Arquivo do blog

terça-feira

ORAÇÃO URGENTE PELA PAZ NO MUNDO

Senhor, Deus da paz, tu que criastes o homens para serem herdeiros da Tua glória, nós Te bendizemos e agradecemos porque nos enviastes Jesus, Teu Filho bem-amado. 

Tu fizeste dEle, no mistério da Sua Páscoa, o realizador da nossa salvação, a fonte de toda paz, o laço de toda fraternidade. 

Agradecemos pelos desejos, esforços e realizações que Teu Espírito de paz suscitou em nossos dias, para substituir o ódio pelo amor, a desconfiança pela compreensão, a indiferença pela solidariedade. Abre mais ainda nosso espírito e nosso coração para as exigências concretas do amor a todos os nossos irmãos, para que sejamos, cada vez mais, artíficies da paz. 

Lembra-Te, ó Pai, de todos os que lutam, sofrem e morrem para o nascimento de um mundo mais fraterno. Que para os homens de todas as raças e línguas venha Teu reino de justiça, paz e amor. 

Que a vossa Igreja seja protegida contra os ataques daqueles que odeiam a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. Se morrermos por esta causa, fazei nascer novos cristãos do solo aonde derramarmos o nosso sangue, por amor de vós. Sabemos que vossa vinda está próxima, pois, já estamos vendo os sinais prometidos por vós. Não tardeis em socorrer-nos, VINDE SENHOR JESUS! 

Ó Espírito Santo, inflamai com mais intensidade as chamas do vosso amor em nossos corações, para que nenhuma ameaça, ataques e perseguições nos afastem de vós.

Ó Virgem Maria, missionária da paz por excelência, dobrai as vossas súplicas a teu Santíssimo Filho, para que nós, mesmo em pecado, possamos ver com os olhos da carne a humilhação do Inimigo de nossas almas. 

Ó São Miguel, redobrai a vossa coragem! Reuní todos os anjos e vinde guerrear contra o Maligno e seus adeptos na terra, para que a política de morte que reina sobre o nosso solo seja destruída pelo poder da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.


(José Wilson F Silva, crl)


QUEM FOI O PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA (O SANTO DO NORDESTE)



Nasceu no Crato (Ceará) no dia 24 de Março de 1844, seus pais eram Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana (D. Quinô).

O pequeno Cícero com seis anos de idade iniciou os seus estudos com o Prof. Rufino de Alcântara Montezuma. Os estudos eram a paixão de Cícero, nutria uma grande afinidade com os livros, a vida dos Santos e dos Mártires o encantavam. Aos doze anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales, fez voto de castidade. Quando completou dezesseis anos no ano de 1860, foi matriculado no Colégio do Padre Inácio de Souza Rolim, em Cajazeiras – Paraíba. Lá permaneceu somente por dois anos, tendo em vista a morte inesperada do seu pai no ano de 1862.
Cícero é obrigado a voltar para casa, para cuidar de sua mãe e suas irmãs solteiras, além do pequeno comércio deixado pelo pai.

         As dificuldades aumentaram, a família passou por grandes apertos, e somente em 1865, Cícero foi para o Seminário de Fortaleza com a ajuda do Coronel Antônio Luiz Alves Pequeno que era seu padrinho de Crisma. Foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870 e retornou ao Crato aguardando a definição do Bispo sobre seu destino. Padre Cícero foi convidado pelo Prof. Semeão Correia de Macedo para visitar o Juazeiro (então pertencente ao Crato), para celebrar a Missa do Galo no Natal de 1871.

         Foi amor a primeira vista, a pequena Juazeiro encantou-se com a oratória do jovem Padre de 28 anos, estatura baixa, pele branca, cabelos claros e olhos azuis. A recíproca foi verdadeira.
Em Abril de 1872, Padre Cícero chega com a família para fixar residência naquele pequeno aglomerado de casas de Taipa e uma pequena capelinha dedicada a Nossa Senhora das Dores.

         O Ardente desejo de evangelizar aquele povo humilde que lhe fora confiado, fez do Padre Cícero um incansável missionário, pregando, visitando, exortando. Era todo um trabalho Pastoral que precisava ser feito. Padre Cícero exerce sobre o povo de Juazeiro um domínio absoluto, toda a população o tem como amigo e conselheiro, a base de todo o seu trabalho foi à família.

No dia 10 de março de 1889, um fato fora do comum transformou a vida de Juazeiro e á vida do Padre Cícero para sempre.

         Naquele dia ao distribuir a comunhão aos fiéis durante a Santa Missa, Padre Cícero foi surpreendido com o fato da Beata Maria de Araújo, ao receber a hóstia consagrada, não pode engolir, pois a mesma transformara-se em sangue.

O fato repetiu-se outras vezes, e o povo achou que se tratava de derramamento do sangue de Jesus. Todas as toalhas com as quais limpavam a boca da Beata e que ficaram manchadas de Sangue passaram a ser objeto de veneração popular

Apesar de toda a cautela de Padre Cícero o povoado passou a ser alvo de peregrinação e da especulação de toda a imprensa do estado.

         As noticias chegaram ao Bispo Dom Joaquim José Vieira, Padre Cícero foi chamado a Fortaleza para dar explicações sobre o acontecimento. Dom José ouviu o Padre Cícero e convocou varias comissões para estudar o caso. Alguns foram a favor, outros contra e por fim concluíram que não houve milagre.

O povo protestou, Padre Cícero e outros padres também, e o relatório foi enviado a Roma. Padre Cícero Romão Batista teve a suspensão da Ordem. Proibido de celebrar, Padre Cícero ingressou na vida política da cidade, foi padrinho de milhares de crianças, participou da emancipação política de Juazeiro, e o seu 1º Prefeito também chegou a Deputado Federal.

Sua casa era visitada por romeiros, sacerdotes, políticos e era grande o numero de correspondências recebidas e todas eram por ele respondidas.


         No ano de 1926, teve um único encontro com o Rei do Cangaço o temível – Lampião – e para ele deu um único conselho – “Deixar a vida no Cangaçeiro”. Padre Cícero foi o maior benfeitor de Juazeiro: trouxe para Juazeiro os Padres Salesianos e os Capuchinhos, doou o terreno para o 1º campo de futebol, construiu várias capelas, incentivou a fundação do 1º Jornal local (O Rebate), fundou a associação dos empregados no comércio, construiu o orfanato Jesus, Maria, José; estimulou a expansão da agricultura com novas técnicas de Plantio, dinamizou o trabalho dos artesãos como fonte de renda, instalou a Escola Normal Rural e levou os trabalhos dos artesãos para exposição no Rio de Janeiro. Transformou Juazeiro do Norte numa das mais importantes cidades do Ceará, e conhecida em todo o Brasil.

Pe. Cícero morreu aos 90 anos, no dia 20 de Julho de 1934, seu sepultamento foi gigantesco, uma multidão se comprimia para a despedida do Padim Ciço. Morreu sem ter revogação de sua sentença. Mas nunca desobedeceu, nem abandonou a Igreja. Homem de oração, de fé, caridade e grande místico.

         Padre Cícero é uma das figuras mais biografadas do mundo. Sobre ele existem mais de duzentos livros sem falar nos artigos de jornais e revistas. Juazeiro é visitado anualmente por 2,5 milhões de Romeiros. O Papa Bento XVI foi um grande incentivador da causa de beatificação Pe. Cícero, com grande expectativa Juazeiro recebeu o Cardeal Aviz, enviado pelo Papa Francisco para ser seus olhos e ouvidos ali no Nordeste. Após esta recente visita, aguardamos o pronunciamento da Santa Sé e aí sim com todo o povo nordestino chamaremos: O Santo Cícero Romão Batista de todos os brasileiros, padroeiro dos desempregados e enfermos.












quarta-feira

QUARESMA, UM TEMPO LITÚRGICO RICO EM SINAIS QUE NOS PREPARAM PARA A SOLENIDADE DA PÁSCOA DO SENHOR

Algumas anotações para a Santa Quaresma

A Quaresma é um período de quarenta dias de penitência.

Inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, prolongando-se até a Quinta-feira Santa, antes da Missa na Ceia do Senhor. Trata-se de um tempo privilegiado de conversão, combate espiritual, jejum e escuta da Palavra de Deus, tudo isto preparando os cristãos para celebrarem santamente a Páscoa do Senhor.

A característica fundamental e indispensável da Quaresma é a renúncia de alimentos e o jejum!

O número de quarenta dias é importantíssimo, pois tem toda uma significação bíblica: da preparação para o encontro com Deus:
os quarenta dias do Dilúvio,
os quarenta dias de Moisés no Monte Sinai,
os quarenta anos de Israel no deserto,
os quarenta dias do caminho de Elias até o Horeb/Sinai
e, sobretudo, os quarenta dias do Senhor Jesus no deserto, preparando Sua vida pública.

É digno de nota que o mesmo Jesus que entrou na penitência dos quarenta dias aparece transfigurado com dois outros penitentes: Moisés e Elias!
Por isso mesmo, o cuidado da Igreja de reservar exatos quarenta dias para a penitência! É tão antigo que tem suas raízes na própria prática da Igreja apostólica.

Na Igreja Antiga este era o tempo no qual os catecúmenos (adultos ou jovens que se preparavam para o Batismo) recebiam os últimos retoques em sua formação para a vida cristã.

Assim, surgiu a Quaresma: tempo no qual os não batizados completam seu catecumenato pela oração a penitência e os ritos próprios, chamados escrutínios e os cristãos, já batizados, pela purificação e a oração, buscam renovar sua conversão batismal para celebrarem na alegria espiritual a Santa Vigília de Páscoa, na madrugada do Domingo da Ressurreição, renovando suas promessas batismais.

Fica claro, portanto, que a finalidade da penitência e do combate quaresmais é conformar-se ao Cristo ressuscitado! A Quaresma tem, portanto, uma finalidade pascal: como um rio desemboca no mar, a Quaresma deve sempre desembocar no júbilo pascal!

Na santa Quaresma, a Igreja inteira, novo Povo de Deus, entra no deserto, como Israel, o Povo da Antiga Aliança.
O tempo quaresmal é tempo de luta, de provação, de combate espiritual!
Assim, a Igreja oferece aos seus filhos armas próprias para esse combate; são as práticas quaresmais. Ei-las:

1.   A oração

Neste tempo os cristãos se dedicam mais à oração: aumentam o tempo, a prática, a intensidade. Uma boa prática é rezar diariamente um salmo ou, para os mais generosos, rezar todo o saltério no decorrer dos quarenta dias. Pode-se, também, rezar a Via Sacra às sextas-feiras!

2.   A penitência

Todos os dias quaresmais (exceto os domingos!) são dias de penitência. Cada um deve escolher uma pequena prática penitencial para este tempo. Por exemplo: renunciar a um lanche diariamente, ou a uma sobremesa, não comer carne às quartas e sextas-feiras, etc...
A penitência quaresmal deve durar até o Sábado Santo, antes da Vigília Pascal. Aí sim, descontados os domingos, tem-se o exato número de 40 dias de penitência!
Na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa os cristãos jejuam: o jejum nos faz recordar que somos frágeis e que a vida que temos é um dom de Deus, que deve ser vivida em união com Ele. Os mais generosos podem jejuar todas as sextas-feiras da Quaresma. Farão muitíssimo bem!

3.   A esmola

Trata-se da caridade fraterna. Este tempo santo deve abrir nosso coração para os irmãos: esmola, capacidade de ajudar, visitar os doentes, aprender a escutar os outros, reconciliar-se com alguém de quem estamos afastados - eis algumas das coisas que se pode fazer neste sentido! “O que a oração pede, o jejum alcança e a esmola recebe. O jejum é a alma da oração, e a esmola é a vida do jejum. Ninguém tente dividi-las porque são inseparáveis. Portanto, quem ora, jejue; e quem jejua, pratique a esmola” (São Pedro Crisólogo – século IV).
É neste contexto que se pensou no Brasil numa Campanha de Fraternidade para este tempo. No entanto, ela não devem nunca desvirtuar, empalidecer ou suplantar o sentido primordial da Quaresma!

4.   A meditação da Palavra de Deus

Este é um tempo de escuta mais atenta da Palavra: o homem não vive somente de pão, mas de toda Palavra saída da boca de Deus.
Seria muitíssimo recomendável ler durante este tempo o Livro do Êxodo ou o Deuteronômio ou o Profeta Jeremias ou Oséias ou, ainda, um dos Evangelhos ou a Epístola aos Romanos.

5.   A conversão

“Eis o tempo da conversão!”, diz-nos a Escritura Santa. Que cada um veja um vício, um ponto fraco, que o afasta de Cristo, e procure lutar, combatê-lo nesta Quaresma! Os antigos apontavam os sete vícios capitais: a soberba, a avareza, a acédia (preguiça, sobretudo nas coisas de Deus), a ira, a tristeza (sobretudo a inveja, tristeza pelo bem do outro, e a melancolia cultivada e alimentada, que leva à autopiedade e à inércia espiritual), a gula e a luxúria.


QUANTO À LITURGIA, EIS ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO QUARESMAL:


A cor litúrgica é o roxo - sinal de sobriedade, penitência e conversão;

Não se canta o Glória nas missas (exceto nas solenidades, quando houver;)

Não se canta o "aleluia" (Louvai o Senhor!) que, sinal de alegria e júbilo, somente será cantado outra vez na Páscoa da Ressurreição (isto vale mesmo para as solenidades);

Os cantos da Missa devem ter uma melodia simples; um bom costume que se pode adotar é que o Credo, o Santo, o Pai-nosso e o Cordeiro e as respostas da Oração Eucarística - quando se quiser fazê-las - sejam recitados, não cantados, como expressão de sobriedade;

Os instrumentos musicais, quando utilizados, sejam discretos, mais para sustentar o canto, em sinal de jejum dos nossos ouvidos, que devem ser mais atentos à Palavra de Deus! A voz humana da Assembleia cantando é o louvor mais agradável a Deus!

Não é permitido usar flores nos altares, em sinal de despojamento e penitência (nos casamentos e outras festas, as igrejas devem ser enfeitadas co muita sobriedade!);

A partir da quinta semana da Quaresma podem-se cobrir de roxo ou branco as imagens, em sinal de jejum dos sentidos, sobretudo dos olhos. Onde o costume for cobri-las logo no início da Quaresma, é louvável conservar tal hábito.


Autor: Dom Henrique Soares da Costa
(Bispo da Diocese de Palmares – PE)