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quinta-feira

O Sacramento da Confissão





O sacramento da reconciliação é um dom maravilhoso que o Senhor nos deu. No “tribunal” da Penitência o culpado jamais é condenado, mas sempre absolvido pelo próprio Deus. Pois quem se confessa não se encontra com um simples homem, mas com  Jesus, o qual, presente em seu ministro.
Os Padres da Igreja gostavam de chamar o Sacramento da Confissão de a “segunda tábua de salvação depois do batismo”. Isto significa que todos os pecados cometidos depois do batismo, diante de Deus tem uma chance de ser perdoado por meio da “Confissão” feita a um ministro ordenado segundo a Ordem de Melquizedeque (Hb 5, 6), quer dizer, segundo o mandato apostólico.
Engana-se todos aqueles que apoiados em convicções pessoais ou em uma interpretação deturpada da Sagrada Escritura, dizer que não necessitamos mais de confessar os nossos pecados, devido o que S. Paulo escreve em 2ª Coríntios 5, 17.  Não é possível obter o perdão dos pecados mortais depois do Batismo sem a acusação dos mesmos na Confissão, embora seja possível antecipar o perdão com a contrição perfeita acompanhada do propósito de confessar-se. Mas, a confissão dos pecados tem que acontecer (Num. 5, 6-7 / Prov. 28, 13 / At 19, 18 / Mt 3, 5-6).   

     É  necessário para se fazer uma boa confissão:
Um cuidadoso exame de consciência à luz dos Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja. Tenho pecado contra os Mandamentos da Lei de Deus? São estes:
1º Amarás a Deus sobre todas as coisas.
2º Não tomarás o Nome de Deus em vão.
3º Santificarás as festas.
4º Honrarás a teu pai e a tua mãe.
5º Não matarás.
6º Não cometerás adultério.
7º Não roubarás.
8º Não dirás falso testemunho.
9º Não pecar contra a castidade.
10º Não cobiçarás os bens alheios.
 Tenho cumprido os Mandamentos da Igreja corretamente?:
1-      Participar da Missa aos Domingos e outras festas de guarda – ficando livre de trabalhos e de atividades que pudessem impedir a santificação desses dias.
2-      Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3-      Receber o sacramento da Eucaristia pelo menos pela Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
4-      Abster-se de comer carne e observar o jejum nos dias estabelecidos pela Igreja. Dias de jejum: quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa. Dias de abstinência de carne: sextas-feiras da quaresma.
5-      Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades.

  •  Arrepender-se  dos pecados cometidos com o firme propósito de não cometê-los mais (contrição);
  • Cumprir a penitência proposta pelo confessor;
  • Fazer uma revisão de vida pautada nas obras de misericórdia. Eu tenho faltado contra qualquer uma dessas?:
1 – Dar de comer a quem tem fome;
2 – Dar de beber a quem tem sede;
3 – Vestir os nus;
4 – Dar pousada aos peregrinos;
5 – Visitar os enfermos e encarcerados;
6 – Remir os cativos;
7 – Enterrar os mortos;
8 – Dar bons conselhos;
9 – Ensinar os ignorantes;
10 – Corrigir os que erram;
11 – Consolar os aflitos;
12 – Perdoar as injúrias;
13- Sofrer com paciência as fraquezas do próximo;
14 – Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.
Diante de Deus e dos irmãos, como tenho me comportado? Estou vivendo em algum Pecado Capital?:
1– Orgulho,
2– Avareza,
3– Luxúria,
4– Inveja,
5– Gula,
6– Ira,
7– Preguiça,
8– Poluição ambiental,
9– Manipulação genética,
10– Acumulação de riqueza excessiva,
11– Geração de pobreza,
12– Consumo e tráfico de drogas,
13– Experimentos moralmente discutíveis,
14– Violação de direitos fundamentais da natureza humana.

Na vida cristã existem os pecados contra o Espírito Santo, tenho-os praticado? São eles:

1– Desesperar-se de sua própria salvação;
2– Presumir ser salvo sem méritos;
3– Resistir à verdade conhecida;
4– Ter inveja do mérito de outros;
5– Ser obstinado pelo pecado;
6– Morrer impenitente.
É necessário que o penitente esteja verdadeiramente arrependido! Basta que o pecador perceba o quanto ofendeu a Deus, que tenha consciência da gravidade do pecado, reconheça os seus pecados para formular um firme propósito de emenda. O pecador deve abeirar-se do confessionário com uma firme resolução de abandonar a vida de pecado e com firme propósito de não voltar a pecar. “Vai em paz e não voltes a pecar”, diz-nos Jesus.
Antes de definir o que é o Sacramento da Confissão, O Catecismo da Igreja Católica começa a falar do pecado, afirmando que o “pecado” é uma ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão coma Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação coma Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência (CIC 1440).
Respondendo a falácia protestante que afirma que “só Deus perdoa pecado e só a ele devemos nos confessar”, afirmo que isto é pura verdade! Mas, esta afirmação não deve substituir a confissão auricular que fazemos a um ministro ordenado. Entendamos à luz da Palavra de Deus e do nosso Catecismo:
- Só Deus perdoa os pecados. Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: “Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados” (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: “Os teus pecados são-te perdoados!” (Mc 2, 5). Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o exerçam em seu nome (1441).
- Cristo quis que a sua Igreja fosse, toda ela, na sua oração, na sua vida e na sua atividade, sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que Ele nos adquiriu pelo preço do seu sangue. Entretanto, confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico. É este que está encarregado do “ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 18). O apóstolo é enviado “em nome de Cristo” e “é o próprio Deus” que, através dele, exorta e suplica: “Deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5, 20) (1442).
Este sacramento confere a graça santificante em todo batizado:
  •   É com ele que são perdoados os pecados mortais e também os veniais que se confessaram e de que haja arrependimento.
  •   Muda a pena eterna em temporal, da qual também é perdoada uma parte maior ou menor, conforme as disposições do penitente.
  •   Dá vida ao merecimento das boas obras feitas antes de se cometer o pecado mortal;
  •   Reanima a alma com auxílios oportunos para não recair no pecado e restitui a paz à consciência
Podemos chegar a conclusão de que o Sacramento da Confissão é necessário para se salvarem todos aqueles que, depois do Batismo, cometeram algum pecado mortal!
O importante é sabermos que este sacramento pode ser recebido quantas vezes for necessária para a nossa perfeição. Quando Pedro perguntou se podia dar o perdão de um pecado até sete vezes, Nosso Senhor Jesus Cristo lhe respondeu: “Eu não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 28, 22). Mesmo assim, para bem nos confessarmos devemos, antes de tudo, pedir ao Senhor que nos dê luz para conhecer todos os nossos pecados e força para os detestar.
Para que um pecado seja mortal é necessário coloca-lo na balança da consciência olhando: 1) A matéria grave: quando se trata de uma coisa notavelmente contrária à Lei de Deus e da Igreja; 2) A Plena advertência: quando se conhece perfeitamente que se faz um mal grave; 3) O Consentimento perfeito da vontade: quando se quer fazer deliberadamente uma coisa, embora se reconheça que é culpável.
O Sacramento da Confissão foi, é e sempre será a manifestação da misericórdia de Deus.

Autor: Cônego José Wilson Fabrício da Silva, ocrl

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