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História da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Passira - Pernambuco - Brasil




Todos nós, que cremos no Cristo Jesus, somos chamados de pedras vivas, segundo as palavras das Escrituras: “Também vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd 2,5). Ora, quando se trata de pedras de construção, sabemos que primeiro são colocadas nos alicerces as mais sólidas e resistentes, para que possamos com segurança colocar-lhes em cima todo o peso do edifício; do mesmo modo, também entre as pedras vivas algumas são colocadas nos alicerces do edifício espiritual. Quais são essas pedras vivas colocadas nos alicerces? São os Apóstolos e os Profetas, como ensina São Paulo: “Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, como pedra principal” (Ef 2,20). (Das Homilias sobre o Livro de Josué, de Orígenes, presbítero. Homilia 9,1-2: PG 12, 871-872) 


Hoje queremos recordar nesta celebração a família do Sr. Joaquim Barros e Silva que em forma de devoção particular, iniciou uma pequena festa no dia 07 de dezembro do ano desconhecido, no sítio Salgado. Onde falecendo o Sr. Joaquim, essa festa foi transferida para a residência do Sr. Zuza Barros, seu filho, na antiga Malhada do Boi no ano de 1910 , onde essa família soube infundir e fixar essa festa popular como a principal desse povoado, que logo depois tornou-se a cidade de Passira. Celebrar a festa de criação dessa Paróquia, é celebrar a Vitória do Evangelho sobre nossa cidade. É celebrar a independência religiosa paroquial. É dar graças a Deus pela permanência dos seus sacerdotes no meio de nós.


Tu que me ouves, para melhor participares da construção deste edifício e seres uma das pedras mais próximas do alicerce, fica sabendo ser o próprio Cristo o alicerce do que estamos descrevendo. Assim se exprime o apóstolo Paulo: “Ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que aí está, já colocado: Jesus Cristo” (1Cor 3, 11). Felizes, pois, aqueles que vão se tornando edifícios religiosos e santos sobre tão nobre alicerce! Todavia, neste edifício que é a Igreja, também é necessário um altar. Por isso julgo que todos dentre vós, pedras vivas, preparados e dispostos para se dedicarem à oração, a fim de oferecer a Deus dia e noite o sacrificio de suas preces e súplicas, sois as pedras com que Jesus edifica o altar. Considera, portanto, a nobreza dessas pedras do altar. Como prescreveu o legislador Moisés, diz a Escritura, que se construa o altar com pedras inteiras, não talhadas pelo ferro. Que pedras inteiras e intocadas são estas? Talvez os santos Apóstolos, formando em conjunto um só altar por sua unanimidade e concórdia. De fato, narra-se que todos eles perseveravam na oração em comum (At 1,14), e, tomando a palavra, disseram: Senhor, tu conheces os corações de todos (At 1,24). (Das Homilias sobre o Livro de Josué, de Orígenes, presbítero. Homilia 9,1-2: PG 12, 871-872 séc. III) 


Hoje queremos recordar nesta celebração o Sr. João Ferreira de Lima que doou o terreno para construir a igrejinha, juntamente com os homens de fé da antiga Malhada, que carregaram pedras da mata que hoje é o nosso atual Bairro, alto São José, para fazer a base da capelinha. Graças aos trabalhos desses santos homens a antiga capela da Malhada, dedicada a Virgem da Conceição, começou a construção no ano de 1931 e foi inaugurada no dia 26 de dezembro de 1932, às 5 horas da manhã, pelo Padre José Cirico de Brito, onde a nossa vila passou a crescer ao redor da pequena mãe capela, baixo o amparo de Nossa Senhora.


A solenidade que nos reúne é a dedicação de uma casa de oração. Realmente, esta é a casa de nossas orações; mas a casa de Deus somos nós. Se nós é que somos a casa de Deus, continuemos construindo neste mundo, para sermos consagrados no fim dos tempos. O edifício, ou melhor, a construção exige trabalho, mas a consagração realiza-se com alegria. O que acontecia aqui, enquanto esta casa estava sendo erguida, é o que acontece agora quando se reúnem os que Creem em Cristo. Com efeito, ao abraçarem a fé, foram como a madeira cortada na floresta e as pedras talhadas nos montes; ao serem catequizados, batizados e instruídos, foram lavrados, acertados e aplainados pelas mãos dos carpinteiros e construtores. Contudo, esses materiais não constroem a casa do Senhor senão quando são unidos pela caridade. Se estas madeiras e pedras não se encaixassem ordenadamente, não se entrelaçassem pacificamente e, por assim dizer, não se amassem mutuamente, ninguém poderia entrar aqui. Mas, quando vês em qualquer construção pedras e madeiras formando um todo bem ajustado, então podes entrar nela sem temer que desabe – nos escreve Santo Agostinho (sermão 336, 1.6: PL 38 séc. V). 


Hoje queremos recordar nesta celebração, o crescimento da Vila Malhada que se deu ao redor da capelinha, e graças ao amparo da Mãe de Deus, a nossa comunidade passa a sua independência política no dia 20 de dezembro de 1963, onde o Sr. Governador Miguel Arraes, elevou a categoria de cidade a Vila Malhada, dando a ela o nome de Passira. Demos graças a Deus por esse momento e confiemos a Maria, todos aqueles que lutaram pelo progresso do nosso povo. Nossa Senhora foi fundamental no desenvolvimento de nossa cidade.


Querendo, pois, o Cristo Senhor entrar e habitar em nós, dizia como se estivesse construindo: Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros (Jo 13,34). Disse: Eu vos dou um novo mandamento. Vós éreis velhos, deitados em vossas ruínas, sem condições de serdes uma casa para mim. Portanto, para vos levantardes da velhice de vossas ruínas, amai-vos uns aos outros. Considere vossa caridade que esta casa ainda está sendo construída no mundo inteiro, como foi predito e prometido. Depois do cativeiro, quando se edificava o Templo, dizia-se num salmo: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira (Sl 95,1). Ao canto novo do salmo corresponde o mandamento novo do Senhor. Que há, em verdade, num canto novo senão um amor novo? Cantar é próprio de quem ama! A voz desde cantor é a paixão de um amor sagrado. O que vemos aqui, materialmente, nas paredes dessa Igreja, sucede espiritualmente em vosso íntimo; e o que vemos realizado com perfeição na pedra e madeira dessa construção, também se realize em vossos corpos, pela graça de Deus (sermão 336, 1.6: PL 38 séc. V). É isso que vem acontecendo nesta pequena caminhada de 25 anos de nossa paróquia, pois todo o louvor, adoração e reavivamento promovido pelos nossos párocos que por aqui passaram, serviram não para uma edificação material, mas espiritual de cada um de nós passirenses.


Acima de tudo, portanto, demos graças ao Senhor nosso Deus, de quem procedem toda boa dádiva e todo dom perfeito, e louvemos sua bondade com toda a alegria do coração. Para que esta casa de oração fosse construída, ele iluminou o espírito dos fiéis, despertou-lhes o afeto, deu-lhes a sua ajuda, inspirou os que ainda não a queiram a querê-la, levando a termo os esforços de sua boa vontade. E deste modo Deus, que realiza nos seus, tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio benevolente (Fl 2,13), começou e concluiu tudo isto. Hoje queremos recordar nesta celebração o Excelentíssimo Sr. Dom Manuel Lisboa de Oliveira que vendo o crescimento de nossa cidade, deu o título de quase Paróquia a Capela de Nossa Senhora da Conceição de Passira que pertencia a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação de Limoeiro. E que logo em seguida, enviou o Padre João Monteiro para morar em nossa cidade e coordenar os preparativos da criação da paróquia que se deu por concluído com a Missa de criação no dia 02 de setembro de 1985, já dentro de um templo novo que ainda faltava os acabamentos finais, com a presença do Bispo diocesano e a maioria do clero de Nazaré.


Pela graça de Deus a Igreja Católica realiza operações santificantes em todo o seu organismo que são os distintos ofícios da vida comum. Cada membro, sua própria operação em comunhão com todo o Corpo: milagres, ensinamentos, virgindade, matrimônio, curas espirituais através da confissão e conforto para o espírito pela Palavra ouvida e pelo Alimento comungado. Da Igreja Católica vamos a Cristo e de Cristo vamos à Igreja Católica. Os Apóstolos viam a Cabeça que é Jesus e acreditavam no Corpo que é a Igreja Católica. Nós hoje, somos convocados a sermos semelhantes a eles. Pois a Igreja Católica leva a si os homens a Cristo, porque ela é testemunha viva da Ressurreição de Cristo! Isso é o feito mais belo e fecundo da história vivente nela. Em todos os tempos a nossa comunidade foi sendo instruída para honrar o seu batismo, pois graças a isto, surgiu o Apostolado da Oração no ano de 1940 aqui nesta comunidade. Depois veio as Filhas de Maria, a Legião de Maria e sucessivamente os outros movimentos e pastorais. Celebrar o jubileu da criação de uma paróquia é ver a Igreja Católica como uma comunhão santa e transcendente, como Corpo, Esposa, Povo de Deus, mas não é uma comunhão somente de Santos, sem ruga nem mancha.


Vamos a cada dia com a ajuda de nossos pastores, nos polindo, melhorando para que a pureza esperada por Deus de cada um de nós, seja no futuro celestial. Quanto mais somos unidos e fraternos, mais testemunhamos Cristo Mestre e Senhor. Nesta celebração rezemos pelos nossos três últimos bispos: Dom Manuel, Dom Jorge e Dom Severino que se preocuparam com a nossa paróquia, enviando sacerdotes para assisti-la.


Jesus Cristo, fundador divino, encomendou a Igreja Católica a um fim muito especial: continuar sua missão de salvar aos homens até o final dos tempos. Para realizá-lo há uma relação estreita entre Jesus Cristo e a Igreja que, por analogia, Jesus Cristo é a Cabeça e a Igreja Católica é seu Corpo místico; e a Cabeça e Corpo é Cristo total. Jesus no Evangelho afirma de distintos modos, quando fala de “minha Igreja” (Mt 16,18), “apascenta minhas ovelhas” (Jo 21,16), “todo o poder me foi dado no céu e na terra” (Mt 28,19), “como o Pai me enviou, assim eu envio a vocês” (Jo 15,15). Isso são provas bíblicas da união da Igreja Católica com Jesus. Por isso somos convidados nesta novena a estreitar nossos laços de amor com nossa Mãe Igreja e assumir a missão de salvar os irmãos com as nossas orações e trabalhos em prol do crescimento espiritual de cada fiel dessa paróquia. Nesta celebração, rezemos unidos como a grande família cristã, espalhada por todo o mundo, aonde recebe a paternidade do Sucessor de Pedro. Vamos pensar também nas comunidades de nossa paróquia onde o Evangelho ainda não penetrou ou foi sendo esquecido durante esses 25 anos de vida paroquial. Lembremos dos nossos líderes de comunidades que já morreram ou estão sofrendo com alguma enfermidade, para que Deus e nossa Mãe Maria os recompense por seus trabalhos prestados ao Evangelho.


 “A Eucaristia faz a Igreja e, por sua vez, a Igreja faz a Eucaristia”. Essa é uma expressão típica dos primeiros séculos do Cristianismo, retomada com interesse no século XX, e que traduz bem o Ite, Missa est! A “missão” são as tarefas que deve cumprir a comunidade inteira, e cada um de seus membros, ao seu nível e segundo seu próprio carisma, seguindo o mandato do mesmo Cristo e aceitando consciente e responsavelmente os compromissos assumidos dentro da Igreja, por meio do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. Hoje são evidentes alguns princípios que podem ser recordados: que a Igreja, para sê-lo na fidelidade, deve ser uma Igreja missionária; que essa missão compete a todo o povo de Deus e não somente à hierarquia; por isso que a nossa comunidade paroquial passou pela experiência da missão em todo o seu território, com o trabalho missionário de seus próprios paroquianos.


Essa missão foi uma chamada para que todos vejam que cada cristão deve assumir sua responsabilidade na missão, segundo seu carisma e vocação; que os sacramentos, para serem celebrados com dignidade, devem vir acompanhados de uma ação missionária evangelizadora e catequética; que não há oposição, senão complementariedade, entre sacramentos e evangelização; e, por fim, que a Eucaristia é o lugar privilegiado de renovação e de compromisso da missão. Aprendemos que a Eucaristia é o lugar da renovação da missão por três razões fundamentais: pelos sujeitos que participam, pelo mistério que se celebra, pela Igreja que se compromete. O que queremos com esse jubileu é que cada membro dessa comunidade sinta essa responsabilidade de confirmar os irmãos na fé. Nesta celebração queremos recordar a todos os catequistas que se doaram na sua colaboração com o Bispo na catequese do nosso povo passirense nestes 25 anos de vida ministerial.



A maternidade divina de Nossa Senhora foi o primeiro motivo de nós cristãos, a termos como Mãe; convenia que Maria, destinada a ser Mãe de Deus, possuísse a suprema santidade e, por tanto, fora Imaculada e Cheia de Graça desde o primeiro instante. Para que sua maternidade pudesse apresentar a imagem digna da paternidade divina, era necessário que Maria transparecer-se a santidade absoluta do Pai. Para que seu concurso com o Espírito Santo na geração de Jesus fosse a mais perfeita possível, era preciso que Maria estivesse estado sempre, baixo a ação santificante do Espírito Santo. Só Maria ofereceu a sua carne e seu sangue para que o Espírito Santo formasse a sacro santa humanidade de Jesus, digna de toda a honra e glória. E por aqui se imagina o amor que Jesus sente por sua Mãe. Pois, mais uma vez falamos com autoridade que Deus não usou Maria como um objeto – coisa que Ele nunca fez com ninguém. A todos os que chamou para uma missão, lhe deu o preço da tal missão.


Maria recebeu o preço de sua missão, por ser Mãe do Rei do Céu, recebeu o preço de Rainha. A Abraão lhe deu o preço de pai de todos os povos na fé, a Moisés lhe deu o preço de ser a libertação e descanso, a Elias lhe deu o arrebatamento, a Judith lhe deu a coroa de rainha, a David lhe deu o sacerdócio, reinados e muitos povos. Aos profetas a sabedoria, enfim, não deixou ninguém sem sua recompensa. E agora imaginemos a mãe de seu Filho, o que não daria? Finalmente, a condição glorificada de Maria está vinculada ao Espírito Santo que suscita os corpos e os faz “espirituais”, quer dizer, incorruptíveis, imortais e portadores da vida (1Cor 15, 42- 45). Nesta Eucaristia recordemos a Celebração do dia 02 de setembro de 2008, em que o nosso Bispo Dom Severino, sagrou e dedicou o altar, sinal de Cristo que é Altar e Sacrifício, ungindo-o com o óleo do Santo Crisma. Peçamos a Santo Urbano, que agora repousa aqui que reze por nós.


Neste dia tão especial, em que nos congregamos de diversas partes de nossa geografia paroquial para celebrar as maravilhas que realizou Deus em favor de nossa paróquia por meio de Maria Santíssima, Mãe da Conceição; comemorando os 25 anos de sua criação, temos a oportunidade também de acompanhar a nossos pastores em sua peregrinação a nossa cidade para esta celebração. E unidos com emoção a eles para dar início a esta Santa Missa, fruto do Espírito Santo que sustentou o propósito evangelístico de nossos antigos padres que por aqui passaram há décadas atrás. Queremos proclamar uma Igreja em missão, para que em Cristo, Passira tenha vida. Cristo que nos ama e vive em nós, deseja fazer-nos seus discípulos na Igreja, para que o conheçamos, o amemos e o sigamos cada vez mais. Por meio desse jubileu paroquial, nos envia com outros discípulos de nossa diocese, para que com nossa vida sejamos luz e fermento no ambiente onde vivemos.


Que por meio dessa celebração, tenhamos um encontro pessoal e comunitário, bíblico e sacramental, com Jesus Cristo; tenhamos famílias reconciliadas e reconciliadoras; elevemos o nível moral de nossa cidade e acentuemos solidariedade até os excluídos de nossas comunidades. Confortada pela presença de Cristo, a Igreja particular de Nazaré, caminha no tempo em direção à consumação dos séculos e ao encontro do Senhor que vem; mas neste caminho continua reafirmando o itinerário realizado pela Virgem Maria, a qual “avançou na peregrinação da fé e conservou fielmente a sua união com o Filho até a Cruz” (Redemptoris Mater, 2). 


Autor: José Wilson Fabrício da Silva










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