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quinta-feira

ATENÇÃO VISITADORES DESTA PÁGINA!









EM BREVE SERÃO POSTADAS AQUI AS HOMILIAS DA SEMANA SANTA 2011, PARA AJUDAR-LOS EM SUAS PREGAÇÕES. 


REPASSE ESTA NOTÍCIA AOS DEMAIS INTERESSADOS!

quarta-feira

Liturgia x Equipe litúrgica x Exemplo sacerdotal


Quando utilizarmos do termo Liturgia, uma coisa temos que colocar em grande relevância aos olhos da lógica teológica. Pois devemos ter muito cuidado quando nos disponhamos a executar a Sagrada Liturgia, pois ela se torna refém de quem a promovem. Caso seja vista e executada de forma particular simplista ou criativista, logo não é liturgia da Igreja. Sendo assim, ocorre nestes casos, uma morte concreta da liturgia, como tal.



Atenção! 
O demônio da liturgia é a criatividade! 




Liturgia não é teatro, tão pouco é uma ação particularista de um grupo de uma comunidade paroquial, nem do sacerdote que a preside. 


Liturgia é a ação da Igreja, é a ação que não só faz subir para Deus a prece de adoração e súplica da Igreja Militante, mas também, faz descer sobre a Igreja e os seus membros as graças da Redenção.

Nada do que está colocado no Ritual da Missa com todas as suas sequências, devem ser mudadas (SC 22) ou utilizadas de apresentações teatrais dentro da celebração.
O fundamental para a Igreja na Liturgia é inculturar-la no meio do povo e não adaptar-la aos gostos e paladares de certos grupos ou de sacerdotes particulares, matando-a com algumas falácias, por exemplo:
ü  O povo não entende;
ü  Isto já passou;
ü  Vivemos em uma igreja reformada;
ü  Estamos na era do Concilio Vaticano II;
ü  Isto é loucura do padre fulano de tal;
ü  Isto não existe mais;
ü  Etc, etc e etc.
Se o povo não entende é porque a catequese não fez, nem está fazendo seu papel direito  e fundamental, que é a educação doutrinal, bíblica e tradicional do fiel na fé Católica.

Como o povo vai entender o nosso Tesouro, se não são levados ao amor pela Igreja, por parte dos que são responsáveis pela transmissão da fé?


 Em que paróquia há uma catequese permanente, visando a todos e em todas as pastorais, movimentos, associações e comunidades? 


Será que todo o povo que lotam as nossas igrejas sabem e defendem biblicamente e pela Tradição das acusações dos inimigos da sua Igreja? Sabem o valor da leitura diária da Bíblia, a diferença das imagens e idolatria, o que é a virgindade de Maria, a infabilidade papal, céu, inferno, purgatório, anjos; o valor da indulgência, do jejum, do Sacrifício da Missa, do Domingo como dia do Senhor, do Batismo, da Confissão, do Matrimônio, do Sacerdócio, da Unção dos Enfermos, da ascese, dos santos, a diferença do Dízimo e oferta, dos mandamentos da Igreja, quem pode comungar ou não, etc., etc. e etc.?



Se não sabem, é porque a preocupação de muitos sacerdotes e equipes paroquiais são com a economia, prédios e eventos que não ajudam em nada o povo na sua vida de oração e crescimento espiritual! Conheço paróquias que só tem uma Missa dominical na parte de manhã, e olhe lá! Na parte da tarde o Sr. pároco descansa, como os demais dias da semana. Como é que querem ver o povo se comprometendo com a Igreja, se eles próprio não se comprometem com a causa do Reino?



            A Eucaristia nos convida a nos tornarmos nAquilo que comungamos! 



A liturgia é a celebração das ações da vida de Jesus, onde Ele nos convida a fazermos o mesmo. Nela Deus perdoa pecados, acontecem curas físicas, morais e espirituais, libertações pela Palavra e Autoridade de Jesus. Nisto, afirmo que a liturgia vem dignificar cada ação de Jesus em nós, se a celebramos com corpo, mente e coração.  

Por isto, devemos mirar para a liturgia com os olhos e o coração postos na fé, na piedade e no respeito. Na medida em que quero ver os sinais de Deus com a visão de “coisa que pode ser explicada”, nada do que é proposto para a dignidade do culto com palavras e gestos, são importantes para aquele que celebra, pois não há mais mistério para celebrar, pois tudo já foi explicado. Se é entendido, não é mais mistério. Então, não tem sentido atualizar-lo.

Aqui vamos entender o porquê de tantas Missas celebradas como um ato social, uma reunião de final de semana ou coisa parecida. O Mistério foi reduzido a um teatro, a uma missa temática, dançante, com muita cultura e ritmo. Tudo isto porque para muitos funcionários (ministros ordinários) da Igreja, todo o que é da Igreja serve para satisfazer o ego do povo e encher os cofres da comunidade.

Só pela fé nos é permitido perceber as realidades sobrenaturais, contidas sob os sinais que temos para viver com dignidade a liturgia. Que sinais são estes? São aqueles que se compreendem pela linguagem da Revelação.

Antes da liturgia ser vista como objeto de estudo, ela deve ser vista como a Alma que dar Vida a Igreja. Nela existe um duplo movimento, o culto a Deus e a santificação dos homens. Podemos entender-la como um meio privilegiado de encontro com o Senhor sob o véu dos sinais, Deus desce até o homem (na Hóstia consagrada) e o homem sobe a Deus (pelo incenso).

Respeitar e preservar a Liturgia é viver-la e participar dela assiduamente, e a ela assimilar todas as nossas manifestações de amor por Deus. Ela é uma escola maravilhosa do serviço do Senhor.  


          Tendo esta verdade presente, somos convidados a nos policiar para ter o devido cuidado para com alguns subsídios, revistas e livros de liturgia que em vez de presta um serviço a Igreja, presta um di-serviço a liturgia no Brasil. Tudo em "nome da Igreja", que é vítima de pensamentos libertadores marxistas, camuflados de "pessoas que se dizem religiosas, líderes e que tem fé"

quinta-feira

Os mortos estão dormindo?


E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu” (Ecl 12,7).
Introdução
Nos tempos da Idade Média, um pequeno grupo ensinava uma doutrina que ficou conhecida como Psicopaniquia, isto é, sono da alma após a morte. Nos tempos da Reforma Protestante, os Anabatistas retomaram esta doutrina. Com o fim dos Anabatistas, a Psicopaniquia, retornou aos círculos cristãos com o surgimento dos Adventistas do Sétimo Dia. Esta doutrina nega que o homem seja formado por alma espiritual e corpo material, reduzindo o homem a um corpo que é animado ou mantido somente por funções orgânicas. Veremos se tal postulado encontra amparo nas Sagradas Escrituras e na Tradição dos Apóstolos.
A realidade dualística do homem
No livro do Gênesis encontramos a história da criação do mundo e dos seres viventes. Diz o Gênesis que “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2,7) (grifos meus).
Neste versículo encontramos a primeira prova da natureza dualística do homem: a carne formada ?do barro da terra? e seu espírito que é “um sopro de vida”. Somente depois de dadas as duas coisas, diz o Gênesis que “o homem se tornou um ser vivente“.
Com efeito, sopro em hebraico é “nashamah“. É a mesma palavra usada no Deuteronômio onde lemos: “Quanto às cidades daqueles povos cuja possessão te dá o Senhor, teu Deus, não deixarás nelas alma viva [nashamah]” (Dt 20,16). Ver também 1 Reis 15,29.
Muitos são os exemplos na Escritura onde “nashmah” denota claramente o espírito que Deus deu ao homem, infiltrado no corpo humano através das suas narinas (cf. Gn 2,7) no momento da criação.
A inteligência da alma
Não é por acaso que a Psicologia estuda as faculdades intelectuais humanas. A palavra que no português conhecemos por “alma” não existe no hebraico. “Alma” vem do grego “psychein” que significa “soprar”. Deste verbo grego vem a palavra “psique” que significa “sopro”, que é raiz da palavra “psicologia”.
A etimologia da palavra “psicologia” nos remete à inteligência presente no espírito humano (“sopro”), pela qual recebemos nossas faculdades intelectuais.
Com efeito, a própria Revelação de Deus mostra que é pelo seu espírito que o homem possui inteligência, conforme vimos em Prov 20,27. A mesma verdade encontramos em Jó: “mas é o Espírito de Deus no homem, e um sopro [nashmah] do Todo-poderoso que torna inteligente” (Job 32,8).
Embora as faculdades do corpo como tato, olfato, audição e visão sejam responsáveis pela nossa interação com o mundo, é pelo espírito que temos inteligência; é dele que vem a nossa razão.
Por isso, sobre o espírito humano escreveu Salomão: “O espírito [nashamah] do homem é uma lâmpada do Senhor: ela penetra os mais íntimos recantos das entranhas” (Prov 20,27).
Concordando com Salomão, São Paulo ao escrever aos Romanos faz a relação entre espírito e razão: “Assim, pois, de um lado, pelo meu espírito, sou submisso à lei de Deus; de outro lado, por minha carne, sou escravo da lei do pecado” (Rm 7,26) (grifos meus).
As referências acima provam que o espírito humano é dotado de faculdades intelectuais.
A consciência dos mortos
Os psicopaniquianos negam a existência da alma. Para eles, homem é como um animal, sem alma, diferindo deste por possuir um cérebro mais evoluído (responsável pelas faculdades intelectuais) e também porque irá ressuscitar no dia do Juízo Final. Como vimos, tal tese é fortemente discordante dos ensinamentos bíblicos sobre o espírito humano.
Há aqueles que acreditam na existência da dualidade humana (espírito e corpo material), mas que ensinam que após a morte, a alma humana está sem consciência, pelo fato de lhe faltar o corpo que lhe comunicam os sentidos.
Primeiramente, como já dissemos, os sentidos comunicam o mundo material com o espírito humano. As faculdades intelectuais da alma independem do corpo. É por esta razão, que a Igreja Católica se opõe à morte dos anacéfalos (crianças que nascem sem cérebro), pois o homem não pode ser reduzido ao corpo, embora sem ele não esteja completo.
Os defensores do sono da alma apresentam os seguintes textos para defender sua tese:
Enquanto [Jesus] ainda falava, chegou alguém da casa do chefe da sinagoga, anunciando: Tua filha morreu. Para que ainda incomodas o Mestre? Ouvindo Jesus a notícia que era transmitida, dirigiu-se ao chefe da sinagoga: Não temas; crê somente. E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações. Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo” (Mc 5,35-39) (grifos meus).
Ver também Mt 9,23-25 e Jo 11,11-14.
Ora, todos hão de concordar que a Sagrada Escritura é coesa em seu ensinamento doutrinal, embora sua letra muitas vezes se apresente contraditória aos olhos humanos. Porém essa contradição é aparente, normalmente quando o texto é lido fora de seu contexto.
È o próprio Cristo que numa parábola ensina que as almas dos falecidos não estão dormindo:
Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico. Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico… Até os cães iam lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. E estando ele [o rico] nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio. Gritou, então: – Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas. Abraão, porém, replicou: – Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento. Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá. O rico disse: – Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,  para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos.  Abraão respondeu: – Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos! O rico replicou: – Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão. Abraão respondeu-lhe: – Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos ” (Lc 16,20-31) (grifos meus).
Conforme o ensinamento do Senhor, aqueles que morrem na amizade de Deus são levados “pelos anjos ao seio de Abraão“, isto é, para o lugar dos justos. Enquanto os que morreram na inimizade de Deus estão “nos tormentos do inferno“.
O diálogo que há entre Abraão, Lázaro e o rico, mostra a consciência das almas após a morte, caso contrário não estariam dialogando.
Devemos nos lembrar que Jesus após a morte foi pregar o Evangelho às pessoas que morreram no tempo de Noé:
Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes, quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água” (1Pe 3,18-20).
Ora, se a alma não existe ou está dormindo não faria o menor sentido Jesus ir pregar para elas, já que segundo nossos contendores, o homem após a morte só pode esperar a ressurreição. Temos provas da consciência dos mortos também em Ap 6,9-11 e Ap 20,4.


Infortúnio dos ímpios ou sono da alma?
Os adeptos do sono da alma ou da inconsciência dos mortos fundamentam sua tese principalmente nos versículos do Eclesiástico: “Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida” (Ecl 9,5), ou ainda “Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria” (Ecl 9,10). Para eles estes versículos são prova da inconsciência dos mortos.
Primeiramente, o livro do Eclesiastes trata da reflexão sobre a instabilidade da vida humana e a dúvida sobre o destino tanto dos justos quanto dos ímpios. Com efeito, o assunto tratado neste livro só encontra seu termo no livro da Sabedoria de Salomão, e sem este, o Eclesiastes está incompleto. Assim como a Revelação do Pentateuco encontra seu termo nos livros do tempo dos Juízes (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel), o Livro da Sabedoria vem completar o que o Eclesiastes introduziu, mas que deixou em aberto.
O Livro da Sabedoria não se encontra nas Bíblias protestantes, isto limita a exposição da Verdade, já que escrevemos não só para católicos e ortodoxos (que aceitam como sagrado este livro), mas para todos os cristãos. Porém, isso não impede nosso trabalho. Pois, assim como os vegetarianos privam seu corpo de certas proteínas por causa de sua abstenção voluntária de carne, mas ainda sim podem ser nutridos por causa das vitaminas presentes nos vegetais; da mesma forma, ainda é possível expormos a Verdade através dos livros consensualmente aceitos. Melhor seria se todos aceitassem todas as fontes de alimento dispostas pelo Senhor, seja espiritual quanto material.
Em segundo lugar, a região dos mortos tratada no livro do Eclesiastes não é o lugar para onde se destinam todos os mortos, mas somente os ímpios. Tal é o testemunho do salmista: ?Minha alma está muito perturbada; vós, porém, Senhor, até quando?… Voltai, Senhor, livrai minha alma; salvai-me, pela vossa bondade. Porque no seio da morte não há quem de vós se lembre; quem vos glorificará na habitação dos mortos?” (Sl 6,3-6) (grifos meus).
Aqui o salmista pode a salvação de Deus (?livrai minha alma, salvai-me?), pois não deseja ter o mesmo destino dos ímpios, que estão longe de Deus e por estarem longe, não podem se lembrar do Senhor e nem glorificá-lo, pois já estão perdidos.
Este mesmo ensino é confirmado em outro salmo: “Acaso vossa bondade é exaltada no sepulcro, ou vossa fidelidade na região dos mortos? Serão nas trevas manifestadas as vossas maravilhas, e vossa bondade na terra do esquecimento?” (Sl 87,12-13) (grifos meus). Como se vê, a ?região dos mortos? na Escritura trata do destino dos ímpios (cf. Sl 9,18; Sl 30,18; Sl 54,16; Sl 87,4; Pr 5,1-5).
Mas, outro é o destino dos justos, conforme nos ensina Salomão: “O sábio escala o caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos” (Pr 15,24) ou ainda: “Não poupes ao menino a correção: se tu o castigares com a vara, ele não morrerá, castigando-o com a vara, salvarás sua vida da morada dos mortos” (Pr 23,13-14).
Ora, se o justo após a morte não vai para a “região dos mortos” ou “morada dos mortos” para onde vai? Trataremos disto mais à frente, antes é preciso expormos o que significa o “sono” dos mortos do qual se referiu Jesus (cf. Mc 5,35-39; Mt 9,23-25; Jo 11,11-14).
Bem-aventurança dos justos
Quando a Escritura diz que alguém que morreu está dormindo, ou descansando, está se referindo à bem-aventurança alcançada por ter morrido na amizade de Deus, e não porque a alma esteja dormindo.
Na linguagem semítica utilizada pela Bíblia, o prêmio daqueles que permanecem fiéis a Deus é comparado a um descanso.
Os israelitas passaram 40 anos no deserto, após o Senhor tê-los libertado do cativeiro no Egito. Devido à grande murmuração do povo, nem todos chegaram à Terra Prometida. É o que recorda o Salmista:
Não vos torneis endurecidos como em Meribá, como no dia de Massá no deserto, onde vossos pais me provocaram e me tentaram, apesar de terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos desgostou-me aquela geração, e eu disse: É um povo de coração desviado, que não conhece os meus desígnios. Por isso, jurei na minha cólera: Não hão de entrar no lugar do meu repouso” (Sl 94,8-11) (grifos meus).
Também ensinou Isaías: “Aquele que à direita de Moisés atuou com o seu braço glorioso, e dividiu as águas diante dos seus para assegurar-se um renome eterno; e os conduziu através dos abismos, sem tropeçarem, como o cavalo em descampado. Como ao animal que desce ao vale, o espírito do Senhor os levava ao repouso. Foi assim que conduzistes vosso povo, para afirmar vosso glorioso renome” (Is 63,12-14).
O início desta teologia se encontra em Deuteronômio: “Quando tiverdes passado o Jordão e vos tiverdes estabelecido na terra que o Senhor, vosso Deus, vos dá em herança, e ele vos tiver dado repouso, livrando-vos dos inimigos que vos cercam, de sorte que vivais em segurança” (Dt 12,10) (grifos meus).
Povo chegou ao Jordão pelo comando de Josué, sucessor de Moisés. Moisés foi proibido de entrar na Terra Prometida por ter quebrado as primeiras tábuas dos Dez Mandamentos (cf. Ex 32,19; Dt 32,50-52; Dt  34,1-4).
Josué, testemunha em seu livro o cumprimento da promessa do Senhor: “E o Senhor deu-lhes repouso em todo o derredor de sua terra, como tinha jurado a seus pais; nenhum dos seus inimigos pôde resistir-lhes, pois o Senhor entregou-os todos nas suas mãos” (Js 21,44) (grifos meus).
A peregrinação que os Israelitas fizeram no deserto durante 40 anos e a posse da Terra Prometida dada aos fiéis, é figura da nossa peregrinação terrestre, na qual os que vencerem tomarão posse da Pátria do Povo de Deus, isto é, o Céu.
Este é o ensinamento que encontramos na Carta aos Hebreus:
Se, pois, ele repete: Não entrarão no lugar do meu descanso [cf. Sl 94,11], é sinal de que outros são chamados a entrar nele. E como aqueles a quem primeiro foi anunciada a promessa não entraram por não ter tido a fé, Deus, após muitos anos, por meio de Davi, estabelece um novo dia, um hoje, ao pronunciar as palavras mencionadas: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações. Se Josué lhes houvesse dado repouso, não teria depois disso falado dum outro dia. Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus. E quem entrar nesse repouso descansará das suas obras, assim como descansou Deus das suas. Assim, apressemo-nos a entrar neste descanso para não cairmos por nossa vez na mesma incredulidade. Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até adivisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4,5-12) (grifos meus).
O autor chama o prêmio dos justos de “repouso sabático” pois o compara com o descanso de Deus após a criação, que se deu num sábado.
A Carta aos Hebreus, além de confirmar que o sono, repouso ou descanso dos justos é a posse da bem-aventurança, também dá testemunho da realidade dualística do homem: alma e corpo.
O ensinamento desta epístola é confirmado pelo salmista: “Apenas me deito, logo adormeço em paz, porque a segurança de meu repouso vem de vós só, Senhor” (Sl 4,9).
Também ensinou o Profeta Isaías: “Porque aqui está o que disse o Senhor Deus, o Santo de Israel: É na conversão e na calma que está a vossa salvação; é no repouso e na confiança que reside a vossa força” (Is 30,15).
Por isso que Jesus ao ressuscitar a filha do centurião (Mc 5,35-39), a filha do chefe da sinagoga (Mt 9,23-25) e Lázaro (cf. Jo 11,11-14), diz que estão dormindo. Pois, morreram na amizade de Deus. Se fossem ímpios Jesus não os ressuscitaria, pois já estariam perdidos. Mas, antes mortos e agora ressuscitados, serviriam como testemunhas da Majestade de Jesus, tanto por terem visto o Céu quanto por serem ressurretos.
O destino do espírito após a morte do corpo
Veja o que ensina o Salmo: “Este é o destino dos que estultamente em si confiam, tal é o fim dos que só vivem em delícias. Como um rebanho serão postos no lugar dos mortos; a morte é seu pastor e os justos dominarão sobre eles. Depressa desaparecerão suas figuras, a região dos mortos será sua morada. Deus, porém, livrará minha alma da habitação dos mortos, tomando-me consigo” (Sl 48,14-16) (grifos meus).
Como vimos o Salmo ensina que o justo é tomado por Deus, isto é, seu destino é o Céu.
Interessante é também notar que aqueles que citam os versículos 5 e 10 do capítulo 9 do Eclesiástico, parecem que não terminaram de ler esse livro. Com efeito, no último capítulo encontramos a confirmação do ensinamento do salmo 48: “E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu” (Ecl 12,7) (grifos meus).
Vimos no Gênesis que Deus formou Adão do pó da terra e depois lhe deu o espírito. Segundo o Eclesiastes, o corpo dos mortos (pó) volta à terra e o espírito vai para Deus.
Jesus na parábola do Lázaro e do rico (cf. Lc 16,20-31)  ensina que o justo é levado à presença de Deus pelos anjos, enquanto o ímpio é jogado no inferno. Estamos falando do espírito humano, pois os dois ressuscitarão no Dia do Senhor (volta de Cristo); o primeiro para a Glória Eterna, o segundo para o Castigo Eterno.
Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus: Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus.  Levantaram então um grande clamor, taparam os ouvidos e todos juntos se atiraram furiosos contra ele. Lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um moço chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão, que orava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At 7,55-59) (grifos meus).
Com efeito, Santo Estêvão sabia que seu espírito não estaria dormindo após sua morte, mas que seria levado a Deus.
São Paulo também ensinou que os espíritos dos justos estão na presença de Deus: “Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe” (2 Cor 5,8-9).
Como poderiam os justos esforçarem-se para agradar a Deus após a morte se estivessem dormindo? Ou ainda, como poderiam ausentar-se do corpo e “ir habitar junto do Senhor” se o espírito dos justos não voltassem para Deus que os deu (cf. Ecl 12,7)?
Testemunhos Primitivos
Agora traremos à tona a Memória Cristã, transcrevendo alguns testemunhos primitivos sobre a Fé recebida dos Apóstolos sobre a consciência dos mortos.
?Portanto, supliquemos também nós pelos que se encontram em alguma falha, a fim de que lhe sejam concedias moderação e humildade, e para que cedam, não a nós, e sim à vontade de Deus. Então, quando nos lembrarmos deles com espírito de misericórdia diante de Deus e dos santos, nossa oração produzirá frutos e será perfeita [...]? (Primeira Carta de Clemente aos Coríntios, 56. São Clemente, Papa. 90 d.C) (grifos meus).
São Clemente foi discípulo pessoal de São Paulo (cf. Fl 4,3) e o terceiro sucessor de São Pedro, no Episcopado da Igreja de Roma. Ora, se para os primeiros cristãos os justos estivessem ?dormindo?, ele não pediria aos fiéis para apresentarem suas orações diante de Deus e dos santos.
?Meus espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus[...]? (Carta ao Tralianos, 13. Santo Inácio, Bispo de Antioquia. 107 d.C) (grifos meus).
Santo Inácio foi discípulo pessoal de Pedro e Paulo. Era também chamado pelos antigos cristãos de Teósforo, que significa “Carregado por Deus”, por ser a criança que Cristo pega no colo em Mc 9,36. Com efeito, se os Apóstolos Pedro e Paulo tivessem ensinado a Inácio que os mortos ?dormem?, ele não acreditaria que os justos estão diante de Deus intercedendo pelos que ainda não completaram o caminho da vida (cf. Ap 6,9-11; Ap 20,4). Mas, ele não só crê, mas ensina que quando chegar ao Céu estará ainda a serviço de Deus pelos que estão aqui na terra.
Portanto, eu vos exorto a todos, para que obedeçais à palavra da justiça e sejais constantes em toda a perseverança, que vistes com os próprios olhos, não só nos bem-aventurados Inácio, Zózimo e Rufo, mas ainda em outros que são do vosso meio, no próprio Paulo e nos demais apóstolos. Estejam persuadidos de que nenhum desses correu em vão, mas na fé e na justiça, e que eles estão no lugar que lhes é devido junto ao Senhor, com o qual sofrefram. Eles não amaram este mundo, mas aquele que morreu por nós e que Deus ressuscitou para nós” (Segunda Carta aos Filipenses, 9. São Policarpo, Bispo de Esmirna. 160 d.C) (grifos meus).
São Policarpo, foi discípulo pessoal de São João Apóstolos e segundo a Tradição, instituído pelo próprio São João, Bispo de Esmirna (na Turquia). Assim como São Clemente e Santo Inácio, São Policarpo, outro discípulo pessoal dos apóstolos não ensinou o “sono da alma”. Mas que após a morte os justos se encontram “no lugar que lhes é devido junto ao Senhor“.
“O Senhor ensinou clarissimamente que as lamas não só perduram sem passar de corpo em corpo, mas conservam imutadas as características dos corpos em que foram colocadas e se lembram das ações que fizeram aqui na terra e daquelas que deixaram de fazer. É o que está escrito na história do rico e de Lázaro que repousava no seio de Abraão. Nela se diz que o rico, depois da morte, conhecia tanto Lázaro como Abraão e que cada um estava no lugar a ele destinado. O rico pedia a Lázaro, ao qual tinha recusado até as migalhas que caíam de sua mesa, que o socorresse; com a sua resposta, Abraão mostrava conhecer não somente Lázaro, mas também o rico e ordenava que aqueles que não quisessem ir para aquele lugar de tormentos escutassem Moisés e os profetas antes de esperar o anúncio de alguém ressuscitado dos mortos. Tudo isso supõe clarissimamente que as almas permanecem, sem passar de corpo em corpo, que possuem as características do ser humano, de sorte que podem ser reconhecidas e que se recordam das coisas daqui de baixo; que também Abraão possuía o dom da profecia e que cada alma recebe o lugar merecido mesmo antes do dia do juízo” (Contra as Heresias, II,34,1. Santo Ireneu, Bispo de Lião. 202 d.C.) (grifos meus).
Santo Ireneu foi discípulo de São Policarpo. Com sua ortodoxia, ele combate de uma só vez os erros da reencarnação, da inconsciência da alma e da negação do juízo particular pelo qual todos passam logo após a morte.
Há muitos outros testemunhos dos discípulos pessoais dos apóstolos, mas transcrevi aqui as palavras daqueles que os antigos consideravam os mais importantes e fiéis à Tradição dos Apóstolos.
Conclusão
A pregação dos Apóstolos é o fundamento da nossa fé, conforme ensinou São Paulo: “Conseqüentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus” (Ef 2,19-20) (grifos meus).
As Sagradas Letras são pedras que foram bem dispostas conforme a Arquitetura que Cristo confiou a seus Apóstolos, resultando no edifício da Fé. Mas o inimigo promove outro tipo de construção, convencendo muitas pessoas sinceras, pois utiliza as mesmas pedras, porém, com planta diversa daquela deixada pelos Apóstolos.
Ora, os Apóstolos constituíram bispos no mundo inteiro, deixaram seus discípulos para darem continuidade à sua obra. Com efeito, São Paulo ensinou: “Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele” (1 Cor 3,10).
Vimos que os discípulos dos Apóstolos deram continuidade à obra de seus mentores, fundamentando-se na Fé da consciência da alma e não no “sono” desta. Este é o testemunho da Sagrada Escritura e da Memória Cristã.

quarta-feira

A Evolução do Dogma da Imaculada Conceição


I. Introdução
O dogma da Imaculada Conceição foi definido em 1854 pelo “SENSUS FIDEI” (senso de fé) da Igreja. Este dogma não pode ser compreendido com a concepção virginal de Maria. O dogma envolve mais a questão do pecado original. Pena que constitua para ponto de atrito no diálogo ecumênico com os irmãos protestantes e ortodoxos. Os primeiros consideram o dogma uma questão de afirmação grave e arriscada devido o silêncio das Escrituras e da Tradição Antiga, ou uma doutrina que derruba a “boa nova” da Salvação, já que põe Maria fora do campo do pecado, e com isso Jesus não seria mais o Salvador. Os ortodoxos não aceitam o que foi definido por Pio IX.

II. Processo Histórico Teológico do Dogma de Imaculada Conceição
Foi um processo lento, mas é preciso situar-se no contexto da fé eclesial que amadurece e cresce na compreensão das verdades reveladas sobre a influência do Espírito Santo que faz discernir a verdade da mentira e ensina todas as coisas interiormente (1Jo 2,20-21.27), ou com os “olhos da mente” para um conhecimento mais profundo do plano de Deus (Ef. 1,17-18; Cl.1, 9; Rm.12,2; Fl.1, 9-10).
Todo cristão é sujeito prioritário do “SENSUS FIDEI”, que o torna capaz de uma percepção instantânea do dado revelado e das suas virtudes e o capacita para observar e desenvolver a revelação. Foi neste amadurecimento da Experiência Cristã que o dogma surgiu não como uma invenção, mas como FATO da Igreja. O mesmo surgiu como privilégio mariano. Não é fácil documentar a fé popular, já que ela não se expressa com escritos, mas com FATOS. A primeira indicação seria o Proto-Evangelho de Thiago (séc.II – Apócrifo), mas o autor não reconhece a Tradição Judaica e escreve no Egito usando um gênero Literário fantasioso. Todavia, o relato fala da Consagração de Maria na consciência intuitiva e mística da Santidade perfeita e original.
No Concílio de Nicéia (325) a Igreja exalta a Santidade de Maria. Diante da heresia Pelagiana (que nega o pecado original), a Igreja quer demonstrar que Maria não esteve sujeita ao Demônio. No decorrer dos séculos a fé popular veio confirmar o Dogma da Imaculada Conceição. Foi na Teologia que o dogma foi elucidado pela fé popular com os dados revelados. O primeiro teólogo sobre o Dogma da Imaculada Conceição foi Eadmer (+1134), que demonstra que Deus pode conferir por graça um corpo sem pecado, baseando-se na união de Maria com o seu filho.
No entanto foi Dom Scotus (+1308) que elaborou o conceito de redenção preservativa, ou seja, o dogma da Imaculada não é uma exceção a redenção de Cristo, mas um caso de União Salvífica Perfeita. Cristo exerceu o mais alto grau de meditação a uma pessoa para o qual ele era o mediador. Isso não teria acontecido se ele não houvesse merecido preservá-la do Pecado Original.
Coube ao Magistério Eclesiástico moderar, esclarecer, promover e decidir sobre tal questão. Foi Pio IX que construiu a Comissão de teólogos e Cardeais para examinar a questão dogmática. Isso resultou numa consulta a 546 bispos que elaboraram documentos a favor do dogma. Na Bula Ineffabillis Deus é declarado como doutrina que a Virgem Maria no instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Cristo, Salvador do Gênero Humano, foi provada imune de toda mancha do pecado original, é revelada por Deus e por isso deve ser crida.
O sujeito da Conceição não é a alma de Maria, mas sua pessoa. O termo privilégio não deve ser entendido no sentido escrito de anulação da Lei. Também não fica definido se trata de privilégio único e exclusivo, mas singular. Descoberto o Dogma da Imaculada Conceição, foi fruto de dinamismo de fé que interessou todos os membros da Igreja. Não é um mito inventado pelos Teólogos, mas, sobretudo é um evento de ordem eclesial. O dogma não decorre necessariamente e obrigatoriamente de nenhuma revelação, mas, do instinto sobrenatural progressivo explicitado na sua potencialidade. Enfim, é a fé da Igreja que expressou com consentimento global dos fiéis, base conscientemente válida como definição dogmática: A Igreja se baseia na assistência infalível do Espírito Santo na Igreja, a fim de fazê-lo chegar a Plenitude da Verdade.
O dogma não é rejeição da Sagrada Escritura e nem repetição da mesma, e muito menos é uma nova revelação. O dogma é o desenvolvimento homogêneo e percebido pelo instinto da fé que já se encontra no horizonte global da revelação.
III. Fundamentação Bíblica
No Antigo Testamento em (Gn 3,15) diz: “Porei inimizade entre e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela”. Cristo mediador entre Deus e os homens, assumiu a natureza humana, destruiu por decreto a condenação que havia contra nós, pregando triunfal na cruz. Se o vinculo estreito indissolúvel a Maria que foi junto de Cristo e por meio dele eterna inimiga da serpente venenosa que esmagou a cabeça dela com o seu pé virginal. Foi Maria em seu corpo que trouxe por graça divina o Salvador do mundo onde Cristo se formou pela ação do Espírito Santo. Maria é o Trono excelso de Deus (Eclo 24,4 ) como a Arca Santificada (Ex 25,10) e Rainha cumulada de delícias e apoiada no seu amado “Ct 8,5”. No Novo Testamento é o próprio anjo que saúda com “Ave cheia de graça” (Lc 1,28), Izabel a chama de Bendita (Lc. 1, 42). Maria se torna a criatura por excelência a todos os louvores dos homens e anjos. A Igreja é guiada pelo Espírito Santo (Jo16,13), sondou a riqueza virtual desta palavra até amadurecer na fé da Imaculada Conceição de Maria.
Em (Ef 1,4): “Em Cristo o Pai nos escolheu antes da criação do mundo, para sermos Santos e Imaculados”, já que os dons de Deus são irrevogáveis (Rm 11,29). Jesus quis dar a Menina de Nazaré um Penhor com novos céus e novas terras já que seu filho Jesus Cristo é o prelúdio da nova criação.
Maria é a morada de Deus de Templo (Is 60,14), o sol e a lua não brilharão mais nela, pois o próprio Deus é a Fonte de sua Luz (Is 60,19-20). Em (Dt 18,18-19) diz: “Eu suscitarei para eles um profeta no meio dos meus Irmãos e porei em sua boca as minhas palavras ele lhes dirá tudo que eu lhe ordenar. Se alguém não escutar as palavras que ele disser em meu nome, eu lhe pedirei contas”. Como Maria, nós pessoas humanas suspiramos pelo dia que comparecermos diante de Cristo de maneira gloriosa, sem mancha nem ruga, mas Santo e Imaculado (Ef. 5, 27). Enfim o dogma da Imaculada Conceição é o início que traz em si antecipação de nosso fim.
IV. Conclusão
Deus, que não desperdiça seus prodígios, na Imaculada aponta a Esperança. A Toda Santa se coloca no termo de uma longa história de graça e de pecado (Gn 3,15…”porei inimizade entre ti e a mulher”).Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31). Apesar da explicitação tardia do dogma da Imaculada Conceição, foi um fato eclesial, porque amadureceu na consciência dos crentes ao longo dos séculos cristãos e se impôs na Igreja, superando os obstáculos a ordem teológica.
O dogma da Imaculada Conceição harmoniza muito bem com sua maternidade divina e santa. Maria colabora na obra de seu filho como único redentor pela união em Cristo. A Imaculada Conceição é um exemplo de Justificação por pura Graça. Maria foi envolvida desde o primeiro instante de sua existência pelo amor do Pai, pela graça do Filho e pelos esplendores do Espírito Santo. Conseqüentemente foi preservada de todo sujeição do mal, tanto interior e exterior. A graça que Maria recebe não ficou inerte nela, mas provoca uma resposta de fé total ao Deus Santo que a Santificou. Maria manifesta a plenitude e a perfeição do amor redentor de Cristo, já que mostra sua eficácia retroativa e preservativa. Maria não cria obstáculo ao movimento da história em busca da unificação e perfeição em Cristo, mas promove, tornando por sua vez comunicador de Salvação. Maria é o fruto não envenenado pela serpente, o paraíso concretizado em tempo histórico sem perigo de contaminação e putrefação. Em Maria a Igreja encontra a sua imagem mais Santa depois de Cristo. A Imaculada Conceição não é privilégio aristocrata, mas popular e participátivel. Se Maria ficou imune do pecado e da concupiscência que conduz ao mal, a Imaculada Conceição não ficou isenta dos sentimentos humanos mais intensos e vitais, das limitações e do condicionamentos culturais, do sofrimento, do caminho de amadurecimento e da peregrinação na fé. Em Maria sobre influência da graça, todos os fiéis são impulsionados a uma vida de entrega perfeita, incondicional e total de Santidade a Deus. Por isso que somos Filhos de Deus, assim como Jesus quis ser Filho de Maria

Corpo e Alma ou Corpo, Alma e Espírito?


Muitos protestantes defendem que o homem é formado por corpo, alma e espírito. Um erro que cometeram inúmeros hereges semipelagianos¹, esta crença da tricotomia é atribuída por muitos estudiosos a Apolinário de Laodicéa, que viveu de 310-390 D.C. Tal doutrina encontrou ressurgimento e apogeu com alguns teólogos protestantes na Alemanha no período moderno, ao afirmarem a tricotomia, muitos julgaram que além da alma e do corpo, o homem possui uma partícula divina, a que chamam de espírito (pneuma em grego). Baseados em dois versículos bíblicos que iramos citar.
A teologia católica entende que o homem é formado de Corpo e Alma, sendo assim um ser material e espiritual, a exemplo das elucidações das Sagradas Escrituras como durante a narração da criação do homem por Deus, “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente.” Gen 2,7; vale observarmos que Deus formou o Homem do barro, ou seja, trata-se do corpo e inspirou nele sopro de vida que o fez ser vivente, ou seja a alma que anima o corpo.
Bem só há dois versículos nas sagradas Escrituras que são utilizados pelos defensores da tricotomia, a primeira delas em I Tess 5,23: “O Deus da paz vos conceda santidade perfeita. Que todo o vosso ser, espírito, alma e corpo, seja conservado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!” aqui como analisam ligeiramente muitos protestantes sem tanta profundidade, tiram eles a conclusão de que o homem é tri-partidario, basta nos um breve explicação:
O texto de São Paulo citado acima “Que todo o vosso ser, espírito, alma e corpo, seja conservado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses, 5, 23) ou, mais ainda na carta aos Hebreus (IV,12), é explicado pelos exegetas católicos, como por exemplo o Pe. J.M. Bover S.J., em seu livro Teologia de San Pablo, como uma distinção que o Apóstolo faz de dois aspectos da mesma alma: enquanto princípio de animação do corpo e enquanto elemento puramente espiritual que sobrepassa e sobrevive ao corpo, sob forma de inteligência e vontade utilizando o termo “espírito” como refletido por São Tomas de Aquino em sua Suma Teológica.
Também os Padres da Igreja já tinha concebido a ideia de dicotomia entre eles Santo Agostinho no séc. IV. Voltando ao versículo o termo “espírito, a alma e o corpo” preparado para a vinda de Nosso Senhor, tem por finalidade e significa uma entrega total do homem inteiro “de todo o ser”, como diz o mesmo Apóstolo, sem reserva alguma, a Deus Nosso Senhor.
O uso dos termos, alma e espírito aparecem também em outros lugares da Escritura, como no caso do Cântico de Nossa Senhora, “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria” (São Lucas, 1, 46-47), é um modo enfático de dizer que todo o ser se engaja, se entrega, exulta, com a ação de Deus.
Vejamos o que as Sagradas Escrituras falam em plenitude sobre a confirmação da dicotomia (duas partes), como aceito na Igreja Católica:
“antes que a poeira retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida retorne a Deus que o deu” Ecle 12,7. alusão ao destino do corpo que é a terra, e o sopro de vida, a alma ou espírito como é interpretado por muitos exegetas, que volta para Deus.
“seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação do seu corpo, a fim de que a sua alma seja salva no dia do Senhor Jesus.” I Cor 5, 5:
“A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito; mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido” I Cor 7, 34. O espírito aqui é alma como tratado acima.
“Depositários de tais promessas, caríssimos, purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do espírito, realizando plenamente nossa santificação no temor de Deus.” II Cor 7, 1: mas uma vez o Espírito aqui é a racionalidade ou a mente podemos colocar inteligência, à vontade caracteres da alma.
Há muitos outros versículos que refletem esta realidade. Os protestantes se assegura-se em dois versículos e acabam por esquecer as demais obras que integram o Cânon bíblico, (Tg 2, 25).  (1 Sm 1, 10); (Is 54, 6); (Jo 12, 27); (Jo 13, 21); (At 17, 16); (I Pd 2, 8). (Lc 1, 46-47); (Mc 12, 30). (Tg 1, 21); (Gn 35, 18); (1 Rs 17, 21); (Mt 10.28); (Sl 31, 5); (Mt 27, 50); (Lc 8, 55); “Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 23, 46); (At 7, 59) (Mt 10, 28): (Ap 6, 9); (Hb 12, 23); (I Pd 3, 18-20).
Nota:
semipelagianos¹: Teoria herética que entre alguns pontos tratava da salvação individual, foi condenada pela Igreja no século IV; especificamente nos Sínodos de Orange em (441 e 539) na França [em 431 o Concilio de Éfeso já havia condenado a doutrina de Pelágio, donde deriva o pensamento semipelagianista].
Referencias:
[1] VILAC, José Luiz. Alma e espírito. Revista Catolicismo. Disponível em: www.catolicismo.com.brAcesso em 19 abril 2009.
[2] BRODBECK, Rafael. Leitor pergunta sobre diferença entre alma e espírito. Apostolado Veritatis Splendor. Disponível em: www.veritatis.com.br Acesso em 22 maio 2009.
[3] HANKO, Ronald. Corpo e Alma ou Corpo, Alma e Espírito? [tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto]. Disponível em: http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_bodysoulspirit.htm Acesso 

Cânticos protestantes em celebrações católicas D. Estevão Bettencourt, osb


Não é conveniente adotar cânticos protestantes em celebrações católicas pelas razões seguintes:
1) Lex orandi lex credendi (Nós oramos de acordo com aquilo que cremos). Isto quer dizer: existe grande afinidade entre as fórmulas de fé e as fórmulas de oração; a fé se exprime na oração, já diziam os escritores cristãos dos primeiros séculos. No século IV, por ocasião da controvérsia ariana (que debatia a Divindade do Filho), os hereges queriam incutir o arianismo através de hinos religiosos, ao que S. Ambrósio opôs os hinos ambrosianos.
Mais ainda: nos séculos XVII-XIX o Galicanismo propugnava a existência de Igrejas nacionais subordinadas não ao Papa, mas ao monarca. Em conseqüência foi criado o calendário galicano, no qual estava inserida a festa de São Napoleão, que podia ser entendido como um mártir da Igreja antiga ou como sendo o Imperador Napoleão.
Pois bem, os protestantes têm seus cantos religiosos através de cuja letra se exprime a fé protestante. O católico que utiliza esses cânticos, não pode deixar de assimilar aos poucos a mentalidade protestante; esta é, em certos casos, mais subjetiva e sentimental do que a católica.
2) Os cantos protestantes ignoram verdades centrais do Cristianismo: a Eucaristia, a Comunhão dos Santos, a Igreja Mãe e Mestra… esses temas não podem faltar numa autêntica espiritualidade cristã.
3) Deve-se estimular a produção de cânticos católicos com base na doutrina da fé.

domingo

Sentimentos obrigatórios para os fiéis católicos que participam da Missa




Ao participarmos da Santa Missa, devemos ter atitudes de piedade eucarística, sentimentos de união com Cristo pela oração, decência na forma de vestir, olhar e falar. Quanto ao sacerdote, ele não está impedido de rezar com a equipe que o ajudarão na Missa, na sacristia. É justamente lá na sacristia que deve reinar a ordem, o silêncio, o espírito de preparação e piedade. Isto só depende do padre! Se o padre é uma pessoa de oração, toda a sua paróquia será, tudo transcorrerá para a beleza de união de coração na MISSA. A fé do povo não é medida pelo gral de piedade do padre, mas isto é uma ajuda muito grande.

Tudo o que existia antes do Concílio Vaticano II foi abolido, modificado e condenado?



Se, se afirmam isto, estão caindo em uma ignorância muito grande. Por isto, devemos ter cuidado para não condenar os concílios anteriores ao Vat. II, para dizer que tais coisas gestos, palavras e ritos foram abolidos da Santa Missa na Igreja. Não é isto que o Vat. II diz, mas como tudo no ser humano existe uma progressão para melhor viver. Assim acontece com a Igreja, que procura ser sempre atual, pela força do Espírito Santo. Nada do que existiam antes do Vat. II foram apagados, mas melhorados, sem perder sua originalidade, sua essência. Então, o que aconteceu aqui no Brasil principalmente, foi uma má interpretação a certas afirmações dos documentos pós-conciliares, se formando em desvio errado daquilo que foi falado na verdade.
Como por exemplo: não se aboliu o canto gregoriano, não se mudou a Santa Missa, mas se deu a oportunidade dela ser celebrada em língua vernácula, com o povo, não se pediu que se destruíssem igrejas nenhuma, nem que ela fosse digitalizada, nem móvel; mas se pediu que realmente os bispos procurassem envolver o povo na celebração ou fizesse os fiéis entender o que se passava nos ritos da liturgia da Igreja.
O conceito de liturgia no Brasil é diverso, ficando com duas linhas: a conservadora e a libertadora, que no fundo a uma base marxista, não católica. Como quem ganhou peso e valor foi a libertadora, quase tudo da linha conservadora foi criticada, extirpada e chamada de “ante-conciliar”, mas usando o sentido pejorativo da palavra. As consequências dessa revolução litúrgica foram: padres abandonando o sacerdócio, derrubando igrejas históricas, queimando paramentos romanos, desvalorizando o valor das santas relíquias dos santos que existiam em todos os altares antigos. Os filhos ou os adeptos desse movimento litúrgico revolucionário ainda vivem em todo o Brasil, em quase todas as dioceses. Podemos identificar-los pelos desrespeitos, falta de carinho para com as coisas de Deus; falta de preparação ou desinteresse pela formação catequética, para focalizar aquilo de dar vida a Igreja, a Eucaristia.
Tudo o que é espiritual é criticado, piedade e respeito na igreja, por parte de algum sacerdote que quer viver com autenticidade o seu sacerdócio, se tornam objetos de intenções e palavras pejorativas por parte de certos clérigos e companhia Ltda.

Por que se celebra a memória dos santos na liturgia católica?

O culto dos santos, tal como a Igreja nos apresenta, consiste também de suas virtudes. Para somente citar uma oração, omitindo muitas outras, rezamos no dia 05 de fevereiro: “Por vossa bondade, permiti, ó Deus, que honrando o nascimento da bem-aventurada virgem e mártir Águeda, subamos até Vós, imitando os seus exemplos”.
Os santos são aqueles que, já gozam da presença Eterna de Deus. São nuvens de testemunhas (Hb 12, 1) que souberam fundamentar o seu amor, como prioridade na caminhada terrenal.


O que é esta preparação?




É a ascese, a luta que o homem deve travar com o seu próprio ser, dominando os desejos da carne. Olhando para a confissão, como algo extremamente importante, fundamental e meio pelo qual, eu me humilho na presença de Deus, para receber o perdão de todos os meus pecados, tendo como consequência a nossa união sacramental de Deus e nós.
O jejum é coisa esquecida para os dias de hoje, mas é algo querido e válido para a alma que quer se parecer com o seu Senhor que reza, vigia e jejua ao Pai.
O sacrifício corporal é a união perfeita às dores da Paixão de Cristo. Onde o enfermo não olha para as suas dores como um castigo, mas uma expiação pelos seus pecados e pecados da humanidade. Na vida da Igreja, Deus suscitou homem e mulheres que com suas chagas, convertesse os pecadores. Quanto maior é a dor dos santos, maior é o número de almas que se convertem a Deus.


Como receber-Lo?



Com o coração contrito e humilde. Após a comunhão, devemos nos alegrar, pois Cristo sacrificado quer transparecer-Se em nossas ações. O Ressuscitado, Glorioso e Vencedor nos convidam a anunciar-Lo a todos os povos. Por isto que o padre diz: Ide, a Missa terminou, inicia agora a missão de vocês. Levai a todos a alegria do Evangelho!