empurrado, jogado de um lado para o outro, ele se segura com uma das mãos e, se necessário for, empurra uma ou outra pessoa, pois não pode perder aquela substância que amanhã dará nova vida a pessoas que ama.
É isso que a Igreja têm feito durante dois mil anos. Tem trazido em suas mãos a verdade do Evangelho, para que seus filhos se salvem. Às vezes até mesmo, no desespero, empurrou e machucou algumas pessoas, mas foi pela responsabilidade colocada em suas mãos que isto ocorreu.

Aceito uma Teologia que fale de libertação, mas que inclua em seu discurso a maior libertação realizada por Nosso Senhor Jesus Cristo, a Libertação de nossas almas do poder do pecado e da Morte (Rm 8, 2)! No empreendimento que somos, por dever cristão, obrigados a fazer para ver uma sociedade livre da escravidão dos poderosos, de uma política de Estado em que a corrupção é punida, a violência extinguida, a fome e a sede aniquila, a liberdade de expressão mantida, a liberdade de culto protegida, a saúde e bem estar de qualidade para todos priorizada, o trabalho com salário digno;somos convidados a fixamos os olhos em Jesus Cristo como Senhor da nossa vida e Senhor da nossa história. Aquele nos nos convida a ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5, 13), deve ser imitado, escutado e seguido em todos as nossas ações. Esta é a verdadeira libertação! Cristo pelo Batismo nos chamou a verdadeira vida, para que sigamos seus passos, no amor, na oração e no trabalho. 

Não podemos nos calar frente as injustiças no mundo, mas, agir, lutar, anunciar e denunciar à luz da fé! Não transformar nenhuma ação no mundo em uma batalha de guerra meramente política, como de fato aconteceu aqui no Brasil, onde as lutas de classes já não tinham mais um caráter de fé, mas uma filosofia marxista ateia e aniquiladora da fé e da tradição católica. O culto católico, o maior Tesouro da Igreja tornou-se no auge da "moda libertadora" um lugar de apresentações teatrais, atos políticos, lugar difamatórios e o pior de tudo, cético! Houve uma separação da Igreja na América entre àqueles que estavam em favor do povo sofrido e aqueles que defendiam os poderosos em função de angariar algum bem ou privilégio. Enfim, vos convido a não voltar atrás! A não ficar com o saudosismo libertador de "antigamente". Estamos em tempos novos, com problemas sociais tão antigos e tão vivos ainda hoje que merecem um olhar teológico mais católico, mais crítico e com uma ação libertadora do Evangelho de Cristo no mundo.  A tal "libertação marxista" que fora condenada pela Igreja já não tem lugar aqui. Já que anseiam ardentemente em ver a tal "Libertação" viva de novo, onde querem incluir-la? Na política? Como? Pois quem já governa são os filhos da "Libertação"! Aonde vão implantar-la? Na Teologia da Igreja? Já não cabe, pois já temos em seu lugar a Doutrina Social da Igreja! O único lugar que essa tal Sra. "Libertadora" vai querer sugar a vida para viver, será no campo mais Rico e mais frágil da Igreja que ela quis perverter: na Liturgia, assim como já aconteceu.

Hoje, querer defender a genuína Doutrina da Igreja e querer viver-la  em alguns lugares está tão difícil, como em dias anteriores. Não se defende a Igreja dos caprichos pessoais de algum grupo, sem ser tachado de algum nome depreciativo. A fé em Jesus Cristo e o amor pela Igreja devem ser maiores.  

Enfim, como filho da Igreja e teólogo com a Igreja, para a Igreja e na Igreja, eu digo não a tudo aquilo que fere profundamente a unidade da Igreja e a sua sacralidade. Amor a Eucaristia e a Igreja, devoção  a Maria e obediência ao Papa caracteriza caracteriza o meu ministério na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.


                                                                      José Wilson Fabrício da Silva, crl




A final, qual é o Papel da Congregação Para a Doutrina da Fé?

A Congregação para a Doutrina da Fé, como todos os outros Dicastérios da Cúria Romana, é um instrumento nas mãos do Papa: esta se põe a serviço da Igreja universal para a salvaguarda e a promoção de fé em vista do bem das almas. A atual organização e os vários encargos exercidos pela Congregação são especificados na Constituição Apostólica Pastor bonus de João Paulo II (nn. 48-55). Eis os artigos principais: «Função própria da Congregação para a Doutrina da Fé é promover e tutelar a doutrina sobre a fé e os costumes em todo o mundo católico: é portanto da sua competência tudo o que de qualquer modo se refira a essa matéria» (Art. 48). «No cumprimento da sua função de promover a doutrina, ela favorece os estudos destinados a fazer aumentar o entendimento da fé e para que, aos novos problemas derivados do progresso das ciências ou da civilização, se possa dar resposta à luz da fé» (Art. 49). «Ela serve de ajuda aos Bispos, quer individualmente quer reunidos nos seus organismos, no exercício da missão pela qual são constituídos como autênticos mestres e doutores da fé, e pela qual devem guardar e promover a integridade da mesma fé» (Art. 50).

Em particular, as funções consideram os seguintes aspectos:

a) Todas as questões a respeito da doutrina da fé e da vida moral.

b) Exame das novas teorias em matéria dogmática e moral.

c) Reprovação e eventual condenação de doutrinas que resultam contrárias aos princípios da fé.

d) Juízo prévio de documentos de outros Dicastérios para aquilo que concerne à própria competência.

e) Exame dos delitos contra a fé, a moral e a celebração dos sacramentos. Cabe a esta igualmente julgar quanto concerne ao privilegium fidei.

f) Promoção e organização de estudos e congressos.

A Congregação é constituída de um Colégio de Cardeais e Bispos, tendo como Prefeito (S.Ex.ª Mons. Gerhard Ludwig Müller). O Prefeito é co-auxiliado pelo Secretário (S.E. Mons. Luis F. Ladaria, S.I., Arcebispo Tit. de Thibica) e, subordinadamente, pelo Subsecretário (Mons. Damiano Marzotto), o Secretário Adjunto S.E. Mons. Joseph Augustine Di Noia (EUA), e pelo Promotor de Justiça (Mons. Charles Scicluna). O orgânico é composto de alguns Oficiais que, sobre a coordenação do Chefe de Ofício, cuidam de questões relativas à própria competência e às várias exigências da Congregação.

A Congregação abrange três Ofícios: Doutrinário, Disciplinar e Matrimonial.

O Ofício Doutrinário se ocupa das matérias que possuem ligação com a promoção da doutrina da fé e da moral. A tal propósito:

– cuida do preparo de documentos para a promoção da doutrina;

– intervém nos confrontos de posições disformes dos ensinamentos do Magistério;

– examina os escritos e as opiniões que aparecem contrárias à reta fé;

– cuida, sobre o aspecto doutrinário, dos exames dos documentos dos outros Dicastérios;

– considera os pedidos de nihil obstat para as várias nomeações e honrarias.

O Ofício Disciplinar trata dos delitos contra a fé, dos delitos mais graves cometidos contra a moral e das celebrações dos sacramentos. Cuida além disso do exame de outros problemas conexos com a disciplina da fé:

– examina os casos de pseudo-misticismo, de asseveradas aparições, de visões e mensagens atribuídas a origens sobrenaturais, de espiritismo, magia e simonia;

– se ocupa das admissões ao sacerdócio de ex-ministros não católicos; das dispensas das irregularidades e dos impedimentos para o recebimento das Ordens Sagradas; das reabilitações ao exercício das Ordens Sagradas; das absolvições das excomunhões reservadas à Santa Sé;

– examina os pedidos de nihil obstat para a introdução das Causas de Canonização, para a ereção ou promoção dos Institutos de vida consagrada e das Sociedades de vida apostólica e, sobre o perfil disciplinar, para as várias nomeações e honrarias.

O Ofício Matrimonial se ocupa de quanto concerne ao privilegium fidei. Se interessa às causas de dissolução de matrimônio in favorem fidei e de outros aspectos do vínculo matrimonial ligado à validade do Sacramento.
Para os seus estudos e juízos a Congregação é assistida por um grupo de Consultores e peritos escolhidos entre as personalidades de todo o mundo católico. As reuniões são feitas geralmente uma vez por semana; depois de examinarem os documentos e estudos a eles submetidos, estes dão o seu voto «consultivo». As questões tratadas e o parecer dos Consultores são portanto discutidos pelo Colégio dos Cardeais da Congregação com voto deliberativo. Finalmente toda decisão é submetida à aprovação definitiva do Sumo Pontífice, em respectiva Audiência.

Nos locais da Congregação é aberto o Arquivo Histórico, governado por específico Regulamento, ao qual pedem ter acesso todos os estudiosos qualificados. Junto da Congregação são constituídas também a Pontifícia Comissão Bíblica e a Comissão Teológica Internacional as quais, sobre a presidência do Cardeal Prefeito, operam segundo normas próprias.




Bibliografia:

Catecismo da Igreja Católica, São Paulo, Loyola, 1993.

sábado

A Igreja Católica Apostólica Romana e o uso das Imagens

Introdução

            Muitas pessoas têm a maior curiosidade para saber como é de fato a face da Imagem da Virgem de Aparecida. Faço chegar uma foto bem de perto da Imagem original da Padroeira do Brasil, aproveitando a oportunidade para falarmos do uso das imagens na Igreja. Este é um assunto tão polêmico, onde pessoas que se dizem conhecedoras da Palavra, nos acusam do pecado da idolatria. Nós cristãos católicos não adoramos imagens! A Igreja católica Apostólica Romana condena veementemente toda idolatria porque ela é pecado abominável aos olhos de Deus.
                   
Idolatria e Igreja Católica

            Idolatria, segundo o Dicionário Aurélio é “culto prestado a ídolos, amor ou paixão exagerada, excessiva”. Para um bom entendedor saberá que não é o uso de imagens no culto divino, mas prestar a uma criatura, o culto de adoração que devemos exclusivamente a Deus. É por isso que São Paulo nos adverte que a avareza é uma idolatria (cf. Col 3,5), uma vez que o avarento coloca o dinheiro no lugar de Deus, como o valor supremo de sua vida.
            Ora, o que há de mais importante no universo é Deus, pois é Ele quem o criou e sustenta no ser. Todo o cosmos depende de Deus para existir. Logo, também em nossa hierarquia de valores, Deus deve ocupar o primeiríssimo lugar, como valor supremo. Todos os demais valores e ideais devem submeter-se a Ele. Quando colocamos outro bem, valor ou ideal no lugar que é exclusivo de Deus, destoamos da ordem do cosmos e caímos na idolatria. Afinal de contas, todo o universo canta a glória de Deus (cf. Sl 18,2). Quem, portanto, não coloca a Deus como valor supremo de sua vida, não apenas nega a adoração exclusivamente a Ele devida, como também prejudica a si próprio. Por isso Deus ordenou no primeiro mandamento de sua Lei: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim” (cf Ex 20,2-3). Do mesmo modo Nosso Senhor Jesus Cristo, quando repeliu o demônio que o tentava, repetiu o preceito: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás” (cf Mt 4,10).
            Todavia, se devemos adorar somente a Deus, isso não significa que não devemos honrar e invocar seus santos e anjos. O mesmo Deus que ordenou que adorássemos só a Ele, também mandou honrar os pais (cf Ex 20,12/ Dt 5, 16/ Mt 15 6), as autoridades públicas (cf. Rom 13), àqueles que pregaram a Palavra de Deus (cf Hb 13, 7-9) os nossos superiores e as pessoas mais idosas (cf Lv 19, 32). Prestar honra a essas pessoas, simples criaturas, em nada prejudica a adoração devida exclusivamente ao Criador.
            Se devemos honrar os governantes deste mundo, quanto mais os anjos, de cujo ministério Deus se serve para governar não só a Igreja, como também todas as coisas criadas(cf Ap 8, 4). Foi por isso que Abraão prostrou-se diante dos três anjos que lhe apareceram em forma humana, para anunciar o nascimento de seu filho Isaac (cf. Gen 18,2).

O culto aos anjos e santos na Bíblia

  
          A Sagrada Escritura orienta a Igreja para que ensine que desde o início até a morte a vida humana é cercada pela proteção e intercessão do anjo da guarda: “Eis que eu enviarei o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho” (cf Ex 23,20). Pela invisível assistência dos anjos, somos quotidianamente preservados dos maiores perigos, tanto da alma como do corpo. Com a maior boa vontade, patrocinam a nossa salvação e oferecem a Deus as nossas orações e nossas lágrimas. O Senhor Jesus advertiu que não se devia dar escândalo aos pequeninos, porque “seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de seu Pai, que está nos céus” (cf. Mt 18,10). Se os anjos contemplam a Deus sem cessar, por que não seriam merecedores de grande honra?
            Também o culto aos santos, longe de diminuir a glória de Deus, lhe dá o maior incremento possível. Canta a Virgem Maria no Magníficat que “o Poderoso fez em mim maravilhas” (cf Lc 1,49). Quando honramos retamente um santo, proclamamos as maravilhas que a Graça de Deus (Jesus Cristo) operou na vida dele. Como se diz no Prefácio dos Santos, “na assembléia dos santos vós sois glorificado e, coroando seus méritos, exaltai vossos próprios dons”. A santidade que veneramos nos homens santos é dom do único e três vezes Santo. Honrando os santos, glorificamos a Deus que os santificou.
            Deus é um Pai amoroso, a quem muito agrada ver seus filhos intercedendo uns pelos outros. Ademais, quis associar suas criaturas na obtenção e distribuição de suas graças. Muitas coisas Deus não as concede, se não houver a intervenção de um intercessor. Para que os amigos de Jó fossem perdoados, por exemplo, foi necessária a sua intercessão: “O meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que se não vos impute esta estultícia, porque vós não falastes de mim o que era reto” (Jó 42,8). Também não é sinal de falta de fé em Deus, recorrermos à intercessão dos santos em nossas orações. O centurião, por exemplo, recorreu à intercessão dos anciãos dos judeus (cf. Lc 7,3) para que Jesus curasse seu servo, mas nem por isso o Senhor deixou de enaltecer sua fé com os maiores elogios: “Em verdade vos digo que não encontrei tanta fé em Israel” (cf Lc 7,9).
            A Igreja Católica confessa que só temos um único Mediador na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor (cf 1 Tm 2, 5). Só Ele nos reconciliou com o Pai pelo oferecimento de seu preciosíssimo sangue, entrando uma só vez no Santo dos Santos, consumou uma Redenção eterna (cf. Heb 9,11-12) e não cessa de interceder por nós (cf. Heb 7,25). Todavia, o fato de termos um único Mediador de Redenção, não significa que não podemos ter junto dele mediadores que clama a Ele por nós. É isto que vemos em Apocalipse oito (v. 4), onde os anjos recolhem as orações dos santos, ao pé do Altar do Cordeiro (Jesus Cristo) e entrega a Deus.
            Se recorrer à intercessão dos santos prejudicasse a glória devida unicamente a Cristo Mediador, o Apóstolo Paulo não pediria, com tanta insistência, que seus irmãos rezassem por ele: “Rogo-vos, pois, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo e pela caridade do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas orações por mim a Deus” (cf Rm 15,30). “Se vós nos ajudardes também, orando por nós…” (cf 2 Cor 1,11). Se as orações dos que vivem nesta terra são úteis e eficazes para que sejamos ouvidos por Deus, quem dirá as orações daqueles que já estão em glória, contemplando a Deus face a face (cf Ap 19, 1-10/ 20, 4-6/ 21, 9-27).

Os restos mortais dos santos manifestam a glória de Deus

          
  Sobre os santos e os objetos sagrados encontramos no livro dos Atos dos Apóstolos, alguns relatos afirmando que “Deus fazia milagres não vulgares por mão de Paulo, de tal modo que até, sendo aplicados aos enfermos os lenços e aventais que tinham tocado no seu corpo, não só saiam deles as doenças, mas também os espíritos malignos se retiravam” (cf At 19,11-12). E também que “traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e esteiras, a fim de que, ao passar Pedro, cobrisse ao menos a sua sombra algum deles” (cf At 5,15). Se as vestes, os lenços e a sombra dos santos, já antes de sua morte, removiam doenças e expulsavam demônios, quem será louco de dizer que Deus não possa fazer os mesmos milagres por intermédio deles, depois de mortos, já que estão vivos, segundo a Bíblia, na presença de Deus (cf Lc 16, 22)? Mesmo depois de mortos aos olhos humanos, eles continuam vivos e os seus restos mortais continuam cheios da graça de Deus, porque os santos foram templos vivos do Espírito Santo de Deus (cf 1 Cor 3, 16-17). Sobre isto as Sagradas Escrituras dão testemunho, quando se narra o episódio do cadáver lançado na sepultura do profeta Eliseu: “Logo que o cadáver tocou os ossos de Eliseu, o homem ressuscitou e levantou-se sobre os seus pés” (cf 2Rs 13,21).
            Nos primeiros séculos do cristianismo a Igreja Católica já venerava os restos mortais dos mártires e conservava-os em lugar de honra, atribuindo a eles muitos prodígios e milagres.
            Todavia, se devemos honrar e venerar os santos e anjos como fiéis servidores do Senhor, é gravíssimo pecado colocá-los no lugar de Deus, prestando-lhes culto de adoração. Este abuso é estranho a Doutrina Católica.

Imagens permitidas da Bíblia

            A Sagrada Escritura apresenta, muitas vezes, o mistério de Deus através de imagens: e a primeira imagem quem a fez foi o próprio Deus, ao criar o ser humano à sua imagem e semelhança (cf Gn 1,27; 2,7). O mesmo Deus manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (cf Ex 25,18-20). Manda Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões (cf 1Reis 6,23-25 e 7,29). O Novo Testamento também apresenta o mistério de Deus através de imagens: a imagem de Jesus como cordeiro digno de receber a força e o louvor (cf Ap 5,12). Quando do batismo de Jesus, o Espírito Santo é apresentado em forma de pomba (cf Mt 3,16) e, no dia de Pentecostes, com línguas de fogo (cf Atos 2,1-3).

Jesus ensina através das imagens

            Jesus ensinava através de imagens: “Eu sou o bom pastor” ( cf Jo 10,14). Os cristãos à luz do Evangelho vão representar Jesus desenhando um Bom Pastor com a ovelha nos ombros. Olhando esta imagem, eles não adoravam um pastor, mas pensavam na ternura de Deus que, em Jesus, busca a ovelha perdida. Representar algo por imagem ou símbolo era comum na Igreja primitiva, sobretudo em tempos de perseguição. Sabemos pela história que por muito tempo, as pinturas dos santos e de cenas bíblicas nas Igrejas foram o único livro que os cristãos mais simples puderam ler e entender a manifestação de Deus.

Imagens proibidas na Bíblia: idolatria

            A Bíblia, então, não proíbe o uso das imagens? Sim, proíbe quando sua finalidade é servir à idolatria (cf Ex 20,2-5). Em várias passagens bíblicas se repete esta proibição de não adorar outros deuses e nem fazer deuses fundidos (cf Ex 34,14.17/ Sl 116, 4-8/ Dt 7,5).
            Vimos no início de nossa reflexão o que é a idolatria, tendo como base esse conceito entenderemos que "ídolo" designa imagem feita para ser adorada como deus, como faziam os pagãos com suas divindades. Para os judeus, as imagens dos deuses são os próprios deuses pagãos. Os povos vizinhos dos judeus acreditavam em muitos deuses e faziam imagens deles. Geralmente, estes deuses, criados pelo próprio homem, serviam de apoio ao sistema injusto e cruel que maltratava o povo, em especial os pobres. Em Israel não se podia fazer imagem de Deus, não se podia imaginar como Deus era, pois Ele é invisível e ninguém nunca o tinha visto. Do Deus verdadeiro não se faz imagens, porque todas as imagens são inadequadas para Javé.

As Imagens no culto litúrgico da Igreja
                 
            Muitos cristãos católicos foram martirizados aos milhares porque se recusaram a adorar imagens de deuses falsos. Eles estudaram a Bíblia com atenção e jamais tiravam esses textos que proíbem imagens de seu contexto. Comparando-os com outros textos bíblicos, ficaram convencidos de que Deus proíbe imagens de deuses falsos, adoração de ídolos que representem falsos valores, os quais induzem ao pecado. É o que faziam os povos vizinhos de Israel, como vimos acima. No II Concílio de Nicéia (ano 787), defendeu-se a veneração das imagens (pintura e escultura) de santos pelos cristãos e o uso de símbolos nas celebrações litúrgicas porque a Igreja viu que elas são importantes para a compreensão da mensagem do Evangelho e para a nossa união com o mistério de Deus. O mesmo fez o Concilio Vaticano II, mantendo o culto às imagens conforme a tradição (LG 67), contanto que seja em número comedido e na ordem devida (SC 125).
            A primeira coisa que devemos fazer é procurar entender a diferença de culto. Existem três diferenças importantíssimas e uma não se confunde com as outras: 1ª) Culto de latria (grego: "latreuo") quer dizer adorar – É o culto reservado somente a Deus; 2ª) Culto de dulia (grego: "douleuo") quer dizer honrar – está reservado a São José e aos santos; Culto de hiperdulia (grego: “hyper”, acima de; “douleuo”, honra) ou acima do culto de honra, sem atingir o culto de adoração – este culto está reservado somente a Maria mãe de Jesus.
            Alguns protestantes protestam dizendo que toda a "inclinação", "genuflexão", etc, é um ato eminentemente de "adoração", só devido à Deus. Já demonstramos, com o trecho do Gênesis, que isso não procede. Todavia, para deixar mais claro o problema, devemos recordar que o culto de "latria" (ou de "dulia") é um ato interno da alma. A adoração é, eminentemente, um ato interior do homem, que pode se manifestar de formas variadas, conforme as circunstâncias e as disposições de alma de cada um.
            Os atos exteriores - como genuflexão, inclinação, etc -, são classificados tendo em vista o "objeto" a que se destinam. Se é aos santos que se presta a inclinação, é claro que se trata de um culto de dulia. Se é a Deus, o culto é de latria. Aliás, a inclinação pode ser até um ato de agressão, como no caso dos soldados de Pilatos que, zombando de Nosso Senhor, "lhe cuspiram no rosto e, prostrando-se de joelhos, o adoraram" (cf Mc 15, 19). Sendo assim, a objeção protestante, dessa forma, cai por terra. Ou eles teriam que afirmar que havia uma "adoração" por parte dos soldados de Pilatos, o que é absurdo! Eles simulavam uma adoração (ou veneração ao "Rei dos Judeus), através de atos exteriores, mas seu desejo era de zombaria.

A Igreja Católica não desobedece a Bíblia quando reza com as imagens


           É verdade, no Antigo Testamento Deus proibiu que fossem feitas as imagens : “Não farás para ti imagem alguma do que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem do que há nas águas debaixo da terra” (cf Ex 20,4). Precisamos compreender a razão desta proibição e este entendimento, creio que já foi nos dado nesta leitura.
            Mas, vamos esclarecer mais: o mesmo Deus que proibiu confeccionar as imagens dos ídolos, ordenou que se fizessem “outras” imagens (cf Ex 25, 18). Tem o mesmo valor que os ídolos, as imagens que o Senhor mandou Moisés confeccionar? Claro que não tem o mesmo valor ou sentido, pois a finalidade delas eram para convidar o povo a rezar diante para da Arca da Aliança e respeita-la! Observem que tanto as imagens dos anjos, como a Arca, são objetos, frutos da produção humana. Porém com uma diferença, eram objetos santificados por Deus para manifestar a sua glória (cf Num 21, 9).

O povo de Deus vivia no meio dos idólatras

            Os hebreus viviam no meio de povos idólatras, cujos deuses eram concebidos como tendo formas visíveis, muitas vezes com figura de animais. Para ressaltar a transcendência e a espiritualidade do Deus verdadeiro, este preceito proibia que os israelitas representassem a divindade com imagens. Com efeito, Deus em si mesmo não está ao alcance da nossa vista: é um ser puramente espiritual, não tem corpo, não cabe nos limites do espaço, nem pode ser representado por nenhuma figura. “Não vistes figura alguma no dia em que o Senhor vos falou sobre o Horeb do meio do fogo” (cf Dt 4,15).

Jesus revelou a face escondida de Deus e a Igreja Católica passou a usar as imagens sagradas

            Com a encarnação do Filho de Deus foi superada a proibição de se fazer imagens que representasse Deus, pois ele mesmo se fez Carne, revelou seu Rosto e habitou entre nós (cf Jo 1,14), Ele se tornou visível a nós como homem. Invisível em sua divindade, Deus se tornou visível na humanidade de nossa carne. Como diz o Prefácio do Natal do Senhor, reconhecendo a Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos.
            A diferença do cristianismo com todas as outras as religiões é que o nosso Deus se fez homem. O centro da Fé cristã é o mistério de Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro. Perfeitamente homem, sem deixar de ser Deus. Mesmo depois da Ressurreição, o Cristo manteve a sua natureza humana na sua integridade e perfeição, como fez questão de sublinhar aos Apóstolos: “Olhai para as minhas mãos e pés, porque sou eu mesmo; apalpai, e vede, porque um espírito não tem carne, nem ossos, como vós vedes que eu tenho” (cf Lc 24,39). Até hoje, no Céu, dentro do peito de Jesus bate incessantemente um coração de carne, em suas veias corre sangue verdadeiramente humano.
            Entendamos todos que Jesus Cristo é “a imagem visível de Deus invisível” (cf. Col 1,15). Assim sendo, toda vez que honramos uma imagem sagrada, damos testemunho da nossa Fé no mistério da Encarnação do Filho de Deus. Portanto, quem renega as imagens, de certo modo atenta contra a fé nesse mistério. Rejeitar as imagens sagradas é voltar à Antiga Lei, quando Deus ainda não tinha se feito homem. Quem defende isso, para ser coerente, deve também praticar a circuncisão e guardar o sábado, como é prescrito na Lei de Moisés. Para essas pessoas, o Cristo não veio ainda.
            Portanto, beijar uma imagem ou acender diante dela uma vela não são práticas idolátricas, mas atos de piedade. Somente pessoas ignorantes, que não compreendem os dogmas da Fé em seu verdadeiro sentido, podem ter a audácia de chamar de idolatria essas práticas.
            Quem honra uma imagem, honra a pessoa que nela está representada. Aquilo que a Bíblia nos ensina com palavras, as imagens nos anunciam com figuras visíveis. A imagem representa, ou seja, torna presente a pessoa simbolizada. Todavia, não podemos confundir essa presença, que é meramente uma presença simbólica, com a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Na imagem Jesus está presente como em um símbolo, na Eucaristia como realidade substancial. Por isso, diante do Santíssimo Sacramento fazemos genuflexão e o adoramos, porque ali Ele está presente com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

O verdadeiro sentido das imagens que a Igreja Católica venera


            O sentido das imagens católicas está na linha da serpente de bronze que Deus mandou Moisés esculpir (cf Num 21, 8-9), segundo a explicação dada em Sabedoria 16,7: ”e quem se voltava para ele (o sinal da serpente), era salvo, não em virtude do que via, mas graças a Ti, ó Salvador de todos”.  

José Wilson Fabrício da Silva, crl
(Cônego Regular lateranense)
















BIBLIOGRAFIA:

BÍBLIA de Jerusalém, São Paulo, Paulus, 2012.

BÍBLIA DE ESTUDO, Palavras Chave Hebraico e Grego, 3Ed., Rio de Janeiro, CPAD, 2012.

INTRODUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO, 4ª ed., Paulinas, São Paulo, 2011.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, São Paulo, Loyola, 1993.                                                                           
JOÃO PAULO II, Duodecim Saeculum. Carta Apostólica sobre a Veneração das Imagens, 1987. Petrópolis: Vozes, 1988.

PONTIFICAL ROMANO. Ritual da dedicação de igreja e de altar, 1977. São Paulo: Paulinas, 1984.

SCOMPARIM  A. F., A iconografia na Igreja Católica. São Paulo: Paulus, 2008.