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quinta-feira

Sugestões litúrgicas para bem celebrar o mês da Bíblia sem ferir o Rito da Missa

Mês da Bíblia

Celebração do Primeiro Domingo de Setembro

*Este momento deve ser feito fora da celebração da Missa.
*Este não é um rito que pode ser integrado ao ritual da missa, porque não é uma ação da Igreja como todo, mas uma mobilização cultural celebrada na comunidade eclesial no Brasil.
*Pode-se preparar um altar sóbrio, sem muitas cores e símbolos, pois os demais materiais podem tirar a centralidade do ambiente em que o destaque é a Bíblia.
*Se preferirem, posicione apenas a Bíblia ladeada de velas e flores, para que não seja ofuscado o real valor que se deve dar ao Ambão (estante da Leitura) na arquitetura do presbitério de nossas igrejas.
*É proibido pela sagrada Liturgia uma procissão da Bíblia dentro da Missa, no momento do pós-oração da coleta que antecede as leituras da Liturgia da Palavra. Exceto a procissão do Evangeliário na aclamação do Evangelho dentro da Missa.
*A Igreja pede que a procissão da Palavra de Deus dentro da Missa se faça com o Evangeliário (Livro dos Evangelhos) na procissão de entrada da Missa (caso não tenha o Evangeliário é permitido o uso do Lecionário em tal ato litúrgico) e no rito próprio da aclamação ao Evangelho.
*Na Missa, deve-se obedecer as normas da Introdução Geral ao Missal Romano. Sobre o Evangeliário na Missa, o diácono tem a primazia de leva-lo na procissão de entrada. Se não houver o diácono, o Sacerdote toma a vez de conduzi-lo na procissão, fora estas condições, favor observar as indicações da Igreja na IGMR:



                                       
172.        O diácono, levando o Evangeliário um pouco elevado, vai à frente do sacerdote a caminho do altar; caso contrário, vai ao lado dele.
173.        Ao chegar ao altar, se levar o Evangeliário, omitida a reverência, aproxima-se do altar. A seguir, depõe o Evangeliário sobre o altar, e juntamente com o sacerdote, venera o altar com um beijo.
Se não levar o Evangeliário, faz uma inclinação profunda ao altar juntamente com o sacerdote, do modo habitual, e venera o altar com um beijo juntamente com ele.
194.        Na procissão de entrada, na ausência do diácono, o leitor (Leitor instituído pelo Bispo) *isto não vale para o leitor apenas da leitura da missa participada, vestido com a veste aprovada, pode levar o Evangeliário um pouco elevado.
195.         Chegando ao altar, faz com os outros uma inclinação profunda. Leva-se o Evangeliário, sobe ao altar e sobre ele depõe o Evangeliário. Depois ocupa o seu lugar no presbitério, junto com os outros ministros (instituídos pela Igreja).






Rito da Entronização da Palavra de Deus na comunidade

Comentário inicial:
 Estamos em setembro, e no Brasil já é uma tradição que este mês seja lembrado como o “Mês da Bíblia”. Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o mês da Bíblia, em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30.
Ao celebrar o mês da Bíblia, a Igreja nos convida a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus, a amá-la, cada vez mais, e a fazer dela, cada dia, uma leitura meditada e rezada. É essencial ao discípulo missionário o contato com a Palavra de Deus para ficar solidamente firmado em Cristo e poder testemunhá-lo no mundo presente, tão necessitado de sua presença. “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DA 247).

A Bíblia contém tudo aquilo que Deus quis nos comunicar em relação a nossa salvação. Jesus é o centro e o coração da Bíblia. Em Jesus se cumprem todas as promessas feitas no Antigo Testamento para o Povo de Deus.

Ao lê-la, não devemos nos esquecer que Cristo é o ápice da revelação de Deus. Ele é a Palavra viva de Deus. Todas as palavras da Sagrada Escritura tem seu sentido definitivo Nele, porque é no mistério de sua morte e ressurreição que o plano de Deus para a nossa salvação se cumpre plenamente. Por isso, cantando vamos receber a Bíblia em nosso meio, recordando que neste mês somos convidados a ler e difundir a mensagem bíblica aos irmãos.

*Todos ficam de pé e recebe a Bíblia cantando um hino que valorize a Sagrada Escritura. Entronizada na comunidade, o comentarista pede para que aplaudam a Palavra de Deus, em seguida avisa que permaneçam de pé para receber a procissão de entrada da missa. O coral entoa o canto inicial e o comentarista sem mais nada a dizer, volta para seu devido lugar. E o rito da missa não se altere em nada mais.


José Wilson Fabrício da Silva, crl

sábado

Novena e Missa de Santo Agostinho



PRIMEIRO DIA:
Começar com a oração inicial para todos os dias
Tema: A Vocação divina.
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, que por divina providência fostes chamado das trevas da gentilidade e dos caminhos do erro aos retíssimos caminhos da graça para ser ante os homens vaso de predileção divina e brilhar em dias calamitosos para a Igreja, como estrela da manhã entre as trevas da noite: alcançai-nos do Deus de toda consolação e misericórdia, o sermos chamados e predestinados, como Vós o fostes à vida da graça e a graça da eterna vida, onde juntamente convosco cantemos as misericórdias do Senhor e gozemos a sorte dos eleitos pelos séculos dos séculos. Amém.

Santo Agostinho e a Sagrada Escritura 

Santo Agostinho tinha uma enorme consideração pela Sagrada Escritura; para ele, a Escritura era uma carta de Deus enviada aos homens para que possam conhecer o caminho da salvação. Santo Agostinho pensava na Escritura como um verdadeiro e grandioso dom de Deus aos homens, que, enquanto dom de Deus, era inspirada pelo Espírito Santo, a ponto de poder ensinar o que é necessário para a salvação, sem sombra de erro. Justamente por essa natureza de dom, Agostinho considerava indispensável, para ler e compreender a Sagrada Escritura, uma adequada disposição interior: em outras palavras, considerava necessária a oração. Também para os estudiosos, como para todo o mundo. Ele escreve no De doctrina christiana: “É preciso exortar aqueles que se aplicam às Sacras Letras não apenas a que saibam reconhecer os diferentes gêneros literários presentes nas Escrituras, mas também – e isto é o principal e mais necessário – a que rezem para compreender (praecipue et maxime orent ut intelligant)” (III, 37, 56).
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.        
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.
Terminar com a Ladainha e Oração final para todos os dias:


LADAINHA DE SANTO AGOSTINHO

Senhor, tende piedade.
Cristo, tende piedade.
Senhor, tende piedade.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus, o Pai do céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus, o Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
São José,
São Joaquim e Santa Ana,
São João Batista,
Santa Mônica,
Santo Agostinho,
Santo Agostinho, exemplo de conversão,
Santo Agostinho, filho de tantas lágrimas,
Santo Agostinho, pregador do Reino de Deus,
Santo Agostinho, martelo dos hereges,
Santo Agostinho, ilustre guerreiro contra os inimigos da Igreja,
Santo Agostinho, implantador da fé verdadeira,
Santo Agostinho, buscador da Sabedoria Divina,
Santo Agostinho, exemplo de conduta para a vida apostólica,
Santo Agostinho, anunciador da Graça,
Santo Agostinho, pastor zeloso da Palavra de Deus,
Santo Agostinho, expositor da Sagrada Escritura,
Santo Agostinho, modelo dos pastores,
Santo Agostinho, socorro das almas que vacilam na fé,
Santo Agostinho, nobre defensor da pureza,
Santo Agostinho, esplendor da glória de Deus,
Santo Agostinho, florescente oliveira da Casa do Senhor,
Santo Agostinho, incansável adorador da Santíssima Trindade,
Santo Agostinho, cumpridor do Evangelho de Cristo,
Santo Agostinho, espelho brilhante de santidade,
Santo Agostinho, modelo de todas as virtudes,
Santo Agostinho, mestre da interioridade,
Santo Agostinho, auxílio dos esquecidos,
Santo Agostinho, amigo dos pobres,
Santo Agostinho, guarda da família cristã,
Santo Agostinho, guardião fidelíssimo do Depósito da Fé,
Santo Agostinho, exemplo vivo do Evangelho,
Santo Agostinho, recipiente público das obras de misericórdia,
Santo Agostinho, promotor da paz,

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
Perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
Atendei-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
Tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.

Oremos
Renovai na vossa Igreja, Senhor, nós vos pedimos, o espírito com que animastes nosso pai Santo Agostinho, para que também nós, sedentos de verdadeira sabedoria, nunca nos cansemos de vos procurar, fonte viva do amor eterno. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.




Oração final para todos os dias:
Gloriosíssimo Santo Agostinho Doutor sapientíssimo da graça, Custódio fidelíssimo da fé, Patriarca felicíssimo da grande família agostiniana e de tantas famílias religiosas que abraçaram vossa apostólica Regra, como amplíssimo caminho de perfeição e santidade!
Apresentai-nos, na abundância da glória de nosso Deus, olhai para nós que todavia gememos na tribulação e no desterro; não vos esqueçais em vosso coração, cheio já dos deleites de Deus, dos regulados, dos amigos e dos pecadores que vos chamam e buscam como a um pai, como a amigo. Como um fiel mediador ante o Deus de misericórdia. Pedi a Trindade Santíssima que infunda a santidade no ímpio, a justiça no injusto, para que dê temor e fé aos que imperam e governam, distribua o salário da eternidade com os obreiros do tempo, do gozo e da posse do sumo bem com todos os filhos da dor e do trabalho. Volte a cair sobre a terra o rocio de vossa palavra! Voltem a florescer a santidade nos claustros das casas que vivem baixo a vossa Regra! Volte, como em dias de triunfo, a respirar com alegria a militante Igreja sob a sombra de vosso báculo, através de vossos filhos regulares! Pastor amantíssimo, que não querias vossa salvação senão salvando a vosso povo: não vos esqueçais agora, que estais no lugar seguro, e que nós nos achamos todavia em meio a batalha e o perigo; cobri-nos a todos sob as alas de vossa caridade e vosso zelo; guardai a todos no redil do Divino Pastor, Cristo; conduzi-nos pela senda feliz de sua Lei, e pedi ao Santíssimo Salvador que nos leve convosco aos eternos passos de sua glória, onde juntamente convosco nos vejamos na inefável companhia do Pai e do Espírito Santo, e Ele seja nosso Deus, e nós sejamos seu povo pelos séculos dos séculos. Amém.


SEGUNDO DIA:
Tema: Conversão a Deus.
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, que na hora feliz de vossa conversão a Deus fostes iluminado de tal modo pela luz da Verdade divinamente revelada, que em vossa inteligência não sobrou lugar algum para as trevas que a obscurecem, nem em vosso Coração escorria algum dos amores da terra, e naquele ponto tornastes um doutor e mestre de uma ciência divina que antes não compreendias, e resplandecente de uma caridade tão nova e tão divina que vos fez aborrecer tudo o que antes amavas: Alcançai-nos do Deus de toda piedade e misericórdia a graça de converter-nos a Ele de tal maneira que não habite jamais em nós a cegueira e corrupção do homem velho, e sejamos vestidos totalmente de luz e da graça do novo Adão, Jesus Cristo Senhor Nosso, o qual seja nossa vida e nosso amor pelos séculos dos séculos. Amém
Santo Agostinho e a Sagrada Escritura
Entender a Escritura não é apenas o resultado de um estudo científico, como em outras artes, mas uma consequência, em primeiro lugar, do ato de se pôr diante da Palavra de Deus com docilidade, com humildade e, repito, na atitude de quem suplica, de quem invoca. Escreve Agostinho nas Confissões: “De fato, não conhecemos outros livros que assim destruam a soberba e assim arruínem o inimigo defensor que resiste a toda reconciliação convosco e advoga seus pecados. Não conheci, ó Senhor, não conheci palavras tão puras, que tanto me persuadissem a confessar-Vos, que tanto suavizassem a sujeição da minha mente ao vosso jugo e me convidassem a servir-Vos tão desinteressadamente! Possa eu compreender essas verdades, ó Pai querido. Concedei este favor à minha sujeição, já que para os submissos as firmastes (solidasti)” (XIII, 15, 17). 
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.

  




TERCEIRO DIA:
Tema: Perseverança.
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, que desde o dia feliz de vossa conversão soubestes já correr e saltar com alegria pelos caminhos do temor do Senhor, sem desfalecer jamais, nem voltar os olhos as antigas sendas de vossa juventude, porque na escola daquele santo temor aprendestes a sabedoria, a disciplina, a justiça e a equidade, que foram coroa de graças para vossa cabeça e colar de pérolas preciosas para vossa alma: alcançai-nos do Deus de toda Providência e sabedoria aquela sagacidade que faz sábios aos meninos, e aquele entendimento que da prudência aos adultos, para que sejamos aprendizes de vossos altíssimos exemplos, até conseguir, como vós, o prêmio dos que vencem e a coroa dos que triunfam em Jesus Cristo Nosso Senhor pelos séculos dos séculos. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
A fé dos cristãos, motivo de riso para os ímpios e para os infiéis, é esta: nós dizemos que há uma outra vida depois desta vida, que existe ressurreição para os mortos e que, depois deste mundo, haverá um juízo final. Como entre os homens não se acreditava nisto, embora tivesse sido predito e anunciado pelos servos de Deus, os profetas, e pela lei que nos foi entregue por Moisés, como ainda assim isto era inverosímil para os homens, Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador veio [ao mundo] para disto os persuadir. Ele, apesar de Filho de Deus, nascido do Pai de modo invisível e inefável, co-eterno ao Pai e igual ao Pai, e com o Pai um só Deus; Ele, que é a Palavra do Pai, por meio da qual todas as coisas foram feitas, conselho do Pai, por meio do qual todas as coisas se governam, assumindo a carne [humana] e revelando-se aos olhos dos homens, fez descer à terra a sua imensa grandeza, infinita majestade e poder que os homens não podiam alcançar.E como os homens não reconheciam Deus, isto é, a própria Divindade em Cristo, desprezavam a carne que nele viam. Ele, porém, manifestava a sua divindade interior por meio dos milagres, e como aparecia de modo a poder ser desprezado pelos olhos humanos, agia de maneira que nas suas obras se revelasse o Filho de Deus. Fazia então grandes coisas, dava bons preceitos, corrigia e emendava os vícios, ensinava as virtudes, realizava até curas no corpo, para salvar as almas dos infiéis. E o povo em que nascera e se criara e onde fizera tais maravilhas, dominado pela ira, matou-o. (Sermão 113 a)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.





QUARTO DIA:
Tema: Castidade.
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, que, desde o dia em que felizmente rompestes as cadeias da antiga servidão do pecado, de tal modo que vos consagrastes a Deus e ao estudo da verdadeira Sabedoria; não quisestes outra esposa que a excelsa virtude da castidade, e nela soubestes encontrar a veia do contentamento e da alegria de vosso coração, aborrecendo para sempre as turvas e corrompidas águas das cisternas da terra: alcançai-nos do Deus poderoso das virtudes a graça de saber desatar-nos de todo vínculo não santo, da carne e sangue, de modo que permaneçamos livres, puros e castos, como anjos de Deus, sobre a terra, para que sejamos dignos, um dia, de alcançar, como vós, o prêmio dos limpos de coração, que é ver a Deus, frente a frente, entre os incriados resplendores de sua glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
Do dia dos apóstolos S. Pedro e S. Paulo (29 de Junho) Do Evangelho em que o Senhor pergunta: “Simão, filho de João, tu amas-me?”
Esta leitura do Evangelho, própria para a solenidade do dia, leitura que ainda há pouco soou aos nossos ouvidos, se desceu dos ouvidos ao nosso coração e nele encontrou lugar de repouso – pois repousa em nós a palavra de Deus quando nós repousamos na palavra de Deus – exorta-nos a todos nós que vos ministramos a palavra e o sacramento do Senhor, a que apascentemos as suas ovelhas.O Bem-aventurado Pedro, o primeiro dos apóstolos, que tanto amou o Senhor como o negou, como nos diz o Evangelho, seguiu o Senhor que havia de sofrer a paixão; mas não pôde então segui-lo de modo a ele próprio a sofrer. Seguiu-o com os pés, mas não foi capaz de o seguir com seus gestos. Prometeu que haveria de morrer por ele e não foi capaz de morrer com ele; ousou para além do que podia a sua força. Prometera mais do que podia, por isso era indigno de fazer o que prometera. Darei a minha vida por ti, disse ele. Isto era o que haveria de fazer o Senhor pelo servo, não o servo pelo Senhor. E assim, porque ousou em excesso, amou desordenadamente; por isso, teve medo e negou-o.Mais tarde, o Senhor, depois de ter ressuscitado, ensinou Pedro a amar. Quando este amou desordenadamente, soçobrou sob o peso da paixão; quando, porém, amou ordenadamente, recebeu a promessa da paixão. (Sermão 113 a)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.





QUINTO DIA:
Tema: Pobreza
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, que, ao sumergir-vos nas águas purificadoras do Batismo, de tal modo vos desnudastes, naquele instante do afeto as coisas da terra, já não pensastes senão em abraçar-vos com a apostólica virtude da pobreza, e não contente com abraçá-la e pratica-la, com a incrível estima de sua beleza, persuadistes a muitos e sobre ela fundastes o edifício imenso de vossa admirável e Santa Regra: alcançai-nos, do Deus que vos inspirou tanto amor a perfeitíssima pobreza, a graça de viver e morrer, como verdadeiros pobres de Cristo, despossuidos de todo apego às coisas perenes da terra, e fixo sempre o Coração e o pensamento nos bens eternos do céu, para que, livres do peso inútil daquelas coisas passageiras, mereçamos, como vós, a posse feliz das coisas do céu pelos séculos dos séculos. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
É preciso que tenhas caridade, que tenhas fé, que tenhas esperança, para poderes saborear o que te é dado. E estas três coisas são precisamente a fé, a esperança e a caridade. São precisamente estes os dons de Deus. Pois dele mesmo recebemos a fé, conforme diz [a Sagrada Escritura] segundo a medida da fé, distribuída por Deus a cada um. E dele recebemos também a esperança, dele a quem se diz: Nele me deste a esperança. E dele mesmo recebemos a caridade, dele de quem se diz: A caridade de Deus derramou-se em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado. É certo que estas três coisas são um tanto diferentes entre si, mas todas são um dom de Deus. Estas três permanecem: a fé, a esperança e a caridade, mas a maior delas é a caridade. Quanto àqueles três pães, não se diz que um deles é maior que os outros. Simplesmente que são pedidos e concedidos os três. (Sermão 105)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.



SEXTO DIA:
Tema: Obediência
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, que, desde o dia para sempre memorável em que vos incorporastes à Igreja de Cristo, de tal modo reconhecestes sua divina autoridade sobre os homens. Confessavas não poder ser filho da fé se não o fostes antes da Igreja, e com a palavra e o exemplo confirmastes aos fiéis na universal e absoluta submissão a cátedra de São Pedro: alcançai-nos, do Deus que se fez a si mesmo obediente até a morte, a graça de não nos separarmos jamais da unidade santa de sua Igreja e de render nosso juízo e vontade aos Prelados que em nome da Igreja nos governam, com aquela docilidade que é porta infalível da eterna vida, a fim de que mereçamos, um dia, as vitórias dos que dignamente obedecem e a glória dos que sabiamente se humilham pelos séculos dos séculos. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
Vigiemos, pois, e confiemos naquele que exorta, obedeçamos àquele que promete, alegremo-nos com aquele que dá. Talvez já nos tenha sucedido ter chegado um amigo de viagem e não termos encontrado nada para lhe servir e, forçados por esta necessidade, aceitamos este constrangimento, para nós e para ele. Não é possível que a algum de vós nunca tenha acontecido que um amigo lhe tenha feito algum pedido ao qual não pôde dar resposta, achando-se então sem nada para dar quando se via na obrigação de o fazer. Imagina que vem ter contigo um amigo que regressa de viagem, quer dizer, da vida deste mundo, por onde todos passam como peregrinos e nem um só permanece como se fosse seu possuidor, mas onde a cada homem é dito: Já repousaste, segue caminho, vamos, cede o lugar ao que vem a seguir. Imagina que, porventura, um qualquer amigo teu vem cansado de uma viagem má, isto é, de uma vida má, não encontrando a verdade que o tornaria feliz se a ouvisse e acolhesse, mas antes arrostado por toda a ambição e pobreza deste mundo, vem ter contigo porque és cristão, e te diz: “Ensina-me a tua doutrina, faz de mim cristão”. Pede-te aquilo que, talvez pela simplicidade da tua fé, não conhecias e, então, tu não tens como saciar esse amigo que tem fome; solicitado, descobres que tu próprio és pobre, e ao quereres ensinar, vês-te forçado a aprender; e envergonhado diante daquele que te questionou não encontrando em ti a resposta que ele procurava, és levado tu próprio a procurar para que a mereças encontrar. E onde irás tu procurar? Onde, senão nos Livros do Senhor? Provavelmente aquilo que ele te perguntou encontra-se nas escrituras, mas permanece obscuro... Para ti talvez bastasse uma fé simples, para ele não. Ora, deves abandoná-lo ou mandá-lo afastar-se de tua casa? (Sermão 105)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.



SÉTIMO DIA:
Tema: Humildade
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, não vos esquecestes de olhar ao abismo da humana fragilidade, alcançai-nos do Deus justíssimo e misericordiosíssimo, a graça de venerar com reverencia seus tremendos juízos, reconhecendo com verdadeira luz nossos pecados, e confessando com amor sua divinas misericórdia, para que, livres da confusão e ignomínia dos soberbos mereçamos, um dia, ser exaltados como os humildes, entre os verdadeiros filhos de Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
O nosso propósito, pois, será ver, procurar saber ou aprender de que modo devemos ser humildes. E a partir do que ainda agora recordei das Escrituras, somos levados a encontrar o que procuramos. Atente um pouco no seguinte o vosso coração, pois trata-se de algo deveras importante, de como havemos de ser humildes, algo necessário nas adversidades. Na verdade, não chamamos escândalos às adversidades deste mundo. Procurai ver, então, o que é o escândalo: imaginemos que alguém, por exemplo, colocado em necessidade, é atormentado pelo sofrimento. Não se trata de escândalo, mas da aflição do sofrimento. Também os mártires foram atormentados pelo sofrimento, mas não foram subjugados. Deves evitar o escândalo, mas não o sofrimento. O sofrimento atormenta-te, o escândalo subjuga-te. Qual então a diferença entre sofrimento e escândalo? No sofrimento dispões-te a conservar a paciência, a perseverar na constância, a não abandonar a fé e a não consentir no pecado. Se guardares este proceder, ou se o tiveres guardado, o sofrimento não será para ti causa de ruína, antes te servirá como serve no lagar, não tanto para esmagar a azeitona, mas para produzir o azeite. Então, se nesse sofrimento entoares louvores a Deus, quão útil não é esse lagar que de ti faz emanar tal licor? Quando os apóstolos jaziam na tribulação, acorrentados, e no seu sofrimento cantavam hinos a Deus, o que é que ali era atormentado? O que é que dali emanava? Job jazia num grande sofrimento, na imundície, pobre, sem bens, sem sustento, sem filhos; rico, sim, mas de vermes, isto no que respeita ao homem exterior. Mas como por dentro estava cheio de Deus, louvava o Senhor e o sofrimento, para ele, não era motivo de escândalo. Onde estava, então, o escândalo? Foi quando se aproximou dele a mulher e lhe disse: “Diz qualquer coisa contra Deus e morre”. Quando tudo lhe tinha sido levado pelo demônio, apenas restou a este homem deveras provado uma Eva, não para consolação mas para tentação do marido. Eis onde reside o escândalo. Ela acrescentou as misérias dele juntando-lhe as suas e tentou persuadi-lo a blasfemar. Ele, porém, que era humilde porque Deus o instruíra na sua lei e o consolara nos dias de aflição, tinha uma grande paz no seu coração, que amava a lei de Deus, e nele não havia escândalo. Ela era escândalo, mas não para ele. Já vês agora, então, quem é o homem humilde, o sábio na lei de Deus, quer dizer, na lei eterna de Deus. Pois aquela lei dada aos judeus nas tábuas não existia ainda no tempo de Job, mas existia então como lei eterna nos corações dos justos, de onde foi tirada a lei que foi entregue ao povo de Israel.Ora, como aquele homem tinha sido consolado pela lei de Deus nos dias de aflição, e como tinha, ele que amava a lei de Deus, uma grande paz, vê como é humilde e o que lhe responde: Falaste como a mais insensata das mulheres. Se recebemos os bens das mãos do Senhor, porque não havemos de suportar os males? (Sermão 81)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.




OITAVO DIA:
Tema: Santidade
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, "belo sol" entre os Doutores da Igreja; "lua cheia" entre os sábios de todos os tempos; "alto cipreste" entre os confessores, por vossa magnanimidade e fortaleza; "fresco e fragantíssimo lírio" entre os castos e inocentes; "árvore de oloroso incenso" pela devoção e contemplação com que penetrastes os mistérios divinos; "arco-íris" de paz entre Deus e os homens em dias calamitosos para todo o mundo; "lindíssima palmeira, rodeada de ramos e carregada de preciosíssimos frutos", como Pai e Patriarca de uma grande família de consagrados; "rico vaso de ouro, guarnecido de pedras preciosas". Alcançai-nos do Deus três vezes Santo a graça de ser, a semelhança vossa, sábios na doutrina, magnânimos na fortaleza, imaculados nas costumes, amantes da Oração, pacíficos com todos nossos irmãos, resplandecentes com a luz do bom exemplo, e em toda virtude ricos, cheios e perfeitos, de acordo a nossa vocação e estado, de modo que mereçamos, algum dia, estar onde vós estais entre os santos pelos séculos dos séculos. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
Ouvimos, neste exemplo, quem são os humildes. Tentemos defini-los por palavras, se conseguirmos: humildes são os homens a quem, em todas as boas obras que fazem, em tudo o que fazem bem, nada agrada mais que Deus; e a quem, em todos os males que sofrem, Deus não desagrada. Eis, irmãos, atentai nesta regra, nesta lei; apliquemo-nos a ela, procuremos crescer para a cumprir. De que vale plantar e regar, se Deus não conceder o crescimento? Nada são, nem aquele que planta, nem aquele rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ouve, tu que queres ser humilde, que queres ser consolado nos dias de aflição, tu que amas a lei de Deus, para que não haja em ti escândalo, para que tenhas uma grande paz, para que possuas a terra e rejubiles na abundância da tranquilidade; ouve, tu que queres ser humilde. O que quer que faças de bom, não seja para agradar a ti próprio. É que Deus resiste aos soberbos, aos humildes porém, concede a sua graça. Portanto, faças o que fizeres de bem, não seja para te agradar a ti mas a Deus; suportes o que suportares de mal, não te desagrades de Deus. E que mais? Faz isto, e viverás. Os dias de aflição não te hão-de aniquilar e conseguirás evitar o que foi anunciado: Ai do mundo, por causa dos escândalos! E a que mundo se diz Ai do mundo, por causa dos escândalos, senão àquele do qual se disse: E o mundo não o conheceu? Não foi aquele de quem foi dito: Era Deus que reconciliava consigo o mundo em Cristo. Há, então, um mundo mau e um mundo bom: o mundo mau são todos os maus no mundo; o mundo bom são todos os bons no mundo. (Sermão 81)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.


  
NONO DIA:                                                   
Tema: Zelo
Oração Inicial: Gloriosíssimo Santo Agostinho, zeloso defensor da honra do Altíssimo, tirastes da terra as abominações da impiedade; procurastes de mil modos a saúde de todas as gentes, e velastes pela glória do Senhor, pelo decoro de seu templo e a santidade de seus sacerdotes: alcançai-nos do Deus Santíssimo e zelosíssimo, a graça de acender em nossos corações aquele sagrado fogo que abrasava o vosso. Amém.
Palavras de Santo Agostinho
Das palavras do Evangelho segundo S. Lucas 11, 5-13: “Aquele de entre vós que tiver um amigo e for ter com ele à meia noite…”, etc…
Acabamos de ouvir nosso Senhor que nos exorta, o nosso divino mestre e fidelíssimo conselheiro, que exorta a que peçamos e que nos dá quando pedimos. Ouvimo-lo no Evangelho exortando-nos a pedir com afinco e a bater à porta até parecermos impertinentes. E apresentou-nos, até, um exemplo: Se alguém de entre vós tivesse um amigo que de noite lhe fosse pedir três pães porque um amigo seu chegara de viagem e não tinha nada que lhe servir; se, então, aquele lhe respondesse que já estava a descansar, ele e os seus servos, e que não deviam ser incomodados pelos seus pedidos; se ele continuasse a bater e a insistir, a teimar, sem arredar pé, nem mesmo por medo da vergonha mas, antes, forçado pela necessidade continuasse a insistir; então aquele haveria de acabar por se levantar, ainda que não fosse pela amizade, pelo menos pela insistência deste, e dar-lhe-ia quantos pães ele quisesse. E quantos queria ele? Não mais que três. A esta parábola acrescentou o Senhor uma exortação e de todos os modos nos estimulou a pedir, a rogar, a bater até alcançarmos o que desejamos, o que procuramos, aquilo por que batemos, fazendo uso de um exemplo a contrário como aquele de certo juiz que não temia a Deus, nem respeitava os homens mas que, interpelado todos os dias por uma viúva, vencido pelo cansaço, lhe concedeu, contrafeito, o que não pôde pela boa vontade ceder. Nosso Senhor Jesus Cristo, porém, pede conosco e com o Pai concede, e não nos exortaria a pedir se não quisesse conceder. Envergonhe-se, pois, a preguiça humana; pois o Senhor quer mais dar do que nós receber; o Senhor quer mais usar de misericórdia do que nós libertarmo-nos da miséria; e de qualquer modo, se não formos libertados, permaneceremos na miséria, pois quando Ele nos exorta, é no nosso interesse que o faz. (Sermão 105)
Meditemos uns instantes e peçamos a graça que desejamos conseguir nesta Novena.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória a Santíssima Trindade, em memória da devoção com que venerou este Mistério o grande padre e Doutor da Igreja Santo Agostinho.











Missa Solene

CONGREGATIO DE CULTU DIVINO ET DISCIPLINA SACRAMENTORUM
Prot. N. 247/1, dia 02/05/2002 por Georgius A. Card. Medina Estéves – Praefectus et Franciscus Pius Tamburrino – Archiepiscopus a Secretis.
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Antífona de entrada                                                                         (cf. 1Rs 5, 9ab.11c)
Deus lhe deu sabedoria e prudência extraordinárias, seu coração era magnânimo; e era famoso em todas as terras circunvizinhas.

Oremos
Renovai na vossa Igreja, Senhor,
nós vos pedimos, o espírito com que animastes nosso pai Santo Agostinho,
para que também nós, sedentos de verdadeira sabedoria,
nunca nos cansemos de vos procurar, fonte viva do amor eterno.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.


Primeira Leitura
Viviam unidos e colocavam tudo em comum.
Leitura dos Atos dos Apóstolos                                              2, 42-47
Os que haviam se convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. E todos estavam cheios de temor por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos frequentavam o templo, partiam o pão pelas casas e, unidos, tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava ao seu número mais pessoas que seriam salvas.
Palavra do Senhor

Salmo Responsorial                                    Sl 83(84)
R/. Felizes os que habitam vossa casa, ó Senhor!
2 Quão amável, ó Senhor, é vossa casa, * 
quanto a amo, Senhor Deus do universo!
3 Minha alma desfalece de saudades * 
e anseia pelos átrios do Senhor! 
– Meu coração e minha carne rejubilam * 
e exultam de alegria no Deus vivo! 

=
4 Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, † 
e a andorinha ali prepara o seu ninho, * 
para nele seus filhotes colocar:
– vossos altares, ó Senhor Deus do universo! * 
vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor! 

5 Felizes os que habitam vossa casa; * 
para sempre haverão de vos louvar!
6 Felizes os que em vós têm sua força, * 
e se decidem a partir quais peregrinos! 

11 Na verdade, um só dia em vosso templo * 
vale mais do que milhares fora dele!
– Prefiro estar no limiar de vossa casa, * 
a hospedar-me na mansão dos pecadores!

Segunda Leitura
Proclama a palavra, insiste oportuna ou importunamente
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo                                                        4, 1-8
Caríssimo, diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de vir a julgar os vivos e os mortos, e em virtude da sua manifestação gloriosa e de seu Reino, eu te peço com insistência: proclama a palavra, insiste oportuna ou importunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina. Pois vai o tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, com o prurido da curiosidade nos ouvidos, se rodearão de mestres ao sabor de seus próprios caprichos. E assim, deixando de ouvir a verdade, se desviarão para as fábulas. Tu, porém, mostra vigilância em tudo, suporta o sofrimento, desempenha o teu serviço de pregador do evangelho, cumpre com perfeição o teu ministério. Sê sóbrio.
Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.
Palavra do Senhor

Sequência
De um abismo de trevas,
surge uma luz resplandecente
que hoje para o mundo fulgura.

Agostinho, vítima outro do erro,
é hoje celebra
com honra pela Igreja.

Ouvindo o apelo de Deus,
escolhe o caminho de Cristo
e recebe as águas do batismo.

Coloca sua eloquência a serviço da Verdade.
E com seus escritos condena
os passados extravios.

Confirma a fé;
corrige os costumes.
Sua palavra destrói o erro e o vício.

Emudece Fortunato,
Manés e Donado
dobram-se ao fulgor de sua palavra.

Aquele mudo decadente,
desejoso de vãs opiniões
e dominado pelas heresias,

começa a produzir frutos abundantes,
quando Agostinho esparge pela terra,
o fulgor da fé.

Seguindo as normas dos apóstolos,
regulariza solícito
a vida dos monges.

Seus irmãos nada tinham de próprio,
viviam em comum,
numa mesma casa.

Para a salvação de muitos
ele cultivou durante toda a vida as virtudes;
morreu ancião e repousou com seus pais.

Nada deixou em testamento
aquele que nada tinha de próprio,
pois os bens que usava eram comuns com seus irmãos.

Salve, modelo de sábios,
luz de Cristo, voz celeste,
pregoeiro da vida, luz dos doutores.

Os que te chama pai,
seguindo-te como guia,
possam alcançar a vida eterna, na glória dos santos. Amém.


Aclamação ao Evangelho                                                        Jo 10, 14
R/. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V/. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem. 

Evangelho
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João                                      10, 7-18
Naquele tempo, disse Jesus: Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas.
Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
É por isso que o Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente; esta é a ordem que recebi do meu Pai.
Palavra da Salvação

Oração dos fiéis
C. Com grande alegria, celebremos a solenidade de nosso pai Santo Agostinho. Seja este dia para nós ocasião propícia de festejar com verdadeira devoção e de renovar o espírito agostiniano em nossa vida. Digamos pois, com confiança:
R/. Senhor, escutai a nossa prece.
Por nossa santa mãe, a Igreja, que o Senhor a fortaleça na sã doutrina e conceda a todos os cristãos viver sabiamente em comunhão com ela. Rezemos.
Para que nossos governantes sejam pessoas de coragem, destacadas por sua honestidade, em nosso país e no mundo inteiro, todos possam viver com dignidade, justiça e caridade. Rezemos.
Que as atividades de nossa Ordem vos sejam agradáveis  o conhecimento que temos de vós se faça mais profundo a cada dia, por meio de nossas orações e sacrifícios. Rezemos.
Por nosso Prior geral e por todos os Superiores da Ordem, para que trabalhem incansavelmente a serviço da Igreja e nos conduzam a uma vivência mais perfeita do ideal de nossa vida religiosa. Rezemos.
Para que o Espírito Santo inspire muitos jovens a ouvir o chamamento do Senhor e a servi-lo na vida religiosa e na propagação do Evangelho. Rezemos.
Outras intenções
Deus, nosso Pai, fazei que, pelos méritos e pelo exemplo de Santo Agostinho, aprendamos a servir a vós, que sois a única fonte de toda a nossa alegria. Por Cristo, nosso Senhor.

Sobre as oferendas
Celebrando o memorial da nossa salvação,
nós suplicamos a vossa clemência, Senhor,
para que este sacramento de piedade
seja para nós sinal de unidade e vínculo de caridade.
Por Cristo, nosso Senhor.

Prefácio
Agostinho viveu procurando-vos assiduamente, para mais docemente encontrar-vos, e então continuar com mais avidez a procura-vos.
V/. O Senhor esteja convosco.
R/. Ele está no meio de nós. (E com teu espírito).
V/. Corações ao alto.
R/. O nosso coração está em Deus.
V/. Demos graças ao Senhor nosso Deus.
R/. É nosso dever e nossa salvação.

Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação,
dar-vos graças sempre e em todo lugar:
Senhor, Pai santo, Deus todo-poderoso e eterno.

Nós vos louvamos na solenidade de nosso pai Santo Agostinho,
que, transpassado pelo amor à verdade e pela vossa palavra,
viveu procarando-vos assiduamente,
para mais docemente encontrar-vos,
e então continuar com mais avidez a procurar-vos.

Ele foi, na verdade, o bom pastor,
que sempre buscou renovar o povo fiel
à imagem do vosso Filho,
conduzindo-o com fortaleza e suavidade.

Instituiu comunidades religiosas,
cuja forma de viver tendia à perfeição de caridade,
de modo que todas as coisas fossem comuns a todos
e todos tivessem uma só alma e um só coração dirigidos para Deus.

Anunciando sem cessar a Boa-nova de salvação,
com suas palavras e escritos,
trabalhou pela unidade da paz e pela fraternidade da Igreja.
Por essa razão, os anjos do céu, as mulheres e os homens da terra, unidos a todas as criaturas, proclamamos jubilosos a vossa glória, dizendo (cantando) a uma só vós: Santo, Santo, Santo...

Antífona de comunhão                                                      1Cor 10, 17
Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.

Depois da comunhão
Protegei, Senhor, com vossos dons sagrados a vossa família,
que confortastes com o alimento celestial na solenidade
de nosso pai Santo Agostinho,
e nela infudi a luz do vosso soberano conhecimento
e a chama da eterna caridade. Por Cristo, nosso Senhor.



Benção solene
O Senhor esteja convosco.
R/. Ele está no meio de nós. (E com teu espírito).

A paz de Deus, que supera todo entendimento, guarde vossos corações e vossas mentes no conhecimento e no amor de Deus, e de seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
R/. Amém.

Que Deus vos conserve íntegros na fé, pacientes na esperança e perseverantes até o fim na caridade.
R/. Amém.

E assim vos seja dado gozar, com Santo Agostinho e todos os santos, a alegria da verdadeira pátria, onde a Igreja reúne seus filhos e filhas com os seus santos para a paz eterna.
R/. Amém.

Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo.
R/. Amém.


                                                           Org.: José Wilson Fabrício da Silva, crl



HINOS AGOSTINIANOS

1.      FIZESTE-NOS, SENHOR PARA VÓS
Fizeste-nos, Senhor, para Vós, e o nosso coração está inquieto/ enquanto não descansar em vós, Senhor/ enquanto não descasar em Vós.

Antes de tudo, meus caríssimos irmãos,/a Deus amemos e ao próximo depois,/ pois estes são os principais mandamentos,/ que do Senhor Jesus nós todos recebemos.

Primeiramente, isto é o que vos prescrevemos / a todos que em comunidade vos reunistes, / vivei unidos no amor, numa só casa, / uma só alma e num só coração.


2.      ATO PENTENCIAL

Que eu me conheça a mim mesmo, e que eu vos conheça, Senhor (bis).

Por meu amor desordenado,  -piedade de mim, ó Senhor. 
Por caminhar cheio de orgulho, -piedade de mim, ó Senhor. 
Por procurar honras e glória,  -piedade de mim, ó Senhor. 
Pelo apego as coisas fúteis, -piedade de mim, ó Senhor. 

Pela ambição e avareza,  -piedade de mim, ó Senhor. 
Por eu viver na indolência,  -piedade de mim, ó Senhor. 
Por eu gostar de muito luxo, -piedade de mim, ó Senhor. 
Pela inveja e pela ira, -piedade de mim, ó Senhor. 

3.      SALMO RESPONSORIAL (62)

Beleza, sempre antiga e sempre nova/ quão tarde vos amei, quão tarde vos amei!

-Ó Senhor, vós sois o meu Deus/ desde a aurora eu vos procurava/ de vós o meu ser está sedento,/ o meu corpo por vós suspirava/ como a terra que está ressequida/ pela chuva sempre a esperar.


- Se eu pudesse entrar no santuário/ vossa glória e poder apreciar/ vosso amor para mim é importante/ pode apreciar/ vosso amor para mim é importante/ mito mais que a própria vida. Quero, pois, vos louvar e bendizer/ para sempre, pelo resto dos meus dias.

4.      ACLAMAÇÃO

Aleluia, aleluia, aleluia (bis). Glória a Vós, Senhor, Aleluia! (bis)

Como o pai sempre me ama, assim eu vos tenho amado. Tende amor uns para os outros, assim como eu vos amei.




5.      CANTO DAS OFERENDAS

Que poderei retribuir ao Senhor/ por tudo aquilo que ele me tem dado? (bis).

Sobre o altar a minha vida apresento/ as minhas quedas, meu constante caminhar/ os meus tropeços quanto a fé e a esperança,/ quanto ao amor e as tentativas de amar.


Sobre o altar o que me resta eu apresento / toda a miséria e pequenez de um pecador./ um coração que está contrito e humilhado/ não havereis de desprezar, Deus e Senhor.



6.      VIDA EM COMUM

Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!/ Tende, pois, em vossas casas uma só alma e um só coração. (bis).

Que ninguém vise o bem de si mesmo/ trabalhai para o bem comum/ está escrito que caridade não procura o próprio interesse.

Isso assim deve ser entendido/ vós deveis sempre preferi/ as coisas comuns ás próprias, não as próprias em vez das comuns.

Não tenhais desavença, alguma/ ou se houver terminai-a depressa,/ pra que a ira não cresça até o ódio/ quem odeia se torna homicida.

Todo aquele que a outro ofende / quanto antes repare o que fez / e aquele que foi ofendido/ sem contendas conceda o perdão.

Quem não quer perdoar seu irmão/ não espere que Deus vá ouvi-lo./ E quem não sabe pedir perdão/ sem razão está vivendo entre nós.


7.      TOMA E LÊ

Se você quer seguir a senda que Agostinho nos deixou/ faça como ele fez, pois ele creu, não duvidou.

Tolle et lege! Tolle et lege! Ouça a voz do pai celeste que em Cristo nos falou./ Tolle et lege! Tolle et lege! Ouça a voz que Agostinho meditando escutou: “Toma e lê!”

Se você quer viver a graça e voltar ao criador/ vá buscar nas Escrituras o que diz o seu Senhor.

Se você quer viver a vida que Agostinho prescreveu/ vá buscar na santa regra, veja como ele viveu.

Se você quer seguir o lema da ciência e do amor/ vá viver “uma só alma e um só coração”, no amor.


8.      TARDE TE AMEI

Tarde te amei, beleza infinita, tarde te amei, tarde te amei, beleza sempre antiga e sempre nova.

No entanto Senhor, estavas dentro de mim e eu fora de ti. Embora confuso via a beleza de tuas criaturas.

Comigo tu estavas e eu longe de ti, preso às criaturas. Elas me amarravam, querendo me reter longe de Ti.


Então me chamastes e tua meiga voz abriu os meus ouvidos. Então me tocastes e tua luz amiga meus olhos clareou.